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UNIDADE 2

Determinantes Sociais
de Saúde

População em Situação de Rua

A vida na rua pode ser causa e consequência de problemas de saúde.


Por exemplo, um indivíduo pode precisar se mudar de cidade em busca de
cuidados médicos em centros maiores e acabar morando na rua por não ter
condições financeiras para se hospedar. Ou ainda pode ir morar na rua devido
a algum problema de saúde mental. No entanto, quando o problema de saúde não
é a causa da vida na rua, ele é uma consequência quase certa [1].
Diversos são os fatores proximais que aumentam o risco de saúde das pessoas
em situação de rua. Entre os principais fatores estão:
Diversos são os fatores proximais que aumentam o risco de saúde das pessoas
em situação de rua. Entre os principais fatores estão:
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Determinantes Sociais
de Saúde

População em Situação de Rua

Quadro 1. Fatores proximais que aumentam o risco de saúde das pessoas em


situação de rua:

FATORES RISCO
Nessa Unidade focamos no segundo grupo, de Comunicação Interpessoal,
por ser o mais relacionado com os demais módulos e propostas desse
Violência curso. No entanto, todos Maior
os quatro tipos
vulnerabilidade são igualmente
a agressões físicas e morais importantes no
contexto da saúde.
Alimentação incerta e baixas Frequência variável de refeições, restos de alimentos, sem acesso adequado à higiene
condições de higiene das mãos

Água de baixa qualidade e


Uso de bicas, chafariz ou torneiras públicas para consumo de água
pouco disponível

Privação de sono O Risco de violência e o desconforto dificultam o sono nas ruas

Privação de afeição Medo, nojo e indiferença são sentimentos comumente vivenciados

Variações climáticas Chuvas, bem como frio ou calor excessivos causam danos à saúde e até morte

Em regiões onde não há Equipe de Consultório de Rua, o acesso à saúde pode ser dificultado
Cobertura limitada pela ESF pela falta de endereço fixo

A maioria depende de trabalhos informais, como recolher papel ou guardar carros,


Falta de tempo para buscar atendimento para sobreviver

Vergonha Muitos têm vergonha de suas condições de moradia e higiene

Dificuldade para anamnese e semiologia Tempos de duração dos sinais e sintomas podem ser a maior dificuldade

Autocuidado Habitualmente muito prejudicado, não percebem sintomas e nem tempos de doença

Comumente não há acompanhante, pode haver um descuido por parte do serviço, cuidados
Internação e alta em serviços de saúde médicos pós-alta podem ser mais difíceis

Uma rotina que dependa de horários e relógio é difícil de ser seguida, medicamentos e
Adesão ao tratamento e acompanhamento prescrições são roubados com frequência
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População em Situação de Rua

Problemas Clínicos Comuns


Ao cuidar das pessoas em situações de rua, os problemas que mais comumente
esperamos encontrar, derivados dos determinantes já mencionados, são [1]:

Problemas nos pés (ex.: varicosidades, micoses, celulites, erisipelas);


Infestações (ex.: escabiose, pediculose);
Tuberculose;
Infecções sexualmente transmissíveis (ex: HIV, sífilis, condiloma);
Gravidez de alto risco;
Doenças crônicas (Ex: Hipertensão Arterial ou Diabetes Mellitus);
Uso de álcool e drogas;
Problemas de Saúde Bucal.

O papel da ESF
O vínculo e a atenção de uma equipe de saúde aumentam a chance de o indivíduo
em situação de rua re-encontrar sua autonomia e acabar deixando as ruas.
O principal, para tanto, é treinar o olhar para enxergar nos indivíduos nas ruas
pessoas portadoras dos direitos de um cidadão brasileiro, como de fato eles são. [1]

Referência:

[1] Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual
sobre o cuidado à saúde junto à população em situação de rua. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2012.
Disponível em:

http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_cuidado_populalcao_rua.pdf

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