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Pauta Jornalística

 Na reportagem, indica o tema, o recorte, o objetivo, a justificativa da matéria.


Traz as pessoas que devem ser entrevistadas (nome e sobrenome, cargo,
local, horário) e até mesmo, eventualmente, o tamanho da reportagem
produzida. Nela, devem estar inseridos os assuntos principais que devem ser
tratados no texto.
 Na notícia, há pautas que são mais curtas e informativas. Outras podem até
incluir o lead e sublead da matéria.
 Há pautas que são um texto corrido que traz todas as informações
necessárias, outras estão divididas em tópicos.
 É escrita em linguagem coloquial, pois é só uma diretriz para o jornalista.
 Pode conter possíveis perguntas e que tipo de informação é preciso obter.
 Deve conter o resumo do fato, o posicionamento escolhido, quem são as
fontes.
 Mesmo repleta de detalhes, a pauta não é rígida. Ela pode ser mudada,
levando em conta os acontecimentos factuais que podem ocorrer durante ou
até depois da pauta pronta.
 Na hora de construir a pauta, é necessário ressaltar tópicos que devem estar
contidos nela, embora a pauta possa estar em texto corrido. Uma boa pauta
pode ter:
 Cabeçalho: No qual devem estar contidos o nome do repórter.
 Tema (objetivo): o tema que a matéria trata (palavras que indiquem o
assunto da pauta) e seu objetivo.
 Histórico/Sinopse (justificativa): Um resumo dos fatos que levaram a esse
tema, ou seja, a justificativa (motivação, gancho, números, fatos, datas) para
o assunto ter virado uma pauta jornalística. Esse material é muito importante
para situar o repórter. Poderá ser utilizado por ele para o lide, a cabeça ou a
abertura da matéria. Para reportagens especiais, pode-se (deve-se) inserir
mais informação.
 Enfoque/Encaminhamento/Abordagem/Angulação/Foco: Qual será o
direcionamento a ser dado na matéria, ou seja, com base no histórico, dizer
o que será desenvolvido pelo repórter. Este item irá definir suas sugestões
de perguntas. Aliado ao gancho, o enfoque fará o repórter definir os
entrevistados e a seleção de perguntas.
 Fontes: São as pessoas que serão entrevistadas pelo repórter para ilustrar e
dar credibilidade à matéria. São tanto personagens (que vivem o assunto ou
fato tratado na matéria) quanto especialistas (que têm competência para falar
sobre o tema e ajudar a compreender o assunto). Vão desde fontes oficiais
(como prefeitos e vereadores...), passando por fontes independentes (como
advogados ou executivos...), personagens (quem vive a situação exposta na
matéria) e até “povo-fala”, em que populares podem ser ouvidos para dar sua
opinião sobre o assunto. Além do nome e do cargo/função/empresa da
pessoa, devem constar na pauta o endereço, e-mail e todos os telefones
possíveis para contato.
 Sugestões de perguntas: Algumas pautas trazem sugestões de perguntas,
mas, como o nome diz, são sugestões. Uma pauta não é uma camisa de
força e o repórter tem toda liberdade de questionar o entrevistado sobre
outras questões que considerar importante naquele momento. O que pode
conter também são pontos a serem abordados com o entrevistado.
 Imagens: As pautas podem trazer sugestões de fotos e de tipos de imagens
se encaixariam com a abordagem do assunto tratado na matéria.
 Anexos: Caso o repórter tenha feito alguma pesquisa ou possua recorte de
jornal/revista ou texto retirado da internet poderá anexar na pauta.
EXEMPLOS DE PAUTAS DE REPORTAGENS

EXEMPLO 1
NOME DO REPÓRTER: Alunos UVA
EDITORIA: Educação
TEMA: Sistema de Cotas

O assunto começou a ganhar peso quando o governo federal propôs reserva de


vagas para estudantes negros. Debatido com intensidade na campanha
presidencial de 2002, no último vestibular da UERJ, o projeto foi colocado em
prática. Indignado por ter sido cortado, mesmo tendo obtido uma nota maior que
alunos considerados negros, pardos ou estudantes da rede pública, o estudante
Nino Donato Oliva ganhou na justiça o direito de ser matriculado na universidade.
Podemos aproveitar a polêmica e colocar em debate a eficiência do projeto. Os
critérios ainda não estão claros. Uma reportagem sobre o assunto poderá levantar
outras questões que o envolvem, como o difícil acesso à escola pública.

FONTES DIRETAS OU INDIRETAS:


UERJ, Entidades que defendem os direitos afro-brasileiros, Representantes do
MEC, Pais, Alunos... (ENDEREÇO, TELEFONES E SITES DAS FONTES)
EXEMPLO 2

Repórter: Alunos UVA


TEMA: Universidade da Terceira Idade

A UVA oferece para senhores e senhoras da 3ª idade o projeto Universidade


da Terceira Idade, no qual quem está na melhor idade pode usufruir de aulas
sobre temas de interesse desta faixa etária e atividades como ginástica,
oficinas de culinária, artesanato, informática e costura. [histórico – sinopse]
Vamos falar sobre as aulas e serviços oferecidos pela UVA, quais as
vantagens, quais as mudanças ocorridas na vida dos idosos a partir do início
das atividades, mostrar a importância de promover atividades para esta faixa
etária que mais cresce no país. [recorte, enfoque, angulação, foco,
encaminhamento]
- FONTES: (colocar contatos dos entrevistados)
1) Responsável pelo projeto
2) Professores do Projeto
3) Alunos da Universidade da Terceira Idade SUGESTÕES DE PERGUNTAS
Nome? Idade? Casada (o)? Aposentado? Tem filhos? Netos?
Cursou uma universidade quando jovem? Qual?
Por que decidiu se inscrever ou voltar na Universidade?
Como é participar das atividades da UVA?
De quais aulas gosta mais? Por quê?
Como ficou sabendo do projeto? 
E há quanto tempo participa desse projeto? 
E quais as melhorias e mudanças de vida que a senhora notou desde então?
EXEMPLO 3

Repórter: Alunos UVA


Editoria: Saúde
Tema: Vegetariano ou carnívoro?

Histórico/Sinopse: A preocupação com a saúde cresce cada vez mais. Os


dias se passam e diminui o tempo para nos cuidarmos e aumenta o tempo
para trabalharmos. O nosso corpo e a nossa mente sofrem com a má
alimentação na correria do dia a dia. Qual alimentação realmente faz bem
para o fortalecimento e o crescimento do homem? O nosso organismo
precisa mais de carnes ou de vegetais? Com base nestas perguntas,
buscaremos tratar da (suposta) oposição entre alimentação vegetariana e
carnívora. Acreditamos que essa questão é de grande importância para
todos, mas focaremos no perfil do estudante/trabalhador de hoje, aquele que
trabalha, estuda e que está envolvido com os problemas cotidianos.

Enfoque/Encaminhamento: Iremos fazer a cobertura do debate entre


carnívoros x vegetarianos, discutindo e esclarecendo as dúvidas sobre o
tema; levantando questões sobre a alimentação e seus possíveis benefícios
e malefícios à saúde. O que ser vegetariano pode influenciar na vida das
pessoas e também o que ser carnívoro beneficia a vida ou prejudica. Será
que somos verdadeiramente carnívoros ou vegetarianos?
Questões a serem levantadas: • A falta da carne pode causar riscos à saúde?
• Apenas o consumo de legumes, frutas e verduras suprem o nosso corpo? •
Existem grupos dentro dos vegetarianos? Quais são e como são? • O que é
reeducação alimentar? • Ser vegetariano ou carnívoro é uma questão
cultural? • A falta da gordura que a carne fornece também é prejudicial à
saúde? • O ser humano está mais apto a consumir comida vegetariana ou
alimentar-se com a carne de animais? • Carnívoro ou consumidor de carne, o
que é certo?
Fontes: MARIANGELA ANDRADE Formação Acadêmica: Graduação em
Nutrição na UERJ, com pós-graduação em administração de serviços de
alimentação pelas Faculdades Integradas Augusto Motta – FINAN; Curso de
especialização no Ministério da Saúde (Fundação Oswaldo Cruz); Curso no
CEPESC-CBA; Curso na ABRANDH.
JOÃO HENRIQUE Fundador, dono e moderador da comunidade Clube dos
Churrascos – RJ, (Contato: 7843-9225 / 8827-2807)
BIANCA KÖLLING TURANO Coordenadora do GRUPO-RIO da Sociedade
Vegetariana Brasileira, SVB-RIO; Coordenadora do Departamento Nacional
de Ativismo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
RÓBER BACHINSKI Ativista com mestrado em Biologia.

EXEMPLO 4
ROTEIRO (super pauta)
Repórter: Alunos Uva
Tema: Ações sociais das igrejas

OBJETIVO: Mostrar que as Igrejas põem em prática aquilo que elas


acreditam e pregam. Para isso, será visto a partir do ponto de vista das
religiões cristãs: católicos, protestantes e espíritas.

JUSTIFICATIVA:
Todas as religiões judaico-cristãs pregam o amor ao próximo e a Deus. Sua
filosofia seria total e completamente vã se não fosse pelas ações sociais que
praticam. Elas deveriam, assim, ser as maiores realizadoras e promotoras de
ações de responsabilidade social. É por isso que todas essas religiões:
judaica, católica, protestante e espírita estão à frente de muitos projetos de
apoio às pessoas.
No meio desses projetos, porém, as Igrejas encontram grandes
desafios sociais: a enorme desigualdade social, a má distribuição de renda
(uma das piores no mundo), a favelização das populações nas grandes
cidades - em torno de 25% da população urbana vive em sub-habitações,
com falta de serviços básicos, - a fome que ainda atinge de forma grave 14%
da população pobre (dado de 2004), a violência no campo e nas cidades,
sobretudo nas metrópoles, onde ganhou espaço o crime organizado.
Entre as causas geradoras da pobreza e da violência, além da má
distribuição da renda, se conta a urbanização excessivamente rápida nos
anos 70 e 80, a precariedade do sistema educacional, o desemprego
(oficialmente em 10,1%), a desagregação da família e a crise de valores,
reforçada pela mídia, quase toda privatizada e guiada por critérios
comerciais.
Fora todos esses desafios, cada uma delas tem suas especificidades,
mas os problemas são quase todos comuns. Só que cada uma arranja uma
solução diferente para lidar com eles, segundo sua filosofia. E agora: como
começar um projeto social? A partir de um estudo de soluções. A viabilidade
é muito importante. É preciso saber se há recursos financeiros para sustentar
isso, se há voluntários que colaborem, se há pessoas para serem ajudas, se
elas estão aceitando bem as iniciativas. Nada começa do nada.
Mas se formos ver os projetos existentes, percebemos que as ações
sociais das igrejas têm o mesmo enfoque. São entregas de comidas aos
mendigos, cursos gratuitos abertos à comunidade, oferecimento de serviços
médicos, farmácia, entre outros, incluindo a distribuição de cestas básicas.
A Igreja Protestante é uma das que mais faz atividades voltadas para a
população e, desde o surgimento dessa filosofia religiosa a intenção era
essa. Então, é comum ver campanhas antidrogas, com coleta de dinheiro
nos trens, ônibus, como uma forma de financiamento do projeto dessas
entidades religiosas.
Já a Igreja Católica também tem um diferencial. Ela oferece cursos
gratuitos para pessoas mais instruídas, para que todos tenham os mesmos
benefícios, não só o pobre seja ajudado. Enquanto que a Igreja Espírita
organiza visitas periódicas à Instituição Vicent Moretti e ainda distribui
sopões para comunidades mais pobres.
Dessa forma, as religiões são originalmente sociais e não importa qual
delas seja, se continuarem a seguir os mesmos preceitos, sempre haverá
uma entidade religiosa preocupada em fazer valer os direitos das pessoas, o
acesso ao máximo de bens e serviços possível. Por isso, ações sociais e
religião estão intimamente relacionadas.

FONTES:
1. Responsável pela Igreja Espírita de Guadalupe. Ele participa das
visitas à Instituição Vicent Moretti. Dessa forma, ele poderá falar como
funciona esse projeto, desde quando ele existe, se essa é uma iniciativa
comum na Igreja dele, quais foram os maiores impasses para a realização
desse projeto, por que escolher justamente isso e não outra coisa, entre
outras coisas.
2. Aluno de um curso de inglês aplicado em uma igreja Católica de Braz
de Pina. Perguntar o que isso contribuiu para a carreira dele, o que acha
desse tipo de iniciativa, se os cursos na Igreja dão alguma credibilidade, se o
trabalho tem sido feito satisfatoriamente, se acha que precisa ser da religião
para aproveitar os benefícios;
3. Um dos administradores de uma Casa de Drogados Evangélica na Vila
da Penha. Saber como a religião tem ajudado no trabalho social prestado; se
as pessoas têm ajudado bem; como a casa consegue sobreviver; se há
voluntários suficientes; se a demanda é maior que a oferta, entre outros.
4. Antônio José – autor do artigo: “O PAPEL DA AÇÃO SOCIAL DA
IGREJA NO MUNDO URBANO HOJE”. Ele poderá falar o que observou de
sua pesquisa, se a Igreja mudou o foco das Ações Sociais, entre outros
assuntos.

Fotos:
Dos entrevistados; dos locais; uma foto produzida com símbolos de todas as
religiões cristãs “se dando as mãos”.

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