Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4.1.1. Tecnologias
Os CIs são também classificados de acordo com a tecnologia em que são fabricados. Os
circuitos de uma dada tecnologia agrupam-se em famílias lógicas segundo os circuitos
eletrônicos que constituem as suas portas básicas.
Combina CMOS com TTL, usada em casos em que só CMOS não garante capacidade de
“drive”.
• BiCMOS – Bipolar Complementary Metal-Oxide Semiconductor
Um quadro apresentando uma visão mais global dessa famílias de integrados e seu
posicionamento pode ser visto abaixo:
Trata-se da família de uso mais comum. Apresenta diversas séries derivadas, mas
certamente a mais comum delas é a série 7400, a qual é compatível em funcionalidade com a
série 5400 (que é destinada a uso militar). Na atualidade, a família mais popular é a 74LS00, a
qual apresenta algumas características operacionais interessantes. Na família bipolar, temos os
seguintes subtipos:
• VOH – Tensão mínima de saída fornecida pela porta lógica, quando a saída se encontra
no nível lógico alto (HIGH)
• VOL – Tensão máxima de saída fornecida pela porta lógica, quando a saída se encontra
no nível lógico baixo (LOW)
• VIH – Tensão mínima de entrada interpretada pela porta lógica como nível lógico alto
(HIGH)
• VIL – Tensão máxima de entrada interpretada pela porta lógica como nível lógico baixo
(LOW)
Fan-Out – Nº de entradas de portas lógicas a que podemos ligar a saída de uma porta,
sem degradar o desempenho do circuito.
Os circuitos MOS podem ser ligados a um nº grande de outras portas MOS sem
degradação do sinal, mas o atraso aumenta com o nº de ligações.
A velocidade de operação das portas TTL não depende do fan-out, mas a qualidade do
sinal degrada-se a partir de um certo nº de ligações.
Um exemplo de porta NAND com transistores CMOS pode ser visto abaixo:
Série Características
74C CMOS 4-15V, operação similar a série 4000 (4000B) com buffers
74HC CMOS de alta velocidade, desempenho similar a série LS, com atraso de 12ns
74AHC CMOS avançado de alta velocidade, três vezes mais rápido que a série HC
74ALVC Baixa tensão, 1.65 a 3.3V
74ABT BiCMOS avançado, compatível com níveis TTL, mais rápido que ACT e BCT
• Saída Totem-Pole;
• Saída Coletor Aberto (Open Collector ou Open Drain);
• Saída Tri-State
São usados para garantir que as entradas lógicas dos integrados estejam nos níveis
esperados nos casos onde os mesmos estão desconectados ou em alta impedância. Também
podem ser usados para conectar dispositivos lógicos distintos, possivelmente com tensões de
alimentação distintas.
O resistor de pull-down “conecta” ou “protege” uma entrada ou saída ao nível 0
(GND). Um resistor de pull-up, por sua vez, faz o mesmo papel, porém conectrando ao nível 1
(Vcc).
Na família TTL, operando a 5V, resistores de pull-up variam, tipicamente, entre valores
de 1K a 5K. Para CMOS e MOS, em geral, os resistores podem ter valores muito mais elevados,
devido aos requisitos muito menores de corrente nas suas entradas.
Resistores de pull-up também podem ou devem ser usados nas saídas lógicas de
dispositivos que não podem atuar como fontes de corrente, como o caso de dispositivos do
tipo coletor aberto TTL.
Na figura abaixo, o resistor R1 atua como um resistor de pull-down, garantindo que se
a entrada estiver desconectada, o componente 7407 terá a mesma conectada ao nível 0
(terra). O 7407, um buffer de coletor aberto, simplesmente joga na saída o nível que recebe na
entrada, mas, como é um dispositivo coletor aberto, a saída é efetivamente deixada
“desconectada” quando o nível lógico da mesma é 1. O resistor de pull-up R2 garante a
conexão da saída ao nível Vcc (12V) quando o buffer tem uma saída 1, garantindo a tensão e
corrente necessárias para acionar o MOSFET , o qual por sua vez irá atuar no relé.
Um outro exemplo pode ser visto no caso abaixo, que representa um inversor com
tecnologia CMOS (muito comum). Nesse caso, deseja-se usar a chave para conectar o nível “0”
ou “1” ao inversor. Como temos uma chave de duas posições, a questão é como efetuar essa
conexão de forma apropriada. No esquema abaixo, quando a chave está fechado, conectamos
a entrada ao GND, e, consequentemente, ao nível “0”. O nível do pino é estável. Quando a
chave está aberta, contudo, o que ocorre com essa entrada? Nesse caso, o pino está sujeito a
uma série de problemas elétricos, estando sujeito a ruído e outros efeitos indesejados. Temos
que garantir, nesse caso, que ou a entrada do inversor esteja conectada ao nível 1 (Vcc) ou ao
nível 0 (GND).
OBS: no caso de dispositivos TTL bipolares, um pino de entrada aberto é considerado como
nível alto.
Uma maneira seria conectar o circuito diretamente ao nível Vcc, o que é uma péssima
idéial, visto que quando fecharmos a chave, estaremos fechando um curto-circuito.
Outra forma de fazer essa conexão é usar um resistor de pull-up para conectar a
entrada, conforme é exibido na figura abaixo. Nesse caso, quando a chave está aberta, temos
o nível 1 conectado a entrada do inversor (que é de alta impedância). De fato, para todos os
efeitos, teremos uma tensão muito próxima de Vcc diretamente no pino de entrada. Quando a
chave está fechada, é evidente que estaremos conectando a entrada ao terra (nível 0),
garantindo que a corrente circulando seja muito baixa (para um Vcc de 5V, apenas 0.5mA).
Tomando agora o caso de conexão da porta lógica a outros dispositivos (LEDs, display
de 7 segmentos, entre outros), devemos nos preocupar com o que ocorre no caso de um nível
“0” presente na saída da porta. Nesse caso, teremos uma situação onde pode ocorrer uma
conexão Vcc a GND, com correntes muito elevadas circulando e possivelmente queimando o
circuito. É uma situação onde um resistor de pull-up ou pull-down deve ser usado como
mecanismo de proteção. A figura abaixo mostra esse caso.
Note que nesse caso o LED irá “acender” quando a saída apresentar um nível “0”, com
o resistor atuando como proteção do circuito. Efetivamente, a ligação é algo como:
Lembrando que o Fan-out é o número máximo de entradas que uma saída suporta
(pode ser conectado à saída). Analisando o Fan-out no nível alto (análise de pior caso), temos:
No caso do circuito coletor aberto (open collector) é necessário acoplar carga a saída
do coletor, como um resistor de pull up, por exemplo. Saídas coletor aberto podem ser
conectadas, gerando diferentes funções lógicas possíveis.
4.5.4. Tri-State
As portas lógicas normais operam apenas com 2 valores lógicos: 0 e 1. Um buffer tri-
state é uma porta lógica que pode possuir três estados de saída: ALTO, BAIXO e ALTA
IMPEDÂNCIA. A saída em alta impedância serve para atuar como que “desconectando” a porta
do restante do circuito. A figura a seguir mostra um buffer não inversor e outro inversor,
ambos tri-state:
No caso apresentado, a entrada seletora é ATIVO BAIXO (isto é, uma entrada que ativa
sua função quando o valor presente é 0), indica a seleção da função de tri-state ou alta
impedância, conforme pode ser visto na figura a seguir:
Exemplo:
O sinal SELECIONA escolhe qual dos circuitos A ou B é ligado à saída.
O inversor garante que apenas um dos buffers está ativo de cada vez:
É necessário garantir que C1, C2 e C3 nunca estão ativos ao mesmo tempo. Nesta
condição, pode dizer-se que:
Os nomes dos sinais são uma forma importante de documentação. Devem ser usados
nomes que ajudem a perceber a função de cada sinal: se um determinado sinal faz acender um
LED deve ser designado, por exemplo, como AcendeLED, e não como X3.
É também importante distinguir se o sinal faz acender o LED quando tem o valor H ou
quando tem o valor H. Esta distinção é feita habitualmente usando os sufixos _H ou _L.
Diz-se, no primeiro caso, que o sinal é ativo a H (ou ativo a 1) e, no segundo caso, que
o sinal é ativo a L (ou ativo a 0) .
• AcendeLED_H – o sinal é ativo a H, quer dizer que acende o LED quando o sinal vale H.
• AcendeLED_L – o sinal é ativo a L, quer dizer que acende o LED quando o sinal vale L.
Polarização e Simbologia
Como um exemplo, a tabela abaixo lista alguns CIs com portas lógicas associadas:
Mais adiante iremos estudar melhor as características desses CIs e de suas sub-famílias.
Uma visão sucinta da pinagem dos CIs indicados pode ser vista nas figuras a seguir:
Uma Lista extensiva de dispositivos da família 7400 pode ser vista aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_7400_series_integrated_circuits ou em
http://www.kingswood-consulting.co.uk/giicm/
Em muitos casos não é conveniente ligar diretamente o LED a saída da porta lógica ou
a porta lógica não gera corrente suficiente para acionar o LED. Nesses casos, é comum utilizar
um driver simples para o LED, evitando quaisquer situações anômalas.
Usando um inversor, é possível fazer a conexão, considerando que nível alto ligue o
LED, conforme o esquema abaixo:
Referências
FLOYD, Thomas. Sistemas Digitais - Fundamentos e Aplicações. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TOCCI, Ronald J. Sistemas Digitais - Princípios e Aplicações. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2007.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_integrado
http://en.wikipedia.org/wiki/Logic_family
http://en.wikipedia.org/wiki/CMOS
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_7400_series_integrated_circuits
http://www.seattlerobotics.org/encoder/mar97/basics.html