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Cantigas de escárnio e maldizer

As cantigas de escárnio e maldizer constituem um gênero de poesia da Idade Média. Fazem


parte do período literário chamado Trovadorismo, que em Portugal encontrou expressão entre os
anos de 1189 (ou 1198?) e 1350. Foram escritas, assim como todos os textos populares da época,
em galego-português.

A principal característica dessas cantigas é a crítica ou sátira dirigida a uma pessoa real, que era
alguém próximo ou do mesmo círculo social do trovador. Apresentam grande interesse histórico,
pois são verdadeiros relatos dos costumes e vícios, principalmente da corte, mas também dos
próprios jograis e menestréis.

*Obs. É importante lembrar que as cantigas de Escárnio e de Maldizer são classificadas como
cantigas Satíricas, ou seja, ambas são cantigas que servem para ridicularizar, ou falar mal, de
alguém, porém, há uma diferença entre elas, a cantiga de escárnio não fazia referências
diretas a alguém, enquanto que as de Maldizer faziam.

Cantiga de maldizer antiga


Ai dona fea! Foste-vos queixar

Que vos nunca louv'en meu trobar

Mais ora quero fazer un cantar

En que vos loarei toda via;

E vedes como vos quero loar:

Dona fea, velha e sandia!

Ai dona fea! Se Deus mi pardon!

E pois havedes tan gran coraçon

Que vos eu loe en esta razon,

Vos quero já loar toda via;

E vedes qual será a loaçon:

Dona fea, velha e sandia!


Dona fea, nunca vos eu loei

En meu trobar, pero muito trobei;

Mais ora já en bom cantar farei

En que vos loarei toda via;

E direi-vos como vos loarei:

Dona fea, velha e sandia!

Autor: João Garcia de Guilhade

Informações do autor:
João Garcia de Guilhade foi um trovador português, nascido em Milhazes, concelho de
Barcelos. Desenvolveu a sua arte poética em meados do século XIII.

Apesar de ser reconhecida a sua capacidade e mestria poética, muita da sua produção
tem um carácter brejeiro. É autor de poemas mordazes e célebres, como «Ai Dona fea,
fostes-vos queixar», e coube-lhe introduzir o tema dos «olhos verdes» na lírica
portuguesa, com «Amigos, non poss'eu negar».

As Inquisições de Afonso III assinalam-no em Viatodos. Frequentou sem dúvida a Casa


dos Correias na freguesia vizinha de Monte de Fralães, como aliás aceita Costa Lopes, o
seu mais autorizado biógrafo.

Cantiga de maldizer atual


Te encontrei
Toda remelenta e estronchada num bar,
entregue às bebida
Te cortei os cabelos do suvaco e as unhas do pé
Te chamei de querida
Te ensinei
Todos os auto-reverse da vida
E o movimento de translação que faz a Terra girar
Te falei
Que era importante competir
Mas te mato de pancada se você não ganhar!
Você foi
Agora a coisa mais importante
que já me aconteceu neste momento
Em toda a minha vida
Um paradoxo do pretérito imperfeito
Complexo com a Teoria da Relatividade
Num momento crucial
Um sábio soube saber que o sabiá sabia assobiar
E quem amafagafar os mafagafinhos
Bom amafagafigador será
Te falei
Que o pediatra é o doutor responsável pela saúde dos pé
O 'zoísta' cuida dos zóios e o oculista
Deus me livre, nunca vão mexer no meu!
Pois pra mim
Você é uma besta mitológica
com cabelo pixaim parecida com a Medusa
Eu disse isso
Pra rimar com a soma dos quadrados dos catetos
Que é igual à porra da hipotenusa
Você foi
Agora a coisa mais importante
que já me aconteceu neste momento
Até hoje em toda a minha vida
Um paradoxo do pretérito imperfeito
Complexo com a Teoria da Relatividade
Num momento crucial
Um sábio soube saber que o sabiá sabia assobiar
E quem amafagafar os mafagafinhos,
bom amafagafigador será
Eu fundei
A Associação Internacional
de Proteção às Borboletas do Afeganistão
Te provei por B mais C
Que as meninas dos teus zóio
não tem menstruação
Dar um prato de trigo pra dois tigres
E ver os bichos brigando é legal que só (miauuu...)
Pois nos 'tira e põe, deixa ficar' da vida
Serei sempre seu escravo-de-Jó
vamos para o fim!
Logo agora que você estava quase
entendendo o que eu estou falando (falando)
A canção está acabando e o Creuzebeck
está abaixando ali o volume (volume)
E você não entende nada mesmo porque quando
você estiver em sua casa nesse
momento a música vai tá baixinha (baixinha)
E você não vai entender nada mesmo
porque não sei por que eu tô falando
esse monte de besteira aqui já que estou...
Porra! Vamo parar com esse papo chato,
rapaz! (vamo lá)
Eu já não estou agüentando mais,
está doendo minha garganta
Eu tenho que fazer ali um gargarejo com vinagre,
soltei um peido aqui dentro (caralho!)
Está fedido o ambiente, meus dedos estão dormentes
Pelo amor de Deus, parem com esta porra!

Autor: Mamonas Assassinas


Informações sobre o autor
Mamonas Assassinas foi uma banda brasileira de rock cômico. O som era uma
mistura de punk rock com influências de gêneros populares, tais como forró, sertanejo,
além de heavy metal, rock progressivo, pagode e música portuguesa. A carreira da
banda, com o nome de Mamonas Assassinas, durou de Julho de 1995 até 2 de março
de 1996 (7 meses) e não só a morte de seus integrantes, como também o sucesso
destes, foi meteórico e estrondoso. Com um único álbum de estúdio, Mamonas
Assassinas, lançado em junho de 1995, o grupo acarretou a venda de mais de 3
milhões de cópias no Brasil, sendo certificado com Disco de Diamante em 1995,
comprovado pela ABPD. Álbum este, que com letras bem-humoradas, como "Pelados
em Santos", "Robocop Gay", "Vira-Vira", "1406" e "Mundo Animal", os levou ao
sucesso estrondoso. Porém, no auge de suas carreiras, os integrantes da banda foram
vítimas de um acidente aéreo fatal.

Referências bibliográficas e fontes de


pesquisa:
*Wikipedia

*Letras de Músicas-Letras.mus.br

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