Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito do Consumidor
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Serviços de acordo com o Código de Defesa do Consumidor
Todos os serviços que têm natureza trabalhista não serão regidos pelo
Código de Defesa do Consumidor. É interessante observar o seguinte: quando
trabalhamos com serviços, onde incidirão as normas do CDC temos os prestados
com profissionalismo, habitualidade e remuneração. Mas há o item que diferencia
grandemente os serviços que são prestados sob vínculo trabalhista dos afeitos ao
CDC. É a subordinação. Não existe subordinação quando há uma prestação de
serviços sob o enfoque do Código de Defesa do Consumidor. Quando há relação
consumerista, não há subordinação. Significa que o contratante não é chefe, não
tem poder de mando sobre o contratado. Existe habitualidade, o fornecedor presta
o serviço rotineiramente, existe profissionalismo, ou seja, é expert, conhece aquela
matéria, conhece o serviço que ele está prestando. Existe remuneração. Mas não
existe subordinação.
Podemos ver que há outro item que é muito importante e temos que ter
em mente: remuneração. Quando percebermos que há um tipo de remuneração
em qualquer relação jurídica, suspeitem da incidência do Código de Defesa do
Consumidor. Vocês terão que indagar se essa remuneração deriva de um contrato
trabalhista. Se sim, então não incidem as regras do Código de Defesa do
Consumidor. E, se a remuneração é paga a título de tributo, então não incidem as
regras da legislação consumerista também.
Vamos, então, aos serviços públicos, mas façamos duas observações antes.
Primeiro, os serviços públicos podem ser prestados de duas maneiras: diretamente
pelo Estado, ou indiretamente. Nada a ver com Administração Direta ou
Administração Indireta. Os prestados diretamente pelo Estado são aqueles em que
ele, por meio de seus entes, pertencentes à Administração Direta ou Indireta,
prestam. Todavia, o Estado pode também prestar serviços indiretamente, por meio
de delegação. O Estado prestará serviços públicos por meio de delegação na forma
do art. 175 da Constituição, e quem prestará os serviços delegados são as
concessionárias e permissionárias de serviços públicos. Empresas concessionárias
e permissionárias de serviços públicos prestarão serviços delegados. Esta
modalidade de prestação é indireta. Essa é a primeira observação.
Agora, vamos aprender mais uma coisa: serviços públicos são prestados
nas modalidades uti universi e uti singuli. O primeiro é prestado para pessoas
indeterminadas, e não temos como medir o tanto que cada pessoa está utilizando
individualmente. Também chamados de serviços públicos próprios. Prestados
para pessoas indeterminadas ou indetermináveis, e não se pode quantificar o
quanto que cada pessoa usa do serviço. Saúde, educação são exemplos. No serviço
público existe uma regra que diz: existe benefício direto enquanto se paga algum
tipo de remuneração tributária. ¹ Polícia, que é segurança, que é, digamos, a mão
do Estado conduzindo a atividade dos particulares, não é serviço público. Cuidado
em concursos. Cai direto. Infraestrutura sanitária. Quanto de saúde pública você
gasta? Sem chances de responder. Quanto você usa de luz, de iluminação pública?
Não tem como. É imensurável. E, se não se tem como mensurar, você estará diante
de um serviço público uti universi ou serviço público próprio.
http://notasdeaula.org/dir8/direito_consumidor_30-08-11.html 3/6
05/02/2019 Direito do Consumidor 30/08/11
Outros exemplos que são incumbência do Estado prestar, mas que ele delega a
execução a outra pessoa: água, telefonia, transporte, educação. E o transporte
público, não é para todos? Mas é quantificável. Mas esses serviços não são
prestáveis para todos, infelizmente. São quantificáveis e prestados para quem os
usa. São também chamados de serviços públicos impróprios.
Preço público e tarifa são a mesma coisa, na prática. Até na formação são
iguais. Quando se trata de tarifa e preço público há uma ingerência muito forte do
Estado na determinação desses valores. O Estado pode impor limites,
regulamentar. Podemos ver que, quando as empresas de transporte
querem aumentar o valor da tarifa, há uma mobilização gigantesca dos
empresários. Dependem da validação e anuência do novo preço pelo Estado.
Cuidado com as nomenclaturas: taxa de iluminação pública não é taxa, é imposto.
Art. 22 do Código:
http://notasdeaula.org/dir8/direito_consumidor_30-08-11.html 6/6