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Por esta lógica, Swerve surge como a primeira peça, devido à simplicidade inerente
às sonoridades que se adicionam à caixa mas também à simplicidade formal que caracteriza
a obra, quase ao estilo de um tema e variações mais clássico, mas com métrica pulsante e
constante. A peça define-se pela baqueta criada para o feito, que resulta na amálgama de
uma baqueta normal de caixa com uma mola usada em portas, além do recurso que faz a
uma agulha metálica de tricô, numa conjunção peculiar original por parte de Koshinski. A
criatividade é, desta forma, um ponto de partida que não cessará durante todo o recital.
Considero também que a relação que estabelece com o objetivo que defini é de vital
importância, expressando logo desde o princípio, através da estrutura que a caracteriza, a
importância do desenvolvimento motívico coerente, partindo de elementos simples.
Após uma curta pausa de cinco minutos, segue-se "Madera, Viento y Metal" de
Alejandro Vinao. Considero esta a obra principal, não só pela dificuldade e o esforço que
requer, mas também pela forma como repentinamente altera o rumo que o recital parece
tomar desde o seu início, contrastando com a imersão que a peça de vibrafone oferece,
ressuscitando um pouco do que caracteriza a peça de caixa. Referencio também todos os
processos de desenvolvimento temático que Vinao usa que, integrados no conceito da
materialização progressiva, espelham bem em conteúdo musical aquela que é a temática
intencionada para este concerto.
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numa forma minimal, tanto como serve de ponto de chegada, ao terminar o processo de
materialização no segundo percussionista. Pertence ao reportório central da percussão,
correspondendo a uma das mais icónicas peças de música de câmara disponíveis.
Notas ao Programa:
Swerve, de Gene Konshinski, foi encomendado por Tom Sherwood para o 2017 Modern
Snare Drum Competition. A composição é episódica e o título referencia o rápido
desenvolvimento das ideias e divertimentos sobre o material musical inicial, que é
constantemente repetido. Aliada à criação da obra, Koshinski desenvolveu também uma
baqueta própria, que deriva da baqueta tradicional de caixa e, em conjunto com a agulha de
tricô metálica a que recorre, define bem a estética já demonstrada em outras peças como
"SyNc" ou "Circuit Breaker", presente na forma como implementa novas técnicas e
sonoridades nas peças para instrumentos clássicos percussivos. A obra em questão, afirma-
se graças a estes fatores como um modelo representativo desta crescente corrente no
desenvolvimento do reportório percussivo, que o alia a compositores como Alyssa
Weinberg, Von Hansen ou Steve Snowden.
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episódios pontuais a definirem o drama. Os seis andamentos funcionam como peças
individuais, estando o alinhamento dos mesmos encarregue ao intérprete, e orbitam em
torno de uma esfera minimalista, conectando-se através de manchas sonoras ondulantes e
enevoadas. Escapando a esta malha transversal está o quarto andamento, "Cross Fit",
contrastando intensivamente com o resto da obra, fruto das texturas usadas, intencionado
a se escapar da estabilidade solene estabelecida até então. Foi encomendado por Doug
Perkins e o consórcio de alumni do Chosen Vale Summer Percussion Seminar.
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composições eletro-acústicas.
"Nagoya Marimbas", de Steve Reich, é uma peça de carácter minimal encomendada pelo
Conservatório de Nagoya, no Japão, para marcar a abertura no novo Shirakawa Hall, em
1994. Assemelha-se à obra de Reich entre 1960 e 1970, caracterizada pelo desfasamento do
mesmo motivo em um ou dois tempos, criando séries de canons. A habilidade do
compositor em guiar os motivos inicias através de um conjunto de técnicas de dilatação,
expansão, e aumentação rítmica são em certa forma semelhantes a certas técnicas
empregadas por Vinao, sendo este o motivo da sua posição como epílogo do recital.
Steve Reich (Nova Iorque, 3 de outubro de 1936) é considerado um dos mais importantes
compositores da música minimalista e da música modalista. Estudou percussão aos catorze
anos com o timpaneiro da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque, tendo-se formado
contudo em Filosofia na Universidade Cornell e posteriormente estudado composição por
dois anos com Hall Overton, de 1958 até 1961 na escola de música Juilliard. Em 1990
ganhou o Grammy de melhor compositor contemporâneo e, em 2009, recebeu o Prémio
Pulitzer de Música por Double Sextet.