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TESCOLA PAULISTA DE DIREITO

MESTRADO EM DIREITO
Disciplina: Solução Alternativa de Controvérsia no Direito Penal Econômico
Professor: Dr. Humberto Barrionueno Fabretti
Aluno: Maurício da Silva Lopes Filho
Síntese dos textos indicados para a aula do dia 17/05/2019

Texto - A leniência anticorrupção: primeiras aplicações, suas


dificuldades e alguns horizontes para o instituto

O autor inicia com narrativa histórica, indicando que as manifestações de


2013 provocaram desconforto no legislador, causando a edição da Lei 12.846/13 (Crime
Organizado) e Lei 12.850/13 (Lei Anticorrupção).

Enumera inovações da lei, como a responsabilidade objetiva da pessoa


jurídica por atos de corrupção praticados por seus agentes e o acordo de leniência. Passa
a tecer críticas sobre a criação de legislação às pressas, como decorrência de pressão
social. Identifica que a lei não possui enquadramento imediato no ordenamento jurídico
pátrio e menciona a edição de Medida Provisória que teria aprimorado a lei, no entanto
perdeu vigência por decurso de prazo sem aprovação do Congresso.

Passa a abordar a consensualidade, que conceitua como participação


ativa dos particulares nas decisões da administração pública, indicando que ela
desemboca em cooperação. A partir daí identifica a lei anticorrupção como a
concretização da consensualidade e cooperação. Isso implica em uma nova noção de
sanção, que induz em comportamentos positivos do sujeito submetido ao direito
administrativo sancionador, outro fator importante é o ressarcimento do dano como
fator preponderante. Classificado pelo autor como elemento retrospectivo da
colaboração. Estas medidas visam inibir a prática de novos atos.

Reconhece no direito anglo-saxão a origem do instituto e elenca três fatos


preponderantes para o sucesso da colaboração premiada: efetividade do sistema
punitivo; efetivo cumprimento pelo estado dos acordos; autoridades conscientes da
efetividade da celebração do acordo.

Daí indica fatores que são inerentes à concretude das medidas de


colaboração, para que a lei funcione no Brasil: órgãos estatais atuando de modo
sistematizado, da negociação às execução; interação entre agentes públicos e
particulares; efetivo cumprimento do acordo pela administração pública.

Identifica o sistema brasileiro de combate à corrupção como de múltiplas


agências (MPF, CGU, AGU, TCU), vendo como ponto positivo a dificuldade da
infiltração de delinquentes em todos os órgãos simultaneamente e como ponto negativo
a falta de atuação coordenada entre os diversos órgãos.

Indica os parâmetros mínimos de leniência: identificação de outros


envolvidos; voluntariedade; primazia na iniciativa da colaboração; cessação da prática
do ilícito.
Elenca os benefícios concedidos: redução de multa; afastamento de
punições; melhoria do controle interno e promoção da integridade.

A lei federal determina que a CGU é o órgão com atribuição para a


celebração dos acordos de leniência na órbita federal.

Levanta a questão da dificuldade da efetividade da celebração dos


acordos em quadros de corrupção sistêmica, que envolva altos escalões do governo.

A CGU tomou medidas de regulamentação da confidencialidade,


disseminou a cultura da leniência entre seus agentes e celebrou convênio para atuação
sincronizada com a AGU.

Ao final indica as dificuldades encontradas pela CGU quanto os fatos


narrados passam por autoridades do Legislativo e Judiciário, faltando atribuição
constitucional para a CGU condiz tais casos e também aborda a disputa de
protagonismo entre os órgãos legitimados como um sério problema no amadurecimento
dos acordos de colaboração premiada.

Texto – Compliance e sistema preventivo de controle sob a


perspectiva dos crimes contra o sistema financeiro.

Inicia traçando quadro sob o qual cresceu a importância dos crimes


financeiros, enumerando a globalização, a sociedade de risco e a vedação a proteção
deficiente, como justificativas as práticas de compliance criminal.

Conceitua compliance, partindo da origem inglesa do termo como agir


em conformidade ou conforme regulamentação.

Esboça histórico resumido da evolução econômica, do nascimento liberal


ao estágio de intervenções mantenedoras do equilíbrio no capitalismo.

Identifica p direito penal econômico como uma forma eficiente de


proteção jurídica da ordem econômica, especificamente do sistema financeiro nacional,
em face ao cenário socioeconômico identificado na introdução. Ressaltando o
importante papel do compliance como norma preventiva de cooperação no direito penal
econômico.

Vai ao tópico da tutela penal do sistema financeiro nacional,


classificando como bem jurídico tutelado as relações de disponibilidade de um sujeito e
um objeto.

Passa a divisão doutrinária de bem jurídico criminal entre monista


(clássica) e dualista, sendo a primeira defensora da exclusividade de bens jurídicos
penais tradicionais (vida, liberdade, dentre outros) e a segunda expansionista,
albergando bens de natureza difusa.

Passa aos pontos sensíveis do compliance criminal bancário:


identificação da posição de garante; dever de vigilância; dever da pessoa jurídica de
identificar perigos. Passa a traçar paralelo entre o princípio da confiança e da
desconfiança, indicando que no compliance vige a necessária desconfiança, buscando
identificar condutas ilícitas nas suas relações internas e externas.

Traça um paralelo entre o compliance criminal da prática nacional e a


FCPA (lei dos EUA sobre corrupção, editada em 1972), concluindo com a identificação
da necessidade de acompanhamento e punição da criminalidade empresarial com a
identificação de responsabilidade penal em conformidade com estrutura jurídica da
empresa.

Texto – Parâmetros de negociação de acordo de leniência com o MPF


à luz da experiência do CADE.

Inicia identificando os marcos legais e indicando que o CADE celebrou


aproximadamente 90 acordos, ao passo que o MPF fez 12.

Indica a necessidade de procedimentos claros e confiáveis, mencionando


a Orientação nº7 da 5º Câmara do MPF.

Inicia o segundo item mencionando a teoria dos jogos e uma doutrina do


porrete a da cenoura, alusão a oferta de benefícios certos e penas severas par ao caso de
não adesão.

Passa aos parâmetros de orientação ao MPF, como a necessidade e dois


procuradores da República (um do cível e outro do criminal), conduzindo as
negociações pelo MPF e aduz a natureza de ferramenta de investigação do instituto da
leniência. Indica a saída dada pelo CADE, para evitar contaminação entre fase de
acordo e fase processual, numa eventual não celebração ou frustração do acordo
celebrado (Chinese Wall).

Identifica os focos do acordo, devendo as pessoas jurídicas identificar


indivíduos envolvidos e passa a falar dos casos em que existe comunhão de interesses
entre os indivíduos e as empresas e os ewm que não essa identificação.

Menciona a importância do sigilo na fase de negociação. Critica o


formalismo, segundo a autora, exacerbado, do procedimento do MPF e indica as opções
do CADE como mais propícias à garantia do sigilo. O sigilo trem importância fulcral na
hipótese de fracasso do acordo ou de não celebração.

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