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Recensão crítica 2
enfoque colocado na necessidade de colaboração e partilha
das tarefas educativas entre pais e professores/escola.
Todavia, esse diálogo nem sempre é fácil. Pelo contrário, é
marcado por tensões, por ambiguidades, por avanços e
recuos. A resposta à pergunta formulada no título da obra,
“Diálogo impossível?” é claramente um não. No entanto, os
autores consideram que há constrangimentos e resistências
de ambos os lados, sobretudo por se tratar de duas
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ameaçadora, a escola faz parte da vida quotidiana de cada
família” (pág. 1)
A preocupação com a felicidade e o desenvolvimento dos
filhos gera nos pais expectativas em relação à instituição à
qual os vão confiar. Como forma de defenderem os
interesses dos filhos, cada vez mais os pais querem ter uma
palavra a dizer sobre a forma como a escola os trata,
podendo essa participação/intervenção assumir várias
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essa participação se concretizasse na partilha de tarefas
educativas e na divisão de responsabilidades, na colaboração
em prol do bem-estar dos jovens. Mas este objectivo de
parceria, perseguido por muitos pais, é desprezado por
outros que questionam, interferem e ameaçam, prejudicando
a causa dos que estão dispostos a participar. Embora
reconheçam que “entre os pais e a escola, não há nenhuma
razão para que as relações estabelecidas sejam serenas”,
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Também os professores se dividem em relação à
“parceria” com os pais. Há os que a aceitam e encorajam
incondicionalmente, há os que evitam a todo o custo,
finalmente os que funcionam de modo burocrático,
limitando-se a cumprir o estipulado nos regulamentos e
realizando um número mínimo de contactos.
Por fim, os pais apresentam, em relação à escola, atitudes
e comportamentos diferentes, determinados, sobretudo, pela
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“abrir” a escola às famílias é reconhecida pelos docentes e
legitimada politicamente por normativos legais que definem
o alargamento das competências e domínios de actuação dos
pais na escola. Porém, é frequente essa “abertura” ser
utilizada com características e finalidades que se afastam do
desejável. É legítimo que os pais estejam conscientes das
suas responsabilidades enquanto educadores, manifestando
interesse pelo percurso escolar dos filhos e dando-lhes o
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Os contactos directos constituem apenas a parte visível da
relação, sendo a “face oculta” assegurada pela criança
através dos recados que transporta entre pais e professores.
Ela funciona como mensageiro entre ambos. É um “go
between” que, como o jovem do filme de Joseph Losey, “vai
e vem entre dois mundos” (pág. 52). E, tal como no filme, a
criança não é um agente passivo e neutro. Nas palavras do
autor “(…) o go-between é o árbitro das relações entre os
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sujeitas a um estudo mais aprofundado: o papel dos pais na
educação dos filhos que, segundo a autora tem que ser
complementado “(…) pelos contributos de outros adultos
exteriores à família como são os professores” (pág. 161); as
vantagens e desvantagens da participação dos pais nos
projectos educativos e na gestão das escolas; os contextos
em que é possível a parceria professores-pais; o lugar da
criança nas relações entre a família e a escola.
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partilha de responsabilidades e respeito pelas funções
inerentes a cada uma das partes.
Num contexto escolar caracterizado pela complexidade
das relações, a obra recenseada é, pois, um contributo
valioso para docentes e pais percepcionarem “o outro lado”
e tentarem encontrar estratégias comuns em torno do mesmo
objectivo – o desenvolvimento harmonioso da criança.
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