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Invasões Biológicas

Conservação dos Recursos Naturais


Alexandre Giovanelli
O que é Biodiversidade?

É o grau de VARIEDADE DA NATUREZA, incluindo tanto o


número quanto a freqüência de genes, espécies e ecossistema
em determinada região

GENÉTICA ECOSSISTEMAS

ESPECÍFICA
Biodiversidade

 O que é?
“A riqueza da vida na Terra, os milhões de
plantas, animais e microrganismos, os
genes que eles contêm e os intrincados
ecossistemas que eles ajudam a construir
no meio ambiente” (Fundo Mundial para a
Natureza, 1989)
Principais ameaças

Degradação de Superexploração Invasões


habitats de recursos biológicas
Invasões Biológicas

 Introdução de espécies fora de sua


área original de distribuição (países X
ecossistemas)
 Espécies exóticas podem gerar
impactos ambientais e prejuízos
econômicos
 Mas também podem ser benéficas
ao homem
 Muitas espécies introduzidas
dependem do manejo do homem
Definições utilizadas

 Espécie exótica
"Espécie encontrada fora de sua área de distribuição natural,
em virtude de atividades antrópicas“

 Espécie exótica invasora


"Quando sua distribuição ou abundância está em processo de
aumento, colocando em risco outras espécies ou todo um
ecossistema“

 Contaminação biológica
" Processo de invasão por espécies exóticas que se
naturalizam, provocando alterações nos ambientes naturais
e prejuízos à economia e saúde pública "
Invasões Biológicas

 11% das espécies de plantas das pradarias


norte-americanas
 35% das espécies de plantas do Havaí
 8000 arbustos e ervas e 750 árvores na África
 A agricultura depende de espécies
largamente distribuídas (vacas, porcos,
galinhas, milho, soja, batata, cacau,
mandioca, banana)
 “Invasões internas”: sabiá, tucunaré
Um breve histórico das invasões

 Translocações
acidentais

 Translocações
intencionais
As rotas de dispersão
 Transporte aéreo, marítimo,
fluvial, rodoviário
 Comércio legal ou ilegal de
animais, plantas e produtos
agrícolas
 Criação de espécies exóticas
 Água de lastro
Mexilhão dourado
Mexilhão zebra
Cólera
Invasões Biológicas

Espécies introduzidas

Espécies que causam impacto

Impactos dramáticos
O processo de invasão
A B C D E F G H Pool regional de espécies

Filtro biogeográfico

Filtro fisiológico

Filtro biótico

A B Espécies invasoras
O Processo de invasão

Equilíbrio

Propagação

Estabelecimento

Introdução
Alguns impactos
Danos ecológicos
 Extinções locais
 Aparecimento de predadores e competidores,
parasitas
 Alteração de atributos dos ecossistemas

Danos à saúde
 Humana (AIDS, tuberculose)
 Animal
 Plantas
Alguns impactos

Brasil

Prejuízos à agricultura – US$ 42,6 bi

Custos ambientais – US$ 6,7 bi


O potencial de invasão

Pressão de propágulo

extinção

Perturbações
ambientais
O potencial de invasão

 Clima e habitat devem ser adequados ao invasor


 Ausência de inimigos naturais
 Características do invasor
Características do invasor

 Rápido crescimento populacional


 Fecundidade elevada
 Estratégia r (uso pioneiro de habitat, crescimento
rápido, geração curta, corpo pequeno)
 Plasticidade fenotípica
 Estratégias reprodutivas múltiplas (reprodução
vegetativa, por semente e autofecundação)
 Associação estreita com humanos (vertebrados)
Estratégias podem ser:
 Preventivas
 Remediadoras

 Pode ser feito por...


 Erradicação
 Controle
 Manejando populações e comunidades
 Técnicas mecânicas
 Técnicas químicas
 Técnicas biológicas

 Manejando os ambientes
 Recuperação do habitat afetado
Técnicas mecânicas

roçada, corte com machado,


plantas invasoras foice ou motosserra,
anelamento e arranquio
manual ou com enxadão
Técnicas mecânicas
Catação, pesca, rede,
Animais invasores armadilhas, caçada, descargas
elétricas, telas de proteção
Técnicas químicas

•Uso tópico de defensivos agrícolas


•Eficiente para espécies que rebrotam
•Conjugar com métodos mecânicos
•Uso de corantes para visualizar áreas tratadas
O controle biológico

1) O que é Controle biológico?


•Redução ou eliminação de uma população
•Utilização de inimigos naturais
2) Espécies-Alvo:
•Pragas agrícolas
•Vetores de doenças
3) Mecanismos Ecológicos
Competição interespecífica
Predação
Parasitismo
alimento

competição espaço

químicos

interações parasitismo

indivíduos
predação
Desovas/sementes
O controle biológico

5) Pré-requisitos
•Não causar impacto na fauna local
•Controle Efetivo
•Aplicação rápida e Prática
•Relação Custo X Benefício
•Não podem se transformar em pragas ou
vetores
Alguns exemplos

 Pinus spp., Eucalyptus spp.,


 capim-colonião (Panicum maximum) –
chegou ao Rio de Janeiro como resto do forro
das “camas” dos escravos
 Dendezeiro (Elaeis guineensis), mamona
(Riccinus communis), Appis melifera scutellata,
broca de café (Hypothenemus hampei) e
barrigudinho (Gambusia spp.), jaqueira
(Artocarpus heterophyllus) teiú (Tupinambis
merianae).
 Caramujo-gigante-africano (Achatina fulica)
 Introduzido no Brasil por volta de 1980 com fins
comerciais em uma feira agropecuária no Paraná.
 Classificado entre as 100 piores espécies exóticas
invasoras de ocorrência mundial.
 Maturidade sexual: 4 a 5 meses
 Reprodução: hermafrodita
 Fecundidade: até 2000 ovos por ano
 Alimentação: detritívoro herbívoro
 Hospedeiro: A. costaricensis e A. cantonensis.
 1939 – introduzido no Havaí
 Uso de Euglandina rosea para controle de A. fulica.
 E. rosea elimina espécies nativas
 E. rosea introduzida catastroficamente na Polinésia
Francesa
Introdução de Melanoides tuberculatus
no Brasil

•Espécie originária da África

•Utilizada como controlador biológico de


Biomphalaria spp. Nas Antilhas Francesas.

•Sumidouro: primeiro experimento natural de


competição entre M. tuberculatus e B. glabrata em
uma área de transmissão da esquistossomose.

•População de B. glabrata acompanhada por 5 anos


consecutivos em uma vala de irrigação.
Biomphalaria spp.
Melanoides tuberculatus
número total de B. glabrata 250

200

150

100

50

0
mai-95

mai-96

mai-97

mai-98

mai-99
jan-96

jan-97

jan-98

jan-99
set-95

set-96

set-97

set-98

set-99
meses de coleta
Flutuação populacional de Biomphalaria glabrata em uma vala de
irrigação em Sumidouro, RJ, no período de maio de 1995 a setembro
de 1999. A seta indica o aparecimento de M. tuberculatus.
abundância de M. tuberculatus

100
200
300
400
500
600

0
mai/98

jun/98

jul/98

ago/98

set/98

out/98
M. tuberculatus

nov/98

months
dez/98

jan/99

fev/99
B. glabrata

mar/99

abr/99

mai/99
0
5
10
15
20
25
30

abundância de B. glabrata
Aspectos a serem considerados para o uso
de M. tuberculatus

•Há competição entre M. tuberculatus e Biomphalaria spp?

•É possível associar o uso de M. tuberculatus com as


medidas de controle de Biomphalaria spp. usualmente
utilizadas?

•M. tuberculatus tem algum impacto na fauna local?

•A ecologia e biologia de M. tuberculatus são


suficientemente conhecidos?

•Quais são os parasitas que infectam M. tuberculatus?


 A América do Sul “exporta” o aguapé
•Nome: Eichornia crassipes
•origem: Bacia Amazônica
•Habitats: águas paradas ou de curso lento
 A América do Sul invadida pela Carpa
•Nome: Cyprinus carpio
•origem: Europa
•Habitats: águas paradas ou de curso lento, com
sedimentos leves de fundo. Tolera pouco O2
 Por volta de 1980 o SCOPE (Comitê Científico para
Problemas Ambientais) identificou as bioinvasões
como um assunto globalmente importante

 Rio-92:
 Agenda 21 – coloca a introdução inadequada de plantas e
animais exógenos como uma das principais causas de
perda de diversidade biológica
 CDB – define como um item prioritário o cuidado com
espécies exóticas e os problemas que estas podem causar
à biodiversidade
Convenção sobre Diversidade Biológica:
 Medidas apropriadas para conservar a diversidade
biológica
 Assegurar o uso sustentável dos recursos biológicos
 Recuperar ecossistemas degradados
 Programas de informação pública
 Estabelecer sistemas de gerenciamento para áreas
protegidas
 Art. 61 da Lei nº. 9.605, de 12/02/1998 (Lei de Crimes Ambientais):
“Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas”
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa

 Capítulo IV, art. 31, da Lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000 (SNUC –
Sistema Nacional de Unidades de Conservação):
“É proibida a introdução nas Unidades de Conservação de espécies
não autóctones”

 Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002 (Política Nacional da


Biodiversidade):
Estabelece que devem ser realizados inventários e mapeamentos
sobre espécies exóticas invasoras, bem como pesquisas para
subsidiar sua prevenção, erradicação e controle.

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