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Jornal Evangélico Luterano | Ano 47 | Novembro 2017 | no 811

Livro de Canto da IECLB


Soli Deo Gloria
Ser para a glória de Deus!
A complexidade e a beleza da música são
expressão de louvor a Deus, o autor da música,
que nos deu a voz, a arte e a criatividade

Dar e receber Lutero - Reforma: Fé, gratidão e


feedback... 500 anos compromisso
ou ‘Não me importa Confiança nesse A contribuição
o que pensam!’? Deus, de amor e vida nossa de cada dia
Gestão Ministerial Unidade Gratidão
Jorev Luterano - Novembro 2017
2 REDAÇÃO
CAPA
Livro de Canto da IECLB ‘Soli Deo Gloria’, expressão que consta
na capa do ‘Livro de Canto da IECLB’,
representa o cerne confessional da
Jornal Evangélico Luterano | Ano 47 | Novembro 2017 | no 811

Livro de Canto da IECLB


Soli Deo Gloria

Soli Deo Gloria música luterana e, portanto, do ‘Livro


de Canto’ e da sua intenção: ‘ser para a
Glória de Deus’. Este era o princípio do
Ser para a glória de Deus!
A complexidade e a beleza da música são
expressão de louvor a Deus, o autor da música,
que nos deu a voz, a arte e a criatividade

uso que Lutero fez da música!

“A Visão da IECLB, ser re-


conhecida como Igreja de Co- SUMÁRIO
munidades atrativas, inclusi- 2 REDAÇÃO
Dar e receber Lutero - Reforma: Fé, gratidão e
feedback... 500 anos compromisso
ou ‘Não me importa Confiança nesse A contribuição
o que pensam!’? Deus, de amor e vida nossa de cada dia

CARTA À COMUNIDADE
vas e missionárias, que atuam
Gestão Ministerial Unidade Gratidão

EXPLICAÇÃO DA CAPA
em fidelidade ao Evangelho EXPEDIENTE
de Jesus Cristo, destacando-
3 ENFOQUE
se pelo testemunho do amor JUBILEU DA REFORMA
de Deus, pelo serviço em fa- CHARGE
OFERTAS NACIONAIS
vor da dignidade humana e INDICADORES ECONÔMICOS
pelo respeito à Criação, nos dá
as pistas para desenvolver a 4 PALAVRA
GESTÃO MINISTERIAL
esperança: são o testemunho COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS
reiterado do amor de Deus, o TEMA DO ANO
serviço abnegado em favor 5 PRESIDÊNCIA
da dignidade humana e o PALAVRA DA PRESIDÊNCIA
respeito irrestrito pela Criação RETROSPECTIVA
AGENDA
que nos transformam em Co-
munidades atrativas, inclusivas 6 FORMAÇÃO
EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
e missionárias”, lembra o Do- PROPOSTA METODOLÓGICA
cumento Estações do Jubileu FACULDADES EST
- Estação de Novembro/2017: 7 DIVERSIDADE
Esperança, emitido pela Presidência da IECLB. SEXUALIDADE
O Documento destaca que não podemos esperar pela adesão ime- PRONUNCIAMENTO
diata da maioria. É preciso semear continuamente pequenas ações que 8-9 UNIDADE
transformam e regar as iniciativas que agregam e não excluem pesso- LUTERO - REFORMA: 500 ANOS
as, incentivando cada gesto que leva a Comunidade a transpor as suas 10 FÉ LUTERANA
fronteiras, de maneira a cumprir a Missão que Deus confiou à IECLB, a FAÇAMOS O BEM E NÃO O MAL
saber: propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivên- 11 PERSPECTIVA
cia pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o A COMUNIDADE E OS SEUS ESPAÇOS TERAPÊUTICOS
amor na sociedade brasileira e no mundo. VAMOS ROMPER COM O INDIVIDUALISMO!
“Façamos a nossa determinação nadar contra a corrente do pessimis- 12 MISSÃO
mo e da indiferença. É para uma viva esperança que somos chamados PLANO DE AÇÃO MISSIONÁRIA DA IECLB
e chamadas, graças à grande misericórdia de Deus (1Pedro 1.3)”, frisa a PROJETOS MISSIONÁRIOS
PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO
Presidência da IECLB. CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
Justamente nesta viva esperança, com muita gratidão a Deus, em ano
13 GRATIDÃO
de Tema Alegres, jubilai! Igreja sempre em Refoma: agora são outros 500, FÉ, GRATIDÃO E COMPROMISSO
e em pleno fervilhar de celebrações referentes ao Jubileu da Reforma, SAÚDE
a IECLB recebe o seu Livro de Canto e o álbum duplo Música Luterana -
14 GESTÃO
500 anos, obras que marcam a importância da Música no movimento da GESTÃO ADMINISTRATIVA
Reforma até os dias atuais, também para a IECLB. DOCUMENTOS NORMATIVOS
GUIA PARA O PRESBITÉRIO
Soli Deo Gloria, expressão que consta na capa do Livro de Canto da
IECLB, que alcançou a surpreendente marca de 40 mil exemplares na 15 SÍNODOS
campanha de pré-venda, representa o cerne confessional da música lu- ALEGRES, JUBILAI!
terana e, portanto, do Livro de Canto e da sua intenção: ser para a Glória 16 MÚSICA
de Deus. Este era o princípio do uso que Lutero fez da música! LIVRO DE CANTO E ÁLBUM MÚSICA LUTERANA

O coração não pode ficar voltado para si mesmo.


Precisa manifestar gratidão e amor. Martim Lutero
EXPEDIENTE
Pastor Presidente P. Dr. Nestor Friedrich Assinatura anual - 11 edições - R$ 38,00
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Jorev Luterano - Novembro 2017
ENFOQUE 3
Jubileu da Reforma
Dando seguimento ao projeto das Estações do Jubileu da Re-
forma, a Presidência da IECLB convida para, neste mês de no-
vembro de 2017, refletirmos sobre a nossa esperança nesses
que são, agora, outros 500. Como Igreja que carrega marcas
da Reforma, a nossa herança e o nosso jeito de ser Igreja nos Reforma Cristo envia
encorajam a olhar para o futuro com esperança e confiança.

A Igreja que queremos ser está defi- da maioria em relação aos assuntos da
o Espírito Santo
nida: queremos ser reconhecida como
Igreja de Comunidades atrativas, inclusi-
Comunidade, pelo ‘tanto faz’, porque a
corrupção corre solta no Brasil, pela su- ao meu coração,
vas e missionárias, que atuam em fideli-
dade ao Evangelho de Jesus Cristo, des-
perficialidade das relações reduzidas a
‘curtidas’ nas redes sociais. o qual me dá alegria
tacando-se pelo testemunho do amor de Não há modelos prontos: cada Co-
Deus, pelo serviço em favor da dignidade munidade precisa descobrir, à luz do para fazer o bem.
humana e pelo respeito à Criação. Volto Evangelho, na realidade em que está
sempre de novo a esta questão, porque inserida, como dinamizar o seu teste- Martim Lutero
ela é de extrema importância. Não se munho para dentro e para fora. O com-
trata de uma formulação contida em um promisso que todas têm, no entanto, é o
documento perdido em uma gaveta. Ela de compartilhar com as demais Comu-
é fruto de muita discussão, foi sanciona- nidades as suas experiências de teste-
da pelo Concílio e integra o Plano de munho. Entendo que a organização da
Ação Missionária da IECLB (PAMI). IECLB dá espaço para isto: reuniões de
É com esperança que podemos olhar Conselhos Paroquiais e Assembleias Si-
para o futuro. A nossa confessionalida- nodais deveriam ser redescobertas co-
de e os nossos valores nos dão razão de mo espaço para a troca de experiências
OFERTAS NACIONAIS
sobra para isso. De quais recursos adi- missionárias. Isto vale também para o
cionais precisamos? Menciono como Concílio da Igreja. Explorem mais estes
fundamental a determinação de nadar espaços da estrutura e usem melhor o 12 DE NOVEMBRO
contra a corrente do pessimismo, do de- espaço reservado para cada Comunida- 23o Domingo após Pentecostes
sânimo e da indiferença. Os tempos em de e cada Paróquia no Portal Luteranos! Programa de Acompanhamento
que vivemos nos induzem à desespe- a Estudantes de Teologia
rança: queremos fazer a diferença, mas Trechos do documento emitido pela A formação teológica é um dos bens
nos sentimos tolhidos pelo desinteresse Presidência da IECLB da IECLB, por isso necessita de cuidado
e acompanhamento.
Para melhor cumprir esta tarefa, a
Igreja criou o Programa de Acompanha-
mento a Estudantes de Teologia. Este
Programa prevê a realização de diversas
atividades.
Entre as atividades desenvolvidas
pelo Programa de Acompanhamento a
Estudantes de Teologia, estão os Reti-
ros com Estudantes de Teologia dos três
Centros Formação conveniados com a
IECLB.
Nestes Retiros, estudantes têm a pos-
sibilidade de conviver e estabelecer
vínculos, bem como refletir sobre temas
importantes para a Igreja.
Outra atividade do Programa é a ofer-
ta de orientação para o desenvolvimen-
to pessoal.
Nesta ação, por meio da assessoria de
uma profissional da área da Psicologia,
cada estudante é desafiado, desafia-
da a refletir sobre as suas condições
pessoais para a sua atuação futura na
IECLB, como Ministro Ordenado ou Mi-
nistra Ordenada.
Também merece destaque a ativi-
dade da Mentoria Espiritual, que con-
siste no acompanhamento de estudan-
tes, por um Ministro ou uma Ministra da
Igreja.
UPM Outubro/2017 4,3530
Dessa forma, as Comunidades da
Igreja apoiam e zelam pela formação
INDICADORES teológica dos seus futuros Ministros e
Índice Setembro/2017 0,16 %
FINANCEIROS das suas futuras Ministras.
Acumulado 2017 1,78 %

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Jorev Luterano - Novembro 2017
4 PALAVRA

GESTÃO MINISTERIAL COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS

Feedback ou... Não me A importância da Homilética


importa o que pensam!‘ Cat. Dra. Haidi Drebes | Secretária da Habilitação ao Ministério
P. Dr. Mauro Souza | Secretário da Ação Comunitária
P. Dr. Victor Linn | Pastor, Psicanalista e Coach
Homilética é a parte da Teolo- mentos precisam estar em diálo-
Quando uma pessoa diz ‘Não me importa o que gia encarregada de refletir sobre go constante.
pensam’, é provável que esteja se enganando. Esta a pregação na Igreja. Pregação, Antes de falar, no entanto, é
pode ser a expressão de um desejo que assim fosse, por sua vez, é termo que abran- preciso ouvir, por isso uma das
uma forma de se defender da dor e da mágoa em ge as formas pelas quais a Igre- habilidades mais importantes
vista de expectativas que se frustram. No Ministério, ja comunica a Palavra de Deus. para quem prega é a capacida-
no voluntariado, na família, a frustração pela falta ou Prédica é uma forma de prega- de de ouvir. Ao ouvir, passamos
inadequação de feedbacks é uma das grandes fontes ção: é uma reflexão baseada em a entender melhor como as pes-
de mal-estar e sofrimento. O ser humano precisa do um texto bíblico, dirigida a uma soas vivem, amam, sofrem, se
olhar e do reconhecimento do outro. Feedbacks são Comunidade reunida em ora- alegram, se relacionam consigo
como o óleo que lubrifica a ‘máquina’ das relações. ção. O termo ‘prédica’ é bastante mesmas, com as outras pessoas,
Considerando-se a importância e os efeitos dos utilizado na IECLB, assim como com Deus. Ouvindo, temos uma
feedbacks, é uma responsabilidade básica das ‘mensagem’, ‘reflexão’, ‘homilia’. chance maior de falar para den-
lideranças fazê-los com competência. Não havendo A prédica pode ter várias tro das vidas das pessoas.
habilidade inata, pode ser aprendida ou aperfeiçoada. funções que são definidas pelo Cremos, a partir da afirma-
Temidas e evitadas, críticas fazem parte do feedback texto bíblico que a embasa. A ção do apóstolo Paulo, que a fé
e são facilmente confundidas com ataques pessoais. prédica pode animar, confortar, vem por ouvir a mensagem, e
Aprendendo a fazê-las construtivamente, tornam- consolar, desafiar ou ensinar. a mensagem vem por meio da
se bem-vindas e valorizadas. Para isso há algumas Quem prega precisa levar em pregação a respeito de Cristo,
regras básicas: conta três elementos indispen- conforme Romanos 10.17. Pre-
Feedback construtivo baseia-se em uma postura sáveis: o conteúdo, o contexto e gar, portanto, é uma das mais im-
de valorização, que respeita a individualidade da a forma. O conteúdo é o ‘o quê’ portantes atribuições da Igreja.
outra pessoa. Não critica nem faz pressão moral, da prédica - a mensagem cen- Ao dedicar-se com afinco ao es-
mas reconhece méritos e informa, de maneira tral, aquilo que queremos que a tudo da Homilética, as pessoas
aberta, elucidativa e específica, algum aspecto prédica fale ou faça. O contexto chamadas pela Igreja para pre-
(comportamento, eficiência) que incide de forma é o ‘onde’ a prédica acontece gar enxergarão nesta tarefa uma
negativa no trabalho ou nas relações e pode ser - quem são as pessoas, qual é a oportunidade ímpar. Poderão
otimizado. Não de forma vaga e difusa, mas informa ocasião, em que situação vivem. estar falando sobre Jesus, Deus
de maneira concreta, para que seja plausível, A forma é o ‘como’ a prédica será e aspectos do Seu Reino para
convincente e estimule para uma mudança. performada - o método, o jeito, a pessoas que estarão ouvindo
É fundamental considerar o momento, o contex- estratégia usada para fazer com pela primeira vez e para pessoas
to, a disponibilidade da outra pessoa em receber o que a mensagem chegue aos que estarão ouvindo pela última
feedback, para assegurar-se de que esta entendeu e ouvidos e, dali, ao coração e ao vez. Pregar é um privilégio que
aceita o proposto. cérebro das pessoas. Os três ele- precisa ser levado muito a sério.

TEMA DO ANO

Nele existimos!
P. Dr. Emilio Voigt | Coordenador do Núcleo de Produção e Assessoria

Nele vivemos, nos movemos e existimos (At 17.28a). O terceiro verbo do Lema do Ano da IECLB em
2017 trata da existência humana e pode ser traduzido por ‘somos’: Nele somos. Esta, aliás, é a tradução
que Lutero escolheu. Então, o que é, afinal, ‘ser’? Muitas pessoas dedicam boa parte da vida à busca
incessante por ‘ser alguém’. Ter bom estudo, ter promissora carreira, ter estabilidade financeira, são, por ve-
zes, confundidos com ‘ser’. Talvez, você já tenha se deparado com frases do tipo: Estude para ser al-
guém!, Trabalhe para ser alguém!, Ganhe dinheiro para ser alguém! ou Quando crescer, quero ser alguém!
Sim, queremos ser alguém, mas o que define esse ‘ser alguém’? O que acontece quando uma pessoa
não alcança os padrões que definem o ser alguém? Ela permanece ou, então, se torna ‘ninguém’?
Uma crônica de Rubem Braga nos desafia a refletir: Tomo o meu café com pão dormido, que não
é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci anti-
gamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não
incomodar os moradores, avisava gritando: - Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como
tivera a ideia de gritar aquilo? ‘Então você não é ninguém?’. Ele abriu um sorriso largo. Explicou que
aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido
por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o aten-
dera dizer para dentro: ‘não é ninguém, não senhora, é o padeiro’. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Os padrões de Deus são outros. Diante de Deus, não precisamos nos tornar. Nós já somos! Somos pessoas amadas por Deus. Somos
não por nosso empenho ou por nossas qualidades. Somos porque Deus nos aceita assim como somos. Deus acolhe, perdoa e nos torna
pessoas justificadas, capazes de amar e praticar o bem. Por causa do amor de Deus, nós somos! Por causa do amor de Deus, nós existimos!

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Jorev Luterano - Novembro 2017
PRESIDÊNCIA 5

Agora, começam os ‘outros 500’!


Olhar para o legado para construir o futuro
P. Dr. Nestor Friedrich | Pastor Presidente da IECLB

e grande parte disso se devia ao fato de o


povo ser iletrado. Ouvia pregações como
se fosse o Evangelho, mas o Evangelho
não era. Daí que Lutero definiu e defen-
deu a importância da escola – também
para mulheres!
O que fizeram as famílias luteranas que
vieram ao Brasil a partir de 1824? Ali onde
um grupo de famílias luteranas abria uma
picada para fincar suas raízes, a primeira
providência era criar condições para as
crianças disporem de escola. Eine Kirche
- Eine Schule, diziam, ou seja Uma Igreja -
Uma Escola.
Das teses de Lutero, temos a valorizar
a importância da sua visão de ética. Éti-
ca na política, por exemplo, que tanto faz
falta no Brasil. Lutero não misturou nem
confundiu ética cristã e política. Ele dis-
Lutero e o seu empenho que resultou da justiça. A partir dessa redescoberta, tinguiu e relacionou. Para o Reformador,
na Reforma precisam ser compreendi- Lutero sentiu-se livre, livre de medo e cul- fazer política é cuidar de quem sofre e im-
dos a partir da sua Teologia. Enquanto pa diante de Deus e pronto para mostrar pedir que se pratique o mal. A ética lutera-
a Igreja da época difundia a imagem de as consequências dessa fé para a vida em na requer saber que, como pessoa cristã,
Deus como juiz severo, o que favorecia sociedade. tenho responsabilidade cidadã. Lutero,
o comércio de indulgências, Lutero re- É possível que ainda não tenha sido su- aliás, tem uma singela e profunda defini-
descobriu a mensagem verdadeira da ficientemente compreendido – tanto por ção de ética. Disse ele: ‘Se eu soubesse
Escritura: o sacrifício de Cristo trouxe (e luteranos e luteranas, quanto pela socie- que morreria amanhã, ainda hoje pagaria
traz a cada novo dia!) o presente (a graça) dade brasileira – o legado da Reforma do as minhas dívidas’.
chamado perdão. O que Deus requer de século XVI a partir da Teologia de Lutero. Pensemos como seria a nossa convi-
nós (e este é seu amoroso convite) é que Tomemos como exemplo a educação. vência em sociedade se a educação de
peçamos perdão, nos arrependamos e, Lutero foi enfático nisso. Ele constatou qualidade fosse direito de todas as pes-
em resposta, vivamos como pessoas ge- que, na sua época, a população era ludi- soas e se essa ética governasse os nossos
nerosas, solidárias, promotoras da paz e briada em nome da religião e pela política atos!

Quando alguém, por meio da fé, AGENDA | NOVEMBRO


reconhece o quanto Deus o amou, o
seu coração se torna alegre e amável 4/11 Assembleia Sinodal do
Sínodo Vale do Taquari
para com Deus. Martim Lutero Westfália/RS
P. Inácio Lemke

8-12/11 Synode (Concílio)


da EKD e da VELKD
RETROSPECTIVA Bonn/Alemanha
P. Nestor Friedrich

Valores inerentes à democracia 13-15/11 Council to the Committee


for World Service
(Federação Luterana Mundial)
Genebra/Suíça
Ética, justiça, verdade, respeito, trans- Esse testemunho é a grande oportuni- P. Nestor Friedrich
parência e diálogo são valores inerentes à dade que Deus concede a cada membro
democracia. São igualmente valores que à medida que assume a sua responsabili- 19/11 125 anos de fundação da
pautam a vida e a missão confiada por Deus dade cidadã. Ser, participar e testemunhar Associação Beneficente
à IECLB [...]. Um dos princípios da Cons- com base na justiça e na verdade, em res- Pella Bethânia
Taquari/RS
tituição da IECLB reza que, ‘em obediên- posta e fidelidade ao amor de Deus por P. Inácio Lemke
cia ao mandamento do Senhor, a IECLB nós. Essa é uma parte importante da nossa
tem por fim e missão propagar o Evange- contribuição para um país onde a justiça 24-25/11 Reunião do Conselho da Igreja
lho de Jesus Cristo, estimular a vivência e a paz florescerão mais e mais à medida São Leopoldo/RS
evangélica pessoal, familiar e comunitá- que a verdade prevalecer. P. Nestor Friedrich
ria, promover a paz, a justiça e o amor na Pa. Sílvia Genz
sociedade e participar do testemunho do Manifesto P. Inácio Lemke
Evangelho no País e no mundo’ (Art. 3º). Protestos nas ruas do Brasil (2013)

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Jorev Luterano - Novembro 2017
6 FORMAÇÃO

EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA

Formar-se ou
aprender a aprender?
Profa. Márcia Bach de Oliveira Lorentz | Orientadora do trabalho com crianças e adolescentes na Paróquia Cristo Salvador, em Curitiba/PR

Quem já teve essa experiência, sabe bem para reconhecer a necessidade de buscar o como o de alguém que ainda não ama a lei
o que é a alegria de uma Formatura. Segun- conhecimento são o ponto de partida para de Deus e que necessita urgentemente dela.
do o dicionário, o verbo ‘formar’ significa aprender a aprender e premissas dessa mu- Assim, a resposta para a pergunta acima
dar forma. As palavras devem nos provocar, dança de paradigma. é: não há formatura na fé! Essa é também a
por isso... Que ‘forma’ você tem? Precisamos nos adaptar a uma nova reali- compreensão da nossa Igreja quando de-
Durante a vida, a pessoa passa por expe- dade em que a leitura, o estudo, a curiosida- fende uma Educação Cristã Contínua, ou
riências que lhe dão, por assim dizer, uma de e a busca constante e autônoma fazem seja, durante toda a vida, por isso trabalha
forma. Essa forma não é definitiva nem pré- parte do cotidiano. Nesse sentido, faz-se ne- para que os conteúdos vistos na infância
moldada. É um processo em permanente cessário afiarmos o nosso senso crítico para ou no Ensino Confirmatório, por exemplo,
movimento no qual estão incluídos o estu- avaliar o que é importante e buscar fontes sejam estudados novamente na vida adul-
do, as leituras e os relacionamentos. confiáveis que tragam bom embasamento ta. As perguntas e a maneira de ver a vida
A velocidade com que as informações e novos conhecimentos. e Deus mudam conforme o tempo, mas a
são produzidas e transmitidas e o volume a Em nossa vida cristã, será que nos ‘forma- necessidade de aprender e reaprender não.
que temos acesso mostra que a educação é mos’ na fé? Conheci uma senhora muito que- Aprender a aprender sobre Deus é um
um processo que jamais tem fim. Nunca es- rida, que, do alto dos seus 80 anos, era a mais desafio permanente e instigante. Necessita-
taremos totalmente formados ou formadas. assídua frequentadora de um curso que mos buscar o conhecimento sobre Deus e a
Sinceramente? Gosto disso! tivemos em nossa Comunidade sobre o li- sua vontade para nós, por isso busquemos
A Organização das Nações Unidas para vro de Romanos. Lembrei dela quando li o a fonte mais fiel e confiável, a Bíblia, para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) comentário de Lutero, citado ao lado do Sal- conhecer melhor o nosso Deus, não como
propôs, em 1997, quatro pilares para a edu- mo 150 na Bíblia Sagrada com Reflexões do alguém que conhece apenas de vista, mas
cação em nosso milênio e um deles é apren- Reformador: Enquanto viveres não tenhas como alguém cujo propósito é dar para nós
der a aprender. Disposição e humildade outro sentimento a teu respeito a não ser o que de melhor podemos alcançar.

CRIANÇAS | PROPOSTA METODOLÓGICA


Momento 3
Calendário de Advento Para cada dia, há uma atividade que pode ser feita
com a criança. No dia 24, é, então, aberta a porta da
Material necessário casa para receber o menino Jesus.
Um exemplar da Revista O Amigo das Crianças nº72.
Dica
Momento 1 Assine a Revista O Amigo das Crianças e receba o
O Advento está chegando. Que tal, junto com a crian- Calendário de Advento gratuitamente! Você também
ça, preparar a casa e o coração para a chegada do Na- pode comprar exemplares avulsos do Calendário
tal? Neste ano, o Advento começa no dia 3 de dezem- para presentear as crianças da sua família, grupo, es-
bro. O Calendário de Advento é um jeito bacana de cola ou Comunidade, auxiliando no trabalho desen-
vivenciar essa época tão especial. Com ele, a família volvido pela Obra Gustavo Adolfo (OGA).
toda pode acompanhar a proximidade do Natal.
Sugestão extraída da Proposta Metodológica
Momento 2 para uso da Revista O Amigo das Crianças, nº 72.
A novidade deste ano é que o Calendário de Advento Leia a Proposta Metodológica completa e saiba
é repleto de janelinhas! No primeiro dia do Advento, é como assinar a Revista O Amigo das Crianças
aberta a primeira janelinha. no Portal Luteranos

do, com um indivíduo ou grupo, em um pro- Vestibular de Verão 2018


cesso destinado a facilitar e promover comu- A Faculdades EST está com inscrições
nicação, relacionamento, aprendizado, mobi- abertas para o vestibular 2018/1 nos cursos
lização, expressão, organização e outros ob- de Bacharelado em Teologia, Bacharelado
jetivos terapêuticos relevantes, a fim de aten- em Musicoterapia e Licenciatura em Música
der às necessidade físicas, mentais, sociais e até 19 de novembro de 2017. As inscrições
www.est.edu.br cognitivas, ou seja, a terapia pode ser utiliza- acontecem exclusivamente pelo site da EST.
da para proporcionar melhor qualidade de Quem optar pela nota obtida no ENEM, deve
vida, seja por meio de prevenção, reabilitação encaminhar uma cópia simples do seu bo-
Curso de Musicoterapia ou tratamento.
Além disso, o futuro Musicoterapeuta terá
letim de desempenho para o e-mail gradua-
cao@est.edu.br, que elimina a prova do vesti-
A Faculdades EST é a única instituição do cada vez mais áreas de trabalho, podendo bular. A taxa de inscrição é de R$ 40,00.
Rio Grande do Sul a oferecer o Bacharelado atender em clínicas ou hospitais na área da As provas acontecem no sábado, 25 de
em Musicoterapia, um curso para quem gos- saúde mental, na recuperação de dependen- novembro, às 9h, na EST. Os resultados se-
ta de música, sabe tocar algum instrumento tes químicos (drogas e álcool) ou na reabilita- rão divulgados no dia 29. As matrículas
e tem espírito empreendedor. Segundo a ção a deficientes físicos, no atendimento a de- acontecem entre os dias 30 de novembro
Federação Mundial de Musicoterapia, a Mu- ficientes mentais e sensoriais, no atendimento e 7 de dezembro, na Secretaria Acadêmi-
sicoterapia é a utilização da música e/ou dos a mães e pais no pré-natal, na estimulação em ca da EST. Mais informações podem ser
seus elementos (som, ritmo, melodia e har- bebês nas creches e em outras instituições, obtidas pelo telefone 51 2111.1400 e pelo
monia), por um Musicoterapeuta qualifica- no atendimento a pessoas idosas. WhatsApp 99871.7685.

Para mais informações, acesse o Portal Luteranos


Jorev Luterano - Novembro 2017
DIVERSIDADE 7

Sexualidade e Pessoas com Deficiência


Direito humano fundamental para a qualidade de vida
Luciana Steffen | Musicoterapeuta, é Doutoranda em Teologia

conceitos e discriminação por causa da


deficiência, precisam enfrentar os pre-
conceitos de gênero.
Para que haja real mudança, além
de ampliar as concepções tradicionais
que reduzem a sexualidade à função
de procriação, é necessário considerar
as especificidades das pessoas com
deficiência.
Segundo o Estatuto da Pessoa com
Deficiência, ‘É dever do Estado, da
sociedade e da família assegurar à pes-
soa com deficiência, com prioridade,
a efetivação dos direitos referentes
à vida, à saúde, à sexualidade, à pater-
nidade e à maternidade... à dignidade,
ao respeito, à liberdade, à convivên-
cia familiar e comunitária, entre outros
decorrentes da Constituição Federal
e de outras normas que garantam o seu
O direito de exercer a sexualidade é uma vez que todas as pessoas são seres bem-estar pessoal, social e econômico’
garantido por lei como um direito hu- sexuados. (Art 8º).
mano fundamental para a qualidade de Em relação à sexualidade das pessoas Negar a sexualidade das pessoas
vida de todas as pessoas. Por outro lado, com deficiência, as maiores dificuldades com deficiência é desumanizá-las, privá-
a prática revela que pessoas com defi- enfrentadas não estão nos seus corpos, las de dar e receber amor, afeto, compa-
ciência são, muitas vezes, impedidas de mas nos preconceitos e estereótipos, nheirismo, de viver a sua vida com com-
vivenciar a sua sexualidade por questões na falta de atendimento e serviços ade- pletude. Preconceitos religiosos sobre
de preconceitos e discriminação, tanto quados de saúde, na falta de informação sexualidade e deficiência também estão
no meio familiar quanto educacional, acessível e de orientação e legislação implicados, mas a sexualidade de forma
médico e religioso. adequada, ou seja, o que torna as pesso- responsável, segura e respeitosa é ex-
São diversos os mitos em torno da se- as incapazes de desenvolver e vivenciar pressão da graça de Deus.
xualidade das pessoas com deficiência a sexualidade são as questões sociais e Nesse sentido, todas as pessoas são
como, por exemplo, a ideia que são asse- culturais. dignas, únicas, capazes, íntegras e me-
xuadas. Essa visão representa um olhar Nesse contexto, as mulheres apare- recedoras de respeito e direito de exer-
limitado sobre a sexualidade, o relacio- cem em desvantagem em relação aos cer a sexualidade com informação, sem
namento sexual e a própria deficiência, homens, pois, além de enfrentarem pre- coerção, discriminação e violência.

PRONUNCIAMENTO

Cada qual ame e honre seu consorte


Deus é amor! Estamos conscientes e lembramos que ao matrimônio e ao próximo, conforme
Palavras simples, a sexualidade faz parte da Boa Criação de
Deus, constituindo-se numa maravilhosa
os ensinamentos da Palavra de Deus. [...]
Lutero assim explica o 6º mandamento, no
mas que requerem dádiva divina, pela qual devemos sem-
pre ser gratos a Deus, vivendo-a também
Catecismo Menor: ‘Devemos temer e amar
a Deus e, portanto, viver uma vida casta e
em responsabilidade diante de Deus e decente em palavras e ações, e cada qual
uma fé muito grande. do próximo. Afirmamos ainda que a fé em ame e honre seu consorte’.
Jesus Cristo, que queremos tornar con-
Martim Lutero creta na convivência na Igreja, nos leva Posicionamento do Conselho da Igreja
a viver a nossa sexualidade em respeito Agosto/2001
Jorev Luterano - Novembro 2017 Jorev Luterano - Novembro 2017
8 UNIDADE UNIDADE 9

Para mais informações,


acesse o Portal Luteranos

ra diz que Deus encaminha a história cristãs são unânimes neste sentido: (Fp 2) sofre e padece na cruz. É ali, na
humana para o estabelecimento defi- quem quer conhecer Deus, precisa co- cruz, loucura para a sabedoria humana,
nitivo do seu Reino de Justiça, onde o nhecer Jesus! Olhar para a história hu- que Deus se oculta e se revela.
mal não mais existirá. Deus vê o todo da mana ou para a própria natureza, na Assim, Deus é conhecido não na for-
história, do seu princípio à sua consu- qual encontramos tão concretamente ça, mas na fraqueza, não na demons-
mação, e, consequentemente, o papel as manifestações do mal, nos joga na tração de poder, mas na manifestação
que o mal desempenha nela, enquanto desesperança e na descrença, mas é do amor que se dispõe a sofrer, se tor-
o ser humano tem uma visão parcial e diferente quando olhamos para Jesus. na vitima do mal, a fim de converter o
imprecisa. Em Jesus Cristo, no entan- É também para este caminho que ser humano para si (Rm 3.24-25). Deus
Por que o mal to, Deus antecipa o futuro da história, sabe o que é sofrer e Ele é solidário ao
a reconciliação, como sinal que ela se ser humano no sofrimento, porque Ele
existe? Por que encaminha para esse final preestabe- mesmo sofreu em Cristo. No sofrimen-
Deus permite a P. Dr. Marcos Augusto Armange,
lecido. É necessário, portanto, neste
espaço entre a existência e a essência,
to, é possível comunhão com o Cristo
crucificado (Mc 8.34-38). O mal, neste
existência do mal? Ministro na Comunidade Concórdia uma postura de confiança em Deus e a sentido, não é só custoso ao ser huma-
Deus não tem poder de São José dos Pinhais/PR admissão que a compreensão plena do Somos pessoas no, mas também ao próprio Deus. É um
mal só será respondida na consumação Deus poderosamente fraco. Não se tra-
para terminar com o dos tempos. A Teodicéia da Comunhão,
chamadas a confiar na ta de uma limitação da sua soberania.

mal? Como conciliar a


por sua vez, defende a ideia que mais soberania e no amor Significa, isso sim, que Ele escolheu
mos no Haiti e no Chile, e os furacões Deus, um poder que domina e arrasta o importante que o interesse sobre as ori- nos salvar por meio da cruz (1Co 1.25).
presença de um Deus nunca antes observados, como o ‘Irma’, ser humano para a miséria e para a mor- gens do mal é o fato que Deus pode ser de Deus, que desce, Deus sofreu e foi vítima nos atentados

Pai, Todo-Poderoso,
que devastou muitas ilhas do Caribe. te. Ela distingue o mal em ‘mal moral’, ou conhecido no sofrimento humano, pois
Deus se tornou vítima do mal na cru-
se sacrifica, cuja terroristas, nas guerras, no holocausto
judeu, na violência humana e nas ca-
Como conciliar a presença de um Deus seja, aquele que se expressa no pecado
com manifestações Pai, Todo-Poderoso, com manifestações como ação e condição humana existen- cificação de Jesus. Assim, o sofrimen- última palavra é amor tástrofes naturais. Deus foi refugiado
to, experimentado pela Criação e pelo faminto e desvalido (Mt 25.40).
tão concretas
tão concretas do mal?
Estas são questões sobre as quais
cial, ‘mal metafísico’, que é a manifesta-
ção da realidade angustiante da finitude Criador, proporciona oportunidade de e vida, por isso temos No entanto, isto é só parte da realida-

do mal? a Filosofia e a Teologia se debruçam humana, e ‘mal natural’, de natureza im- comunhão entre o ser humano e Deus. motivos para estarmos de. A cruz revela um movimento poste-
em um debate milenar, o que revela a pessoal, que provém de catástrofes na- Mesmo a despeito das Teodicéias, rior, o da ressurreição de Jesus, que nos
complexidade do tema, impossível de turais a que estamos sujeitos no mundo. permanece a necessidade de alguém alegres e jubilar, pois, conduz do sofrimento à glória, do ódio
ao amor, da morte para a vida. A ressur-
ser sintetizado e muito menos exaurido No decorrer da história do Cristianis- que aponte concretamente para a pre-
sença de Deus na vida e no mundo. O
em Deus, vivemos, reição é o sinal antecipatório de que o
nas poucas linhas de um artigo. O nos- mo, a Teodicéia estabeleceu o debate
so objetivo, portanto, é humilde. Ora, em diferentes bases. Inicialmente, as apóstolo Filipe pede a Jesus: Senhor, nos movemos e mal foi derrotado. Isso dá um sentido
respostas intelectuais ou mesmo mora- reflexões foram sendo construídas na mostre-nos o Pai e assim não precisare- que transcende ao sofrimento e à morte,
listas, como foram aquelas dadas pelos área moral. Clemente de Alexandria e mos de mais nada (Jo 14. 8). Da mesma existimos. porque, pela graça de Deus, quando so-
Por que o mal existe? Por que Deus amigos de Jó (Jó 2, 4, 8 e 11), não fariam Agostinho defendiam a ideia que o mal forma que os primeiros discípulos, que- mos encontrados por Jesus, o seu desti-
permite a existência do mal? Deus não sentido para as pessoas que experimen- decorre do livre arbítrio (Conflito Pela- remos saber onde Ele está, conhecê-lo, no torna-se também o nosso destino.
tem poder para terminar com o mal? Di- taram em suas vidas as manifestações giano). Deus permite o mal porque o tirar as dúvidas. Então, os mistérios se- Todavia, o problema do mal, mesmo
ficilmente, alguém que tenha pensado do mal nem para aquelas que perderam seu amor prefere criar pessoas livres riam respondidos, a fé seria inabalável, a despeito das Teodicéias e do nosso
com seriedade em sua fé, deixou de se pessoas que amam. Está em jogo a pró- ao invés de pessoas incapazes de pe- a vida, o mundo e a própria questão do olhar conduzido a Cristo, continua sen-
fazer estas perguntas, especialmente pria justificação de Deus pelo ser huma- car. Assim, o ser humano teria liberda- mal teriam um sentido. Jesus responde Martim Lutero conduz o nosso olhar. As do um dos mistérios do Deus abscon-
quando ficamos perplexos perante cri- no, que, angustiado, procura perceber a de de abraçar o bem ou o mal em sua a Filipe: Filipe, já estou tanto tempo com suas Teses, discutidas em Heidelberg, ditus, do Deus não revelado, conforme
mes bárbaros, como foram, por exem- presença de Deus em um mundo onde vida (mais tarde, Lutero combateria essa vocês e você ainda não me conhece? em 1518, confrontaram a Teologia Me- Lutero. Somente quando vier o perfei-
plo, o holocausto judeu, as guerras que as experiências do mal são tão visíveis. tese). Posteriormente, a Teodicéia arris- Quem me vê, vê também o Pai (Jo 14. 9). dieval com a Teologia da Cruz. Lutero to, não teremos nada mais a perguntar
produziram grandes massas de imigran- Neste sentido, o livro de Eclesiastes, na cou explicar a existência do mal por um Portanto, quem olha para Jesus, enxerga rejeitou o que ele chama de Teologia e isso coloca um desafio à fé: somos
tes famintos e desvalidos, os atentados pessoa do pregador, com o seu discurso viés pedagógico, vendo o mal como também a Deus. da Glória, uma Teologia que se ba- pessoas chamadas, a exemplo de Jó, a
terroristas, o extermínio de grupos étni- pessimista e tão pós-moderno, dá voz a um fator importante para a maturidade Em Jesus, Deus visita o mundo, é o seia em méritos e na sabedoria huma- confiar na soberania e no amor de Deus
cos, as diversas situações geradas pela um grande contingente de pessoas que, espiritual, já que a obrigatoriedade de Emanuel (Mt 1.23), o Hosana (Mt 21.9), a na para chegar a Deus, e afirmou uma contra a realidade empírica do mal, a
violência humana (Gn 4.9) ou diante da diante da desesperança, está inclinado viver e conviver com o sofrimento move encarnação do Verbo (Jo 1.1-4), o Mes- Teologia da Cruz, revelada, cuja justiça não se entregar ao discurso pessimista
realidade da fome, que revela um siste- a confessar: Tudo é ilusão (Ec 1-2). a pessoa, de um estado de fé infantil, sias (Mc 8. 29). O Novo Testamento fala não vem de nós, mas da graça recebida de Eclesiastes, mas confiar neste Deus
ma econômico injusto e excludente que O ramo da Teologia e da Filosofia para um processo de amadurecimento em Jesus como aquele que, pela Pala- mediante a fé (Ef 2. 8-9), que nos leva a que desce, se sacrifica, cuja última pa-
é a própria personificação do mal e, ain- que se ocupa com as questões do mal da fé que nos aproxima de Deus. vra, tem domínio sobre o mal (Lc 9.37-43, confessar Tu és o Cristo, o filho do Deus lavra é amor e vida, por isso temos mo-
da, frente às catástrofes naturais, como e da existência de Deus é denominado Outras formulações importantes fo- Lc 11.14-23 e Mt 8.28-34) e como o vivo (Mt 16.16). Nela, vemos um Deus tivos para estarmos alegres e jubilar,
o Tsunami que varreu a Ásia em 2004, Teodicéia. A Teodicéia caracteriza o mal ram aquelas designadas de Teodicéia único que resistiu às suas tentações que não está alienado ao sofrimento pois, em Deus, vivemos, nos movemos
os terremotos devastadores, como vi- como uma força oposta à vontade de Escatológica e de Comunhão. A primei- (Mt 4.1-11). As primeiras testemunhas da sua Criação. Em Jesus, Deus mesmo e existimos (At 17.28).
Jorev Luterano - Novembro 2017

PERSPECTIVA 11

Nesse mundo em guerra, Cristo nos convida a viver em paz


A Comunidade e os seus espaços terapêuticos
Profa. Dra. Ema Marta Dunck Cintra | Docente no Instituto Federal de Mato Grosso e Presidente do Conselho da Igreja

Quando chega a Primavera em nossas Comunidades Lute- diz que devemos praticar a fé. Nesse mundo capitalista e in-
ranas, celebramos a Semana Nacional da Ordem Auxiliadora dividualista, Cristo diz que devemos viver a solidariedade, a
de Senhoras Evangélicas (OASE). Em Cuiabá/MT, ao término unidade e a partilha de bens (At 2.44ss, 4.32 e 4.34-37). Nesse
do Culto, que, neste ano, foi realizado pelas mulheres, um novo mundo em guerra constante, Cristo nos convida a viver em paz
membro perguntou ‘O que seria a OASE?’. e exorta a todos a se edificarem mutuamente (At 9.31-38).
Expliquei o motivo e quando surgiu o grupo, os principais Viver Comunidade é isso! É saber que, entre todas as pesso-
trabalhos desenvolvidos pelas mulheres, o lema da OASE, Co- as, deve existir a comunhão fraterna, que se manifesta na acei-
munhão, Testemunho e Serviço, e exemplifiquei com ações das tação das demais pessoas, na preocupação em dividir dores
mulheres em âmbito local. e alegrias, na distribuição dos serviços que cabe a cada uma.
Nesse diálogo, também comentei que, além da importância Isso faz um bem tremendo às pessoas!
do que é feito, o grupo termina se tornando um espaço para Como a OASE, há tantos outros grupos comunitários em
dividir alegrias, sofrimentos, enfim um lugar de acolhimento, que a amizade é fortalecida, em que a presença do Deus é in-
em que as mulheres se sentem bem e querem estar sempre vocada, em que as pessoas se preocupam umas com as ou-
presentes, pois se percebem cuidadas, protegidas, compreen- tras, em que o testemunho é levado para fora da Igreja, em
didas e amadas. O grupo se torna, assim, uma Comunidade que os membros se sentem amados, acolhidos e escolhidos
Terapêutica. por Deus.
A vida das pessoas está tão atribulada, que elas esquecem Esses são espaços que, se prestássemos um pouco mais de
que Viver Comunidade, como Cristo orientou e era prática nas atenção, poderiam se tornar um lugar muito mais procurado
primeiras Comunidades Cristãs, pode ser uma terapia para pelos membros. Então, vamos nos permitir participar dos gru-
amansar o coração, abrandar as dores, se sentir pessoa amada pos da OASE, das Mulheres, dos Homens, da Juventude e tan-
e acolhida. É só seguir os ensinamentos dele. tos outros que existem nas nossas Comunidades. Vamos viver
Nesse mundo egoísta, Cristo diz que devemos viver em to- a Comunidade Terapêutica oferecida por Deus. Ela nos é dada
tal comunhão (At 4.32). Nesse mundo de desesperanças, Cristo de graça!

Deus não precisa das nossas obras nem pediu que fizéssemos
algo para Ele, exceto louvar o seu nome e agradecer. Martim Lutero

Antigas memórias e novas gerações estão perdidas?


Não! Vamos romper com o individualismo!
P. Dr. Oneide Bobsin | Docente na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS

Em Comunidades urbanas da IECLB na Grande Porto Para buscar uma das repostas para a nossa pergunta,
Alegre/RS, tenho percebido a ausência de pessoas jovens é preciso dizer que, entre as gerações mais maduras e as
na vida da Comunidade. A observação pode ser feita nos mais novas, há uma perda da memória coletiva. O que se
Cultos, mas também na escuta da preocupação de diferentes passava de geração em geração, não acontece mais.
lideranças nas Comunidades. Então, estariam perdidas as antigas memórias e as novas
Recentemente, em um Congresso da Ordem Auxiliadora gerações?
de Senhoras Evangélicas (OASE), fiz uma enquete com O Salmo 78.2-4 nos ajuda a entender o problema: Abri-
quase 500 mulheres, a maioria acima de 50 anos de rei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tem-
idade, portanto, avós. Na ocasião, perguntei-lhes se as pos antigos. Ouvimos e aprendemos, o que nos contaram
suas netas e os seus netos seriam membros da nossa Igre- nossos pais, não o encobriremos a seus filhos, contaremos à
ja. A maioria das mulheres levantou a mão para confirmar geração vindoura...
o ‘não’! A tarefa está dada pelo Salmista, mas o que precisamos
De fato, estamos diante de uma situação para a qual não trazer para o debate ainda?
tenho resposta, mas ela precisa ser colocada e sem me- Estudiosos dizem que o individualismo moderno enfra-
do. Precisamos conversar sobre o assunto e pesquisar com quece a memória coletiva. Brasa longe do braseiro apaga
aquelas pessoas que estão ausentes. mais cedo, diz o ditado.
Alguns Especialistas que estudam o comportamento re- A nossa sociedade incentiva o individualismo ao máximo.
ligioso dizem que está havendo uma dificuldade das gera- Então, o problema vem de fora para dentro da Comunidade
ções mais velhas repassarem às mais novas a vivência de de Fé. Além disso, não falta religiosidade entre as pessoas
fé dos antepassados. Entretanto, essa não é a causa, mas a jovens, dizem pesquisas.
consequência. Fato é que, na pregação e na vivência da fé, o individua-
Então, onde está o problema da ruptura da correia de lismo deve ser questionado, pois é necessário romper esse
transmissão da fé para as novas gerações? intruso. Sem ele, a memória do grupo se refaz!

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Jorev Luterano - Novembro 2017
12 MISSÃO

Missão de Deus: a vida abundante


P. Dr. Pedro Puentes | Secretário de Missão
Em uma apresentação sobre evangeli- As necessidades das pessoas são diversas
zação contextualizada, aparecia a seguinte e, às vezes, complexas, podendo ser físi-
pergunta: Qual seria o impacto, para o bairro cas, sociais, psicológicas, religiosas, entre
ou para a cidade, se a sua Comunidade não outras.
existisse? A pergunta quer saber se a Comu- Diante disso, pouco adianta argumen-
nidade faz alguma diferença para o lugar tar que a preocupação da Igreja é só espi-
onde ela se encontra, pelo tipo de testemu- ritual. Como Comunidade de Jesus Cristo,
nho que a Comunidade oferece ao mundo vivemos sob a palavra que diz Eu vim para
que a circunda. Será que não é suficiente di- que tenham vida e a tenham com abun-
zer que a Comunidade Cristã é um testemu- dância [vida completa, segundo a NTLH], incertezas, perdão perante a mágoa, abraço
nho de Jesus Cristo e do seu Evangelho? conforme João 10.10. em meio à solidão, reconhecimento diante
Para Comunidades como as nossas, Jesus descreve a Missão de Deus como da negação, comida na presença da fome,
com programas e atividades de longa data, o agir que propicia às pessoas uma vida inclusão na exclusão, compreensão na con-
talvez seja bom perguntar: Para que faze- completa. Se isto é assim, é prudente, an- fusão, lazer no esgotamento, abrigo na falta
mos o que fazemos? Os programas e as tes de elaborar o planejamento dos nossos de lar, trabalho na desocupação, justiça na
atividades da Comunidade respondem a programas e das nossas atividades, obser- injustiça, amor em meio à indiferença, etc.
quais necessidades das pessoas? Às ne- var as pessoas e as suas necessidades. Cer- Então, como organizaríamos a Comuni-
cessidades de quem elas respondem? tamente, encontraremos necessidade de dade para responder a estas e outras tantas
Elas respondem mesmo às necessidades? esperança no desespero, serenidade nas necessidades?

Paixão e Projetos Planejamento Missionário


Missionários P. Altemir Labes | Secretário Adjunto para Missão e Diaconia

Secretaria de Missão Após os quatro momentos: Apaixonar- A avaliação de Campos de Atividade Mi-
se pela Missão, Assumir a Missão, Analisar a nisterial está vinculada ao processo de Pla-
A paixão de Deus pelo mundo é Situação e Definir as Ações, estamos no quin- nejamento Missionário. Neste sentido, as
fundamento da Missão. Cristo, que é to e último momento do Planejamento Mis- Ações e Atividades Missionárias definidas
o sinal mais claro dessa paixão, nos sionário: Executar as atividades. no Planejamento estão relacionadas com a
antecipou o Reino de Deus. Para que as Ações Missionárias possam Avaliação de Campos de Atividade.
Por ele: pessoas são acolhidas, ou- ser efetivadas, é necessário estabelecer as O Plano Missionário precisa ser assumido
vidas, valorizadas, perdoadas, cura- atividades e as tarefas que precisamos reali- pela Comunidade, por isso é importante que
das e transformadas. As crianças, zar para alcançar os objetivos. Neste momen- seja apresentado em Culto, por ser a oportu-
as mulheres e as migrantes são to, vamos definir prazos, recursos, resultado nidade em que a Comunidade poderá agra-
defendidas e abençoadas. Às pes- esperado e responsáveis pelas atividades. decer por tudo aquilo que já tem acontecido
soas pecadoras e de má fama, é Por fim, veremos maneiras de informar a Co- e interceder pela efetivação do Plano.
proclamado o perdão que segue o munidade e monitorar a execução do Plano Que o processo de Planejamento não seja
arrependimento. Missionário, essencial para aprimorar as ativi- uma atividade técnica, mas uma oportuni-
Também as leis que ferem o amor dades e corrigir eventuais falhas. dade de comunhão e vivência da fé!
ao próximo são questionadas. Na in-
certeza afirma-se, a fé. No desespero,
anuncia-se a esperança. A morte é
vencida pela ressurreição e o amor é Vai e Vem: sementes de esperança
promulgado como a nova lei.
A antecipação do Reino sempre P. Bruno Bublitz | Pastor Sinodal do Sínodo Centro-Campanha-Sul
esteve acompanhada do louvor e
da oração a Deus, bem como da co- Na realidade em que vivemos, encontramos muitas pes-
munhão. Entretanto, só uma postura soas que sonham com um amanhã melhor: com paz, segu- VAI E VEM 2017 | ANO 10
CAMPANHA NACIONAL DE OFERTAS PARA A MISSÃO

de abertura, encontro e diálogo com rança, emprego, harmonia no relacionamento entre os ca-
Deus em relação às pessoas que nos sais e filhos, uma Igreja acolhedora, inclusiva e na qual haja
rodeiam possibilita um louvor, uma calor humano... A Vai e Vem ajuda a alimentar estes sonhos? O meu coração bate pela missão!
oração e uma comunhão que nutram Para que possamos caminhar confiantes na esperan-
a paixão necessária para conduzir a ça que ‘agora são outros 500’ seja um caminhar para um
Ação Missionária. futuro melhor, a Vai e Vem tem sido o semear de sementes
de esperança para muitas Comunidades. Ali onde as nossas
mãos, sozinhas, não conseguem chegar, por meio da Vai
e Vem, nós temos conseguido estender a mão às Comuni-
dades localizadas na região da diáspora do Sínodo Centro-
Campanha-Sul, ou seja, a região da fronteira com o Uruguai.
Graças ao apoio da Vai e Vem, foi possível oferecer um IECLB
WWW.LUTERANOS.COM.BR

trabalho de formação musical para jovens e, assim, animar


as celebrações. Também conseguimos investir em Formação e, ainda, tivemos ‘elastici-
dade’ para atender uma pequena Comunidade que surgiu em um assentamento. Agora,
estamos em busca de membros na fronteira para constituir um novo Ponto de Pregação.
Reconhecemos e testemunhamos que tudo isso somente foi e é possível graças a inú-
meras pessoas e Comunidades que se sentiram chamadas a colaborar com a Vai e Vem.

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Jorev Luterano - Novembro 2017
GRATIDÃO 13

Fé, Gratidão e Compromisso


A contribuição nossa: a Igreja é de todos e todas nós!
P. Leandro Luis da Silva | Ministro na Comunidade da Cruz, em Curitiba/PR

de. Existe um Plano de Ofertas elaborado


pela IECLB, válido para todas as Comunida-
des, que destina, em âmbito nacional e sino-
dal, cada contribuição a algum projeto dia-
conal, assistencial ou grupos definidos pelo
Conselho da Igreja. As Ofertas locais deve-
riam ser pauta das reuniões de Presbitérios,
para que fossem também destinadas e não
servissem de apoio ao caixa da Comunidade.
Há também muitas outras necessidades
pequenas que vão aparecendo no dia a dia,
por isso o trabalho voluntário na Igreja é
bem-vindo e necessário, mas também pre-
cisamos da colaboração financeira de cada
membro. De acordo com os Estatutos da
nossa Igreja, todas as pessoas que fazem a
Confirmação ou são admitidas como mem-
bros pela Profissão de Fé são responsáveis
A Igreja não é apenas um prédio, onde to- das. É lá que ouvimos a Palavra de Deus, pre- pela manutenção financeira da Igreja, ou
dos os domingos pela manhã escutamos o parada com carinho pelo Ministro, pela Minis- seja, todas deveriam dar um pouco do que
badalar do sino nos chamando para mais um tra. É lá que confessamos a nossa fé, assim Deus já lhes deu para o trabalho da Igreja.
Culto. A Igreja é uma Comunidade na qual como os Apóstolos faziam nos primórdios É importante lembrar que a nossa Igreja
nos encontramos para ouvir a Palavra de da Igreja Cristã. É lá que oramos o Pai Nosso, não cobra para realizar Batismos, Casamen-
Deus. É na Igreja que, desde criança, apren- a oração que Nosso Senhor Jesus nos ensi- tos nem Sepultamentos, por isso a contribui-
demos as historinhas bíblicas, no ‘Culto nou. Parece bastante, mas ainda não é tudo ção regular e espontânea é tão importante.
Infantil’. Depois, quando adolescentes, que temos na Igreja. Há também os Ministé- Para ações especiais de arrecadação, é es-
vamos ao ‘Ensino Confirmatório’. O pas- rios com crianças, mulheres, homens, corais, sencial que a Comunidade saiba quantos
so seguinte é a ‘Juventude’. Com o passar jovens e adolescentes, casais, lideranças, etc. são os seus membros, onde moram e como
do tempo, as pessoas se casam, batizam Para manter a Igreja em funcionamento, participam da vida comunitária, ou seja,
os seus filhos, as suas filhas, comemoram existe uma gama de gastos comuns a to- manter um cadastro atualizado, para, assim,
Bodas de Prata, Bodas de Ouro e, por fim, dos nós, como infraestrutura do templo, do vislumbrar a Missão de Deus.
sepultam e são sepultadas, conforme salão comunitário e outras dependências. A Igreja é de todos e todas nós! Somos
os preceitos cristãos pregados na Igreja Verdade é que falamos muito sobre dinhei- responsáveis pela edificação das nossas
Evangélica de Confissão Luterana. ro em nossas Comunidades, pois este é um Comunidades e da nossa Igreja. Cada Comu-
É na Igreja que temos comunhão com os desafio constante para a nossa manuten- nidade faz parte de uma Comunidade maior,
nossos irmãos e as nossas irmãs na fé. É lá ção. No entanto, falamos pouco sobre como a IECLB. Então, lembremos as palavras do
que comungamos juntos e juntas na Santa a Igreja se mantém, quais são os destinos Apóstolo Paulo: Cada um contribua segun-
Ceia. É lá que recebemos a bênção de Deus das nossas contribuições e qual é o destino do tiver proposto no coração, não com tris-
em cada final de Culto. É lá que elevamos das Ofertas feitas no Culto. teza ou por necessidade, porque Deus ama
as nossas preces a Deus, na Oração de Inter- Quando se fala em contribuição na Igreja, a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos
cessão. É na Igreja que pedimos perdão pe- logo lembramos nas sacolinhas (salvas) que abundar em toda graça, a fim de que tendo
los nossos pecados e temos na absolvição a são passadas durante o Culto, para as Ofer- sempre em tudo, ampla suficiência, supera-
certeza de que somos perdoados e perdoa- tas. Esse dinheiro não fica para a Comunida- bundeis em toda boa obra (2Cor 9.7-8).

Publicações | Criatitude
Seria bom viver em uma sociedade igualitária ao
ponto de assuntos como a justiça de gênero não se- Deus é inimigo
rem uma novidade, mas algo presente no cotidiano.
Ao contrário: o assunto surge de necessidades da arrogância
concretas e urgentes. Violência em todos os es-
paços da nossa sociedade, inclusive na Igreja! A e do atrevimento
violência que tem como base a desigualdade en-
tre as pessoas. Desigualdade, muitas vezes, funda- que lhe usurpam
mentada em discursos patriarcais e machistas.
Sejamos sal e luz no mundo. Exerçamos a voz
profética em prol da justiça em todos os âmbitos
a honra e se
e, neste momento, voltemos as nossas orações e
ações em favor da justiça de gênero.
opõem ao Primeiro
Trecho de
Mandamento.
Criatitude - Pela Justiça de Gênero
Martim Lutero

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Jorev Luterano - Novembro 2017
14 GESTÃO

Corpo IECLB | Gestão Administrativa


Secretaria Geral da IECLB
A qualificação da Gestão Administrativa acontece em sintonia com o Planejamento Par-
ticipativo Continuado (2015-2018), que definiu quatro objetivos principais para o período, Documentos
entre os quais um que trata especificamente da Gestão.
As atividades coordenadas e executadas pela Secretaria Geral decorrem dos Planos e
Programas Nacionais e estão alinhadas com os referenciais definidos pela Igreja. Com vis-
Normativos
tas a atender aos objetivos propostos pelos parâmetros da gestão, de igual forma à Missão,
Visão e aos Valores da IECLB, a Secretaria Geral planeja e desenvolve as atividades a partir Regulamentos são a expressão
das seguintes formas de ação: articulação, capacitação, gestão e produção, traduzidas em normativa dos compromissos firma-
quatro objetivos específicos para a Gestão Administrativa, que são: dos entre as representações nas di-
- Articular a implementação do planejamento participativo continuado e aperfeiçoar os ca- versas instâncias.
nais de relacionamento com os diferentes públicos prioritários da gestão. A Constituição, o Regimento In-
- Desenvolver e implementar o plano de capacitação funcional das pessoas colaborado- terno, o documento Justiça e Or-
ras que trabalham na Sede da Igreja, com vistas à qualificação dos serviços prestados. dem, o Estatuto do Ministério com
- Coordenar o programa de qualificação funcional da IECLB, com vistas à expansão das Ordenação da IECLB e o Guia Nossa
ofertas de capacitação e ao aprimoramento da Gestão Administrativa nas instâncias da Igreja. Fé-Nossa Vida são normas nacio-
- Promover a gestão dos recursos humanos e financeiros, das normas, dos processos ad- nais, eclesiasticamente válidas para
ministrativos e do apoio logístico com vistas ao crescente reconhecimento do atendimento, todos e todas.
ao público interno e externo, e dos serviços promovidos pela Sede da IECLB. Acima desses documentos está
- Elaborar documentos e produzir relatórios que orientam e amparam a Gestão Administra- o Mandato de Deus, tendo como
tiva da Sede da IECLB (gestão de pessoas, financeira, contábil, fiscal, patrimonial, etc.). base a Bíblia e os Escritos Confessio-
- Assessorar a revisão dos Documentos Normativos da IECLB, além de assessorar os Sí- nais. Todos os demais documentos
nodos com relação ao cumprimento das normas administrativas e jurídicas vigentes no país. são elaborados a partir dos princí-
Os Encontros de Gestão são espaços de diálogo e de reflexão que reúnem o Pastor pios constantes nesses documentos
Presidente e a Secretária Geral e as suas equipes. citados e a eles estão sujeitos ecle-
siasticamente.
Trecho do Relatório da Secretaria Geral ao XXX Concílio da Igreja/2016 Entre estes documentos, encon-
tra-se a Resolução 098, que dá es-
Para mais informações, acesse o Portal Luteranos trutura ao Plano Nacional de Ofertas
da IECLB:
1. O Plano de Ofertas da IECLB
conta com cinco ofertas em datas
Guia para o Presbitério fixas, que, por seu destino global e
ecumênico ou seu valor tradicional
A partir das diversas recomendações da Bíblia, podemos verificar algumas e histórico, são consideradas como
orientações que têm validade para as nossas Comunidades e Paróquias a respeito compromisso da Igreja como um
da contribuição como Oferta: todo (veja a relação completa no
a) Oferta de gratidão: a gratidão é o motivo básico Portal Luteranos).
da contribuição. Não se contribui porque é regra ou 2. As demais datas (em torno de
para ter direitos na Igreja, mas porque se quer agra- 54) são divididas, igualmente, en-
decer a Deus pelo que dele se tem recebido. tre Ofertas Locais (destinadas pe-
b) Oferta espontânea: não deve ser como em um los Conselhos Paroquiais), Ofertas
clube, que determina o valor a ser pago pelo sócio. Sinodais (destinadas pelos Conse-
Tal como a oferta da viúva pobre, que Jesus valori- lhos Sinodais) e Ofertas Nacionais
zou, a pequena contribuição daquele que tem pou- (destinadas pelo Conselho da Igre-
cas posses tem o mesmo valor que a grande oferta. ja), de maneira que cada nível admi-
c) Oferta generosa: um critério do Novo Testamento nistrativo destina 18 Ofertas.
é que a contribuição é expressão de generosidade e 3. A primeira Oferta do ano é
não de avareza (2Co 9.5). A necessita da Igreja e que destinada pelo nível seguinte, na
o membro pode doar são os critérios da generosidade. sequência da última Oferta do ano
d) Oferta dada com alegria: é a oferta que o após- anterior, sempre observando a or-
tolo Paulo descreve na Segunda Epístola aos Corín- dem local/sinodal/nacional. Se a
tios: Cada um contribua segundo tiver proposto no última Oferta do ano foi nacional, a
coração, não com tristeza ou por necessidade; por- primeira do ano seguinte será local
que Deus ama a quem dá com alegria (2 Co 9.7). e a seguinte sinodal.
Jorev Luterano - Novembro 2017
SÍNODOS 15

Igreja que anuncia: Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida


Vivamos estes ‘outros 500’ com fé, coragem e alegria!
P. Odair Braun | Pastor Sinodal do Sínodo Paranapanema

abrirmos um Campo de Atividade Ministe-


rial, no Sínodo, voltado para a formação, (h)
pelo trabalho com jovens, que, no primei-
ro Congresso Sinodal, em 2013, reuniu 25
jovens e, no terceiro, em 2017, alcançou
160 jovens e (i) por termos um ambiente
de diálogo, respeito e diversidade teológi-
ca permeada por desafios e oportunidades
para a atuação e presença da IECLB e das
suas Comunidades, testemunhando que
O justo viverá por fé (Rm 1.17), passagem
que abriu os horizontes de Martim Lutero e
impulsionou a Reforma.
Olhando para o nosso contexto, precisa-
mos reconhecer que temos o título de ser a
Igreja da Palavra. No entanto, nem sempre
a Palavra de Deus recebe e ocupa o lugar
de destaque que deveria. Precisamos reco-
nhecer que, muitas vezes, famílias e Comu-
Em 2017, quando comemoramos os que tange à cultura, à realidade social, nidades Luteranas deixam a Sagrada Escri-
500 anos da Reforma Luterana, o Sínodo assim como aos entendimentos teológicos. tura em segundo plano, seguindo de forma
Paranapanema comemora 20 anos da sua Nesta diversidade, somos desafiados e de- autônoma, sem dar vez e voz para que a Pa-
fundação. Nesta jornada, olhamos para safiadas a sermos Igreja que, alegre, jubila lavra de Deus ilumine e conduza os passos,
os caminhos percorridos, reconhecendo e caminha para servir e testemunhar a Boa as ações e a vida.
avanços, desafios e um amplo leque de Nova por Cristo anunciada. Precisamos reconhecer que somos Co-
possibilidades que se colocam no horizon- Nesta grande geografia e diversidade de munidades ‘ricas’ de dons, possibilidades,
te e devem ser enfrentados sob a bênção Comunidades, muitos são os dons a serviço. desafios e também recursos financeiros.
de Deus. Olhando para a caminhada, nos alegramos: Falar com mais liberdade e ousadia sobre
O Sínodo Paranapanema engloba o li- (a) pelo Planejamento Missionário elabora- Fé, Gratidão e Compromisso é sempre um
toral paranaense, a capital do Estado do do no ano de 2017, (b) por ter conseguido desafio atual e que, se levado a sério, viabi-
Paraná, Curitiba, e Região Metropolitana, os pagar valores devidos desde a aquisição da lizará mais gratidão, Ofertas ainda mais ge-
Campos Gerais do Paraná até Guarapuava, Sede Sinodal há mais de dez anos, (c) pela nerosas e isto oportunizará condições para
norte do Paraná, meio-oeste e oeste de São nova Sede Sinodal, a ser inaugurada no co- auxiliar, viver e testemunhar no contexto si-
Paulo e leste do Mato Grosso do Sul, na meço de 2018, (d) pelas frentes missioná- nodal e fora dele a Boa Nova da Salvação,
cidade de Três Lagoas. São, aproximada- rias colocadas como prioridade para 2017, ensinada por Jesus Cristo e redescoberta
mente, 14.500 membros espalhados em ou seja, Santa Fé do Sul/SP, Litoral Parana- por Lutero.
contextos urbanos e Comunidades rurais. ense e Cianorte, no norte do Paraná, (e) por Outro aspecto que sempre de novo pre-
Há Comunidades com mais de 150 anos conseguir investir em formação de Minis- cisa ser reconhecido e abordado é a es-
de história e Comunidades com 15 anos de tros e Ministras, assim como na formação trutura e a governança estabelecida pela
fundação. Temos Comunidades com mais de lideranças das nossas Comunidades, IECLB para as suas Comunidades, Paró-
de mil membros e outras com 40 membros. (f) pelas contribuições, mesmo em tempos quias e para o Sínodo. É necessário dialogar
Portanto, é um Sínodo de grande extensão de crise financeira, estarem de acordo com sobre as políticas norteadoras da Igreja, a
geográfica, multiformes Comunidades no o planejado, (g) pelo desafio de, até 2019, sua forma de conceber e formular a missão
e o testemunho, sendo estes nem sempre
reconhecidos e levados em consideração.
Exemplo disto é que ainda se percebe que,
muitas vezes, o Plano de Ofertas da IECLB
é desobedecido, Ofertas são divididas e
Queremos e trabalhamos para ser Igreja com Comunidades vivas, acolhedoras, a Campanha de Missão, a Vai Vem, não é
ousadas e animadas para o testemunho da Boa Nova da Salvação. Queremos ser tratada com a seriedade que merece. Isto
Igreja e Comunidades orientadas pela Palavra de Deus, pelo bom testemunho, pela deve ser motivo de arrependimento e mu-
coragem e ousadia de abrir novos Campos de Atividades Ministerial. Queremos ser dança de atitude, de forma que, realmente,
Igreja e Comunidades que caminham unidas, com fé e coragem, mesmo quando a façamos jus ao título de Igreja da Reforma,
escuridão parecer ser mais forte. Queremos ser Igreja e Comunidades que colocam orientada pela Palavra de Deus e de acordo
os seus dons a serviço, que testemunham com gratidão por tudo que Deus tem com as descobertas feitas por Lutero.
dado e permitido, dando um pouco do que recebemos, para que os nossos irmãos O Sínodo Paranapanema tem diante de
e as nossas irmãs, de perto e de longe, possam ser abençoados e abençoadas. si o desafio de motivar as suas Comunida-
Queremos ser Igreja e Comunidades vivas, dinâmicas, proféticas e sempre des a serem diaconais, assim como a moti-
dispostas a viver e anunciar que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. var os membros das suas Comunidades a
Assim daremos o melhor testemunho como Igreja Luterana que celebra e se alegra colocarem os seus dons a serviço, exercen-
com os 500 anos da Reforma. Que venham os ‘outros 500’ e que possamos servir e do o Sacerdócio Geral de todas as pessoas
testemunhar com alegria e gratidão! crentes, um valor da Igreja Luterana.

Para mais informações, acesse o Portal Luteranos


Jorev Luterano - Novembro 2017
16 MÚSICA

Álbum 500 anos - Se nos tornamos


Soli Deo Gloria profissionais ou amadores ou tão sim-
plesmente entusiastas e amantes da
Livro de Canto e Álbum Música Luterana música, não importa. O que importa é
perceber que esta oportunidade de
encontro com a música que trazemos
Comissão do Livro de Canto da IECLB e do Álbum Música Luterana - 500 anos das nossas Comunidades, esse legado
que precisamos nos empenhar para
Em 2011, o Conselho da Igreja nomeou da Comissão, formada por: P. Cláudio Kupka continuar tendo, não é o resultado de
uma Comissão para organizar um novo hiná- (Coordenador), Mus. Dra. Soraya Heinrich mero acaso ou de uma simples coin-
rio. Entre os motivos para esta resolução es- Eberle (Coordenação de Música da IECLB), cidência, mas é parte de uma história
tavam os inúmeros pedidos para unificação Cleonir Zimmermann, Werner Ewald, P. Oziel que tem atrás de si um marco, o marco
dos dois volumes do HPD ou a reelaboração Campos de Oliveira Júnior, Cladis Steuerna- da Reforma, além do entendimento
do hinário, o contexto da renovação litúrgica gel, Delmar Dickel e Marcel Steuernagel. do valor e da abertura de Lutero, dos
e de maior apropriação da realidade brasilei- O material foi compilado a partir do HPD luteranos e das luteranas para com a
ra, o repertório recém-composto e já em uso 1 e 2, Livro de Culto, Manuais de Ofícios da música.
nas Comunidades e a necessária atualização IECLB, Coleção Miriã, Em Tua Casa, O Povo Esse legado é um vigoroso símbolo
da linguagem de alguns hinos. Canta, Cantarei ao Senhor, Novo Cântico e da Igreja Luterana e que nos identifica
O Hinos do Povo de Deus (HPD1) foi en- outros cancioneiros, além de sugestões vin- como Comunidade Luterana. Esta foi
tregue às Comunidades em 1981, após cin- das de diferentes Comunidades e pessoas. exatamente a ideia que fez nascer o
co anos de trabalho da Comissão, composta A revisão ocorreu em quatro grandes blocos: projeto de contar ou, melhor dizendo,
por Ir. Ruthild Brakemeier, P. Frank Graf, Prof. música, texto, dados e editorial. Quanto à músi- cantar o legado da música luterana,
Hans Naumann e presidida pelo P. Lindolfo ca, foram revisados a melodia (altura), a harmo- esse legado em que o texto é um cha-
Weingärtner. Em 1994, foi convocada uma nia (inclusive cifragem) e o ritmo (duração), bem mado e a música é uma chama.
nova Comissão para editar o HPD2, com a como a grafia musical. A revisão do texto envol- O Álbum Música Luterana - 500 anos
tarefa de inclusão de um repertório mais con- veu Teologia, Gramática, versões e traduções. conta um pouco da história da música
temporâneo, o que aconteceu em 2001, A revisão de dados compreendeu autoria, da- luterana por meio da vida e da obra de
tas e dados bio- Compositores luteranos e Composito-
O Livro de Canto, conceitualmente amplo, gráficos de Com- ras luteranas desde a época de Martim
positores e Letris- Lutero, no século XVI, até os nossos
além de confessionalmente claro e preciso, tas. A revisão edi- dias, ano de 2017, no Brasil. Trata-se de
não é mais um cancioneiro lançado na Igreja, torial abrangeu os um álbum duplo com 67 faixas encarta-
mas o substituto dos hinários Hinos do Povo índices (alfabético, do em um livro que descreve a música
temático e bíblico). luterana em seus 500 anos.
de Deus 1 e 2 - para ser usado por toda a IECLB. A Comissão se Se uma mostra como esta tem a van-
preocupou, ainda, tagem de oferecer uma audição ampla
sob a coordenação do Cat. Edson Ponick, em incluir temas que não fizeram parte das da história da música luterana, incorre
assessorado pela equipe formada por Cat. edições anteriores, como Ascensão, Tríduo também na desvantagem de reduzi-la.
Louis Marcello Illenseer, P. Dr. Martin Dreher, Pascal e Confirmação, além de temas da vi- A história desta música é, felizmente,
Michaela Berger, P. Geraldo Grützmann, Mus. da comunitária e cristã, como ecumene e cul- muito maior que esta seleção permite
André Lichtler, P. Silvio Meincke, Mus. Ruth tura de paz. Nesse sentido, foi durante a sele- acomodar, por isso o desejo é que ela
Kratochvil, P. Oziel Campos de Oliveira, P. Rolf ção do material que percebeu-se: além de hi- sirva como um ponto de partida para a
Dietz, P. Leonhard Creutzberg, Flávio Ost, P. nos, o repertório da IECLB é composto tam- audição e a execução de outras peças
Johann Friedrich Genthner e P. Cláudio Kupka. bém por cantos litúrgicos, canções, corinhos. do nosso tesouro musical e uma apro-
Uma Comissão se ocupou com o assunto O hinário contém o repertório, mas este re- ximação com a história de vida e fé dos
e sugeriu a elaboração de um novo hinário. pertório se torna música na medida em que é seus autores e das suas autoras.
A proposta foi aprovada pelo Conselho da cantado pela Comunidade. Então, seguindo O Álbum Música Luterana - 500
Igreja. A partir daí, a, então, ‘Comissão do a linha do Livro de Culto da IECLB, a Comis- anos surpreende pela diversidade de
Novo Hinário da IECLB’ se reuniu para defi- são propôs uma nova nomenclatura, simples material e formações musicais, como,
nir critérios, coletar, selecionar e elaborar o e direta: Livro de Canto da IECLB. por exemplo, coro à capella ou com
novo material, que deveria privilegiar o canto O Livro de Canto da IECLB, dedicado, ao acompanhamentos, metais, cordas, ins-
comunitário e servir como instrumento para lado do Álbum Música Luterana - 500 anos, trumentos de época, banda, conjunto
a capacitação litúrgica e musical. na noite de 21 de outubro de 2017, na Igreja de flautas, órgão, solistas vocais e coro
De um universo de mais de 3 mil cantos da Reconciliação, em Porto Alegre/RS, segue infantil.
e hinos consultados, foi criado um catálogo o estipulado na liturgia da IECLB, atendo-se Por tudo isso, podemos afirmar que
de 993 hinos. Destes, 641 cantos foram se- ao Culto em suas diferentes partes e conside- trata-se de um trabalho inédito na
lecionados durante os seis anos de trabalho rando o Calendário Litúrgico. IECLB e, provavelmente, no Brasil.

Para mais informações, acesse o Portal Luteranos

Caminhos Ibéricos (Portugal & Espanha) 16/05 – 03/06


Caminhos Germânicos 05/06 – 22/06
(Europa Central & Reforma Luterana)
Caminhos Nórdicos (Países Escandinavos) 09/06 – 26/06
Caminhos do Leste Europeu 14/08 – 30/08
Caminhos Romanos (Amsterdã a Roma) 29/08 – 16/09
Caminhos das Festas
(castelos, tradições e cervejarias) 15/09 – 02/10

Embratur nº 23.028609.10.0001-5 viajar.plan@gmail.com 51 3762.2758 / 51 98515.6668 www.planviagens.com.br

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