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Administração Estratégica

Por Wagner Herrera

22/05/2007

Enquanto ciência, a administração estuda as necessidades sócio-técnicas da


organização, seu conjunto de diretrizes, cultura, processos, recursos e capital,
possibilitando a realização de seu negócio de forma estruturada, integrada e
consolidada.

Na concepção sistêmica, a administração é entendida como um mecanismo estruturador


e articulador de processos e recursos empresariais para a consecução dos resultados
almejados: geração de bens, lucro e promoção do bem-estar social.

A administração convencional enfoca o presente pela análise dos indicadores de


desempenho e resultados dos processos responsáveis pela atual vantagem competitiva,
enfim pela sustentação da organização, enquanto que a estratégica visa a vantagem
competitiva futura para melhor posicionamente frente à concorrência, pelo
desenvolvimento de competências de vanguarda.

Esses conceitos foram registrados no artigo “Administração – Evolução e Conceitos”


neste sítio. Hoje daremos mais um passo no sentido de conceituarmos uma disciplina,
um ramo do extenso corpo do conhecimento da Administração – A Administração
Estratégica.

Definições:
“Administração estratégica é um conjunto de orientações, decisões e ações estratégicas
que determinam o desempenho superior de uma empresa longo prazo”, a saber:
• Análise profunda dos ambientes internos e externos.
• Formulação da estratégia (planej. estrateg. a longo prazo)
• Implementação da estratégia.
• Avaliação e controle.
Também é uma administração que, de forma estruturada, sistêmica ou intuitiva,
consolida um conjunto de princípios normas e funções para alavancar harmonicamente
o processo de planejamento da situação futura desejada da empresa como um todo e seu
posterior controle dos fatores ambientais, bem como a organização e direção dos
recursos empresariais de forma otimizada com a realidade ambiental e com a
maximização das relações pessoais.

Resumidamente poderíamos conceituá-la com sendo a administração voltada a


fortalecer as competências da organização com vistas a obtenção da vantagem
competitiva ante à concorrência. Mas isto é muito pouco para vislumbrarmos todo o
escopo nela contida. Então, começamos por fatorar o ambiente empresarial em suas
duas grandes dimensões: a externa e a interna à empresa.

No cenário externo estão os atores com os quais a organização se relaciona e outros,


ainda, que a influenciam indiretamente: clientes, concorrentes, fornecedores, os agentes
de governança (stakeholders), a sociedade, tecnologias, elementos conjunturais
(economia, politica, meio-ambiente...), etc., enfim, eventos e processos sobre os quais a
empresa não tem governança, mas que necessita conhecer o como, o por que e o quando
dos acontecimentos que provocam ameaças ou possibilitam oportunidades para
organização. Para maior compreensão, vide artigo “Inteligência Competitiva” neste
sitio.

Neste ambiente, a organização só pode valer-se da inteligência nas inúmeras


perspectivas: a inteligência do cliente, a inteligência do concorrente e a inteligência de
mercado, pois como num jogo de xadrez, vence que consegue perceber antecipadamente
os movimentos do oponente e aplica táticas eficazes de ataque.

Na dimensão interna temos a inteligência organizacional – o conhecimento que a


organização tem de si mesmo - suas forças e fraquezas e neste sentido consegue
implementar programas de aprendizagem e desenvolvimento de seu capital humano,
posto que se traduz, nesta era do conhecimento, como o ativo de maior relevância
(embora seja um passivo!).

A administração estratégica se ocupa com o futuro da organização, assumindo uma


filosofia da adaptação, buscando como resultado a efetividade por meio da inovação ou
diversificação visando o desenvolvimento sustentado com atitudes pró-ativas (auto-
estimulação...) com posturas de crescimento (conjuntura de oportunidades x fraquezas)
ou de desenvolvimento (conjuntura de oportunidades x forças).

Seu grande foco é a estruturação da organização com o objetivo de instalar as condições


exigidas no esforço de um planejamento estratégico que promoverá a organização à
níveis de maior competitividade e conseqüente vantagem no mercado de inserção.
Começando com as premissas básicas (negócio, missão, visão, objetivos permanentes),
diretrizes, políticas, análise do ambiente externo (oportunidades, fraquezas,
concorrência...), do ambiente interno (forças, fraquezas), enfim todas as variáveis
relevantes para a formulação do plano estratégico.

A elaboração do projeto reveste-se importância capital, pois uma parcela significativa


na realização de planos estratégicos redunda em fracasso por projetos desestruturados.
Atualmente, a metodologia do PMI (Project Management Institute) é tida como a de
maior eficácia no desenvolvimento de projetos e o BSC (Balanced Scorecard) se
apresenta como a ferramenta mais utilizada na orientação e implementação do
planejamento.

O administrador estratégico é o responsável por criar um clima organizacional propício


para a implementação do plano a partir do envolvimento da alta-administração e
lideranças intermediárias, criando sincronia, sintonia e sinergia em todos os envolvidos
no processo, o que somente ocorrerá com a clara comunicação dos benefícios
almejados, uma vez que empreitadas de longo prazo tendem a perder foco e força com o
passar do tempo.

A escalada dos objetivos ensejados exige monitoramento constante e conseqüente


correção e reorientação do plano (orientações emergentes), esta etapa de controle – o
PDCA (plan-do-check-act) é parte integrante e importante em qualquer esforço de
planejamento.

Wagner Herrera é consultor com formação em Ciência da Computação e Engenharia de


Produção pela Universidade Mackenzie e graduando em Administração Estratégica
(lato sensu) na Faculdade Camões (CEDAEM) - Curitiba – PR; e cursos na área de
Planejamento Organizacional. - wagherrera@yahoo.com.br.O Autor tem os cursos de
'Indicadores na Gestão' e 'Balanced Scorecard' para aprendizagem on-line no site
www.buzzero.com

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