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Fluxo da informação genética

As proteínas são polímeros longos de aminoácidos e constituem as biomoléculas mais


abundantes da célula, perdendo em quantidade apenas para a água.

Possuem funções diversas e muito importantes para o organismo, como veremos na próxima
aula. Vamos, então, entender como são formadas e de onde vem a informação para sua
construção.

Ao conjunto de proteínas de uma dada célula damos o nome de proteoma, em analogia ao


genoma, que é o conjunto de genes do organismo.

A informação genética dos organismos é fornecida pelos ácidos nucleicos, que são polímeros
de nucleotídeos. De forma bem sucinta, vamos mostrar como ocorre esse fluxo no organismo
humano.

A informação genética encontra-se no DNA e é transcrita para o RNAm, que leva a


informação do núcleo para os ribossomas, que se encontram no reticulo endoplasmático
rugoso, localizado no citoplasma da célula.

Com a ajuda dos RNAs transportadores, que carregam os aminoácidos específicos a serem
adicionados à proteína em construção, a informação genética vai sendo traduzida* na
forma de proteína.

A sequência de aminoácidos em um peptídeo ou proteína é predeterminado pela informação


contida no DNA, transcrita para o RNAm e por último traduzida nas proteínas.

*Utilizamos o termo tradução porque a linguagem dos ácidos nucleicos são os nucleotídeos (seus monômeros) e a linguagem
das proteínas são os aminoácidos.

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Figura 9

Existe o chamado código genético, onde podemos entender qual a sequência do RNA será
traduzida para qual aminoácido.

No DNA, e consequentemente no RNAm, temos os chamados códons; um códon é uma sequência


de três nucleotídeos, e esses três nucleotídeos corresponderão especificamente a um único
aminoácido.

Esse código pode ser observado na Figura 10. Todos os códons para os vinte aminoácidos aparecem
na Tabela 3. Observamos que alguns aminoácidos possuem mais de um códon, por isso dizemos
que o código genético é degenerado.

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Tabela 3

Esse último fato ocorre para que haja menor probabilidade de erros na geração das
proteínas. Qualquer erro no DNA ou RNAm, levará a alterações na sequência de aminoácidos
e, portanto, na proteína que será gerada.

Existem várias doenças genéticas que se originam de erros na sequência de DNA, levando a
alterações proteicas nos indivíduos.

Algumas pessoas possuem uma doença genética chamada anemia falciforme. Nessas pessoas,
há um defeito na sequência do gene da hemoglobina, que é a proteína responsável pelo
transporte de oxigênio e dióxido de carbono no sangue.

Essa mutação genética compromete sua estrutura e, consequentemente, sua função. A


hemoglobina não consegue transportar adequadamente o oxigênio e as hemácias ficam na
forma de foice, daí o nome falciforme.

Essa alteração consiste em um único nucleotídeo modificado no DNA, que leva a uma
mensagem errada no RNAm e a uma leitura incorreta para a síntese da proteína, alterando a
sequência de aminoácidos.

Observamos que a alteração em um único aminoácido pode alterar toda a estrutura proteica
e, consequentemente, sua função. Discutiremos mais sobre isso na aula 3.

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Figura 10

Na anemia falciforme, a hemoglobina sofre mutação: na estrutura beta – folha. Um


nucleotídeo T do DNA é substituído pela adenina, há uma alteração no códon e, portanto,
uma leitura errada na sequência da proteína. O aminoácido Glutamato – Glu é substituído
pela Valina – Val, alterando a estrutura e a função da proteína.

Figura 10

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Na Figura 11, observamos que a medida que a sequência de nucleotídeos é lida, os aminoácidos
são sequencialmente adicionados e é necessário que seja formada uma ligação forte entre eles,
que é a chamada ligação peptídica, para que a estrutura da proteína fique estável.

Figura 11

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