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CARTA À COMUNIDADE
vas e missionárias, que atuam
Gestão Ministerial Unidade Gratidão
EXPLICAÇÃO DA CAPA
em fidelidade ao Evangelho EXPEDIENTE
de Jesus Cristo, destacando-
3 ENFOQUE
se pelo testemunho do amor JUBILEU DA REFORMA
de Deus, pelo serviço em fa- CHARGE
OFERTAS NACIONAIS
vor da dignidade humana e INDICADORES ECONÔMICOS
pelo respeito à Criação, nos dá
as pistas para desenvolver a 4 PALAVRA
GESTÃO MINISTERIAL
esperança: são o testemunho COMPETÊNCIAS MINISTERIAIS
reiterado do amor de Deus, o TEMA DO ANO
serviço abnegado em favor 5 PRESIDÊNCIA
da dignidade humana e o PALAVRA DA PRESIDÊNCIA
respeito irrestrito pela Criação RETROSPECTIVA
AGENDA
que nos transformam em Co-
munidades atrativas, inclusivas 6 FORMAÇÃO
EDUCAÇÃO CRISTÃ CONTÍNUA
e missionárias”, lembra o Do- PROPOSTA METODOLÓGICA
cumento Estações do Jubileu FACULDADES EST
- Estação de Novembro/2017: 7 DIVERSIDADE
Esperança, emitido pela Presidência da IECLB. SEXUALIDADE
O Documento destaca que não podemos esperar pela adesão ime- PRONUNCIAMENTO
diata da maioria. É preciso semear continuamente pequenas ações que 8-9 UNIDADE
transformam e regar as iniciativas que agregam e não excluem pesso- LUTERO - REFORMA: 500 ANOS
as, incentivando cada gesto que leva a Comunidade a transpor as suas 10 FÉ LUTERANA
fronteiras, de maneira a cumprir a Missão que Deus confiou à IECLB, a FAÇAMOS O BEM E NÃO O MAL
saber: propagar o Evangelho de Jesus Cristo, estimulando a sua vivên- 11 PERSPECTIVA
cia pessoal, na família e na Comunidade, promovendo a paz, a justiça e o A COMUNIDADE E OS SEUS ESPAÇOS TERAPÊUTICOS
amor na sociedade brasileira e no mundo. VAMOS ROMPER COM O INDIVIDUALISMO!
“Façamos a nossa determinação nadar contra a corrente do pessimis- 12 MISSÃO
mo e da indiferença. É para uma viva esperança que somos chamados PLANO DE AÇÃO MISSIONÁRIA DA IECLB
e chamadas, graças à grande misericórdia de Deus (1Pedro 1.3)”, frisa a PROJETOS MISSIONÁRIOS
PLANEJAMENTO MISSIONÁRIO
Presidência da IECLB. CAMPANHA DE MISSÃO VAI E VEM
Justamente nesta viva esperança, com muita gratidão a Deus, em ano
13 GRATIDÃO
de Tema Alegres, jubilai! Igreja sempre em Refoma: agora são outros 500, FÉ, GRATIDÃO E COMPROMISSO
e em pleno fervilhar de celebrações referentes ao Jubileu da Reforma, SAÚDE
a IECLB recebe o seu Livro de Canto e o álbum duplo Música Luterana -
14 GESTÃO
500 anos, obras que marcam a importância da Música no movimento da GESTÃO ADMINISTRATIVA
Reforma até os dias atuais, também para a IECLB. DOCUMENTOS NORMATIVOS
GUIA PARA O PRESBITÉRIO
Soli Deo Gloria, expressão que consta na capa do Livro de Canto da
IECLB, que alcançou a surpreendente marca de 40 mil exemplares na 15 SÍNODOS
campanha de pré-venda, representa o cerne confessional da música lu- ALEGRES, JUBILAI!
terana e, portanto, do Livro de Canto e da sua intenção: ser para a Glória 16 MÚSICA
de Deus. Este era o princípio do uso que Lutero fez da música! LIVRO DE CANTO E ÁLBUM MÚSICA LUTERANA
A Igreja que queremos ser está defi- da maioria em relação aos assuntos da
o Espírito Santo
nida: queremos ser reconhecida como
Igreja de Comunidades atrativas, inclusi-
Comunidade, pelo ‘tanto faz’, porque a
corrupção corre solta no Brasil, pela su- ao meu coração,
vas e missionárias, que atuam em fideli-
dade ao Evangelho de Jesus Cristo, des-
perficialidade das relações reduzidas a
‘curtidas’ nas redes sociais. o qual me dá alegria
tacando-se pelo testemunho do amor de Não há modelos prontos: cada Co-
Deus, pelo serviço em favor da dignidade munidade precisa descobrir, à luz do para fazer o bem.
humana e pelo respeito à Criação. Volto Evangelho, na realidade em que está
sempre de novo a esta questão, porque inserida, como dinamizar o seu teste- Martim Lutero
ela é de extrema importância. Não se munho para dentro e para fora. O com-
trata de uma formulação contida em um promisso que todas têm, no entanto, é o
documento perdido em uma gaveta. Ela de compartilhar com as demais Comu-
é fruto de muita discussão, foi sanciona- nidades as suas experiências de teste-
da pelo Concílio e integra o Plano de munho. Entendo que a organização da
Ação Missionária da IECLB (PAMI). IECLB dá espaço para isto: reuniões de
É com esperança que podemos olhar Conselhos Paroquiais e Assembleias Si-
para o futuro. A nossa confessionalida- nodais deveriam ser redescobertas co-
de e os nossos valores nos dão razão de mo espaço para a troca de experiências
OFERTAS NACIONAIS
sobra para isso. De quais recursos adi- missionárias. Isto vale também para o
cionais precisamos? Menciono como Concílio da Igreja. Explorem mais estes
fundamental a determinação de nadar espaços da estrutura e usem melhor o 12 DE NOVEMBRO
contra a corrente do pessimismo, do de- espaço reservado para cada Comunida- 23o Domingo após Pentecostes
sânimo e da indiferença. Os tempos em de e cada Paróquia no Portal Luteranos! Programa de Acompanhamento
que vivemos nos induzem à desespe- a Estudantes de Teologia
rança: queremos fazer a diferença, mas Trechos do documento emitido pela A formação teológica é um dos bens
nos sentimos tolhidos pelo desinteresse Presidência da IECLB da IECLB, por isso necessita de cuidado
e acompanhamento.
Para melhor cumprir esta tarefa, a
Igreja criou o Programa de Acompanha-
mento a Estudantes de Teologia. Este
Programa prevê a realização de diversas
atividades.
Entre as atividades desenvolvidas
pelo Programa de Acompanhamento a
Estudantes de Teologia, estão os Reti-
ros com Estudantes de Teologia dos três
Centros Formação conveniados com a
IECLB.
Nestes Retiros, estudantes têm a pos-
sibilidade de conviver e estabelecer
vínculos, bem como refletir sobre temas
importantes para a Igreja.
Outra atividade do Programa é a ofer-
ta de orientação para o desenvolvimen-
to pessoal.
Nesta ação, por meio da assessoria de
uma profissional da área da Psicologia,
cada estudante é desafiado, desafia-
da a refletir sobre as suas condições
pessoais para a sua atuação futura na
IECLB, como Ministro Ordenado ou Mi-
nistra Ordenada.
Também merece destaque a ativi-
dade da Mentoria Espiritual, que con-
siste no acompanhamento de estudan-
tes, por um Ministro ou uma Ministra da
Igreja.
UPM Outubro/2017 4,3530
Dessa forma, as Comunidades da
Igreja apoiam e zelam pela formação
INDICADORES teológica dos seus futuros Ministros e
Índice Setembro/2017 0,16 %
FINANCEIROS das suas futuras Ministras.
Acumulado 2017 1,78 %
TEMA DO ANO
Nele existimos!
P. Dr. Emilio Voigt | Coordenador do Núcleo de Produção e Assessoria
Nele vivemos, nos movemos e existimos (At 17.28a). O terceiro verbo do Lema do Ano da IECLB em
2017 trata da existência humana e pode ser traduzido por ‘somos’: Nele somos. Esta, aliás, é a tradução
que Lutero escolheu. Então, o que é, afinal, ‘ser’? Muitas pessoas dedicam boa parte da vida à busca
incessante por ‘ser alguém’. Ter bom estudo, ter promissora carreira, ter estabilidade financeira, são, por ve-
zes, confundidos com ‘ser’. Talvez, você já tenha se deparado com frases do tipo: Estude para ser al-
guém!, Trabalhe para ser alguém!, Ganhe dinheiro para ser alguém! ou Quando crescer, quero ser alguém!
Sim, queremos ser alguém, mas o que define esse ‘ser alguém’? O que acontece quando uma pessoa
não alcança os padrões que definem o ser alguém? Ela permanece ou, então, se torna ‘ninguém’?
Uma crônica de Rubem Braga nos desafia a refletir: Tomo o meu café com pão dormido, que não
é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci anti-
gamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não
incomodar os moradores, avisava gritando: - Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como
tivera a ideia de gritar aquilo? ‘Então você não é ninguém?’. Ele abriu um sorriso largo. Explicou que
aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido
por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o aten-
dera dizer para dentro: ‘não é ninguém, não senhora, é o padeiro’. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Os padrões de Deus são outros. Diante de Deus, não precisamos nos tornar. Nós já somos! Somos pessoas amadas por Deus. Somos
não por nosso empenho ou por nossas qualidades. Somos porque Deus nos aceita assim como somos. Deus acolhe, perdoa e nos torna
pessoas justificadas, capazes de amar e praticar o bem. Por causa do amor de Deus, nós somos! Por causa do amor de Deus, nós existimos!
Formar-se ou
aprender a aprender?
Profa. Márcia Bach de Oliveira Lorentz | Orientadora do trabalho com crianças e adolescentes na Paróquia Cristo Salvador, em Curitiba/PR
Quem já teve essa experiência, sabe bem para reconhecer a necessidade de buscar o como o de alguém que ainda não ama a lei
o que é a alegria de uma Formatura. Segun- conhecimento são o ponto de partida para de Deus e que necessita urgentemente dela.
do o dicionário, o verbo ‘formar’ significa aprender a aprender e premissas dessa mu- Assim, a resposta para a pergunta acima
dar forma. As palavras devem nos provocar, dança de paradigma. é: não há formatura na fé! Essa é também a
por isso... Que ‘forma’ você tem? Precisamos nos adaptar a uma nova reali- compreensão da nossa Igreja quando de-
Durante a vida, a pessoa passa por expe- dade em que a leitura, o estudo, a curiosida- fende uma Educação Cristã Contínua, ou
riências que lhe dão, por assim dizer, uma de e a busca constante e autônoma fazem seja, durante toda a vida, por isso trabalha
forma. Essa forma não é definitiva nem pré- parte do cotidiano. Nesse sentido, faz-se ne- para que os conteúdos vistos na infância
moldada. É um processo em permanente cessário afiarmos o nosso senso crítico para ou no Ensino Confirmatório, por exemplo,
movimento no qual estão incluídos o estu- avaliar o que é importante e buscar fontes sejam estudados novamente na vida adul-
do, as leituras e os relacionamentos. confiáveis que tragam bom embasamento ta. As perguntas e a maneira de ver a vida
A velocidade com que as informações e novos conhecimentos. e Deus mudam conforme o tempo, mas a
são produzidas e transmitidas e o volume a Em nossa vida cristã, será que nos ‘forma- necessidade de aprender e reaprender não.
que temos acesso mostra que a educação é mos’ na fé? Conheci uma senhora muito que- Aprender a aprender sobre Deus é um
um processo que jamais tem fim. Nunca es- rida, que, do alto dos seus 80 anos, era a mais desafio permanente e instigante. Necessita-
taremos totalmente formados ou formadas. assídua frequentadora de um curso que mos buscar o conhecimento sobre Deus e a
Sinceramente? Gosto disso! tivemos em nossa Comunidade sobre o li- sua vontade para nós, por isso busquemos
A Organização das Nações Unidas para vro de Romanos. Lembrei dela quando li o a fonte mais fiel e confiável, a Bíblia, para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) comentário de Lutero, citado ao lado do Sal- conhecer melhor o nosso Deus, não como
propôs, em 1997, quatro pilares para a edu- mo 150 na Bíblia Sagrada com Reflexões do alguém que conhece apenas de vista, mas
cação em nosso milênio e um deles é apren- Reformador: Enquanto viveres não tenhas como alguém cujo propósito é dar para nós
der a aprender. Disposição e humildade outro sentimento a teu respeito a não ser o que de melhor podemos alcançar.
PRONUNCIAMENTO
ra diz que Deus encaminha a história cristãs são unânimes neste sentido: (Fp 2) sofre e padece na cruz. É ali, na
humana para o estabelecimento defi- quem quer conhecer Deus, precisa co- cruz, loucura para a sabedoria humana,
nitivo do seu Reino de Justiça, onde o nhecer Jesus! Olhar para a história hu- que Deus se oculta e se revela.
mal não mais existirá. Deus vê o todo da mana ou para a própria natureza, na Assim, Deus é conhecido não na for-
história, do seu princípio à sua consu- qual encontramos tão concretamente ça, mas na fraqueza, não na demons-
mação, e, consequentemente, o papel as manifestações do mal, nos joga na tração de poder, mas na manifestação
que o mal desempenha nela, enquanto desesperança e na descrença, mas é do amor que se dispõe a sofrer, se tor-
o ser humano tem uma visão parcial e diferente quando olhamos para Jesus. na vitima do mal, a fim de converter o
imprecisa. Em Jesus Cristo, no entan- É também para este caminho que ser humano para si (Rm 3.24-25). Deus
Por que o mal to, Deus antecipa o futuro da história, sabe o que é sofrer e Ele é solidário ao
a reconciliação, como sinal que ela se ser humano no sofrimento, porque Ele
existe? Por que encaminha para esse final preestabe- mesmo sofreu em Cristo. No sofrimen-
Deus permite a P. Dr. Marcos Augusto Armange,
lecido. É necessário, portanto, neste
espaço entre a existência e a essência,
to, é possível comunhão com o Cristo
crucificado (Mc 8.34-38). O mal, neste
existência do mal? Ministro na Comunidade Concórdia uma postura de confiança em Deus e a sentido, não é só custoso ao ser huma-
Deus não tem poder de São José dos Pinhais/PR admissão que a compreensão plena do Somos pessoas no, mas também ao próprio Deus. É um
mal só será respondida na consumação Deus poderosamente fraco. Não se tra-
para terminar com o dos tempos. A Teodicéia da Comunhão,
chamadas a confiar na ta de uma limitação da sua soberania.
Pai, Todo-Poderoso,
que devastou muitas ilhas do Caribe. te. Ela distingue o mal em ‘mal moral’, ou conhecido no sofrimento humano, pois
Deus se tornou vítima do mal na cru-
se sacrifica, cuja terroristas, nas guerras, no holocausto
judeu, na violência humana e nas ca-
Como conciliar a presença de um Deus seja, aquele que se expressa no pecado
com manifestações Pai, Todo-Poderoso, com manifestações como ação e condição humana existen- cificação de Jesus. Assim, o sofrimen- última palavra é amor tástrofes naturais. Deus foi refugiado
to, experimentado pela Criação e pelo faminto e desvalido (Mt 25.40).
tão concretas
tão concretas do mal?
Estas são questões sobre as quais
cial, ‘mal metafísico’, que é a manifesta-
ção da realidade angustiante da finitude Criador, proporciona oportunidade de e vida, por isso temos No entanto, isto é só parte da realida-
do mal? a Filosofia e a Teologia se debruçam humana, e ‘mal natural’, de natureza im- comunhão entre o ser humano e Deus. motivos para estarmos de. A cruz revela um movimento poste-
em um debate milenar, o que revela a pessoal, que provém de catástrofes na- Mesmo a despeito das Teodicéias, rior, o da ressurreição de Jesus, que nos
complexidade do tema, impossível de turais a que estamos sujeitos no mundo. permanece a necessidade de alguém alegres e jubilar, pois, conduz do sofrimento à glória, do ódio
ao amor, da morte para a vida. A ressur-
ser sintetizado e muito menos exaurido No decorrer da história do Cristianis- que aponte concretamente para a pre-
sença de Deus na vida e no mundo. O
em Deus, vivemos, reição é o sinal antecipatório de que o
nas poucas linhas de um artigo. O nos- mo, a Teodicéia estabeleceu o debate
so objetivo, portanto, é humilde. Ora, em diferentes bases. Inicialmente, as apóstolo Filipe pede a Jesus: Senhor, nos movemos e mal foi derrotado. Isso dá um sentido
respostas intelectuais ou mesmo mora- reflexões foram sendo construídas na mostre-nos o Pai e assim não precisare- que transcende ao sofrimento e à morte,
listas, como foram aquelas dadas pelos área moral. Clemente de Alexandria e mos de mais nada (Jo 14. 8). Da mesma existimos. porque, pela graça de Deus, quando so-
Por que o mal existe? Por que Deus amigos de Jó (Jó 2, 4, 8 e 11), não fariam Agostinho defendiam a ideia que o mal forma que os primeiros discípulos, que- mos encontrados por Jesus, o seu desti-
permite a existência do mal? Deus não sentido para as pessoas que experimen- decorre do livre arbítrio (Conflito Pela- remos saber onde Ele está, conhecê-lo, no torna-se também o nosso destino.
tem poder para terminar com o mal? Di- taram em suas vidas as manifestações giano). Deus permite o mal porque o tirar as dúvidas. Então, os mistérios se- Todavia, o problema do mal, mesmo
ficilmente, alguém que tenha pensado do mal nem para aquelas que perderam seu amor prefere criar pessoas livres riam respondidos, a fé seria inabalável, a despeito das Teodicéias e do nosso
com seriedade em sua fé, deixou de se pessoas que amam. Está em jogo a pró- ao invés de pessoas incapazes de pe- a vida, o mundo e a própria questão do olhar conduzido a Cristo, continua sen-
fazer estas perguntas, especialmente pria justificação de Deus pelo ser huma- car. Assim, o ser humano teria liberda- mal teriam um sentido. Jesus responde Martim Lutero conduz o nosso olhar. As do um dos mistérios do Deus abscon-
quando ficamos perplexos perante cri- no, que, angustiado, procura perceber a de de abraçar o bem ou o mal em sua a Filipe: Filipe, já estou tanto tempo com suas Teses, discutidas em Heidelberg, ditus, do Deus não revelado, conforme
mes bárbaros, como foram, por exem- presença de Deus em um mundo onde vida (mais tarde, Lutero combateria essa vocês e você ainda não me conhece? em 1518, confrontaram a Teologia Me- Lutero. Somente quando vier o perfei-
plo, o holocausto judeu, as guerras que as experiências do mal são tão visíveis. tese). Posteriormente, a Teodicéia arris- Quem me vê, vê também o Pai (Jo 14. 9). dieval com a Teologia da Cruz. Lutero to, não teremos nada mais a perguntar
produziram grandes massas de imigran- Neste sentido, o livro de Eclesiastes, na cou explicar a existência do mal por um Portanto, quem olha para Jesus, enxerga rejeitou o que ele chama de Teologia e isso coloca um desafio à fé: somos
tes famintos e desvalidos, os atentados pessoa do pregador, com o seu discurso viés pedagógico, vendo o mal como também a Deus. da Glória, uma Teologia que se ba- pessoas chamadas, a exemplo de Jó, a
terroristas, o extermínio de grupos étni- pessimista e tão pós-moderno, dá voz a um fator importante para a maturidade Em Jesus, Deus visita o mundo, é o seia em méritos e na sabedoria huma- confiar na soberania e no amor de Deus
cos, as diversas situações geradas pela um grande contingente de pessoas que, espiritual, já que a obrigatoriedade de Emanuel (Mt 1.23), o Hosana (Mt 21.9), a na para chegar a Deus, e afirmou uma contra a realidade empírica do mal, a
violência humana (Gn 4.9) ou diante da diante da desesperança, está inclinado viver e conviver com o sofrimento move encarnação do Verbo (Jo 1.1-4), o Mes- Teologia da Cruz, revelada, cuja justiça não se entregar ao discurso pessimista
realidade da fome, que revela um siste- a confessar: Tudo é ilusão (Ec 1-2). a pessoa, de um estado de fé infantil, sias (Mc 8. 29). O Novo Testamento fala não vem de nós, mas da graça recebida de Eclesiastes, mas confiar neste Deus
ma econômico injusto e excludente que O ramo da Teologia e da Filosofia para um processo de amadurecimento em Jesus como aquele que, pela Pala- mediante a fé (Ef 2. 8-9), que nos leva a que desce, se sacrifica, cuja última pa-
é a própria personificação do mal e, ain- que se ocupa com as questões do mal da fé que nos aproxima de Deus. vra, tem domínio sobre o mal (Lc 9.37-43, confessar Tu és o Cristo, o filho do Deus lavra é amor e vida, por isso temos mo-
da, frente às catástrofes naturais, como e da existência de Deus é denominado Outras formulações importantes fo- Lc 11.14-23 e Mt 8.28-34) e como o vivo (Mt 16.16). Nela, vemos um Deus tivos para estarmos alegres e jubilar,
o Tsunami que varreu a Ásia em 2004, Teodicéia. A Teodicéia caracteriza o mal ram aquelas designadas de Teodicéia único que resistiu às suas tentações que não está alienado ao sofrimento pois, em Deus, vivemos, nos movemos
os terremotos devastadores, como vi- como uma força oposta à vontade de Escatológica e de Comunhão. A primei- (Mt 4.1-11). As primeiras testemunhas da sua Criação. Em Jesus, Deus mesmo e existimos (At 17.28).
Jorev Luterano - Novembro 2017
PERSPECTIVA 11
Quando chega a Primavera em nossas Comunidades Lute- diz que devemos praticar a fé. Nesse mundo capitalista e in-
ranas, celebramos a Semana Nacional da Ordem Auxiliadora dividualista, Cristo diz que devemos viver a solidariedade, a
de Senhoras Evangélicas (OASE). Em Cuiabá/MT, ao término unidade e a partilha de bens (At 2.44ss, 4.32 e 4.34-37). Nesse
do Culto, que, neste ano, foi realizado pelas mulheres, um novo mundo em guerra constante, Cristo nos convida a viver em paz
membro perguntou ‘O que seria a OASE?’. e exorta a todos a se edificarem mutuamente (At 9.31-38).
Expliquei o motivo e quando surgiu o grupo, os principais Viver Comunidade é isso! É saber que, entre todas as pesso-
trabalhos desenvolvidos pelas mulheres, o lema da OASE, Co- as, deve existir a comunhão fraterna, que se manifesta na acei-
munhão, Testemunho e Serviço, e exemplifiquei com ações das tação das demais pessoas, na preocupação em dividir dores
mulheres em âmbito local. e alegrias, na distribuição dos serviços que cabe a cada uma.
Nesse diálogo, também comentei que, além da importância Isso faz um bem tremendo às pessoas!
do que é feito, o grupo termina se tornando um espaço para Como a OASE, há tantos outros grupos comunitários em
dividir alegrias, sofrimentos, enfim um lugar de acolhimento, que a amizade é fortalecida, em que a presença do Deus é in-
em que as mulheres se sentem bem e querem estar sempre vocada, em que as pessoas se preocupam umas com as ou-
presentes, pois se percebem cuidadas, protegidas, compreen- tras, em que o testemunho é levado para fora da Igreja, em
didas e amadas. O grupo se torna, assim, uma Comunidade que os membros se sentem amados, acolhidos e escolhidos
Terapêutica. por Deus.
A vida das pessoas está tão atribulada, que elas esquecem Esses são espaços que, se prestássemos um pouco mais de
que Viver Comunidade, como Cristo orientou e era prática nas atenção, poderiam se tornar um lugar muito mais procurado
primeiras Comunidades Cristãs, pode ser uma terapia para pelos membros. Então, vamos nos permitir participar dos gru-
amansar o coração, abrandar as dores, se sentir pessoa amada pos da OASE, das Mulheres, dos Homens, da Juventude e tan-
e acolhida. É só seguir os ensinamentos dele. tos outros que existem nas nossas Comunidades. Vamos viver
Nesse mundo egoísta, Cristo diz que devemos viver em to- a Comunidade Terapêutica oferecida por Deus. Ela nos é dada
tal comunhão (At 4.32). Nesse mundo de desesperanças, Cristo de graça!
Deus não precisa das nossas obras nem pediu que fizéssemos
algo para Ele, exceto louvar o seu nome e agradecer. Martim Lutero
Em Comunidades urbanas da IECLB na Grande Porto Para buscar uma das repostas para a nossa pergunta,
Alegre/RS, tenho percebido a ausência de pessoas jovens é preciso dizer que, entre as gerações mais maduras e as
na vida da Comunidade. A observação pode ser feita nos mais novas, há uma perda da memória coletiva. O que se
Cultos, mas também na escuta da preocupação de diferentes passava de geração em geração, não acontece mais.
lideranças nas Comunidades. Então, estariam perdidas as antigas memórias e as novas
Recentemente, em um Congresso da Ordem Auxiliadora gerações?
de Senhoras Evangélicas (OASE), fiz uma enquete com O Salmo 78.2-4 nos ajuda a entender o problema: Abri-
quase 500 mulheres, a maioria acima de 50 anos de rei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tem-
idade, portanto, avós. Na ocasião, perguntei-lhes se as pos antigos. Ouvimos e aprendemos, o que nos contaram
suas netas e os seus netos seriam membros da nossa Igre- nossos pais, não o encobriremos a seus filhos, contaremos à
ja. A maioria das mulheres levantou a mão para confirmar geração vindoura...
o ‘não’! A tarefa está dada pelo Salmista, mas o que precisamos
De fato, estamos diante de uma situação para a qual não trazer para o debate ainda?
tenho resposta, mas ela precisa ser colocada e sem me- Estudiosos dizem que o individualismo moderno enfra-
do. Precisamos conversar sobre o assunto e pesquisar com quece a memória coletiva. Brasa longe do braseiro apaga
aquelas pessoas que estão ausentes. mais cedo, diz o ditado.
Alguns Especialistas que estudam o comportamento re- A nossa sociedade incentiva o individualismo ao máximo.
ligioso dizem que está havendo uma dificuldade das gera- Então, o problema vem de fora para dentro da Comunidade
ções mais velhas repassarem às mais novas a vivência de de Fé. Além disso, não falta religiosidade entre as pessoas
fé dos antepassados. Entretanto, essa não é a causa, mas a jovens, dizem pesquisas.
consequência. Fato é que, na pregação e na vivência da fé, o individua-
Então, onde está o problema da ruptura da correia de lismo deve ser questionado, pois é necessário romper esse
transmissão da fé para as novas gerações? intruso. Sem ele, a memória do grupo se refaz!
Secretaria de Missão Após os quatro momentos: Apaixonar- A avaliação de Campos de Atividade Mi-
se pela Missão, Assumir a Missão, Analisar a nisterial está vinculada ao processo de Pla-
A paixão de Deus pelo mundo é Situação e Definir as Ações, estamos no quin- nejamento Missionário. Neste sentido, as
fundamento da Missão. Cristo, que é to e último momento do Planejamento Mis- Ações e Atividades Missionárias definidas
o sinal mais claro dessa paixão, nos sionário: Executar as atividades. no Planejamento estão relacionadas com a
antecipou o Reino de Deus. Para que as Ações Missionárias possam Avaliação de Campos de Atividade.
Por ele: pessoas são acolhidas, ou- ser efetivadas, é necessário estabelecer as O Plano Missionário precisa ser assumido
vidas, valorizadas, perdoadas, cura- atividades e as tarefas que precisamos reali- pela Comunidade, por isso é importante que
das e transformadas. As crianças, zar para alcançar os objetivos. Neste momen- seja apresentado em Culto, por ser a oportu-
as mulheres e as migrantes são to, vamos definir prazos, recursos, resultado nidade em que a Comunidade poderá agra-
defendidas e abençoadas. Às pes- esperado e responsáveis pelas atividades. decer por tudo aquilo que já tem acontecido
soas pecadoras e de má fama, é Por fim, veremos maneiras de informar a Co- e interceder pela efetivação do Plano.
proclamado o perdão que segue o munidade e monitorar a execução do Plano Que o processo de Planejamento não seja
arrependimento. Missionário, essencial para aprimorar as ativi- uma atividade técnica, mas uma oportuni-
Também as leis que ferem o amor dades e corrigir eventuais falhas. dade de comunhão e vivência da fé!
ao próximo são questionadas. Na in-
certeza afirma-se, a fé. No desespero,
anuncia-se a esperança. A morte é
vencida pela ressurreição e o amor é Vai e Vem: sementes de esperança
promulgado como a nova lei.
A antecipação do Reino sempre P. Bruno Bublitz | Pastor Sinodal do Sínodo Centro-Campanha-Sul
esteve acompanhada do louvor e
da oração a Deus, bem como da co- Na realidade em que vivemos, encontramos muitas pes-
munhão. Entretanto, só uma postura soas que sonham com um amanhã melhor: com paz, segu- VAI E VEM 2017 | ANO 10
CAMPANHA NACIONAL DE OFERTAS PARA A MISSÃO
de abertura, encontro e diálogo com rança, emprego, harmonia no relacionamento entre os ca-
Deus em relação às pessoas que nos sais e filhos, uma Igreja acolhedora, inclusiva e na qual haja
rodeiam possibilita um louvor, uma calor humano... A Vai e Vem ajuda a alimentar estes sonhos? O meu coração bate pela missão!
oração e uma comunhão que nutram Para que possamos caminhar confiantes na esperan-
a paixão necessária para conduzir a ça que ‘agora são outros 500’ seja um caminhar para um
Ação Missionária. futuro melhor, a Vai e Vem tem sido o semear de sementes
de esperança para muitas Comunidades. Ali onde as nossas
mãos, sozinhas, não conseguem chegar, por meio da Vai
e Vem, nós temos conseguido estender a mão às Comuni-
dades localizadas na região da diáspora do Sínodo Centro-
Campanha-Sul, ou seja, a região da fronteira com o Uruguai.
Graças ao apoio da Vai e Vem, foi possível oferecer um IECLB
WWW.LUTERANOS.COM.BR
Publicações | Criatitude
Seria bom viver em uma sociedade igualitária ao
ponto de assuntos como a justiça de gênero não se- Deus é inimigo
rem uma novidade, mas algo presente no cotidiano.
Ao contrário: o assunto surge de necessidades da arrogância
concretas e urgentes. Violência em todos os es-
paços da nossa sociedade, inclusive na Igreja! A e do atrevimento
violência que tem como base a desigualdade en-
tre as pessoas. Desigualdade, muitas vezes, funda- que lhe usurpam
mentada em discursos patriarcais e machistas.
Sejamos sal e luz no mundo. Exerçamos a voz
profética em prol da justiça em todos os âmbitos
a honra e se
e, neste momento, voltemos as nossas orações e
ações em favor da justiça de gênero.
opõem ao Primeiro
Trecho de
Mandamento.
Criatitude - Pela Justiça de Gênero
Martim Lutero