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ICET – INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

CURSO: ENGENHARIA ELÉTRICA/ELETRÔNICA


UNIVERSIDADE PAULISTA

Introdução à

Análise de

Circuitos Elétricos

Prof° MSc Ademir A Santos


Coordenação Prof° MSc Wanys Rocha

Nota de aula de Circuitos Elétricos


ICET – INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO: ENGENHARIA ELÉTRICA/ELETRÔNICA
DISCIPLINA: CIRCUITOS ELÉTRICOS
UNIVERSIDADE PAULISTA
Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
1.1 OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS .................................................................... 3
1.2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ............................................................................... 3
1.3 LITERATURAS RECOMENDADA ........................................................................... 4
2. BÍPOLOS ELÉTRICOS.................................................................................................. 5
2.1 CONCEITOS BÁSICOS .............................................................................................. 5
3. CIRCUITO ELÉTRICO.................................................................................................. 7
4. GERADORES E RECEPTORES ................................................................................. 12
4.1 BÍPOLOS GERADORES........................................................................................... 12
4.2 BIPOLOS RECEPTORES ......................................................................................... 13
4.3 CARACTERÍSTICAS BIPOLOS GERADORES ..................................................... 14
5. ASSOCIAÇÃO DE BÍPOLOS GERADORES ............................................................ 17
5.1 ASSOCIAÇÕES SÉRIE DE BIPOLOS GERADORES ............................................ 17
5.2 ASSOCIAÇÕES PARALELAS DE BIPOLOS GERADORES ........................... 19
6. CONCEITO MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA .................................... 20
7. LEIS GERAIS DOS CIRCUITOS ................................................................................ 23
7.1 LEI DE OHM GENERALIZADA ............................................................................. 23
7.2 LEIS DE KIRCHHOFF .............................................................................................. 29
7.3 MÉTODO DA SUPERPOSIÇÃO .............................................................................. 41
7.4 MÉTODO DA REDUÇÃO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS .................................... 43
7.5 MÉTODO DE THEVENIN........................................................................................ 45
7.6 MÉTODO DE NORTON ........................................................................................... 46
8. NÚMEROS COMPLEXOS .......................................................................................... 48
8.1 OPERAÇÕES ENTRE COMPLEXOS ...................................................................... 50
8.2 PROPRIEDADES DOS NÚMEROS COMPLEXOS: .............................................. 53
9. ANÁLISE DE CIRCUITOS RC RL RLC (SÉRIE E PARALELO) ............................ 57
9.1 CIRCUITO RC SÉRIE EM CORRENTE CONTÍNUA ....................................... 57
9.2 CIRCUITO RC SÉRIE EM CORRENTE ALTERNADA.................................... 59
9.3 CIRCUITO RC PARALELO EM CORRENTE ALTERNADA .......................... 61
9.4 CIRCUITO RL SÉRIE EM CORRENTE CONTÍNUA ....................................... 63
9.5 CIRCUITO RL SÉRIE EM CORRENTE ALTERNADA .................................... 66
9.6 CIRCUITO RL PARALELO EM CORRENTE ALTERNADA .......................... 68
9.7 CIRCUITO RLC SÉRIE ........................................................................................ 69
9.8 CIRCUITO RLC PARALELO .............................................................................. 70
10. RESSONÂNCIA ....................................................................................................... 72
11. LARGURA DE FAIXA - FATOR DE QUALIDADE ............................................. 73
12. IMPEDÂNCIA E ADMITÂNCIA ............................................................................ 75
13. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES .......................................................................... 78

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1. INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS

O curso descrito nestas notas de aula que segue objetiva:

 Apresentar os principais bípolos ativos e passivos utilizados nos circuitos


elétricos;
 A compreensão de circuitos elétricos em corrente contínua (CC) e em
corrente alternada (CA);
 Ensinar as técnicas de resolução de circuitos elétricos em corrente contínua
e corrente alternada (Métodos Kirchhoff, Thevenin, Norton dentre outros);
 A compreensão de transitórios em circuitos elétricos e;
 Preparar o aluno na solução de circuitos elétricos e utilização do
computador na resolução.

1.2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

- Circuitos elétricos em regime de corrente contínua.

. Leis de Kirchhoff;
. Análise de malhas;
. Análise nodal;
. Teoremas de Thevenin e Norton;
. Princípio da superposição.

- Circuitos elétricos em regime de corrente alternada.

. Comportamento dos parâmetros RL e C em CA;


. Fasores;
. Impedância e admitância;
. Reatâncias;
. Diagramas fasoriais.

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LEMBRETE

Todas as notas aqui contidas foram extraídas da literatura básica e complementar


proposta na ementa do curso, abaixo descrita.

Para maior profundidade matemática, devemos buscar os recursos necessários


nas referências indicadas, pois estas notas de aulas se propõem a servir de um
guia rápido de cálculo sobre circuitos elétricos.

Agradecimentos especiais aos professores e coordenadores de curso Wanys


Rocha e Orlando Del Bianco Filho, entre tantos outros que de uma forma ou outra
ofereceram grande contribuição a este trabalho.

1.3 LITERATURAS RECOMENDADA

DORF, Circuitos Elétricos, LTC, 2008.

BOYLESTAD Introdução a Circuitos Elétricos, Pearson, 2004.

EDMINISTER, J.A. Circuitos elétricos: Resumo da Teoria, Pearson 2003.

NAHVI & EDMINISTER; Circuitos Elétricos 4ª Edição 2006, Bookman.

MARIOTTO, Paulo Antônio, Análise de Circuitos Elétricos, Edição 2003, Pearson.

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2. BÍPOLOS ELÉTRICOS

2.1 CONCEITOS BÁSICOS

Bípolos elétricos são elementos ou dispositivos que possuem dois pólos ou


terminais acessíveis através dos quais pode fluir uma corrente elétrica e que
interligados a outros bípolos formarão um circuito elétrico. Esses elementos são
conhecidos como geradores e receptores. Em qualquer instante a corrente que
entra por um dos terminais deve ser igual a que sai pelo outro terminal.

I(t) I(t)

Representação de um bípolo

Considere um bípolo que é atravessado por uma corrente i(t). Durante o intervalo
de tempo dt o bípolo é atravessado pela carga elétrica

dq(t) = i(t) dt . (1)

A passagem desta carga transfere para o bípolo uma energia dw, relacionada à
carga por:

dw(t) = v(t) dq(t) . (2)

A grandeza v(t) é a tensão elétrica ou voltagem entre os terminais do bípolo:

v(t) = dw(t) / dq(t) volts. (3)

A Eq. (3) mostra que

1 volt = 1 Joule/Coulomb .

Então a tensão elétrica ou diferença de potencial é a energia necessária para


mover uma carga unitária em um percurso, medida em volts (V), ou
simplesmente: é o trabalho necessário para mover uma carga unitária ao
longo de um percurso.

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A tensão é medida por meio de instrumentos voltímetros, aparelho indicador e dois


fios condutores (pontas de prova), interligado aos terminais do bípolo. Os
terminais do voltímetro não são intercambiáveis, devendo ser distinguidos pelas
marcas “+” e “-”.

Se num dado instante a indicação do aparelho for positiva, podemos afirmar que o
terminal “+” está a um potencial mais elevado que o terminal “-”.

Um voltímetro ideal não altera o comportamento dos circuitos em que for ligado.
Por outro lado, os voltímetros reais sempre modificam o circuito em que forem
ligados. Cabe ao usuário certificar-se que essa modificação é desprezível.

Duas variáveis elétricas foram associadas aos bípolos: tensão e corrente. Ao


medir essas grandezas podemos associar ao bípolo os instrumentos de medição,
o amperímetro e o voltímetro de duas maneiras distintas, como indicado pelas
figuras a seguir.

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3. CIRCUITO ELÉTRICO

Podemos definir um circuito elétrico como sendo o caminho fechado por onde
circula a corrente elétrica conforme figura abaixo:

Com o objetivo de criar efeitos desejados, tais como calor, luz, som, os circuitos
elétricos podem assumir as mais diversas formas.
O mais simples circuito elétrico que se pode montar será constituído
necessariamente de três (3) componentes:

Fonte Geradora – para existência da corrente elétrica todo circuito necessita de


uma fonte geradora que forneça um valor de tensão.

Carga – é o componente do circuito responsável pela transformação da energia


elétrica fornecida pela fonte geradora em outra forma de energia (mecânica,
luminosa, térmica), também denominada de receptor ou consumidor de energia
elétrica.
Como exemplos de cargas temos:
- Motores – transformam energia elétrica em mecânica (visualizada pelo
movimento do eixo).
- Lâmpadas - transformam energia elétrica em luminosa (e térmica pois também
produz calor).
- Auto falantes – transformam energia elétrica em sonora.

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Condutores - estes constituem o elo de ligação entre a fonte geradora e a carga,


são o meio de transporte para a corrente elétrica.

Abaixo temos o exemplo de um circuito elétrico simples formado pelos três (3)
componentes citados anteriormente.

Quando conectamos uma carga, (lâmpada), a uma fonte geradora, (pilha), por
meio de condutores temos um circuito elétrico. Abaixo temos este circuito, assim
como a representação do comportamento dos elétrons em excesso no pólo
negativo da pilha movimentando-se através do condutor e do filamento da
lâmpada, em direção ao pólo positivo da pilha.

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A lâmpada se manterá acessa enquanto a pilha tiver condições de manter um
excesso de elétrons no pólo negativo e uma falta de elétrons no pólo positivo.

Simbologia de componentes utilizados em circuitos elétricos:

Não é comum, nem tão pouco conveniente desenhar os componentes em sua


forma real, a cada vez que desenhamos um circuito elétrico. Por esta razão criou-
se a simbologia, de forma que cada componente é representado por um símbolo
toda a vez que se tiver de desenhar um circuito elétrico.

A representação gráfica de um circuito elétrico através da simbologia é


denominada de “esquema” ou “diagrama elétrico”.

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Portanto o circuito elétrico de nosso exemplo anterior se apresenta conforme o
esquema da figura abaixo.

Existe ainda nos circuitos elétricos outro componente adicional muito importante
denominado Interruptor ou chave. Os interruptores ou chaves são incluídos nos
circuitos elétricos com a função de comandar/chavear o seu funcionamento.
As figuras a seguir demonstram um circuito elétrico com este componente
adicional e seu respectivo esquema.

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A eletricidade já era utilizada para iluminação, acionamento de motores e outras


aplicações. Nesta época, antes de se compreender de forma mais científica a
natureza do fluxo de elétrons, convencionou-se adotar que a corrente elétrica se
constituía de um movimento de cargas elétricas que fluía do pólo positivo para o
pólo negativo da fonte geradora. Com o aprofundamento dos estudos científicos
se verificou, mais tarde, que nos condutores sólidos a corrente elétrica se constitui
de elétrons em movimento do pólo negativo para o pólo positivo.

Nos dias atuais algumas literaturas tratam as informações sobre o sentido da


corrente elétrica adotando o sentido convencional, enquanto outros autores
preferem adotar o sentido real ou sentido eletrônico.

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4. GERADORES E RECEPTORES

4.1 BÍPOLOS GERADORES

São aqueles que transformam uma energia qualquer em energia elétrica, sendo
considerados desta forma elementos ativos no circuito. Sua representação em
um circuito elétrico pode ser visualizada na figura abaixo.

Bípolo Gerador.
A seguir temos alguns exemplos de elementos classificados como geradores.

Gerador Elétrico - é o aparelho que realiza a transformação de uma forma de


energia qualquer em energia elétrica e fornece esta energia ao circuito que estiver
acoplado a ele. Nestes circuitos temos as forças eletromotrizes ( F.E.M )
Abaixo temos alguns exemplos de geradores:

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4.2 BIPOLOS RECEPTORES

São elementos responsáveis em transformar a energia elétrica em qualquer tipo


de energia, sendo considerados desta forma elementos passivos no circuito. Sua
representação em um circuito elétrico pode ser visualizada na figura abaixo.

Bípolo Receptor.

A seguir temos alguns exemplos de elementos classificados como receptores.

Receptor Elétrico - são aparelhos capazes de receber a energia elétrica e


transformá-la em outras formas de energia que não seja exclusivamente a energia
térmica, ligados a um circuito onde exista um ou mais geradores. Nestes circuitos
temos as forças contra eletromotrizes ( F.C.E.M )

A seguir temos alguns exemplos de receptores:

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Quando iniciarmos nossos estudos sobre circuitos elétricos, precisaremos


conhecer o comportamento dos elementos que compõem estes circuitos, assim
como algumas leis aplicadas aos circuitos, que nos ajudarão a entender o
comportamento das grandezas elétricas tensão e da corrente.

4.3 CARACTERÍSTICAS BIPOLOS GERADORES

A finalidade principal dos bípolos geradores é de fornecer energia a qualquer


equipamento. Nos circuitos elétricos estes são denominados de geradores de
tensão. Suas principais características estão em:

- Tensão de fornecimento
- Resistência interna

Vamos entender o que vem a ser a resistência interna de um gerador.

As pilhas são ótimos exemplos de geradores e as conclusões e considerações


sobre elas servem para qualquer tipo de gerador de tensão.
As pilhas constituem-se em três (3) partes básicas, (eletrólito, placas e terminais),
sendo que cada uma destas partes apresenta uma resistência elétrica. Veja figura
abaixo:

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Desta forma uma pilha pode ser representada como uma fonte de tensão em série
com as resistências dos elementos, a soma destas resistências é denominada de
resistência interna.

Esta resistência interna causa um efeito na tensão de saída do gerador. Vamos


estudar este efeito melhor.

As pilhas geram internamente uma força eletromotriz, possuem uma resistência


interna e tem a capacidade de fornecer corrente elétrica ao circuito. Quando a
pilha esta desligada do circuito, consequentemente não existe corrente elétrica no
circuito, nem queda de tensão na resistência interna, logo ao conectarmos o
voltímetro aos terminais da pilha este estará indicando o valor da força
eletromotriz gerada E, veja fig abaixo:

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Quando conectamos uma carga aos terminais das pilhas ocorrerá à circulação de
corrente elétrica no circuito e por consequência na resistência interna, provocando
nesta resistência uma queda de tensão expressa por VRi = Ri x I.

VRi é a queda de tensão que


ocorre no interior da pilha quando
esta fornece corrente elétrica à
carga.

Logo a tensão presente nos terminais de uma pilha é igual à força eletromotriz
gerada menos a queda de tensão em sua resistência interna.

V = E – VRi

A letra E representa a tensão de saída do gerador quando não houver carga


ligada.
A letra V representa a tensão de saída do gerador quando houver carga ligada
(fornecendo corrente).

É comum ouvir dizer que acabou a força da pilha quando, por exemplo, não
conseguimos mais escutar música no rádio, porém na verdade a força
eletromotriz gerada pela pilha não diminui, o que está ocorrendo é um aumento

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da resistência interna da pilha em função do desgaste de seus elementos
químicos.

Portanto é bom saber que a diminuição da tensão de uma pilha com carga ao
longo do tempo deve-se ao aumento de sua resistência interna.

5. ASSOCIAÇÃO DE BÍPOLOS GERADORES

Consiste em associar dois (2) ou mais geradores em série ou em paralelo. Estas


associações permite obter maiores níveis de tensão ou de fornecimento de
corrente elétrica. Veja as associações abaixo:

5.1 ASSOCIAÇÕES SÉRIE DE BIPOLOS GERADORES

Quando necessitamos alimentar um circuito com uma tensão maior do que a


fornecida por uma pilha, associamos várias pilhas em série para fornecer esta
tensão desejada.

A figura ao lado
mostra a associação
de quatro (4) pilhas
em série

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Quando ligamos as pilhas em série, a força eletromotriz da associação será a


somatória das forças eletromotrizes de cada pilha.

ET = E1 + E 2 + E3 + E4

Para haver a soma das forças eletromotrizes é necessário que o pólo positivo de
uma pilha esteja ligado ao pólo negativo da pilha imediatamente seguinte.
Portanto desta forma poderemos obter vários níveis de tensão, 3, 4,5, 6, 9V,
permitindo alimentar circuitos como por exemplo rádios portáteis, lanternas,
brinquedos eletrônicos.

Quanto a corrente elétrica, a capacidade deste tipo de associação é a mesma


de uma pilha, um elemento, pois a força eletromotriz total é igual a soma das
forças eletromotrizes individuais e a resistência interna total é a soma das
resistências individuais .

Como quadro resumo das características de uma associação série de


geradores temos:

 o pólo positivo de um gerador deve ser ligado ao pólo negativo do gerador


imediatamente seguinte.
 a força eletromotriz total é igual a soma das forças eletromotrizes individuais.
 a resistência interna total é igual a soma das resistências internas
individuais.
 a capacidade de fornecer corrente é a mesma que cada elemento pode
fornecer individualmente.

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5.2 ASSOCIAÇÕES PARALELAS DE BIPOLOS GERADORES

Quando necessitamos alimentar um circuito que requer maior capacidade de


fornecimento de corrente elétrica, associamos várias pilhas em paralelo para
fornecer esta corrente desejada, tomando o cuidado de conectar todos os pólos
positivos entre si e todos os pólos negativos.

A figura ao lado mostra a


associação de três (3)
pilhas em paralelo.

Quando ligamos as pilhas em paralelo, a força eletromotriz da associação será


igual a força eletromotriz de cada pilha.

ET = E1 = E 2 = E3

Só será permitido associar geradores em paralelo com a mesma força


eletromotriz.

A resistência interna total neste tipo de associação será sempre menor que a
menor das resistências internas. Pois teremos:

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Quanto à corrente elétrica a capacidade deste tipo de associação é a soma da
corrente elétrica que cada pilha pode fornecer, a capacidade aumenta através
da soma das capacidades individuais.
Como quadro resumo das características de uma associação paralela de
geradores temos:

 o pólo positivo de um gerador deve ser ligado ao pólo positivo do outro gerador.
 o pólo negativo de um gerador deve ser ligado ao pólo negativo do outro gerador
 a força eletromotriz da associação é igual a força eletromotriz de um dos
geradores.
 a resistência interna total é menor que a menor das resistências internas
individuais.
 a capacidade de fornecer corrente é igual a soma das capacidades individuais.

6. CONCEITO MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA

Em princípio quando conectamos uma carga a um gerador, desejamos que toda a


energia fornecida pelo gerador fosse transformada em trabalho útil na carga,
porém na prática isso não é possível, pois existem as perdas internas do gerador
decorrente de sua resistência interna.

Perdas de Potência no Interior do gerador => Quando conectamos uma carga


ao gerador, este fornece uma corrente que circulará por sua resistência interna e
pela carga. A corrente que passa por sua resistência interna provoca uma
dissipação de potência em forma de calor e esta potência terá seu valor expresso
conforme fórmula a seguir:

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Este trabalho, energia dissipada sob forma de calor no interior do gerador não é
transferida para o exterior, caracterizando-se como PERDAS.

Potência desenvolvida na carga

A potência dissipada na carga é desenvolvida no exterior do gerador,


resultando em trabalho útil.

A mesma corrente que passa na resistência interna passará pela resistência de


carga, provocando nesta uma dissipação de potência.
As expressões utilizadas para determinar esta potência, assim como a corrente
elétrica estão deduzidas a seguir:

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Das equações acima podemos deduzir que a potência de carga depende em
grande parte da resistência de carga.

Potência Máxima Desenvolvida na Carga

A seguir veremos um exemplo onde poderemos observar onde se dá a máxima


transferência de potência do gerador para a carga. Esta potência na carga será a
máxima quando o produto P=I2 x R(W) for máximo. Vamos ao exemplo:
Dados um gerador de 12V com resistência interna de 100 Ω. Qual deve o valor
resistência da carga para a condição de máxima transferência de potência?

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Analisando a tabela podemos concluir que a medida que aumentávamos o valor
da resistência de carga , a potência na carga também aumentava, isto ocorre até
que o valor da resistência de carga se iguala a resistência interna do gerador , a
partir deste momento quando a resistência de carga se torna maior que a
resistência interna do gerador, a potência na carga começa a diminuir.

Portanto a máxima transferência de potência se dá quando a resistência de


carga é igual a resistência interna do gerador. Observa-se ainda que neste
momento a tensão na resistência de carga é a metade da tensão do gerador.

7. LEIS GERAIS DOS CIRCUITOS

7.1 LEI DE OHM GENERALIZADA

Esta lei já vista se aplicava apenas a resistores; recordando, se um resistor de


resistência R é percorrido por uma corrente de intensidade I no sentido de A para
B, então a (d.d.p) entre A e B vale:

Evidentemente alguns circuitos não são formados apenas por resistores. Alguns
circuitos podem ter no trecho citado acima entre A e B, além de resistores, um
gerador, um receptor, respectivamente com suas (F.E.M, E, r) e (F.C.E.M, E”, r”),
logo a expressão UA – UB = R x i , não pode ser aplicada .

Abaixo temos o exemplo de um circuito com estas características:

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Analisando o trecho A e B do circuito acima temos:

UA – UB = ( UA – UM ) + ( UM - UN ) + ( UN – UB ) donde tem – se :

UA – UB = (R x i ) + ( r x i - E ) + ( E” + r” x i ) donde tem – se :
Receptor
Gerador
Resistor
UN - UM = E – r x i
UM - UN = r x i – E

Reunindo os termos semelhantes temos:

UA – UB = ( R + r + r” ) x i + E” - E

Independente o número de resistores, geradores e receptores, ligados em série e


presentes entre os pontos entre A e B, esta lei pode ser aplicada e assim
enunciada:

A d.d.p entre dois pontos é dada pela soma dos produtos de todas as
resistências no trecho pela intensidade de corrente , mais a soma das
F.C.E.M dos receptores e menos a soma das F.E.M dos geradores no
trecho.

Os resistores como os receptores recebem energia elétrica do circuito, logo devem


ser subtraídos, eles contribuem para o aumento da d.d.p. Os geradores pelo
contrário, aliviam a tarefa de manter uma d.d.p elevada entre os terminais do
circuito para proporcionar passagem da corrente elétrica, e então suas F.E.M
devem ser subtraídas no cálculo da d.d.p.

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Veja os exemplos a seguir:

Seja o trecho AB, percorrido por correntes de intensidade: a) 8A b) 1A e c) 3A,


aplicando a lei de Ohm generalizada ao circuito, calcule as d.d.p

A soma das resistências no trecho vale:

R = 7Ω + 2 Ω + 1Ω = 10 Ω.
A F.E.M = 40V e F.C.E.M = 10V

a ) I = 8 A => UA – UB = 10 x 8 + 10 – 40 = 50 V
b ) I = 1 A => UA – UB = 10 x 1 + 10 – 40 = - 20 V
c ) I = 3 A => UA – UB = 10 x 3 + 10 – 40 = 0 V

Dos exemplos acima podemos concluir que:

 No caso A, para mantermos a corrente elétrica de 8A, é necessário que se gaste


energia, conseguindo fazer com que o potencial de A fique 50V acima do ponto B

 No caso B, ao contrário resulta numa d.d.p negativa, isto indica que no trecho AB,
está cedendo energia para o resto do circuito: uma carga positiva entrando em A
sai por B a um potencial 20 vezes maior, e a energia resultante é cedida ao resto
do circuito.

 No caso C, o trecho AB não troca energia com o resto do circuito, pois a d.d.p = 0
e uma carga sai por B ao mesmo potencial que entrou em A.

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EXERCÏCIOS DE FIXAÇÃO - Calcular a ddp entre os pontos, A e B nos casos de:


1) I=0,1A
2) I=0,5A
3) I=0,25A.

Convém agora estudarmos circuitos mais complexos, compostos de diversos


trechos como segue abaixo, ao qual denominamos de “ramo”.

Cada ramo do circuito entre os pontos A e B, está associado a uma d.d.p e a uma
corrente i . De um modo geral o problema consiste em determinar as correntes
nos ramos conhecendo as resistências dos resistores, as F.E.M dos geradores e
as F.C.E.M dos receptores .
Para enunciarmos as leis para estes circuitos é necessário introduzir duas ideias
geométricas acerca dos respectivos esquemas. São idéias de Nó e Malha.

Nó é o ponto onde se interseccionam três ou mais ramos do circuito:

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Se representarmos cada ramo do circuito, por um segmento “malha”, será toda
poligonal fechada formada por ramos do circuito:

No circuito da figura abaixo existem 2 Nós : ( N e R ) e 3 Malhas ( MNRS, NPQR,


MPQS ).

Em relação a um Nó as correntes elétricas podem dirigir para ele ou podem


afastar-se dele.

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Cada Malha do circuito deve ser orientada quanto ao sentido da corrente elétrica.
Escolhemos um sentido aleatório para percorrer toda a malha. As correntes nos
diversos ramos podem ter ou não o mesmo sentido da corrente escolhida para a
malha, ficando bem definido então que a corrente do ramo pode ter o mesmo
sentido da corrente da malha ou oposto e este.

EXERCÏCIOS DE FIXAÇÃO

Nas malhas MNRS e NPQR dizer quais as correntes concordes, discorde (com o
sentido das malhas). Dizer também a corrente que se dirige para o nó N e as que
dele se afastam.

MALHA Corrente Concorde Corrente Discorde


MNRS
NPQR
NÓ Corrente que Chega Corrente que sai
N
R

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7.2 LEIS DE KIRCHHOFF

Existem duas leis dos circuitos elétricos definidas por Kirchhoff, que simplificam
muito a resolução dos circuitos:

1ª Lei dos Nós

A SOMA DAS INTENSIDAÐES DAS CORRENTES QUE SE DIRIGEM PARA UM NÓ É IGUAL À


SOMA DAS INTENSIDADES DAS CORRENTES QUE DELE SE AFASTAM.

Aplicando o enunciado da lei a figura acima temos:

i1 + i3 = i2 + i4 + i5

2ª Lei das Malhas


A SOMA DOS PRODUTOS DAS RESISTÊNCIAS DE CADA RAMO PELAS RESPECTIVAS
INTENSIDADES DE CORRENTE (AFETADOS DE SINAL CONVENIENTE) E DAS F.E.M E F.C.E.M.
(AFETADAS DE SINAL CONVENIENTE) EM UMA MALHA É IGUAL A ZERO.

A convenção dos sinais pode ser resumida:

Têrmo R x i positivo: sentido de i = sentido da malha


negativo: sentido de i = oposto ao da malha

Têrmo E positivo: ao percorrer a malha, chega-se ao polo +


negativo: ao percorrer a malha, chega-se ao polo –

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Veja o exemplo abaixo:

MÉTODO DAS CORRENTES DE MALHA (ANÁLISE DE MALHAS)

O objetivo deste método é determinar as correntes de todos os ramos de um


circuito através das correntes de malha.

As correntes de malha são correntes consideradas nas malhas internas de um


circuito, ou seja, são as correntes que percorrem o perímetro de determinada
malha.

As correntes em cada ramo do circuito são determinadas então, pela soma das
correntes de malha que passam por este ramo.

Seja o seguinte circuito com as correntes dos ramos e correntes das malhas:

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As correntes dos ramos, em função das correntes das malhas são:

I1 = Im1

I2 = -Im1 + Im2

I3 = -Im2

I4 = Im1 – Im3

I5 = Im2 – Im3

I6 = Im3

Para a determinação das correntes das malhas, aplica-se a Lei das Tensões de
Kirchhoff para cada malha interna, cuja única corrente considerada é a corrente
da malha.

O número de equações (e o número de incógnitas = correntes de malha) é igual


ao número de malhas internas/correntes de malha. Através destas equações são
determinadas as correntes das malhas.

Uma maneira prática de se determinar as correntes de malha é montar as


equações em um sistema de matrizes e aplicar o método de Cramer para a sua
solução.

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A primeira matriz, das resistências, é uma matriz quadrada de n x n onde n é o


número de malhas internas do circuito. As matrizes das correntes de malha e das
tensões são matrizes 1 x n.

Exemplo: calcular todas as correntes e tensões dos resistores do circuito a seguir,


utilizando o Método das Correntes de Malha:

Resolução:

O primeiro passo é verificar o número de malhas internas: no exemplo são 3.

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A seguir marca-se as 3 correntes de malha, adotando-se qualquer sentido para
cada uma delas (horário ou anti-horário):

O próximo passo é montar o sistema de equações em forma de matrizes:

R11 = 60 + 50 + 30 = 140 Ω

R12 = 30 Ω

R13 = - 50 Ω

R21 = 30 Ω

R22 = 30 + 40 + 50 = 120 Ω

R23 = 0

R31 = - 50 Ω

R32 = 0

R33 = 50 + 60 = 110 Ω

Im1, Im2 e Im3 são as incógnitas.

V1 = 120 – 100 = 20 V

V2 = 120 – 80 = 40 V

V3 = -90 – 80 = -170 V

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Aplicando o método de Cramer:

Determinante da matriz das resistências: ΔR = 1.449.000

Determinadas as correntes das malhas Im1, Im2 e Im3 , o próximo passo é


determinar as correntes dos ramos:

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I1 = -Im1 = 0,613 A

I2 = -Im1-Im2 = 0,613 – 0,487 = 0,126 A

I3 = Im2 = 0,487 A

I4 = Im1-Im3 = -0,613 + 1,824 = 1,211 A

I5 = -Im2-Im3 = -0,487 + 1,824 = 1,337 A

I6 = -Im3 = 1,824 A

E a seguir as tensões nas resistências:

V1 = 60 x I1 = 60 x 0,613 = 36,8 V

V2 = 30 x I2 = 30 x 0,126 = 3,8 V

V3 = 40 x I3 = 40 x 0,487 = 19,5 V

V4 = 50 x I3 = 50 x 0,487 = 24,4 V

V5 = 50 x I4 = 50 x 1,211 = 60,6 V

V6 = 60 x I6 = 60 x 1,824 = 109,4 V

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MÉTODO DAS TENSÕES NOS NÓS (ANÁLISE NODAL)

Neste método, primeiramente identifica-se os nós conforme mostrado no circuito


abaixo. Neste exemplo são 4 nós .

Na segunda etapa escolhe-se um nó de referência (0) e numeram-se os demais


(1, 2 e 3).

Assim obtêm-se, neste exemplo, três tensões de nós: V1, V2 e V3 que tem o nó 0
como referência..

Para a determinação das tensões nos nós, aplica-se a Lei das Correntes de
Kirchhoff para cada um dos 3 nós 1, 2 e 3.

O número de equações (e o número de incógnitas = tensões dos nós) é igual ao


número de nós principais menos um.

Assim como na Análise de Malhas, uma maneira prática de se determinar as


tensões nos nós, é montar as equações em um sistema de matrizes e aplicar o
método de Cramer para a sua solução.

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A primeira matriz, das condutâncias, é uma matriz quadrada de n x n onde n é o


número de nós menos um. As matrizes das correntes de malha e das tensões são
matrizes 1 x n.

Exemplo: calcular todas as correntes e tensões dos resistores do circuito a seguir,


utilizando o Método das Tensões nos Nós:

Resolução:

São 3 nós neste circuito. Escolhe-se o nó de referência e numera-se os demais


nós conforme indicado no circuito.

Marcar as tensões dos nós V1 e V2 a partir do nó 0:

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O próximo passo é montar o sistema de equações em forma de matrizes:

V1 e V2 são as incógnitas.

Aplicando o método de Cramer:

Determinante da matriz das condutâncias: ΔG =0,005775

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Determinadas as tensões nos nós segue-se determinando as tensões e correntes


nos elementos do circuito aplicando-se a Lei de Ohm e as leis de Kirchhoff.

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EXERCÏCIOS DE FIXAÇÃO - Resolver os circuitos abaixo:

a)

b)

c)

No circuito abaixo, dadas as correntes e tensões indicadas, achar:

a) a corrente i no terceiro ramo;


b) a resistência R do resistor no segundo ramo;
c) a F.C.E.M do receptor do terceiro ramo.

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7.3 MÉTODO DA SUPERPOSIÇÃO

O método da superposição é utilizado somente quando existem mais de


um gerador de tensão e/ou corrente no circuito e quando ele é composto apenas
por bipolos lineares (resistências, geradores de tensão e geradores de corrente).
Este método está baseado no teorema da superposição de efeitos.

Teorema da Superposição de Efeitos - o efeito causado por vários geradores


num determinado ramo ou bipolo de um circuito é igual à soma algébrica dos
efeitos causados por cada gerador individualmente, quando eliminados os efeitos
dos demais.
Para se eliminar o efeito (tensão ou corrente) que os geradores causam num
bipolo, eles devem ser curto-circuitados (geradores de tensão) ou
permanecerem em aberto (geradores de corrente).
Embora a análise do circuito seja simples por envolver apenas um gerador
de cada vez, ela é trabalhosa por ter que ser repetida várias vezes (igual ao
número de geradores envolvidos).
Tomaremos como exemplo o circuito abaixo sobre o qual aplicaremos
primeiramente o método de Kirchhoff, previamente abordado, e posteriormente
aplicaremos o método da superposição. De posse dos resultados discorreremos
sobre os mesmos fazendo uma analogia entre os dois métodos aplicados.
Relembrando, o método de Kirchhoff trabalha com equações matemáticas
estruturadas. Por ser um método matemático, ele torna possível o uso da
computação para a resolução de circuitos elétricos. Este método envolve duas
regras baseadas nas Leis de Kirchhoff.

Regras para o Método de Análise por Kirchhoff

1ª) Adota-se um sentido arbitrário para as correntes nos diversos ramos


do circuito e orientam-se as tensões nos bípolos, conforme as suas naturezas
(geradores ou receptores);

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2ª) Aplica-se a Primeira Lei de Kirchhoff aos nós e a Segunda Lei de
Kirchhoff às malhas internas do circuito.

Da aplicação dessas regras, chega-se ao sistema de equações que determinará o


valor das incógnitas (tensões e correntes).

OBSERVAÇÕES:

• A solução de um sistema de equações só é possível quando o número


de equações é, no mínimo, igual ao número de incógnitas.
• Nos circuitos elétricos, o total de equações tiradas dos nós e das malhas
é sempre maior que o número de incógnitas, portanto, devem ser
utilizadas todas as equações das malhas internas e as equações dos nós
necessárias para completar o sistema.

Sobre o Sentido das Correntes:

• Como o sentido das correntes é escolhido arbitrariamente, um resultado


negativo de corrente significa que o sentido adotado inicialmente
estava invertido, devendo-se corrigir no circuito o sentido das tensões afetadas.

Exemplo: Determinar todas as tensões e correntes do circuito a seguir pelo


método de Kirchhoff e posteriormente determinar as correntes I1,I2 e I3 pelo
método da Superposição.

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7.4 MÉTODO DA REDUÇÃO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS

O objetivo deste método é reduzir o circuito em resistências equivalentes,


aplicando o conceito de associação até que seja possível calcular a tensão ou
corrente fornecida pela fonte. Este método é empregado quando o circuito possui
apenas uma fonte.

O exemplo a seguir é explicado passo a passo para o entendimento deste


método.

O objetivo é calcular as correntes e tensões de todos os componentes do circuito.

Circuito 1

1ª redução: associação em paralelo dos resistores de 20Ω e 80Ω: Req1= 16Ω


Circuito2

2ª redução: associação em série dos resistores de 16Ω e 34Ω: Req2= 50Ω


Circuito3

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3ª redução: associação em paralelo dos dois resistores de 50 Ω: Req3= 25 Ω
Circuito 4

Até esta redução já é possível calcular I1, V2 e V3:

I1=__V1__ =1A
(75+25)

V2 = 75 x 1 = 75 V e V3 = 25 x 1 = 25 V

Uma sugestão é utilizar a Lei das Tensões de Kirchhoff para verificar estes
valores: V1=V2+V3.

O próximo passo é retornar ao V4 = 34 x I3 = 34 x 0,5 = 17 V

. Como V3 já é conhecido, é possível encontrar I2 e I3:

Utilizando a Lei das Correntes de Kirchhoff para verificar estes valores: I1=I2+I3.

Com estes valores conhecidos, voltamos ao Circuito 2 e calculamos V4 e V5 :

V4 = 34 x I3 = 34 x 0,5 = 17 V e V5 = 16 x I3 = 16 x 0,5 = 8 V

Utilizando a Lei das Tensões de Kirchhoff para verificar estes valores: V3=V4+V5.

E para concluir, voltamos ao circuito original Circuito 1 para calcular I4 e I5 :

Utilizando a Lei das Correntes de Kirchhoff para verificar estes valores: I3=I4+I5.

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7.5 MÉTODO DE THEVENIN

O método de Thevenin é utilizado quando se deseja conhecer a tensão e


a corrente num determinado bipolo do circuito, sem a necessidade de calcular
as tensões e correntes nos demais bípolos, conforme segue:

Teorema de Thevenin - Num circuito formado apenas por bípolos lineares, todos
os resistores e geradores que envolvem um determinado bipolo, podem ser
substituídos por um gerador de tensão denominado gerador equivalente de
Thevenin, composto por ETh e RTh onde:

RTh => Resistência Equivalente de Thevenin: é a resistência equivalente


vista pelo bipolo de interesse, curto circuitando-se todos os geradores de
tensão e abrindo-se todos os geradores de corrente.

ETh => Tensão Equivalente de Thevenin: é a tensão em aberto (em vazio)


entre os pontos onde se localiza o bipolo de interesse, devido a todos os demais
bípolos do circuito.

Como se vê, o circuito elétrico resultante resume-se a um gerador de tensão


alimentando o bipolo de interesse, facilitando o cálculo de sua tensão e corrente.

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Vamos aplicar o método de Thevenin para determinarmos a tensão e a corrente
no resistor R3 para o circuito a seguir:

7.6 MÉTODO DE NORTON

Este método é bastante similar ao de Thevenin e também é utilizado


quando se deseja conhecer a tensão e a corrente num determinado bipolo do
circuito, sem a necessidade de calcular as tensões e correntes nos demais
bípolos.

Teorema de Norton - num circuito formado apenas por bípolos lineares, todos os
resistores e geradores que envolvem um determinado bipolo, podem ser
substituídos por
um gerador de corrente denominado gerador equivalente de Norton,
composto por IN e RN, onde:

RN => Resistência Equivalente de Norton: é a resistência equivalente vista


pelo bipolo de interesse, curto circuitando-se todos os geradores de tensão e
abrindo-se todos os geradores de corrente.
IN => Corrente Equivalente de Norton: é a corrente de curto-circuito entre
os pontos onde se localiza o bipolo de interesse, devido a todos os demais
bípolos do circuito.

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Os geradores de Norton e Thevenin são equivalentes entre si, portanto valem as


seguintes relações:

Exercício: Através do método de Norton determinar a tensão e a corrente no


resistor R4.

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