Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
* n.miguita@unesp.br
jonathan.souza.oliveira23@gmail.com
danilojk1@gmail.com
§ matheus.ls.silva@unesp.br
¶ joaolimaribeiraj@gmail.com
1
1 Cinemática Unidimensional
1.1 Espaço-tempo:
O estudo do movimento na cinemática é permeado pelo espaço e pelo tempo.
Hoje, sabe-se que o tempo e espaço compõe as dimensões da nossa realidade.
Um exemplo simples de perceber isso é que depois da quarentena todos serão
convidados a comer em uma Pizzaria. Todos tem de estar lá e está marcado.
Nesse momento, lhe vem cabeça a seguinte pergunta “Ok, mas quando?”. E se
houvesse um convite para viajar sábado depois da quarentena. Nessa situação
também vem uma pergunta “Para onde?”. Dessa forma, é perceptı́vel que para
qualquer análise de uma situação ou evento é necessário algumas coordenadas
do espaço e do tempo, ou seja, é preciso fornecer o local e a data para acontecer
a noite da pizza ou a viagem. Desse modo, para descrever o movimento é funda-
mental ter para cada instante de tempo seu local no espaço, e reciprocamente,
para cada local do espaço um instante de tempo.
1.1.1 Espaço
O espaço1 é composto por 3 dimensões, sendo elas, altura, largura e com-
primento. Na fı́sica, adotamos um sistema de eixos ortogonais 2 x,y e z ou
î , ĵ e k̂. Nesse capı́tulo, a análise será restringida a apenas uma dimensão.
Como destacado no inı́cio do capı́tulo, toda a análise do movimento requer um
referencial 3 . Dado esse referencial será qualificado se um determinado corpo
está em movimento ou em repouso. Por exemplo, se a Terra for adotada como
referencial e o objeto de análise for uma casa, a mesma estará em repouso em
relação a Terra. Já um carro ou ônibus, que esteja transitando por uma rua,
estará em movimento em relação a Terra. Seguindo essa ótica, para facilitar
a análise do movimento, se estabelece na origem do sistema de coordenadas o
referencial e a partir dele se denota as posições ocupadas pelo corpo durante o
movimento.
é importante levar todo o problema mantendo esse referencial e percebendo como se alteram
as grandezas em relação a ele. Muitos erros ocorrem pela mudança do referencial no meio do
problema e isso afeta todas as variáveis subsequentes.
2
Quando se tem o conjunto de todas as posições ocupadas por um corpo
durante o movimento, esse conjunto de pontos forma a trajetória do movimento.
E em algumas ocasiões, quando se conhece de antemão a trajetória do corpo
no movimento, pode-se partir dela a análise do mesmo. Para isso, adota-se na
trajetória um ponto O como origem do movimento, e atribui-se uma orientação
a trajetória.. A figura 1 a seguir ilustra a situação.
1.1.2 Tempo
O tempo5 ainda é uma incógnita para a modernidade, pois apenas sente-
se seu efeito e observa-se sua atuação, mas não é possı́vel movimentar-se por
ele como é feito no espaço. Como o tempo caminha apenas em um sentido,
adotamos ele como uma sucessão de acontecimentos e o medimos a partir da
contagem das repetições de algum fenômeno periódico.
Quando é estabelecido o momento para começar o inı́cio da medição do
tempo(origem do tempo), qualquer momento indicado pelo medidor, será defi-
nido como instante.Por fim, intervalo de tempo será a duração do movimento
entre um instante final(tf ) e um instante inicial(to ).
4 Nota:Algumas literaturas fazem uso da distância total. Essa nada mais é que a soma dos
3
1.2 Velocidade
Com objetivo de avaliar como algumas situações do cotidiano ocorrem e
classificar como rápidas e lentas, foi desenvolvido o conceito de velocidade6 . Na
fı́sica, é a variação do espaço em função do tempo. E em geral, se denota velo-
cidade média e velocidade instantânea, pois ambas têm definições especificas.
mente, é utilizado, também, o quilômetro por hora (Sı́mbolo: km/h), mas não é unidade do
SI.
4
1.2.3 Interpretação Geométrica
A interpretação geométrica da velocidade média é a inclinação da linha reta
que liga os pontos p2(t1, s1) e p1(t2, s2) em um gráfico s versus t.
5
1.3 Aceleração
Durante o desenvolvimento da fı́sica, percebeu-se que algumas grandezas não
eram diretamente proporcionais a velocidade e sim, diretamente proporcional a
variação da velocidade em função do tempo. Para facilitar, definiu-se que essa
variação da velocidade em função do tempo seria chamada de aceleração. A
aceleração média se dá pela divisão entre o valor da variação da velocidade pela
variação de tempo. Portanto, a aceleração média fica definida por:
∆V vf − vo
am = = (3)
∆T tf − to
1.4 Análises:
1.4.1 Movimento uniforme
A definição de movimento uniforme é: Movimento uniforme7 é aquele que o
corpo sofre variações de espaço iguais em tempos iguais, ou seja, a velocidade é
constante. Desse modo, tiramos algumas conclusões:
1. Como a velocidade é constante, a variação da velocidade é sempre igual a
zero e a aceleração será igual a zero.
2. Construindo o gráfico v versus t, temos a seguinte situação:
6
A partir do gráfico concluı́mos que a velocidade instantânea acaba sendo
igual a velocidade média, pois ambas estão sobre a mesma reta suporte
que sustentam ambas segundo sua definição geométrica. Com essa con-
sequência, podemos definir a seguinte lei:
sf −so
Vm = tf −to
sf − so = V · (tf − to )
sf = so + V · (tf − to )
s(t) = si + v · t (5)
7
1. Construindo o gráfico a versus t, temos a seguinte situação:
vf − vo = a · (tf − to )
vf = vo + a · (tf − to )
V (t) = Vo + a · t (6)
A lei acima da forma descrita é conhecida como lei, ou função, horária das
velocidades.
2. A partir da lei acima, concluı́mos que em um gráfico v versus t, a linha
descrita é uma reta, conforme o gráfico a seguir:
É sabido que a área desse tipo de gráfico v versus t é numericamente igual a
variação do espaço e, possuı́ o formade de paralelogramo. Em linhas gerais:
∆S ≡ A
(B+B)h
A= 2
Vo +Vf ·∆T
∆S = 2
a·t2
S(t) = So + Vo · t + 2
8
Figura 7: Gráfico V versus t. Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/
a · t2
S(t) = So + Vo · t + (7)
2
4. Há ainda uma última lei que possibilita nesse tipo de movimento a des-
coberta da velocidade final sem a necessidade de se descobrir o tempo.
Utilizando se a lei horária das velocidades e a lei horária das posições:
9
Essa é a conhecida, usualmente como equação de torriceli.
v 2 = vo2 + 2∆ · a · S (8)
(a) Movimento 1:
Dada a equação horária da velocidade:
v(t) = t2 + 2t + 4
Para se encontrar a equação horária da aceleração, basta derivar a
equação horária da velocidade:
dv d(t2 +2·t+4)
a(t) = dt = dt
10
Para facilitar, denotamos to = 0 e a constante C será a origem dos
espaços Si. Portanto, a equação horária dos espaços será:
t3
s(t) = 3 + 2 · t2 + 4 · t + So
(b) Movimento 2:
Dado o movimento com aceleração constante a, encontre as
equações horárias da velocidade e do espaço. Sabemos que para
encontrar a equação horária da velocidade é necessário integrar a
equação horária da aceleração que é:
a(t) = a
Assim:
Rt Rt
v(t) = to
a(t) dt = to
a dt = (a · t + C)|tto
Para facilitar, denotamos to = 0 e a constante C será a velocidade
inicial Vo .
v(t) = vo + a · t.
Em seguida, para encontrar a equação horária das posições, basta
integrar novamente a equação horária da aceleração:
Rt Rt 2
s(t) = to v(t) dt = to (vo + a · t) dt = (vo · t + a·t2 )|tto
Para facilitar, denotamos to = 0 e a constante C será o espaço
inicial So .
a·t2
s(t) = so + vo · t + 2
11
2 Cinemática Bidimensional
2.1 Posição de uma partı́cula em um plano:
Para que que seja possı́vel descrever o movimento de um móvel no espaço
bidimensional primeiro é necessário conhecer a posição dessa partı́cula. Será
estabelecido a posição de uma partı́cula em um plano com dois parâmetros
conforme a imagem a baixo:
Nesse caso a posição da partı́cula está sendo expressa pelo par de funções
(x(t), y(t)). Essas funções formarão o par ordenador (x, y) que indicarão a
posição da partı́cula em cada ponto da trajetória.
2.2 Vetores:
Anteriormente, foi usado o sistema de coordenadas cartesianas. Nessa sub-
sessão será visto que é possı́vel dar uma caracterização no movimento, indepen-
dente do sistema de coordenadas, através do conceito de vetores. 9 No estudo
dos movimentos, os vetores podem representar o deslocamento, a velocidade e
a aceleração. Eles também podem ser decompostos em componentes vertical e
horizontal.
9 Nota : O vetor é um segmento de reta orientado que possui módulo, direção e sentido.
12
E para isso usaremos os versores î e ĵ que são expressos nas direções x e y
como ilustra a figura abaixo:
~r = ~rx î + ~ry ĵ
r~2 − r~1
V~m = (9)
∆t
13
Exemplificando em termos gráficos, pode-se considerar uma partı́cula que se
move, durante um intervalo de tempo ∆t de um ponto P até um ponto P’ como
ilustrado na figura abaixo:
~
r (t)−~
r (t+∆t)
V~m = ∆t = ∆~
r
∆t
∆~
r ∆x ∆y
v~m (t) = ∆t = ∆t + ∆t = v~x (t) î + v~m (t) ĵ
14
Figura 13:
15
com a origem do sistema de eixos. A partir daı́ as dimensões serão analisadas
independentemente, depois que a análise for feita, iremos juntar as informações
e ver como o movimento em uma dimensão acontece em função do movimento
na outra dimensão.
Sx = vo · cosθ · t
Sx
vo ·cosθ = t (1)
a·t2
Sy = vo · senθ · t + 2 (2)
vo ·senθ·sx g (Sx )2
Sy = vo ·cosθ − 2 · (vo ·cosθ)2
g·(Sx )2
Sy = tgθ · Sx − 2·(vo )2 ·cos2 θ
10 considerando que v = vo + at
16
vy = vo · senθ − g · t
0 = vo · senθ − g · t
g · t = vo · senθ
vo ·senθ
t= g
g·t2
Sy = vo · senθ · t − 2
vo2 ·sen2 θ
Sym = 2g
Sx = vo · cosθ · t
vo ·cosθ·2vo ·senθ
A= g
vo2 ·2·senθ·cosθ
A= g
17
Então substituindo na equação do alcance:
vo2 ·sen(2θ)
A= g
sen(2θ) = 1
2θ = 90
90
θ= 2
θ = 45
18
2.2.7 Velocidade Angular
Partindo da definição descrita acima e associando-se aos conceitos lineares,
temos:
∆ϕ
1. Velocidade angular média: ωm = ∆t
∆ϕ dϕ
2. Velocidade angular instantânea: ω = lim∆t→0 ∆T = dt
∆ω dω d2 ω
2. Aceleração angular instantânea: α = lim∆t→0 ∆t = dt = d2 t
relação da fórmula 1.
19
3 Exercı́cios
3.1 exercicio 2.10 - Moysés - sessão de problemas
Um trem com aceleração máxima a e desaceleração máxima f (magnitude da
aceleração de freamento) tem de percorrer uma distância d entre duas estações.
O maquinista pode escolher entre (a) seguir com a aceleração máxima até certo
ponto e a partir daı́ frear com a desaceleração máxima, até chegar; (b) acelerar
até uma certa velocidade, mantê-la constante durante algum tempo e depois
fear até a chegada. Mostre que a primeira opção é a que minimiza o tempo do
percurso (sugestão: utilize gráficos v x t) e calcule o tempo mı́nimo de percurso
em função de a, f e d.
Figura 16:
∆v ∆v ∆v
am = ∆t a = t1 −0 f = t−t1
tmin ·vmax
A=d= 2
Vmax −0 0−vm ax
tmin = t1 + t2 t1 = a (acelerando) t2 = f (freando)
∴ tmin = vmax ( a1 + f1 )
q
2d
tmin = tmin · ( a1 + f1 ) = tmin = 2d
a (1 + fa )
4 Conclusão
5 Bibliografia
20