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A Alquimia é uma tradição antiga que combina elementos de química, física, astrologia, arte, metalurgia, medicina, misticismo, e religião.
Existem três objetivos principais na sua prática.
Um deles é a transmutação dos metais inferiores em ouro, o outro a obtenção do Elixir da Longa
Vida, uma panaceia universal, um remédio que curaria todas as doenças e daria vida eterna
àqueles que o ingerissem.
Ambos estes objetivos poderiam ser atingidos ao obter a pedra filosofal, uma substância mística
que amplifica os poderes de um alquimista.
Finalmente, o terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homú nculos. É reconhecido
que, apesar de não ter caráter científico, a alquimia foi uma fase importante na qual se
desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela
química.
A alquimia foi praticada na Mesopotâmia, Egito Antigo, Mundo Islâmico, Pérsia, Índia, Japão,
Coréia e China, na Grécia Clássica, em Roma, e na Europa.
Alguns estudiosos da alquimia admitem que o Elixir da longa vida e a pedra filosofal são temas
simbó licos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, não poderiam ser
considerados substâncias reais.
Há pesquisadores que identificam o elixir da longa vida como um líquido produzido pelo pró prio
corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida daqueles que
conseguissem realizar a chamada “Grande Obra”, tornando-se assim verdadeiros alquimistas.
Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição da Yoga.
Símbolos Alquímicos
Embora alguns, influenciados pelo conhecimento científico moderno, atribuam à alquimia um caráter de “proto-ciência”, devemos nos
lembrar que ela tem mais de religião que de ciência. Assim, ao contrário da ciência moderna que busca descobrir o novo, a alquimia
preocupava-se com os segredos do passado, e em preservar um suposto conhecimento antigo.
Parte desta confusão de tratar a alquimia como proto-ciência é consequência da importância que, nos dias de hoje, se dá à alquimia física
(que manipulava substâncias químicas para obter novas substâncias), particularmente como precursora da química.
Esse trabalho irá falar do trabalho alquímico relacionado com os metais, que era apenas uma metáfora para um trabalho espiritual. Torna-se
mais clara a razão para ocultar toda e qualquer conotação espiritual deste trabalho, na forma de manipulação de “metais”, se nos
lembrarmos que na Idade Média havia a possibilidade de ser acusado de heresia, acabando por ser perseguido pela Inquisição da Igreja
Cató lica.
Como ciência oculta, a alquimia reveste-se de um aspecto desconhecido, oculto e místico. Muitos dos textos alquímicos, rebuscados e
contraditó rios, devem ser entendidos sob esta perspectiva, mais interessados em esconder que em revelar.
A pró pria transmutação dos metais é um exemplo deste aspecto místico da alquimia. Para o alquimista, o universo todo tendia a um estado
de perfeição. Como, tradicionalmente, o ouro era considerado o metal mais nobre, ele representava esta perfeição. Assim, a transmutação
dos metais inferiores em ouro representa o desejo do alquimista de auxiliar a natureza em sua obra, levando-a a um estado de maior
perfeição. A alquimia vem se desenvolvendo nos tempos modernos. Portanto, a alquimia é uma arte filosó fica, que busca ver o universo de
uma outra forma, encontrando nele seu aspecto espiritual e superior.
História
Alguns opinam que a palavra “alquimia” vem da expressão árabe “al Khen” ( الكيمياءou الخيمياءde raiz grega, “alkimya”), que significa “o país
negro”, nome dado ao Egito na antiguidade, e que é uma referência ao hermetismo, com o qual a alquimia tem relação. Outros acham que
está relacionado com o vocábulo grego “chyma”, que se relaciona com a fundição de metais.
Podemos dividir a histó ria da alquimia em dois movimentos independentes: a Alquimia chinesa e a Alquimia Ocidental, esta ú ltima
desenvolvendo-se ao longo do tempo no Egito (em especial Alexandria), Mesopotâmia, Grécia, Roma, Índia, Mundo Islâmico, e Europa.
A alquimia chinesa estaria associada ao Taoísmo e parece ter evoluído quase ao mesmo tempo que em Alexandria ou na Grécia. O seu
principal objetivo era fabricar o elixir da longa vida, que segundo eles, estava relacionado com fabricação do ouro, não havendo a pedra
filosofal e o homunculus, que trata-se de conceitos puramente ocidentais.
Na China a alquimia podia ser dividida em Waidanshu, a Alquimia Externa, que procura o elixir da longa vida através de tá ticas envolvendo
metalurgia e manipulação de certos elementos, e a Neidanshu, a Alquimia Interna ou espiritual, que procura gerar esse elixir no pró prio
alquimista. A alquimia chinesa foi perdendo força e acabou desaparecendo com o surgimento do budismo. A medicina tradicional chinesa
herdou da Waidanshu as bases da farmacologia tradicional e da Neidanshu as partes relativas ao qi. Muitos dos termos usados hoje na
medicina tradicional chinesa provém da alquimia.
A filosofia védica também considera que há um vínculo entre a imortalidade e o ouro. Esta ideia provavelmente foi adquirida dos gregos,
quando Alexandre, o Grande invadiu a Índia no ano325 a.C., e teria procurado a fonte da juventude. Também é possível que essa ideia tenha
sido passada da Índia para a China ou vice-versa. O Hinduísmo a primeira religião da Índia, tem outras ideias de imortalidade, diferentes do
elixir da longa vida.
No Egito Antigo a alquimia era considerada obra do deus Thoth, também conhecido por Hermes Trismegistus, por isto o termo hermetismo
esta associado à alquimia. Na cidade de Alexandria, no Egito, a alquimia recebeu influência das filosofias gregas de Aristó teles e do
neoplatonismo.
Foi graças às campanhas de Alexandre, o Grande que a alquimia se disseminou em todo o oriente. E foram os muçulmanos que a levaram
novamente para a Europa, em razão da conquista Islâmica da Península Ibérica, particularmente para Al-Andaluz ao redor do ano de 950.
Assim, este florescimento da alquimia na península Ibérica durante a Idade Média está relacionado a presença muçulmana na Europa neste
período. Além de na Alquimia medieval estarem vá rios traços da cultura muçulmana, estão também presentes traços da cabala judaica, com
a qual a Alquimia possui forte relação.
Durante a Idade Média muitos alquimistas foram julgados pela Inquisição, e condenados à fogueira por alegado pacto com o diabo. Por isto,
até os dias de hoje o enxofre, material usado pelos alquimistas, é associado ao demô nio. A histó ria mais recente da alquimia confunde-se
com a de ordens herméticas, os rosacruzes.
A Pedra Filosofal
Os alquimistas tentavam produzir em laborató rio a pedra filosofal (ou medicina universal) a partir de matéria-prima mais grosseira. Com
esta pedra seria possível obter a transmutação dos metais e o Elixir da Imortalidade, que é capaz de prolongar a vida indefinidamente. O
trabalho relacionado com a pedra filosofal era chamado por eles de “A Grande Obra”.
Alguns consideram que o trabalho de laborató rio dos alquimistas medievais com os “metais” era, na verdade, uma metáfora para a
verdadeira natureza espiritual da alquimia. Assim, a transformação dos metais em ouro pode ser interpretada como uma transformação de
si pró prio, de um estado inferior para um estado espiritual superior. Outros consideram que as operaçõ es alquímicas e a transmutação do
operador ocorrem em paralelo; existem, ainda, outras opiniõ es.
A pedra filosofal poderia não só efetuar a transmutação, mas também elaborar o Elixir da Longa Vida, uma panaceia universal, que
prolongaria a vida indefinidamente. Isto demonstra as preocupaçõ es dos alquimistas com a saú de e a medicina. Vários alquimistas são
considerados precursores da moderna medicina, e entre eles destaca-se Paracelso.
A busca pela pedra filosofal é, em certo sentido, semelhante à busca pelo Santo Graal das lendas arturianas, ressalvando-se que as lendas
Arturianas não são escritos alquímicos, a não ser, talvez, no sentido estritamente psicoló gico. Em seu romance “Parsifal”, escrito entre os
anos de 1210 e 1220, Wolfram von Eschenbach associa o Santo Graal não a um cálice, mas a uma pedra que teria sido enviada dos céus por
seres celestiais e teria poderes inimagináveis. Também na cultura islâmica desempenha papel importante uma pedra, chamada Hajar el
Aswad, que é guardada dentro de uma construção chamada de Kaaba, considerada sagrada, tornou-se em objeto de culto em Meca.
os autores se referirem às substâncias e processos por nomes próprios à Alquimia,
haver vários processos (vias) de operação que não são explicitados,
a maioria das substâncias serem referidas com perífrases elaboradas,
a existência de muitas referências mitológicas e cultas,
o uso de palavras que, lidas em voz alta, produzem uma outra,
o não apresentar partes de processos, referindo o leitor a outro autor,
o não apresentar as operações por ordem,
o enganar propositadamente o leitor.
Os alquimistas acreditavam que o mundo material é composto por matéria-prima sob várias formas, as primeiras dessas formas eram os
quatro elementos (água, fogo, terra e ar), divididos em duas qualidades: Hú mido (que trabalhava prinipalmente com o orvalho) ou Seco, Frio
ou Quente. As qualidades dos elementos e suas eminentes proporçõ es determinavam a forma de um objeto, por isso, os alquimistas
acreditavam ser possível a transmutação: transformar uma forma ou matéria em outra alterando as proporçõ es dos elementos através dos
processos de destilação, combustão, aquecimento e evaporação.
Exemplo de um processo alquímico.
Os alquimistas também associavam animais com os elementos, por exemplo, normalmente, o unicó rnio ou o veado é usado para representar
o elemento terra, o peixe para representar a água, pássaros para o ar, e a salamandra o fogo. Também haviam símbolos para outras
substâncias, por exemplo, o sal é normalmente representado por um leão verde. O corvo simboliza a fase de putrefação do processo
alquímico, que assume uma cor negra. Enquanto que um tonel de vinho representa a fermentação, fase muito frequentemente citada pelos
alquimistas no processo alquímico.
Segundo os alquimistas a matéria passaria por quatro estágios principais, que por vezes, também ter significado espiritual:
· Nigredo: ou Operação Negra, é o estágio em que a matéria é dissolvida e putrefata (associada ao calor e ao fogo);
· Albedo: ou Operação Branca, é o estágio em que a substância é purificada (associada à ablução com Aquae Vitae, à luz da lua, feminina e à
prata);
· Citrinitas: ou Operação Amarela, é o estágio em que se opera a transmutação dos metais, da prata em ouro, ou da luz da lua, passiva, em luz
solar, ativa;
· Rubedo: ou Operação Vermelha, é o estágio final, em que se produz a Pedra Filosofal – o culminar da obra ou do casamento alquímico.
Os processos apresentam perigo real de explosão (algumas composiçõ es resultam em reaçõ es violentas, que se aproximam da pó lvora),
queimaduras (temperatura próximas dos 1000°C quase sempre acima dos 100°C, ácidos e bases fortes), envenenamento (gases) e
toxicidade por metais (Mercú rio, Antimó nio, Chumbo). Os perigos psicoló gicos são também reais, em consequência de trabalho excessivo,
concentração prolongada, frustração repetida, falta de repouso, por vezes isolamento, estímulos à imaginação, etc.
O Homunculus
Talvez uma das mais interessantes ideias dos alquimistas seja a criação de vida humana a partir de materiais inanimados. Não se pode
duvidar da influência que a tradição judaica teve neste aspecto, pois na cabala existe a possibilidade de dar vida a um ser artificial, o Golem.
O conceito do homú nculo (do latim, homunculus, pequeno homem) parece ter sido usado pela primeira vez pelo alquimista Paracelsus para
designar uma criatura que tinha cerca de 12 polegadas de altura e que, segundo ele, poderia ser criada por meio de sêmen humano posto em
uma retorta hermeticamente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias. Então, segundo ele, se formaria o embrião. Outro
Alquimista famoso que tentou criar homunculus foi Johanned Konrad Dippel, que utilizava técnicas bizarras como fecundar ovos de galinha
com sêmen humano e tapar o orifício com sangue de menstruação.
É possível que o homú nculo seja quer uma alegoria, quer uma interpretação demasiado literal das imagens alegó ricas alquímicas
respeitantes à criação, pela Arte, de novas entidades minerais, sejam elas objetivos finais ou intermédios. Essas imagens comportam, muitas
vezes, a representação de um ser emblemático, humano, animal ou quimérico, numa retorta.
A psicologia moderna também incorporou muito da simbologia da alquimia. Carl Jung reexaminou a simbologia alquímica procurando
mostrar o significado oculto destes símbolos e sua importância como um caminho espiritual. Mas com certeza a maior influência da alquimia
foi nas chamadas ciências ocultas. Não há ramo do ocultismo ocidental que não tenha recebido alguma ideia da alquimia, e que não a
referencie.
No entanto, os alquimistas tradicionais, “metálicos”, continuam a existir e agora apresentam os seus trabalhos na Web, em sites, fó runs e
blogs, incluindo fotografias das substâncias necessárias ou que vão obtendo, ou dos seus equipamentos, bem como os seus pró prios
comentários à obra de outros autores, clássicos e contemporâneos.
Acima de tudo, a alquimia deixou uma mensagem poderosa de busca pela perfeição. Em um mundo tomado pelo culto ao dinheiro a à
aparência exterior, em que pouco o homem busca a si pró prio e ao seu íntimo, as vozes dos antigos alquimistas aparecem como um chamado
para que o homem reencontre seu lado espiritual e superior; ou a que, na mais simples das análises, tenha um qualquer objetivo na vida,
ainda que longínquo, através do viver uma aventura que se pode cumprir numa divisão esquecida da casa
Um aspecto interessante de sua teoria da matéria era que nada é criado e nada é destruído, mas tudo se transforma dependendo da relação
uns com os outros dos quatro elementos básicos constituintes. Esta ideia de conservação da matéria só voltou a ser afirmada por Lavoisier
cerca de dois mil e duzentos anos mais tarde com o aparecimento da química.
Os elementos podem ser transformados um no outro. Se a Terra é por demais irrigada, dissolve-se se transformando em líquido (Á gua). A
Á gua endurecida e condensada transforma-se em Terra. Quando a água é evaporada por aquecimento, transforma-se em Ar. Se a água é
queimada, transforma-se em Fogo. O Fogo quando se apaga vira Terra, e assim vai seguindo, nada perdendo e sim se transformando.
Platão atribuiu três qualidades a cada Elemento. Ao Fogo; fluidez, claridade, mobilidade. A Terra; escuridão, densidade e imobilidade. O ar
recebe do Fogo fluidez e mobilidade, da Terra escuridão. A água recebe da Terra escuridão e densidade e do Fogo, mobilidade.
Hermes dizia que o Fogo é ilimitado e invisível. Interpenetra todas as coisas, espalha-se pelo Céu e é reluzente nos infernos. Encontra-se nas
pedras, extraídos por um golpe com metal, na Terra quando ao for escavada solta fumaça, na Á gua aquecendo as fontes, no mar que esquenta
ao ser agitado pelos ventos, no ar que queimamos. Todos os animais e criaturas vivem devido ao calor.
Na Terra estão contidas as sementes, as virtudes germinativas de todas as coisas e, portanto a Terra é animal, vegetal e mineral. Fertilizada
pelos outros elementos e pelo Céu, a Terra faz nascer dela mesma a abundância e todas as coisas, encerra grandes segredos.
À Á gua, continua Platão, é uma virtude germinal de todas as coisas, sem ela nenhuma erva ou planta pode brotar. Especialmente os animais,
cujo sêmen é de origem aquosa.
O Ar é um Espírito Vital que permeia todos os seres, dando vida e substância a todas as coisas.
Recebe dentro de si a influência de corpos celestes, recebe a essência de todas as coisas naturais e
artificiais, fornece matéria para diferentes sonhos e adivinhaçõ es.
5 Elementos – 4 Estações
O mundo real era considerado como o resultado de uma situação em que nenhuma das forças era
vencedora. Os quatro elementos, sempre presentes em qualquer corpo, apareciam combinados
parcialmente podendo então representar as situaçõ es naturais que ocorrem na natureza, como rios,
vulcõ es e demais objetos. Por exemplo, considerava que o osso era composto de duas partes de
terra, duas de água e quatro de fogo.
Um aspecto interessante de sua teoria da matéria era que nada é criado e nada é destruído mas tudo se transforma dependendo da relação
uns com os outros dos quatro elementos básicos constituintes. Esta ideia de conservação da matéria só voltou a ser afirmada por Lavoisier
cerca de dois mil e duzentos anos mais tarde com o aparecimento da química.
O filó sofo e fisiologista Empédocles (490a.C.-430 a.C) considerava que a matéria era constituída
por esses quatro elementos e podiam ser submetidas ao amor, para uni-los e a discó rdia, para separá-los.
O alquimista Frances, Francis Barret colocava que os quatro elementos, formam a base original de todas as coisas, compondo o corpo não
por aglutinação, mas por transformação e união.
Os elementos podem ser transformados um no outro. Se a Terra é por demais irrigada, dissolve-se transformando-se em líquido (Á gua). A
Á gua endurecida e condensada transforma-se em Terra. Quando a água é evaporada por aquecimento, transforma-se em Ar. Se a água é
queimada, transforma-se em Fogo. O Fogo quando se apaga vira Terra, e assim vai seguindo, nada perdendo e sim se transformando.
Platão atribuiu três qualidades a cada Elemento. Ao Fogo; fluidez, claridade, mobilidade. À Terra; escuridão, densidade e imobilidade. O ar
recebe do Fogo fluidez e mobilidade, da Terra escuridão. A àgua recebe da Terra escuridão e densidade e do Fogo, mobilidade.
Hermes dizia que o Fogo é ilimitado e invisível. Interpenetra todas as coisas, espalha-se pelo Céu e é reluzente nos infernos. Encontra-se nas
pedras, extraídos por um golpe com metal, na Terra quando ao ser escavada solta fumaça, na Á gua aquecendo as fontes, no mar que
esquenta ao ser agitado pelos ventos, no ar que queimamos. Todos os animais e criaturas vivem devido ao calor.
Na Terra estão contidas as sementes, as virtudes germinativas de todas as coisas e, portanto a Terra é animal, vegetal e mineral. Fertilizada
pelos outros elementos e pelo Céu, a Terra faz nascer dela mesma a abundância e todas as coisas, encerra grandes segredos.
À Á gua, continua Platão, é uma virtude germinal de todas as coisas, sem ela nenhuma erva ou planta pode brotar. Especialmente os animais,
cujo sêmen é de origem aquosa.
O Ar é um Espírito Vital que permeia todos os seres, dando vida e substância a todas as coisas. Recebe dentro de si a influência de corpos
celestes, recebe a essência de todas as coisas naturais e artificiais, fornece matéria para diferentes sonhos e adivinhaçõ es.
Na Astrologia, os elementos simbolizam uma função psíquica. Fogo, percepção, que significa perceber o que ocorre ao seu lado sem
necessidade de raciocínio; Terra, sensação, sentir o que acontece na vida e como suportar esses acontecimentos; Ar, pensamento, comunicar
e analisar seus pensamentos; Á gua, sentimento, como lidar com os sentimentos e emoçõ es.
Os doze signos do zodíaco são divididos em quatro temperamentos:
· Signos de Fogo : ardentes, românticos, espontâneos, autossuficientes
· Signos de Terra : práticos, conservadores, sensuais, prudentes e realistas
· Signos de Ar : comunicadores, idealistas, sem preconceitos
· Signos de Água : emocionais, intuitivos, sensíveis, profundos.
Tanto na astrologia como na medicina chinesa são considerados 5 Elementos Básicos da Natureza. Entre eles existem uma relação de
geração e dominação, onde se encaixam todas as manifestaçõ es do Universo.
A teoria dos 5 Elementos considera o Universo formado pelo movimento e transformação dos 5 Princípios representados por : Madeira –
Fogo – Terra – Metal – Á gua.
Segundo a Lei de Geração:
· A Madeira por sua combustão gera o Fogo. Portanto a Madeira é mãe do Fogo.
· Quando o Fogo cessa as cinzas são incorporadas a Terra. Portanto o Fogo é a mãe da Terra.
· Dentro da terra achamos os metais. Portanto a Terra é mãe do Metal.
· É dos Metais e das rochas que brotam as fontes de Água. Portanto o Metal é mãe da Água.
· A Água dá vida aos vegetais gerando a Madeira. Portanto a Água é Mãe da Madeira.
Os 5 Elementos chineses se correspondem com pontos cardeais, ó rgãos e vísceras, sentimentos, sabores, cores, alimentos, clima, enfim todas
as manifestaçõ es do Universo. É um dos principais princípios do Tao, um completo sistema filosó fico/metafísico chinês, inspirado por Lao
Tsé, que entrevê e descreve O Caminho para alcançar seu pró prio fim. O Tao foi escrito 600 anos a.C. É o xamanismo chinês.
Leia um dos trechos do Livro de Ouro da Medicina Chineza”Ney Ching” :
O princípio Yin e Yang – os elementos masculino ef feminino da Natureza – é o princípio básico de todo o Universo. É o princípio de tudo
quanto existe na Criação. Efetua a transformação para a paternidade; é a raiz e a fonte da vida e da morte, e também se encontra nos tempos
dos deuses.
A Natureza tem quatro estaçõ es e cinco elementos. A fim de proporcionarem uma longa vida, as 4 estaçõ es e os 5 elementos acumulam o
poder da criação existente no frio (á gua), no calor (fogo), na secura excessiva(metal), na umidade(terra) e no vento(madeira).
A doutrina dos 5 elementos tem uma importâ ncia igual à do Yin/Yang. Entre eles existe uma relação de geração e dominação, onde se
encaixam todas as manifestaçõ es do Universo. A teoria dos 5 elementos considera o Universo, formado pelo movimento e transformação dos
mesmos.
Respondendo diretamente sua pergunta com relação a “Ação” dos 5 elementos :
Madeira : Movimento Fogo : Expansão Terra : Distribuição Metal : Interiorização Á gua : Concentração
Segundo a Cronobiologia Chinesa, o elemento Madeira (primavera) possui a capacidade de pô r em movimento, de dar nascimento. O
elemento Fogo (verão) significa o movimento de expansão. Ele tem a tendência de espalhar o que recebeu da Madeira. O papel da Terra
(veranico) se situa em dois níveis. De uma parte ela tem um lugar central e serve como intermediária entre duas mutaçõ es, então ela
distribui. Sua ação culmina entre o fim do verão e o começo do outono (chamado de veranico). O Metal (outono), corresponde a ideia de
recolhimento (interiorização) ou interação. Sai da parte mais Yang(verão) para se dirigir para a parte mais Yin (inverno). O Metal contém a
ideia de ajuntar, coletar. O Elemento Á gua (Inverno), corresponde ao máximo de Yin, na concentração, da qual vai renascer Yang que se
dirige para a Madeira.
A Doutrina dos 5 Elementos estuda os movimentos cíclicos do mundo.
As forças elementais buscam expressar-se de 3 formas no ciclo de atividade.
1. O Caminho de Criação e Iniciação
2. O Caminho de Preservação ou Consolidação
3. O Caminho de Transição ou Mudança
O primeiro estágio do ciclo de atividade é a iniciação. Eles pegam coisas para aplicarem energia. (Fogo) O segundo estágio é para assegurar
que o início está indo de forma segura e permanente, tem que ter um bom início para ser consolidado. A estabilidade da Terra é aplicada.
A ação do Fogo na só lida Terra, produz gases (Ar) que através da condensação, torna-se Á gua. Então a mistura desses dois está gios iniciais
produzem mudança.
O terceiro estágio, então, é Mudança, ou a transição de uma condição para a outra.. Agua, portanto, acompanha o ar neste ciclo de geração.
A sequência dos Elementos neste ciclo de geração com a roda é o seguinte : Fogo, Terra, Ar e Á gua, e a sequencia dos tres caminhos de
expressão é Criando – Consolidando e Mudando. Cada elemento busca, portanto, expressão em cada um dos tres caminhos, através de uma
sequência de geração em sincronia com os 12 segmentos de tempo da Terra na Roda Medicinal, e também são as 12 expressõ es de
personalidade.
O Fogo busca expressão por meio das ideias, por iniciar novas ideias, consolidando e aceitando ideias, e por fazer mudanças nas ideias e
encontrar refresco nas circunstâncias.
O Ar busca expressão por meio da comunicação, por colocar numa forma aquilo que já está sendo comunicado e por mudar os métodos de
comunicação.
A Á gua busca expressão por meio dos ideais, por formular e estabelece-los ou por modifica-los para ajustá-los aos tempos.
A Terra busca expressão por meio do trabalho, e nos tres caminhos de atividade pelo trabalho de iniciação, por completar um trabalho, ou
por mudar a forma de trabalho.
http://www.xamanismo.com.br/Universo/SubUniverso1193136728
Os Números
Você já usou muitas vezes os nú meros, mas será que já parou para pensar sobre:
Para descobrir sobre a origem dos nú meros, precisamos mergulhar um pouco da histó ria humana e entender os motivos religiosos desses
criadores. Na verdade, desconhecemos qualquer outro motivo que tenha gerado os nú meros.
Os historiadores são auxiliados por diversas descobertas, como o estudo das ruínas de antigas civilizaçõ es, estudos de fó sseis, o estudo da
linguagem escrita e a avaliação do comportamento de diversos grupos étnicos desde o princípio dos tempos.
Olhando ao redor, observamos a grande presença dos nú meros.
Quanto mais voltarmos na histó ria, veremos que menor é a presença dos nú meros.
O Início do processo de contagem
Os homens primitivos não tinham necessidade de contar, pois o que necessitavam para a sua sobrevivência era retirado da pró pria natureza.
A necessidade de contar começou com o desenvolvimento das atividades humanas, quando o homem foi deixando de ser pescador e coletor
de alimentos para fixar-se no solo.
O homem começou a plantar, produzir alimentos, construir casas, proteçõ es, fortificaçõ es e domesticar animais, usando os mesmos para
obter a lã e o leite, tornando-se criador de animais domésticos, o que trouxe profundas modificaçõ es na vida humana.
As primeiras formas de agricultura de que se tem notícia, foram criadas há cerca de dez mil anos na região que hoje é denominada Oriente
Médio.
A agricultura passou então a exigir o conhecimento do tempo, das estaçõ es do ano e das fases da Lua e assim começaram a surgir as
primeiras formas de calendário.
No pastoreio, o pastor usava várias formas para controlar o seu rebanho. Pela manhã, ele soltava os seus carneiros e analisava ao final da
tarde, se algum tinha sido roubado, fugido, se perdido do rebanho ou se havia sido acrescentado um novo carneiro ao rebanho. Assim eles
tinham a correspondência um a um, onde cada carneiro correspondia a uma pedrinha que era armazenada em um saco.
No caso das pedrinhas, cada animal que saía para o pasto de manhã correspondia a uma pedra que era guardada em um saco de couro. No
final do dia, quando os animais voltavam do pasto, era feita a correspondência inversa, onde, para cada animal que retornava, era retirada
uma pedra do saco. Se no final do dia sobrasse alguma pedra, é porque faltava algum dos animais e se algum fosse acrescentado ao rebanho,
era só acrescentar mais uma pedra. A palavra que usamos hoje, cálculo, é derivada da palavra latina calculus, que significa pedrinha.
A correspondência unidade a unidade não era feita somente com pedras, mas eram usados também nó s em cordas, marcas nas paredes,
talhes em ossos, desenhos nas cavernas e outros tipos de marcação.
Os talhes nas barras de madeira, que eram usados para marcar quantidades, continuaram a ser usados até o século XVIII na Inglaterra. A
palavra talhe significa corte. Hoje em dia, usamos ainda a correspondência unidade a unidade.
Representação numérica
Com o passar do tempo, as quantidades foram representadas por expressõ es, gestos, palavras e símbolos, sendo que cada povo tinha a sua
maneira de representação.
A faculdade humana natural de reconhecimento imediato de quantidades se resume a, no máximo, quatro elementos. Este senso numérico
que é a faculdade que permite reconhecer que alguma coisa mudou em uma pequena coleção quando, sem seu conhecimento direto, um
objeto foi tirado ou adicionado, à coleção.
O senso numérico não pode ser confundido com contagem, que é um atributo exclusivamente humano que necessita de um processo mental.
“Distinguimos, sem erro e numa rápida vista um, dois, três e mesmo quatro elementos. mas aí para nosso poder de identificação dos
nú meros.” Histó ria Universal dos Algarismos”, Georges Ifrah.
Temos também, alguns animais, ditos irracionais, como os rouxinó is e os corvos, que possuem este senso numérico onde reconhecem
quantidades concretas que vão de um até três ou quatro unidades. Existe um exemplo célebre sobre um corvo que tinha capacidade de
reconhecer quantidades.
Curiosidade: Um fazendeiro estava disposto a matar um corvo que fez seu ninho na torre de observação de sua mansão. Por diversas vezes,
tentou surpreender o pássaro, mas em vão: à aproximação do homem, o corvo saía do ninho. De uma árvore distante, ele esperava
atentamente até que o homem saísse da torre e só então voltava ao ninho. Um dia, o fazendeiro tentou um ardil: dois homens entraram na
torre, um ficou dentro e o outro saiu e se afastou. Mas o pássaro não foi enganado: manteve-se afastado até que o outro homem saísse da
torre. A experiência foi repetida nos dias subsequentes com dois, três e quatro homens, ainda sem sucesso. Finalmente, foram utilizados
cinco homens como antes, todos entraram na torre e um permaneceu lá dentro enquanto os outros quatro saíam e se afastavam. Desta vez o
corvo perdeu a conta. Incapaz de distinguir entre quatro e cinco, voltou imediatamente ao ninho.
Solstício e Equinócio
As estaçõ es do ano existem devido à inclinação do eixo terrestre (de aproximadamente 23027′) em relação ao plano da ó rbita da Terra ao
redor do Sol, e ao movimento de translação da Terra ao redor do Sol.
Observe a figura abaixo:
Ó rbita da Terra ao redor do Sol:
Percebemos na figura acima que ao percorrer sua ó rbita ao redor do Sol a Terra é iluminada pelos raios solares de maneiras diferentes
conforme sua posição.
Observamos que nos dias 23 de setembro e 21 de março, ambos os hemisférios terrestres são igualmente iluminados. Porém nos dias 22 de
dezembro e 22 de junho, os hemisférios sul e norte diferem quanto a iluminação.
Em 22 de dezembro, devido à inclinação do eixo terrestre o hemisfério sul recebe mais luz solar, marcando assim o início do verão neste
hemisfério, consequentemente o início do inverno no hemisfério norte.
Em 22 de junho a Terra se encontra em posição inversa, isto é, o hemisfério norte é que está mais voltado para o Sol, de maneira que recebe
mais luz, marcando assim o início do verão neste hemisfério e início do inverno no hemisfério sul.
Em 21 de março e 23 de setembro a Terra se encontra em posiçõ es tais que ambos os hemisférios são igualmente iluminados, marcando
assim o início das ‘meias estaçõ es’, outono e primavera.
Chama-se de solstício às posiçõ es em que a Terra se encontra em 22 de dezembro e 22 de junho. Por exemplo, dizemos que dia 22 de
dezembro é solstício de verão no hemisfério sul e solstício de inverno no hemisfério norte.
Em astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em
latitude, medida a partir da linha do equador. O dia e hora exatos variam de um ano para outro. Quando ocorre no verão significa que a
duração do dia é a mais longa do ano. Analogamente, quando ocorre no inverno, significa que a duração da noite é a mais longa do ano.
Chama-se equinó cio às posiçõ es em que a Terra se encontra em 23 de setembro e 21 de março. Por exemplo, dizemos que dia 23 de
setembro é equinó cio de primavera no hemisfério sul e equinó cio de outono no hemisfério norte.
Devido à ó rbita elíptica da Terra, as datas nas quais ocorrem os solstícios não dividem o ano em um nú mero igual de dias. Isto ocorre porque
quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais velozmente do que quando está mais longe (afélio).
Os tró picos de Câncer e Capricó rnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de verão no hemisfério sul, os raios solares incidem
perpendicularmente à Terra na linha do Tró pico de Capricó rnio. No solstício de inverno do hemisfério sul, ocorre a mesma coisa no Tró pico
de Câncer.
Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemoraçõ es que deram origem a vários costumes
hoje relacionados com o Natal da religião cristã. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a
crescer, simbolizava o início da vitó ria da luz sobre a escuridão. Festas pagãs das mitologias persa e indu referenciavam as divindidades de
Mitra como um símbolo do “Sol Vencedor”, marcada pelo solstício de inverno. A cultura do império romano incorporou a comemoração
dessa divindade através do Sol Invictus. Com o fortalecimento da religião cristã, a data em que se comemorava as festas pagãs do “Sol
Vencedor” passaram referenciar o Natal através da comemoração do nascimento de Jesus Cristo, sem vínculos diretos com as antigas festas
pagãs.
Solstícios de Inverno
Solstício de inverno é um fenô meno astronô mico usado para marcar o inicio do inverno. Ocorre normalmente entorno do dia 22 de
dezembro no hemisfério norte, e 21 de junho no hemisfério sul.
Esta data também era de grande importâ ncia para diversas culturas antigas, que de um modo geral à associavam simbolicamente às
aspectos como o nascimento ou renascimento.
A palavra solstício vem do latim sol (sol), e sistere (que não se move).
O solstício de inverno ocorre quando o sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador. Embora sua
data não seja a mesma em todos os anos, pode-se dizer que no hemisfério sul ocorre entorno do dia 21 de junho, e no hemisfério norte,
entorno do dia 22 de dezembro.
Esse momento não é fixo no calendário gregoriano em função do ano tropical da terra não ser um mú ltiplo exato de dias.
Importância cultural e religiosa
Esta data tinha grande importâ ncia para diversas culturas antigas que geralmente realizavam celebraçõ es e festivais ligados às suas religiõ es.
Chineses: no calendário chinês, o solstício de Inverno chama-se dong zhi (chegada do Inverno) e é considerado uma data de importância
extrema, visto ser aí festejada a passagem de ano.
Europa pré-cristã: os povos da Europa pré-cristã , chamados pelos cató licos de pagãos, tinham grande ligação com esta data. Segundo alguns,
monumentos como Stonehenge eram construídos de forma a estarem orientados para o por do sol do solstício de inverno e nascer do sol no
solstício de verão.
Roma antiga: entre os romanos os festivais eram muito populares. O período marcava a Saturná lia, em homenagem ao deus Saturno. O deus
persa Mitra, também cultuado por muitos romanos, teria nascido durante o solstício. Divindades ligadas ao Sol em geral eram celebradas no
solstício também. Com a introdução do cristianismo no Império Romano houve, por parte da Igreja Cató lica, uma tentativa de cristianizar os
festivais “pagãos”. Há indícios de que a data de 25 de dezembro foi escolhida para representar o nascimento de Cristo já no século IV. Não há
qualquer evidência bíblica de que Jesus teria nascido durante o inverno, mas o período do solstício, visto como o renascimento do Sol,
carrega forte representatividade. Além disso, conseguiu aproveitar a popularidade das festividades da época.
Neopaganismo: hoje esta data é revivida na celebração do Sabbat Neopagão Yule. Que revive algumas antigas tradiçõ es religiosas dos povos
europeus pré-cristãos.
Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério norte Iluminação da Terra pelo Sol durante o solstício do hemisfério sul.
Equinócio
Em astronomia, equinó cio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua ó rbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano
do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica cruza o equador
celeste.
A palavra equinó cio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa “noites iguais”, ocasiõ es em que o dia e a noite duram o mesmo
tempo. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol (alvorada ou dilú culo) é o instante em que metade do círculo solar está
acima do horizonte e o pô r do Sol (crepú sculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar encontra-se metade abaixo do horizonte. Com esta
definição, o dia e a noite durante os equinó cios têm igualmente 12 horas de duração.
Os equinó cios ocorrem nos meses de março e setembro e definem as mudanças de estação. No hemisfério norte a primavera inicia em março
e o outono em setembro. No hemisfério sul é o contrário, a primavera inicia em setembro e o outono em março.
As datas dos equinó cios variam de um ano para outro devido aos anos tropicais (o período entre dois equinó cios de março) não terem
exatamente 365 dias, fazendo com que a hora precisa do equinó cio varie ao longo de um período de dezoito horas, que não encaixa
necessariamente no mesmo dia. O ano tró pico é um pouco menor que 365 dias e 6 horas. Assim, num ano comum, tendo 365 dias e portanto
mais curto, a hora do equinó cio é cerca de seis horas mais tarde que no ano anterior. Ao longo de cada sequência de três anos comuns, as
datas tendem a adiantar-se um pouco menos de seis horas a cada ano. Entre um ano comum e o ano bissexto seguinte há um aparente atraso
devido à intercalação do dia 29 de fevereiro.
Também se verifica que a cada ciclo de quatro anos os equinó cios tendem a atrasar-se. Isto implica, que ao longo do mesmo século, as datas
dos equinó cios tendem a ocorrer cada vez mais cedo. Assim, no século XXI só houve dois anos em que o equinó cio de março aconteceu no dia
21 (2003 e 2007); nos demais, o equinó cio tem ocorrido em 20 de março. Prevê-se que, por volta do ano 2040, passe a haver anos em que o
equinó cio aconteça no dia 19. Esta tendência só irá desfazer-se no fim do século, quando houver uma sequência de sete anos comuns
consecutivos (2097 a 2103), em vez dos habituais três.
Devido à ó rbita da Terra, as datas em que ocorrem os equinó cios não dividem o ano em um nú mero igual de dias. Isto ocorre porque quando
a Terra está mais pró xima do Sol (periélio) viaja mais velozmente do que quanto está mais longe (afélio).
Referências Culturais
Em várias culturas nó rdicas ancestrais, o equinó cio da primavera era festejado com comemoraçõ es que deram origem a vários costumes
hoje relacionados com a Páscoa da religião cristã .
As Estações
A Primavera é a estação do ano que se segue ao Inverno e
precede o Verão. É tipicamente associada ao reflorescimento
da flora e da fauna terrestres. A Primavera do hemisfério
norte é chamada de “Primavera boreal”, e a do hemisfério sul
é chamada de “Primavera austral”. A “Primavera boreal” tem
início, no Hemisfério Norte, a 20 de Março e termina a 21 de
Junho. A “Primavera austral” tem início, no Hemisfério Sul, a
23 de Setembro e termina a 21 de Dezembro.
Do ponto de vista da Astronomia, a primavera do hemisfério
sul inicia-se no equinó cio de Setembro e termina no solstício
de Dezembro, no caso do hemisfério norte inicia-se no
equinó cio de Março e termina no solstício de Junho.
Como se constata, no dia do equinó cio o dia e a noite têm a mesma duração. A cada dia que passa, o dia aumenta e a noite vai encurtando um
pouco, aumentando, assim, a insolação do hemisfério respectivo.
Estas divisõ es das estaçõ es por equinó cios e solstícios poderão ser fonte de equívocos, mas deve-se levar em conta a influência dos oceanos
na temperatura média das estaçõ es. Na Primavera do hemisfério sul, os oceanos meridionais ainda estão frios e vão aos poucos aquecendo,
fazendo a Primavera ter temperaturas amenas ao longo da estação.
O Verão é uma das quatro estaçõ es do ano. Neste período, as temperaturas permanecem elevadas e os dias são longos. Geralmente, o verão é
também o período do ano reservado às férias. O Verão do hemisfério norte é chamado de “Verão boreal”, e o do hemisfério sul é chamado de
“Verão austral”. O “Verão boreal” tem início com o solstício de Verão do Hemisfério Norte, que acontece cerca de 21 de Junho, e finda com o
equinó cio de Outono nesse mesmo hemisfério, por volta de 23 de Setembro. O “Verão austral” tem início com o solstício de Verão do
Hemisfério Sul, que acontece cerca de 21 de Dezembro, e finda com o equinó cio de Outono, por volta de 20 de Março nesse mesmo
hemisfério.
Nos tempos primitivos, era comum dividir o ano em cinco estaçõ es, sendo o verão dividido em duas partes: o verão propriamente dito, de
tempo quente e chuvoso (geralmente começava no fim da primavera), e o estio, de tempo quente e seco — palavra da qual deriva o termo
“estiagem”. Atualmente, usa-se a palavra “estio” como sinô nimo raro para verão.
O Outono é a estação do ano que sucede ao Verão e antecede o Inverno. É caracterizado por queda na temperatura , (excepto nas regiõ es
próximas ao equador) e pelo amarelar das folhas das árvores, que indica a passagem de estaçõ es. O Outono do hemisfério norte é chamado
de “Outono boreal”, e o do hemisfério sul é chamado de “Outono austral”. O “Outono boreal” tem início, no Hemisfério Norte, a 21 de
Setembro e termina a 21 de Dezembro. O “Outono austral” tem início, no Hemisfério Sul, a 20 de Março e termina a 20 de Junho.
Inverno é uma das quatro estaçõ es do ano nas zonas temperadas. O inverno do hemisfério norte é chamado de “inverno boreal”, e o do
hemisfério sul é chamado de “inverno austral”. O “inverno boreal” tem início com o solstício de inverno no hemisfério norte, que ocorre por
volta de 21 de dezembro, e termina com o equinó cio de primavera, que acontece perto de 21 de março nesse mesmo hemisfério. O “inverno
austral” tem início com o solstício de inverno no hemisfério sul, que ocorre por volta de 21 de junho, e termina com o equinó cio de
primavera, que acontece perto de 23 de Setembro nesse mesmo hemisfério.
Engloba parte dos meses de Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março no hemisfério norte, e Junho, Julho, Agosto e Setembro no hemisfério sul.
Acontece porque os raios solares incidem praticamente perpendicularmente no hemisfério onde acontece o verão e consequentemente, tem
uma incidência tangencial no hemisfério oposto.
http://penta.ufrgs.br/edu/telelab/mundo_mat/malice3/solst.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio_de_Inverno http://pt.wikipedia.org/wiki/Equin
%C3%B3cio http://pt.wikipedia.org/wiki/Primavera http://pt.wikipedia.org/wiki/Ver%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Outono http://pt.wikipedia.org/wiki/Inverno
Ouroboros
Ouroboros (ou oroboro ou ainda uroboro) é um símbolo representado por uma serpente, ou um dragão,
que morde a pró pria cauda. É um símbolo para a eternidade. Está relacionado com a alquimia, que é
por vezes representado como dois animais míticos, mordendo rabo um ao outro.. É possível que o
símbolo matemático de infinito tenha tido sua origem a partir desta imagem.
Segundo o Dictionnaire des symboles o ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si
mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto fecundação e, em consequência,
eterno retorno.
Albert Pike, em seu livro, Morals and Dogma [p. 496], explica: “A serpente, enrolada em um ovo, era um
símbolo comum para os egípcios, os druidas e os indianos. É uma referência à criação do universo”.
A forma circular do símbolo permite ainda a interpretação de que a serpente figura o mundo infernal,
enquanto o mundo celeste é simbolizado pelo círculo.
Noutra interpretação, menos maniqueísta, a serpente rompe uma evolução linear, ao morder a cauda, marcando uma mudança, pelo que
parece emergir num outro nível de existência, simbolizado pelo círculo.
Para alguns autores, a imagem da serpente mordendo a cauda, fechando-se sobre o pró prio ciclo, evoca a roda da existência. A roda da
existência é um símbolo solar, na maior parte das tradiçõ es. Ao contrário do círculo, a roda tem certa valência de imperfeição, reportando-se
ao mundo do futuro, da criação contínua, da contingência, do perecível.
O ouroboros costuma ser representado pelo círculo. O que parece indicar, além do perpétuo retorno, a espiral da evolução, a dança sagrada
de morte e reconstrução.
Pode-se referir que o ouroboros, ou símbolos semelhantes, constam de obras alquímicas, nas quais significa “alimenta este fogo com fogo,
até que se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem”. Isto, apó s
uma fase em que pela separação se divide o um em dois, que contém em si mesmo o três e o quatro, “… é um fogo que consome tudo, que
abre e fecha todas as coisas”.
Registre-se ainda, na tentativa de avançar pistas para a raiz etimoló gica da palavra “ouroboros”, que em copta “ouro” significa “rei” e em
hebraico “ob” significa “serpente”.
Se o segundo símbolo constante da nossa imagem for uma alcachofra, diga-se que esta é tida por alguns o análogo vegetal da fénix, pois apó s
ser submetida ao calor a sua flor perde o colorido e fica totalmente branca, posto o que renasce.
Geralmente, nos livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão “Hen to pan” (o um, o todo). Remete-se assim, mais uma vez, ao
tema da ressurreição, que pode simbolizar o “novo” nascimento do iniciado.
Em relação a certos ensinamentos do budismo tibetano (como dzogchen e mahamudra), pode-se esboçar uma maneira específica para
vivenciar (em estado meditativo) este ato de “morder a pró pria cauda”. Por exemplo, ao perceber-se num estado mental atípico (além das
formas habituais) procurar olhar a si mesmo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouroboros
O Ouroboros é a representação gráfica de uma serpente ou um dragão, em forma circular, engolindo a pró pria cauda. Este símbolo é
encontrado na antiga literatura esotérica (alguma vezes, associado à frase Hen to pan – O Todo ou O um) e em diversas tradiçõ es ocultistas e
escolas iniciáticas em forma de amuleto.
A origem etimoló gica do termo Ouroboros está, supostamente, na linguagem copta e no idioma hebreu, na qual ouro, em copta, significa Rei,
e ob em hebreu, significa serpente. Mas, precisar sua origem e significado primitivo, torna-se uma tarefa praticamente impossível. Mesmo
que de certa forma estejam interligados mas, paralelamente, trazem interpretaçõ es distintas.
Os primeiros registros deste arquétipo foram encontrados entre os egípcios, chineses e povos do norte europeu (associado a serpente
folcló rica Jö rmungandr) há mais de 3000 anos. Na civilização egípcia, é uma representação da ressurreição da divindade egípcia Rá, sob a
forma do Sol. Também é encontrado entre os fenícios e gregos.
Zodíacos
Os principais elementos o Fogo, a Terra, o Ar e a Á gua, e cada um de nó s sintoniza em maior ou menor grau com algumas dessas ondas
vibrató rias.
Cada elemento age em três modalidades vibrató rias: cardinal, fixa e mutável. A combinação entre os 4 elementos e as 3 modalidades produz
os 12 padrõ es de energia chamados signos do zodíaco.
O Fogo representa o entusiasmo e a Fé; a Terra sintoniza-se com o mundo material; o Ar corresponde à expressão da mente e a Á gua
reproduz as respostas sentimentais. A Á gua e a Terra vivem para o interior, o Fogo e o Ar extravasam as suas energias.
Vejamos, quais os signos de cada elemento e as suas características:
· -Carneiro, Leão e Sagitário – Elemento: Fogo.
· -Touro, Virgem e Capricórnio – Elemento: Terra.
· -Gêmeos, Balança e Aquário – Elemento: Ar.
· -Caranguejo, Escorpião e Peixes. Elemento: Água
Introdução à Astrologia
O fato de os signos astroló gicos estarem associados a certas constelaçõ es astronô micas gerou grande confusão entre os astró logos e não-
astró logos. Basicamente, o nosso zodíaco e os signos são não mais do que uma escala circular de 360 graus. Cada uma das doze secçõ es deste
círculo tem determinadas características, baseadas em qualidades associadas com os elementos.
A tradição vê o universo constituído pelos elementos fogo, ar, água e terra. Quando aplicamos este sistema às personalidades, os elementos
representam certos traços básicos e dão um certo “temperamento”. Isto varia de acordo com a ênfase dos elementos no horó scopo. Qualquer
posicionamento dos planetas ou pontos pessoais num signo constituem uma ênfase.
Os quatro elementos podem ser vistos como os quatro princípios básicos de vida. Isto pode ser aplicado a todo o gênero de coisas segundo
os princípios da similaridade e analogia. C.G. Jung abriu a porta para um moderno entendimento destas categorias, desenvolvendo uma
tipologia, em que cada um dos elementos corresponde a quatro funçõ es básicas da psique. A ênfase ou não-ênfase dos elementos no
horó scopo individual, revela aspectos fundamentais da personalidade.
Fogo: As pessoas com uma Ar: As pessoas de ar são rápidas Água: As pessoas com uma forte Terra: As pessoas de terra reagem
ênfase forte do elemento de fogo e animadas. Usam as suas ênfase do elemento água são silenciosa e lentamente. Elas
são espontâneas e impulsivas e energias de formas muito sentimentais e muito sensíveis. empenham-se com “endurance”.
usam as suas energias com todo o variadas. Têm tendência para As suas capacidades emocionais Emocionalmente elas são
entusiasmo. A sua resposta intelectualizar os seus e imaginativas são profundas e fortemente enraizadas e lentas na
emocional é rápida e têm uma sentimentos e expectativas. ricas. Signos de Água: mudança. Signos de Terra:
imaginação muito viva. Signos Signos de Ar: Balança, Aquário, Caranguejo, Escorpião, Peixes Capricórnio, Touro, Virgem
de Fogo: Carneiro, Leão e Gêmeos
Sagitário
Fontes tradicionais ocidentais também consideram um quinto elemento a “quinta essência”. Esta descreve simplesmente a alma ou o ser
espiritual de uma pessoa. Fica separado dos outros quatro elementos e não é descrito no horó scopo. Esta é a razão por que é
frequentemente desprezado. Leva-nos para além da doutrina dos quatro elementos e da sua aplicação no campo da astrologia. Refere-se à
liberdade do homem e alerta-nos para o grande mistério da eternidade.
Astrologia
A astrologia é, antes de qualquer coisa, um instrumento de compreensão do homem no seu tempo e espaço de vida. Por milênios, o homem
vem atribuindo, compreendendo significados através dos ciclos planetários.
SOL — LUA — MERCÚRIO — VÊNUS — MARTE
JÚPITER — SATURNO — URANO — NETUNO — PLUTÃO
Não há como dizer que se acredita ou não na astrologia, pois a questão da crença não se aplica, assim como não cabe dizer que se crê ou não
em um martelo, mas apenas nos utilizamos dele.
“A vida ficaria sem emoção se soubéssemos o que aconteceria…”
Esta afirmação não deixa de ter a sua ló gica. Contudo, o estudo da astrologia não preconiza o conhecimento daquilo que irá acontecer. Esta
arte-ciência oferece uma visão das possibilidades, tendências de comportamento. A astrologia é um trabalho de autoconhecimento, uma
filosofia de vida, antes de ser um processo divinató rio. É um meio de alcançar serenidade em meio ao caos da existência quotidiana, através
do estudo dos potenciais de cada um.
O planejamento (prognó stico) que ela pode oferecer, por exemplo, baseia-se na otimização do uso dos talentos e capacidades latentes do ser
humano, não em fatores externos à pró pria psique.
Está escrito nas estrelas
Qual é o seu signo? Com certeza você sabe a resposta, mas alguma vez você já parou para pensar por que é desse signo? Quem foi que definiu
que alguém que nasce em determinada data é de um signo com características tão diferentes de quem nasce seis meses depois?
Tudo isso tem uma explicação; é uma histó ria que começou lá longe, há mais de 4.000 anos. O homem começou atribuindo significados ao
ciclo dos dias e das noites, e daí derivam todas as ideias e conceitos contidos no Sol e na Lua, constituindo estes uma polaridade básica:
Sol representa o masculino, o dia, a consciência, a atividade, o dar, o criador, o emissor, a identidade, a irradiação, entre outros. Lua
representa o feminino, à noite, a inconsciência, a passividade, o receber, o nutridor, o receptor, a imagem, o reflexo, etc.
Os responsáveis principais e primeiros por essa ciência foram os povos egípcios e gregos, que gostavam de passar as noites admirando o céu.
Com o tempo, eles perceberam que as estrelas, muitas vezes, aparecem juntas em grandes grupos.
Observando esses grupos, aprenderam a identificá-los e acabaram dando nome a cada um. É o que nó s chamamos, hoje, de constelaçõ es. As
constelaçõ es mais importantes para a Astrologia são justamente as de:
Assim nasceu a Astrologia…
Mas eles também prestavam atenção ao Sol e à Lua e notaram
que o Sol não nasce sempre no mesmo lugar. Durante um
período, ele nasce mais à esquerda e, à medida que os meses
passam, vai caminhando para a direita. Nó s também podemos
ver isso.
Com todos esses dados, os antigos acabaram concluindo que
esse movimento do Sol (eles pensavam que o qual se movia
era o Sol e, hoje, já sabemos que é a Terra) fazia com que ele, a
cada período de aproximadamente trinta dias, encobrisse uma dessas doze principais constelaçõ es.
Também perceberam que as pessoas nascidas durante o período em que o Sol estava encobrindo a constelação de Aquário, por exemplo,
tinham algumas características em comum, diferentes daquelas que nascem durante a época em que o Sol encobre uma outra constelação
qualquer.
O zodíaco pode ser entendido como a trajetó ria aparente do Sol no céu. O cinturão zodiacal é simbó lico, cada signo ocupando 30º do círculo.
Março é o mês da entrada do Sol em Á ries, é também o signo o começo, das germinaçõ es, o que traz o florescimento e a renovação da vida.
Em março comemoramos o ano novo astroló gico, quando o Sol atinge 0º de Á ries, ponto de cruzamento da eclíptica com o equador celeste,
momento em que o dia e a noite tem idêntica duração. Marte, o planeta regente de Á ries, reverenciado pelos romanos como um deus
guerreiro, empresta seu nome ao mês.
Porém, nossa personalidade não é tão simples para que baste nos dividir em doze grupos diferentes, somente de acordo com a data em que
nascemos. Procurando explicar melhor a diversidade e a complexidade dos nossos traços individuais, os estudiosos notaram que não só a
data de nascimento tinha importância, mas a hora também.
E, assim como a data tem relação com o movimento do Sol durante o ano, a hora está relacionada com a movimentação do Sol durante o dia,
ou seja, a posição que ele ocupa em relação ao horizonte no momento do nascimento.
A essa nova descoberta deram o nome de Ascendente. Mas para que ele serve?
É simples: a data de nascimento indica as características das pessoas, e o ascendente, o comportamento delas. Quer dizer, o seu signo é o que
você é mesmo, o que sente dentro do seu coração e da sua alma.
Já o ascendente é como você se mostra para o mundo. Para poder conduzir melhor a pró pria vida, é preciso conseguir harmonizar o seu
signo e o seu ascendente.
Você já teve ter passado pela estranha experiência de ouvir alguém dizer que você é assim e no entanto, você pode jurar de pés juntos que é
assado.
Isso acontece por causa do choque entre o signo e o ascendente. Esse tipo de coisa é muito comum quando a pessoa tem um ascendente com
características muito diferentes das do seu signo.
Muitas vezes, são pessoas conflitantes, mas também existem aquelas que conseguem tirar proveito disso se saindo muito bem em qualquer
situação.
Já aquelas que têm signo e ascendente parecidos, ou mesmo iguais, têm menos conflitos internos. No entanto, podem acabar se tornando
muito radicais e só admitirem uma maneira de ver a vida, a pró pria.
DPT – Discrição do Próprio Tema
Imagine um círculo cortado em quatro pedaços iguais, a linha horizontal que divide o círculo em duas metades, nó s chamamos de eixo do
espaço ou linha do livre arbítrio, ela proporciona duas partes, a superior que representa o diurno, o consciente, o extrovertido, a vida
exterior, e a parte inferior que representa o noturno, o inconsciente, o introvertido, a vida interior.
Agora, uma linha vertical que divide o círculo em outras duas metades, chamamos de eixo do tempo ou linha do destino, ela proporciona
também duas partes, à direita, o lado ocidental representa o alocêntrico, aquele que escuta pouco, e a parte da esquerda, o lado oriental
representa o egocêntrico, aquele que sabe o que quer, que é determinado e que fala mais.
Uma vez determinado o Ascendente (Asc.), criou-se também o Descendente (Desc.), o
MC e o FC, todos juntos formam os pontos que determinam ângulos de 90º, são os
ângulos cardinais ou cardeais, quadraturas que tencionam, dimensionam, colocam,
definem o ego, representa o “crucifixo”, ou a imagem do homem na cruz, a do Cristo, é
o simbolismo do homem assumindo uma totalidade sua individual diante, para e com
uma totalidade maior na vida.
Esses ângulos determinam a cruz da vida que o homem carrega por 12 estaçõ es
(signos), até o “calvário”, onde sua vida se consuma, se realiza (morrer e renascer). É
o básico da existência, é a interseção entre tempo e espaço, onde o ser se define em
correspondência com um dado momento, o seu nascimento.
A astrologia não usa a ló gica que é dual, binária, mas a analogia como raciocínio, o
qual percebe funçõ es interagindo em uma dinâmica ternária, como simbolismo
chinês da vida de um homem representado por um cocheiro conduzindo uma
carruagem atrelada a um cavalo,
onde o cocheiro representa a mente, o intelecto; a carruagem o material, o físico e o
cavalo as emoçõ es, os desejos.
O eixo Ascendente – Descendente determina a divisão do espaço em dia e noite. O Ascendente é o “eu”, o Descendente é o “tu” ou o “outro”. O
movimento do eu em busca do tu, do outro, pode se dar pelo caminho que passa pelo MC ou pelo FC.
O eixo MC – FC determina o tempo, o passado (FC) e o futuro (MC). O FC (Fundo do Céu) está associado à família, a hereditariedade, aos
condicionamentos, aos hábitos. O MC (Meio do Céu) está associado ao status, a imagem social, ao trabalho no mundo.
Os quatro pontos cardinais determinam as casas terrestres angulares: Ascendente – casa I, Descendente – casa VII, MC – casa X e FC – casa IV.
Quando o eu busca o tu, pode faze-lo conquistando uma posição social, ou buscando afinidades com a sua pró pria formação no seio da
família.
Nas casas de água, ou seja, no triângulo de água:
Quando o passado (casa IV) busca o futuro (casa X) passando pelo tu (casa VII), há uma
morte (separar-se do passado), uma transformação, uma iniciação, pois é necessário passar
pela (casa VIII). Quando o passado (casa IV) busca o futuro (casa X) passando pelo eu (casa I),
há um reconhecimento da própria essência, do projeto de vida e consequentemente, uma
iluminação, um resgate do que jazia oculto no inconsciente, um maior conhecimento de si
mesmo, pois é necessário passar pela (casa XII).
O Ascendente é a interseção entre tempo e espaço, onde o ser se define em correspondência
com um dado momento, o seu nascimento.
A astrologia não usa a ló gica que é dual, binária, mas a analogia como raciocínio, o qual
percebe funçõ es interagindo em uma dinâmica ternária, como simbolismo chinês da vida de
um homem representado por um cocheiro conduzindo uma carruagem atrelada a um
cavalo, onde o cocheiro representa a mente, o intelecto; a carruagem o material, o físico e o cavalo as emoçõ es, os desejos.
O eixo Ascendente – Descendente determina a divisão do espaço em dia e noite. O Ascendente é o “eu”, o Descendente é o “tu” ou o “outro”. O
movimento do eu em busca do tu, do outro, pode se dar pelo caminho que passa pelo MC ou pelo FC.
O eixo MC – FC determina o tempo, o passado (FC) e o futuro (MC). O FC (Fundo do Céu) está associado à família, a hereditariedade, aos
condicionamentos, aos hábitos. O MC (Meio do Céu) está associado ao status, a imagem social, ao trabalho no mundo.
Os quatro pontos cardinais, determinam as casas terrestres angulares: Ascendente – casa I, Descendente – casa VII, MC – casa X e FC – casa IV.
Quando o eu busca o tu, pode fazei-lo conquistando uma posição social, ou buscando afinidades com a sua pró pria formação no seio da
família.
Nas casas de terra, ou seja no trígono de terra:
Quando o futuro (casa X) se realiza passando pelo eu (casa I), o que se obtém é o senso de
valor que se atribui às coisas e a si mesmo, nesse caminho se adquire auto-estima, que é a
capacidade que se tem de estimar, avaliar quanto se vale, pois foi necessário passar pela
(casa II).
Quando o futuro (casa X) se realiza passando pelo filtro do tu (casa VII), o que se obtém é
trabalho, disciplina, método, pois foi necessário passar pela (casa VI).
O signo onde está o Sol significa que a consciência está sintonizada e portanto, é um canal
aberto de passagem de uma dada natureza de energia representado pelo signo.
Não há bons ou maus signos, assim como não há bons ou maus aspectos e ainda mapas bons ou maus. Nascemos em perfeita harmonia e
sintonia com a natureza, de um dado momento no tempo e espaço. Somos como uma célula que nasce com uma determinada função dentro
de um tecido orgânico.
Nossos sofrimentos e frustraçõ es não são devidos ao nosso mapa, mas a nossa pouca ou nenhuma compreensão do que somos e a de que
iremos ser e de como podemos realizar nosso ser em plenitude.
O horó scopo não diz em que nível uma pessoa está, o tema mostra potencialidades, mas só por ele não podemos saber como e em que nível
alguém está atualizando estas potencialidades. Qualquer pessoa é sempre mais importante que seu horó scopo.
Horó scopos semelhantes poderão indicar uma essencialidade comum, mas não uma mesma realidade. Um exemplo disto é sem dú vida os
temas de Chaplin e Hitler.
Princípio da Energia
As duas manifestaçõ es cinéticas, calor e frio (são ambos ativos), e as duas manifestaçõ es está ticas, umidade e secura, são as expressõ es
materiais das formas có smicas, ou os quatro princípios da energia. Estas manifestaçõ es são os componentes dos elementos, em combinaçõ es
variáveis.
Qualidades primitivas dos elementos:
Quente – Verão, época da colheita, adolescente, energia, entusiasmo, paixão, euforia, cores fortes e brilhantes, alegria, vibração,
temperamento mais expansivo, fase energética, exalta, expande, dinamiza, exterioriza, é violento, é aonde a água evapora.
Frio – Inverno, introspecção, retração, lutar pela sobrevivência, isolamento, sem comunicação, temperamento mais realista, distanciamento,
tristeza, melancolia, morte, as cores cinza e preta, tudo que confere ideia de fim, o ú ltimo movimento, a rigidez, o pessimismo, concentra,
interioriza, cristaliza, condensa, contrai, retém. Enquanto que o seco e o ú mido são ambos passivos.
Ú mido – Primavera, sociabilidade, fertilidade, renascimento, água + calor: vida, pré disposição, temperatura mais quente, entra em contato
com o próximo, temperamento pessoal mais sensível, emotivo, sonhador, intuitivo, época do plantio, criança, começo, misturar, movimento
de transição, uni, associa, liga, é flexível, adaptável, vitalizante.
Seco – Outono, mais objetivo, maturidade ou meia idade, irritação, ser áspero, não ser simpático, pessoa objetiva, direta, se prepara para algo
mais pesado adiante, movimento de transição, isola, absorve, estabiliza, realiza, particulariza, é elástico e individualista, não se associa.
O ar se compõ e de: calor e umidade. A terra se compõ e dos fatores: frio e seco. O fogo resulta da combinação dos princípios: quente e seco. A
água é a combinação dos princípios: ú mido e frio.
Os Quatro Elementos;
A astrologia é baseada nos quatro elementos do universo: Ar, Terra, Fogo e Água,
cada qual representando um aspecto da natureza humana.
O INFINITO
Introdução
A ideia de infinito tem motivado, ao longo dos séculos, filó sofos, teó logos, poetas e matemáticos. Dado que todos eles se exprimem através do
finito, para tratar o infinito precisam de o traduzir em termos finitos. O termo “transmutação” serve
aqui apenas para caracterizar esta aparente negação do infinito, ou seja, a sua transformação em
finito, realizada com o intuito de o conhecer e trabalhar. A transmutação tem de facto dois sentidos,
pois também ocorrem transmutaçõ es do finito em infinito. Será posto em evidência que foi
precisamente assim que o infinito matemático surgiu – como resultado do aprofundamento de
questõ es de natureza finita.
A transmutação do infinito adquire várias formas, de acordo com os diferentes pontos de vista
considerados – o filosó fico, o teoló gico, o físico ou o matemático. Serão aqui tratadas essencialmente
as formas matemáticas, embora se faça referência a outros tipos de transmutação.
O tratamento matemático do infinito será abordado com recurso a um mínimo de fó rmulas ou de equaçõ es. Como diz Guillen em “Pontes
para o infinito”1, uma confusão acerca da matemática consiste na suposição de que ela só pode ser convenientemente expressa em termos
de símbolos. Para apoiar esta afirmação, Guillen cita um episó dio da vida de Riemann (1826-1866), um dos mais importantes matemáticos
do séc. XIX. Quando da sua admissão como académico na agora famosa Universidade de Gotingen, Riemann apresentou um trabalho sobre
um tó pico altamente técnico – os fundamentos da geometria – sem nele incluir uma ú nica equação.
Ora o infinito matemático é precisamente uma daquelas questõ es em que as ideias e a imaginação são o mais importante, tal como é patente
na obra de Cantor (1845-1918), o matemático que mais contribuiu para esclarecer a questão do infinito.
Para abordar a questão do infinito matemático será usada uma cronologia histó rica. Começaremos com o período Grego, essencial no surgir
do infinito matemático e filosó fico. Também será referida a Idade Média, embora o que estivesse em causa, durante esse período, não fossem
propriamente as questõ es matemáticas. No entanto, as especulaçõ es medievais são consideradas extremamente estimulantes no
desenvolvimento matemático do período que se segue, o Renascimento. Foi durante esse período que nasceu o Cálculo Infinitesimal,
principal instrumento matemático do tratamento do infinito. Serão apresentados, de forma sumária, alguns dos resultados e das técnicas
obtidos pelos matemáticos dessa época. Finalmente far-se-á referência a algumas questõ es do infinito matemático na actualidade e também
a abordagens não matemáticas do infinito.
O símbolo de infinito
John Wallis introduziu o símbolo de infinito na literatura matemática.
O símbolo de infinito é por vezes chamado de lemniscata, do latim lemniscus. John Wallis é creditado pela introdução do símbolo em
1655 no seu De sectionibus conicis. Uma conjectura sobre o porquê ter escolhido este símbolo é ele derivadar de um numeral romano para
1000 que, por sua vez foi derivado do numeral etrusco para 1000, que se assemelhava a CIƆ e era por vezes usado para significar “muitos”.
Outra conjectura é que ele deriva da letra grega ω – Omega – a ú ltima letra do alfabeto grego. Também, antes de máquinas de composição
serem inventadas, ∞ era facilmente impresso em tipografia usando o algarismo 8 deitado sobre o seu lado.
O símbolo de infinito está disponível no padrão HTML como ∞ e em LaTeX como \infty. Em Unicode, é o caractere de código U+221E (∞),
ou 8734 em notação decimal.
A curva matemática que gera o símbolo é a lemniscata.
Os Gregos e o Infinito
Os historiadores da matemática costumam referir o horror dos Gregos ao infinito. Seria interessante conhecer profundamente as causas de
tal sentimento, que parece contradizer a sua capacidade matemática, até mesmo para tratar… o infinito. De facto os Gregos são, na
matemática, os primeiros a tomar consciência da questão e, apesar de terem negado o infinito, deram-lhe um tratamento que deixou
sementes.
O infinito aparece pela primeira vez na histó ria do pensamento quando os filó sofos gregos tentam exprimir por um nú mero a medida da
diagonal do quadrado de lado 1. À representação geométrica finita corresponde um nú mero que não acaba, um nú mero infinito.
“Poderemos, em consequência, dizer que o problema da diagonal do quadrado nos traz o infinito para ao pé da porta”2. Temos então uma
transmutação de um segmento finito num nú mero infinito.
Os matemáticos gregos sabiam bem demonstrar, usando diversas técnicas, que esse nú mero não podia ser expresso de forma finita3. Se tal
fosse possível, haveria uma fracção ou, como se diz, um nú mero racional, igual a v2 (raiz quadrada de 2). Os Gregos demonstraram também
que essa fracção não existe.
Esses nú meros que se exprimem por um nú mero infinito de algarismos – que actualmente chamamos nú meros irracionais – não existiam na
matemática grega. Para os Gregos era impensável essa transmutação – o ter que usar um nú mero infinito de algarismos para exprimir um
segmento de recta tão bem definido como a diagonal de um quadrado. A medida de tal segmento exprimimo-lo hoje de forma finita usando o
símbolo v2. Foi também uma transmutação, desta vez do infinito em finito, permitida pela álgebra, que encontrou símbolos para traduzir
uma parte dos nú meros infinitos.
Existem muitos outros exemplos de segmentos de linhas rectas e curvas cuja medida escapava às possibilidades da matemática grega. Tais
segmentos eram chamados incomensuráveis e a sua medida era considerada uma “grandeza” e não um nú mero. Entre mais célebres
encontra-se a circunferência de diâmetro 1 cujo perímetro vale pi, na notação actual. Aqui usamos uma letra para exprimir esta grandeza,
também ela contendo um nú mero infinito de algarismos. Já não é possível usar o símbolo “raiz” para definir a medida da circunferência de
forma finita. O nú mero pi é irracional mas de natureza diferente do atrás referido v2. Como se diz na matemática actual, é um irracional
transcendente. Para tratar estes nú meros e em particular a medida do perímetro da circunferência, foram utilizadas várias técnicas de
transmutação do infinito em finito que iremos referir mais adiante.
Embora os Gregos não considerassem os incomensuráveis como nú meros, tentaram dar-lhes um estatuto de existência que equivale, de
facto, a admiti-los como nú meros. A teoria das proporçõ es de Eudoxo foi o instrumento que permitiu definir os irracionais, recorrendo ao
finito. A exposição dessa teoria, que figura no livro V dos Elementos de Euclides, sai do âmbito desta comunicação5, mas a sua ideia básica
pode ser facilmente compreendida com auxílio do sistema decimal actualmente usado para escrever um nú mero. Por exemplo, para definir o
perímetro da circunferência de diâmetro 1 que sabemos medir pi, podemos dizer que esse valor é menor que 3,15 e maior que 3,14, ou seja,
podemos escrever uma dupla desigualdade
O Infinito no renascimento
O método da exaustão é um percursor dos métodos infinitesimais desenvolvidos durante o Renascimento sob o impulso da necessidade de
resolução dos problemas do movimento, da mecânica celeste e do cálculo de áreas e volumes. O que faltou aos gregos, para além de um
formalismo adequado, foi o serem capazes de conceber o “prolongamento ao infinito” do processo de exaustão, como foi feito no
Renascimento. Mas podemos dizer que a origem cálculo infinitesimal, elaborado desde o Renascimento até aos nossos dias, está nas
concepçõ es intuitivas que os gregos tinham da noção de contínuo, de infinito matemático e de limite.
Em 1586 o engenheiro flamengo Stevin (1546-1620) utiliza o método de Arquimedes para determinar os centros de gravidade de figuras
planas. Mas enquanto que Arquimedes considerava sempre um nú mero finito de termos, Stevin toma um nú mero infinito, no sentido de
Aristó teles, ou seja, o de infinito potencial.
Kepler (1571-1630) utiliza também o método da exaustão, considerando somas infinitas que calcula à custa de métodos intuitivos. Muitos
outros matemáticos do Renascimento calculam áreas e volumes utilizando processos semelhantes ao método da exaustão, decompondo as
suas figuras em infinitesimais ou em indivisíveis, como também eram chamados. Entre os mais famosos encontram-se Cavalieri (1598-
1647), Torricelli (1608-1647), Roberval (1602-1675) e Gregoire de Saint-Vincent (1584-1667) que deu ao método de Eudoxo o nome de
“método da exaustão”.
Para Cavalieri uma linha é um conjunto infinito de pontos, uma superfície um conjunto infinito de linhas e um volume um conjunto infinito
de planos. No entanto, para calcular uma área, em vez de somar esse nú mero infinito de linhas, ele compara a superfície com outra que tenha
o mesmo nú mero de linhas.
Gregoire de Saint Vincent preenche exaustivamente uma linha curva, não de pontos mas de segmentos de recta e refere explicitamente a
soma de um nú mero infinito de grandezas. Estas consideraçõ es vão originar o cálculo integral, em que se decompõ e uma figura num nú mero
infinito de elementos e se soma efectivamente esse nú mero infinito.
Durante o século XVII, a álgebra desenvolvida pelos árabes e pelos matemáticos do Renascimento assim como os cálculos com infinitesimais,
geram uma confiança ilimitada nas possibilidades do simbolismo. Desaparecem os interditos relativos à manipulação do infinito, sobretudo
apó s Newton (1642-1737) e Leibniz (1646-1716). Os cálculos feitos com polinó mios, como por exemplo a fó rmula do binó mio de Newton,
são generalizados às somas infinitas. Estes resultados são justificados “segundo o princípio de generalidade da álgebra”.
As somas infinitas eram de facto calculadas o que permitiu resolver o paradoxo da dicotomia. O cálculo da soma dos segmentos
(1/2+1/4+1/8+…) até ao infinito dava um resultado finito. Essa soma infinta, chamada série, é a melhor evidência de transmutação de
infinito (nú mero infinito de termos) em finito (valor finito). A manipulação de somas infinitas tornou-se de uso corrente na matemática. As
séries tornam-se um instrumento de expressão finita dos nú meros irracionais algébricos e transcendentes. De facto, o símbolo E (sigma)
usado para representar uma soma, permite traduzir, de forma finita, nú meros para os quais não havia qualquer representação, a não ser a
representação geométrica ou uma letra, como por exemplo o nú mero pi:
Apesar de todas as inovaçõ es introduzidas pelo cálculo infinitesimal, Leibniz só concebia o infinito ou o infinitesimal como quantidades
auxiliares facilitando o cálculo, cujo resultado se exprimia sempre em termos de quantidades finitas. Um infinitésimo era uma quantidade
que tão depressa era nula, quando comparada com uma grandeza finita, como era grande, quando comparada com um infinitésimo de
ordem superior. O infinitamente grande era uma quantidade que nunca atingia o infinito.
“O cálculo infinitesimal é ú til quando se trata de aplicar a matemática à descrição dos fenó menos de física, no entanto não serve para definir
a natureza das coisas”, afirmava Leibniz. É uma nova versão das posiçõ es de Aristó teles, apoiada agora pelas novas técnicas matemáticas.
O Renascimento é uma época de explosão criativa, onde os problemas dos fundamentos são postos de lado e a preocupação dos gregos com
o rigor é mesmo considerada excessiva. No entanto, apesar da enorme capacidade de manipulação do infinito, havia falhas na interpretação
do formalismo utilizado. A natureza dos infinitesimais não estava definida e alguns autores, entre os quais Berkeley (1685-1753) não
aceitavam a sua existência, apesar do cálculo conduzir a resultados certos. A imprecisão existente na interpretação do significado do cálculo
infinitesimal provocou as críticas não só de Berkeley mas também de Nieuwentijt (1654-1718). “As críticas de Berkeley e Nieuwentijt tinham
a sua justificação, mas eram inteiramente negativas. Eram incapazes de fornecer uma fundamentação rigorosa do cálculo, mas inspiraram
trabalhos construtivos posteriores”7. A fundamentação rigorosa do cálculo só viria a ser elaborada dois séculos depois.
Nos séculos XVIII e XIX os matemáticos, para além de desenvolverem os métodos do cálculo infinitesimal, vão tentar fundamentar
rigorosamente esses métodos. Sai fora do âmbito deste trabalho a explicação dos resultados obtidos, nessa direcção, por Euler (1707-1783),
d’Alembert (1717-1783), Lagrange (1736-1813) e muitos outros matemáticos. Os esforços de todos eles conduziram a uma formalização
rigorosa do cálculo baseada no conceito de limite e que foi elaborada durante o século XIX por Cauchy (1789-1857), Bolzano (1781-1845) e
Weierstrass (1815-1897). O conceito de limite permitiu dar ao infinito um novo tratamento matemático.
Uma definição de infinito matemático
A histó ria moderna do infinito matemático começa com Bolzano (1781-1841). Este matemático, que ao mesmo tempo era físico, filó sofo e
teó logo escreveu, em Paradoxos do Infinito, uma defesa do infinito actual. Ele apoiou-se na ideia de que esses paradoxos, que desde Zenão
atravessaram os séculos, não resistem a uma análise consequente. Ele pretendia situar o verdadeiro infinito no campo da matemática e foi o
primeiro a tentar construir um conceito puramente matemático e um cálculo do infinito actual. Para Bolzano não era necessário enumerar
todos os elementos de um conjunto para conceber a sua existência. Bastava caracterizar o conjunto pelas suas propriedades. Do ponto de
vista de cálculo, bastava considerar que o infinito era maior do que qualquer grandeza dada, para que se tornasse operativo. Bolzano não
refutava o axioma de Arquimedes nem o pressuposto de que o todo é maior que as partes, apenas considerava que as regras eram diferentes
para os conjuntos infinitos. No entanto, Bolzano não foi capaz de definir uma aritmética do infinito, como fez Cantor, mais tarde.
A histó ria matemática do infinito atinge o seu verdadeiro apogeu com Cantor. Como diz Bertrand Russel8(1872-1970), “embora muita gente,
desde os Gregos, tenha falado do infinito com grande à vontade, nunca ninguém pensou em perguntar, o que é o infinito?”. Mas “Dedekind e
Cantor formularam esta questão e, o que é mais extraordinário, deram a resposta. Eles encontraram, por assim dizer, uma definição precisa
de um nú mero infinito ou de uma colecção infinita de objectos”.
Os primeiros estudos sistemáticos de conjuntos infinitos são devidos a Dedekind (1831-1916) e a Cantor. Dedekind estabelece uma bijecção
entre dois conjuntos infinitos, uma noção capital para a teoria dos conjuntos. Essa bijecção equivale a dizer que determinados conjuntos
infinitos têm o mesmo nú mero de elementos. Por exemplo existem tantos nú meros pares como inteiros positivos.
Esta maneira de definir um conjunto infinito como um conjunto em bijecção com uma das suas partes é interessante sob dois pontos de
vista: para já não se trata agora de um infinito potencial mas sim do pró prio infinito, tratado na sua totalidade. Estamos em presença do
infinito actual e não do infinito potencial. Por outro lado o infinito não é mais a negação do finito. Pelo contrário, o finito é que é a negação do
infinito. Um conjunto finito é aquele que não está em bijecção com nenhuma das suas partes. Podemos resumir estas ideias dizendo que face
aos paradoxos do infinito, negando um dos pilares da matemática grega (o todo é maior que as partes), os matemáticos, seguindo Dedekind,
resolveram agarrar no problema ao contrário. Existem todos tão grandes como algumas das suas partes. Definamos então um conjunto
infinito como aquele que é tão grande como algumas das suas partes. Isto é apenas uma habilidade genial ou antes um acto fundador de uma
matemática pertinente?
As contribuiçõ es de Cantor para a teoria dos conjuntos são ainda mais originais que as de Dedekind. A obstinação de Cantor relativamente
ao infinito leva-o a formular conceitos que irão revolucionar o pensamento matemático. Um desses conceitos foi o de transfinito. “Existe,
depois do finito, um transfinito, ou seja, uma escala ilimitada de modos determinados, que por natureza são infinitos, e que no entanto
podem ser definidos de maneira precisa, tal como o finito, por nú meros determinados, bem definidos e distintos uns dos outros.”
Para caracterizar o “tamanho” de um conjunto infinito, Cantor introduz a noção de equipotência entre conjuntos infinitos. Dois conjuntos
infinitos têm o mesmo tamanho, se são equipotentes ou têm o mesmo Cardinal. Os nú meros naturais têm Cardinal
Sabemos que os subconjuntos infinitos de N têm o mesmo cardinal, pois existe uma bijecção entre esses conjuntos,
ou seja,
Ao possuir um símbolo pró prio para representar o infinito, estamos a criar uma aritmética que situa para além dos nú meros finitos, uma
aritmética transfinita.
Segundo Cantor, os inteiros, qualquer subconjunto dos inteiros ou naturais têm a potência dos naturais. Em 1874 Cantor provou que
também os irracionais algébricos têm o mesmo cardinal dos naturais. Pelo contrário, os reais e, em consequência, os irracionais e os
transcendentes não são equipotentes a N.. Diz-se que R (conjunto dos nú meros reais) tem a potência do contínuo. O seu Cardinal é c.
Um conjunto com a mesma cardinalidade de N.. diz-se que é numerável, ou que tem a potência do contínuo. Sabemos que também Z é
numerável, mas que já R é tal que
card R >
Então existem pelo menos dois infinitos, um ligado ao conjunto N.e outro ao R. Será que existem outros? E será que o cardinal do contínuo
segue-se ao de N, ou seja c=N1? Responder pela afirmativa constitui a hipó tese do contínuo, que Cantor formulou pela primeira vez em 1878
e que tentou em vão demonstrar até ao fim da vida. Hilbert inscreveu essa conjectura à cabeça da sua famosa lista de problemas em aberto
proposta ao Congresso International de Matemática de 1900. Foi demonstrado, pelos resultados dos trabalhos de Godel (1938) e por Paul
Cohen (1963) que a hipó tese do contínuo é indecidível, ou seja, que não pode ser nem demonstrada nem refutada, usando apenas os
axiomas habituais da teoria dos conjuntos.
Os trabalhos de Cantor reacenderam a polémica sobre o infinito no seio da comunidade matemática. Um dos promotores do debate foi
Kronecker, que tentou impedir a publicação dos primeiros artigos de Cantor, onde ele demonstrava que o conjunto dos reais não é
numerável e que o conjunto dos pontos de um quadrado é equivalente ao conjunto de pontos do seu lado. Mas Cantor foi apoiado por
Dedekind e, mais tarde, por Hilbert. Outros matemáticos, para além de Kronecker, recusam o infinito actual e aceitam apenas o potencial.
Eles são Henri Poincaré, Brouwer e Hermann Weil. Estes dois ú ltimos consideram que apenas os nú meros inteiros são objecto de uma
intuição indiscutível, dados como sucessão não limitada e não como conjunto bem definido. A demonstração da indecidibilidade pô s fim às
controvérsias, permitindo a legitimidade de opçõ es contraditó rias.
Cantor, por seu lado, não reconhecia a existência dos infinitamente pequenos e foi preciso esperar pela Análise não standard, formulada por
Robinson (1918-1974) em 1966, para os ver reconhecidos como entidades bem definidas e assim justificar os cálculos que os físicos faziam
com os infinitésimos. Pode dizer-se que a análise non-standard representa a aritmetização do infinitamente pequeno, tal como a teoria de
Cantor representa a aritmetização do infinitamente grande. Tanto uma como outra foi usada na prática muito antes de possuírem um
estatuto de rigor. Com a análise non-standard mais uma vez o infinito origina inovação. Joseph Dauben9 refere-se-lhe como causa de
revolução contemporânea na matemática, semelhante a outras revoluçõ es que, no passado, transformaram profundamente a natureza da
disciplina.
Muitos autores consideram que na matemática não tem sentido considerar o conceito de revolução10, enquanto que para outros há
exemplos que demonstram o contrário. Seja qual for a posição que se tome, não há dú vida que a questão do infinito originou controvérsia e
reviravolta, mesmo depois dos matemáticos terem aprendido a manipulá–lo com os instrumentos criados pelo cálculo infinitesimal.
O infinito, surgido na ciência e filosofia gregas, foi trabalhado do ponto de vista matemático ao longo dos séculos, o que originou grandes
inovaçõ es. Mas esse tratamento não esgotou a questão que tem outras formas de abordagem às quais serão feitas breves referências.
O Infinito físico
A matemática apoderou-se do conceito de infinito dando-lhe um sentido não só operativo mas também filosó fico. As noçõ es de muito, pouco,
grande e pequeno estão de tal forma associadas à quantificação e, portanto, à matemática, que parece natural ser esta a deter o monopó lio
do infinito, pelo menos nas ciências ditas exactas. Mas, de facto, não é bem assim.
Arquimedes é talvez o primeiro a dar ao infinito o sentido que ele tem para os físicos. Tentando combater o pensamento de Aristó teles e a
sua negação do infinito actual, Arquimedes considera que é possível escrever um nú mero maior que o nú mero de grãos de areia necessários
para encher o Universo. Ele estima esse nú mero em 1051, um nú mero infinito. Aquilo que Arquimedes fez, e que é falso do ponto de vista
matemático, é o que os físicos fazem todos os dias na sua actividade diária. De facto, os físicos consideram que certos valores são infinitos,
quando comparados com outros. Assim, a velocidade da luz é tida como infinita em certos cálculos, assim como a massa da terra ou a do sol.
Tudo se resume a comparar ordem de grandezas sendo essa verdade física apenas operativa, ou seja, limita-se a ser usada num contexto
bem determinado, sem consequência sobre a natureza dos objectos. Nessa perspectiva, pode dizer-se que, na física, o infinito é apenas algo
muito grande, ou muito rápido, ou muito pesado. Nesse sentido o infinito físico tem pouco a ver com o infinito matemático apesar dessa
comparação de ordens de grandeza ser de natureza matemática.
Uma questão que pode ter alguma pertinência, no que diz respeito à relação entre o infinito matemático e o infinito físico é levantada por
Hans Hahn11, ao tratar o problema do espaço. “O espaço do nosso mundo físico tem extensão finita ou infinita?”, ou seja, qual dos modelos
de espaço é mais adequado para descrever a realidade, já que na matemática se podem considerar os dois – o modelo do espaço infinito da
geometria euclidiana ou o espaço finito da geometria Riemaniana?
A mesma questão se poderia colocar para o tempo ou para a matéria. De certo modo, podemos dizer que na física actual essas questõ es não
têm sentido. A correspondência entre os objectos matemáticos e a realidade física não pode ser debatida a priori, antes de saber como é que
eles vão ser utilizados para descrever a realidade. A matemática apenas fornece modelos de comportamento e não é de forma alguma
contraditó rio considerar que o espaço é finito, em certas descriçõ es, enquanto que noutras é tomado como infinito. Os objectos matemáticos
e também o infinito matemático são construídos independentemente da realidade material, mesmo que, frequentemente, pareçam traduzir
essa realidade. O facto de, na matemática, existir uma noção aperfeiçoada de infinito não implica, necessariamente, que isso corresponda a
algo de existente. Considerar que assim é seria transpor para as relaçõ es entre a física e matemática o argumento de Descartes que
apresentava como prova da existência de Deus o facto de existir em nó s a ideia de infinito.
A ideia de infinito em outras áreas do pensamento surge, tal como na física, associado ao muito grande, ao muito longo, ou ao muito intenso.
Quando se trata de descrever sentimentos, razõ es ou saberes “infinitos” é adequado usar exactamente os mesmos termos que na física.
Quando dizemos que dois sentimentos de dor ou prazer são incomparáveis, estamos a falar de diferentes ordens de grandeza, o que significa
que um deles pode ser tomado como infinito em relação ao outro. As ideias e a linguagem da física são mais adequadas do que a da
matemática para descrever os infinitos acessíveis ao senso comum. De facto, a compreensão do infinito matemático obriga a conhecimentos
técnicos, apesar de ter como ponto de partida ideias simples. Tanto a formulação da ideia da continuidade do espaço, como a aritmética
transfinita e a análise non-standard são matérias dificilmente acessíveis a um não matemático. Estudar o infinito matemático implica
adquirir conhecimentos extensos e profundos sobre variadíssimos temas que por vezes parecem estar bem longe do aliciante tema inicial –
o infinito.
O Infinito no Universo
“Será que o infinito real existe no universo físico? Existem infinitas estrelas? O universo tem volume infinito? O espaço cresce para sempre?”
A questão de algo ser infinito é logicamente separada da de não ter fronteiras. Por exemplo, a superfície bidimensional da Terra é finita,
embora não tenha fronteiras. Se algo se mover em uma linha reta paralela ao solo, vai retornar ao ponto exato da partida. O universo, pelo
menos a princípio, poderia operar de forma similar: se um corpo se mover sempre na mesma direção e por tempo suficiente, talvez passe
exatamente pelo ponto de onde saiu.
“O conceito matemático de infinito tem alguma relação com o conceito religioso de Deus?”
Esta questão foi feita tanto por Cantor, com o seu conceito de infinito absoluto, no qual ele iguala infinito e Deus, como também por Kurt
Gö del com sua “prova ontoló gica” da existência de uma entidade, que Gö del relacionou com Deus.
Lemniscata
Porque a lemniscata representa o sentido da eternidade, infinito, contínuo, evoluindo, a criação do universo. Tudo está intimamente ligado.
Uma tira de Mobius é uma tira de papel que é torcida e unida nas extremidades, formando uma “interminável” superfície bidimensional.
No coração da civilização, ou pelo menos a civilização como a definida pela cultura da Europa Ocidental, encontra-se a matemática. E no
coração da matemática reside o conceito de infinito, denotada pelo símbolo lemniscata. Embora lemniscata tanto como símbolo e como
conceito de infinito vir até nó s desde o início da civilização humana, a sua introdução no uso científico moderno só remonta à época
medieval.
O termo lemniscata se refere à forma em si, e o matemático suíço Jacob Bernoulli (1654-1705) chamou a primeira forma de lemniscus (fita
em latim), em um artigo na Acta Eruditorum em 1694.
As origens da lemniscata pode ser atribuída a diversas fontes:
– o algarismo 8 deitado de lado, fechada em si mesma e fisicamente representando o infinito;
– o sinal etrusco CD, significando 1000, que evoluiu para a letra romana M;
– um omega minú sculo, a ú ltima letra do alfabeto grego, ou
– uma representação da tira Mobius, uma superfície plana, sempre dobrando em si mesma.
O símbolo matemático de infinito é chamado lemniscata.
O sinal de infinito foi concebido em 1655 pelo matemático John Wallis e chamado de lemniscus (do latim, fita) pelo matemático Bernoulli
cerca de quarenta anos depois. A lemniscata foi modelada segundo um dispositivo conhecido como tira Mobius (chamada apó s o século XIX
de Mobius matemático). Uma tira de Mobius é uma tira de papel que é torcido e unido nas extremidades, formando uma “interminável”
superfície bidimensional.
Nota – O aspecto religioso do símbolo do infinito é anterior a sua origem matemática. Símbolos semelhantes foram encontrados em gravuras
rupestres tibetanas, e os ouroboros, ou cobrainfinita, é frequentemente representado nesta forma. No tarot, representa o equilíbrio de forças
e está frequentemente associado com o cartão mágico. Estas são as forças da dualidade, claro / escuro, yin / yang, bem / mal, todos em
constante fluxo e equilíbrio.
Lemniscata é atualmente considerado como um caso especial do estudo da oval por Cassini em 1680 (Jean Dominique Cassini 1625-1712),
mas são Jackob Bernoulli (1655-1705) e Johann Bernoulli (1667-1748) que, independentemente, descobriram e deram a luz, quando eles
tentaram resolver um problema colocado por Leibniz (Gottfried Wilhelm Leibniz 1646-1716) criador, junto com Newton () do cálculo
infinitesimal, que desafiou a comunidade científica de sua época do ano para encontrar a equação da isó crono paracêntrico. A solução
encontrada foi a Lemniscata que, em honra dos irmãos Bernoulli, passou a ser conhecida como Lemniscata de Bernoulli.
Na Lemniscata, quando viemos de um vetor inicial de comprimento 1, a área delimitada dentro do quadrante formado pelo eixo X = eixo real
e Y = imaginá rio, é exatamente um quarto (0,25 unidades da área).
Atualmente, e desde que John Wallis (1616-1703) usou pela primeira vez como símbolo em sua obra “Arithmetica Infinitorum” e
provavelmente por séculos dos séculos adiante, a Lemniscata de Bernoulli é o símbolo do infinito (o famoso oito deitado), pelo que se pode
“simbolicamente” se dizer que a solução numérica do germe angular, a função de i é colocado no símbolo do infinito.
http://www.triplov.com/coloquio_4/iserra.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Infinito
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CABALA
Introdução
Cabala no Cristianismo e na Sociedade não Judaica
O termo “Cabala” não veio a ser usado até meados do século XI, e naquele tempo referia-se à escola de
pensamento (Judaica) relacionada ao misticismo esotérico.
Desde esses tempos, trabalhos Cabalísticos ganharam uma audiência maior fora da comunidade Judaica.
Assim versõ es Cristãs da Cabala começaram a desenvolver-se.
No início do século XVIII, a Cabala passou a ter um amplo uso por filó sofos herméticos, neo-pagãos e outros
novos grupos religiosos. Hoje esta palavra pode ser usada para descrever muitas escolas Judaicas, Cristãs
ou neo-pagãs de misticismo esotérico. Leve-se em conta que cada grupo destes tem diferentes conjuntos de
livros que eles mantêm como parte de sua tradição e rejeitam as interpretaçõ es de cada um dos outros
grupos.
Principais Textos Judeus
O primeiro livro na Cabala a ser escrito, existente ainda hoje, é o Sefer Yetzirah(“Livro da criação”). Os primeiros comentários sobre este
pequeno livro foram escritos durante o século X, e o texto em si é citado desde o século VI. Sua origem histó rica não é clara. Como muitos
textos místicos Judeus, o Sefer Yetzirah foi escrito de uma maneira que pode parecer insignificante para aqueles que o lêem sem um
conhecimento maior sobre o Tanakh(Bíblia Judaica) e o Midrash.
Outra obra muito importante dentro do misticismo judeu é o Bahir(“iluminação”), também conhecido como “O Midrash do Rabino
Nehuniah ben haKana”. Com aproximadamente 12.000 palavras. Publicado pela primeira vez em 1176 em Provença, muitos judeus
ortodoxos acreditam que o autor foi o Rabino Nehuniah ben haKana, um sábio Talmú dico do século I. Historiadores mostraram que o livro
aparentemente foi escrito não muito antes de ter sido publicado.
O trabalho mais importante do misticismo judeu é o Zohar (זהר ”Esplendor”). Trata-se de um comentá rio esotérico e místico sobre o Torah,
escrito em aramaico.
A tradição ortodoxa judaica afirma que foi escrito pelo Rabino Shimon ben Yohai durante o século II. No século XII, um judeu espanhol
chamado Moshe de Leon declarou ter descoberto o texto do Zohar, o texto foi então publicado e distribuído por todo o mundo judeu. Célebre
historiador e estudante da Cabala, Gershom Scholem mostrou que o pró prio de Leon era o autor do Zohar. Entre suas provas, uma era que o
texto usava a gramática e estruturas frasais da língua espanhola do século XII, e que o autor não tinha um conhecimento exato de Israel. O
Zohar contém e elabora sobre muito do material encontrado no Sefer Yetzirah e no Sefer Bahir, e sem dú vida é a obra cabalística por
excelência.
Ensinamentos Cabalísticos Sobre a Alma Humana
O Zohar propõ e que a alma humana possui três elementos, o nefesh, ru’ach, e neshamah. O nefesh é encontrado em todos os humanos e
entra no corpo físico durante o nascimento. É a fonte da natureza física e psicoló gica do indivíduo. As pró ximas duas partes da alma não são
implantadas durante o nascimento, mas são criadas lentamente com o passar do tempo; Seu desenvolvimento depende das açõ es e crenças
do indivíduo. É dito que elas só existem por completo em pessoas espiritualmente despertas. Uma forma comum de explicar as três partes
da alma é como mostrada a seguir:
· Nefesh – A parte inferior, ou animal, da alma. Está associada aos instintos e desejos corporais.
· Ruach – A alma mediana, o Espírito. Ela contém as virtudes morais e a habilidade de distinguir o bem e o mal.
· Neshamah – A alma superior, ou super-alma. Essa separa o homem de todas as outras formas de vida. Está relacionada ao intelecto, e
permite ao homem aproveitar e se beneficiar da pós-vida. Essa parte da alma é fornecida tanto para judeus quanto para não-judeus no
nascimento. Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência da existência e presença de Deus.
A Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido, sugere que haja mais duas partes da alma, a hayyah e a
yehidah. Gershom Scholem escreve que essas “eram consideradas como representantes dos níveis mais elevados de percepção intuitiva, e
estar ao alcance somente de alguns poucos escolhidos”.
· Hayyah: A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.
· Yehidah: O mais alto nível da alma, pelo qual o homem pode atingir a união máxima com Deus
Tanto trabalhos Rabínicos como Kabalísticos sugerem que haja também alguns outros estados não permanentes para a alma que as pessoas
podem desenvolver em certas situaçõ es. Essas outras almas ou outros estados da alma não tem nenhuma relação com o pó s-vida.
· Ruach HaKodesh – Um estado da alma que possibilita a profecia. Desde o fim da era da profecia clássica, ninguém mais recebeu a alma da
profecia.
· Neshamah Yeseira – A alma suplementar que o Judeu demonstra durante o Shabbat. Ela permite um maior prazer espiritual do dia. Ela
existe somente quando se observa o Shabbat e pode ser ganha ou perdida dependendo na observação do Shabbat da pessoa.
· Neshoma Kedosha – Cedida aos Judeus quando alcançam a maioridade (13 anos para meninos, 12 para meninas), e está relacionada com o
estudo e seguimento dos mandamentos da Torah; pode ser ganha ou perdida dependendo do estudo e prática da Torah pela pessoa.
Fases da alma
– Fase da Infinidade Sagrada do Pensamento, não existindo espaço, tempo e movimento
– Corpo Físico e Espiritual Primitivo (Nefesh), trabalhar o “desejo de receber” em “desejo de dar” prazer ao Criador.
Obtem-se extensivamente o “desejo de receber” do Sistema dos 4 mundos impuros da
a) Emanação (atziluth);
b) Criação (briah);
c) Formação (yetzirah);
d)Ação (assiah)
Deve-se dominar estas impurezas durante o período de 13 anos
· Inicia-se a partir dos 13 anos, período onde deve encontrar a parte mais escondida da alma (nefesh)
Início de entrada no Sistema dos Mundos Sagrados, expandir o “desejo de receber” espiritual (provérbios 13:12)
Cinco níveis da alma, duração de 100 anos cada. Completado quando o homem recebe todos os cinco aspectos do espírito primitivo:
Espírito Primitivo – Nefesh;
Espírito – Ruah;
Alma – Neshamah;
Vida – Hayyah;
Individualidade – Yehidah
Torna-se capaz de servir e receber as cinco partes da alma, os quais devem ser encontradas no “desejo de receber”
Após eliminaão total do “desejo de receber” transformado em “receber na forma de dar”
Aspectos Espirituais
Inanimado;
Vegetativo;
Animal;
Humano
Cinco Mundos (+ mundo atual também com 4 aspectos e 5 sephirot):
Adam Kadmon – Homem Primordial;
Atziluth – Emanação;
Briah – Criação;
Yetzirah – Formação;
Asyah – Ação ou Realização
– Fase da ressureição dos mortos, quando a correção completa também alcançara os corpos físicos.
125 – níveis da alma = cinco mundos com cinco partzufim, com cinco sephiroth cada
As ações pertencem ao corpo e os pensamentos pertencem a alma
70 Desejos fundamentais (sefirot)
1-Fonte, direita, más inclinações (casca, “klipah)
2-Fonte, esquerda, contraria ao intelecto (klipat eisau”)
Cabala = “lekabbel” = receber os ensinamentos sobre o método de adquirir luz
Aspectos Espirituais
As pessoas espiritualmente inanimadas tem a falta de qualquer desejo individual. Somente os desejos do Criador os guiam, e, devido a sua
natureza, devem seguir essa direção meticulosa e inconscinte, de acordo com o programa neles implantado pelo criador. Nesse estado
espiritual os indivíduos não podem perceber nada além de si mesmos. Como consequência, também não podem fazer nada pelos outros,
somente trabalhar para seu pró prio benefício.
As pessoas que pertencem ao nível vegetativo do desejo aparece um certo grau de independência espiritual do Criador, que é quem
determina o programa. As pessoas deste grupo não são capazes de aspirar esforços individuais divergentes das normas do coletivo, da
sociedade e de sua formação. Esta tem como propó sito preservar e obedecer todas as normas e leis de seu ambiente vegetativo, que
compreende um grupo de pessoas similares, que pertencem ao nosso nível vegetativo de desenvolvimento
Pessoas do grupo “animalista, tem os desejos desenvolvidos a tal ponto que encontram satisfação na capacidade de se mover e de pensar
independentemente de outros, com o fim de satisfazer seus desejos. Pessoas do nível humano-falante, são pessoas totalmente
independentes da sociedade na escolha de sues desejos. Podem compadecer-se de qualquer outro ser e, portanto, podem se preocupar com
os outros. Podem ajuda-los em sua busca pela melhora de si mesmos, identificando-se com seu sofrimento. As pessoas desse nivel,
diferentemente dos animais, podem perceber o passado e o futuro e, portanto, podem agir guiadas pelo reconhecimento de urn propó sito
central. Todos os mundos e as eta pas atribuidas a eles podem ser vistos como uma sequencia de telas que nos eocultada (a luz do Criador).
Ao adquirirmos a forca espiritual para superar nossas proprias naturezas, cada uma de suas forcas, cada uma das telas, consecutivamente
desaparece, como se dissolvesse.
Aquilo que é recebido. Aquilo que não pode ser conhecido apenas através da ciência ou da busca intelectual. Um conhecimento interior que
tem sido passado de sábio para aluno desde o despertar dos tempos. Uma disciplina que desperta a consciência sobre a essência das coisas.
Entramos neste mundo e nossos sentidos encontram sua crosta externa. Tocamos a terra com nossos pés, a água e o vento atingem nossa
pele, recuamos perante o calor do fogo. Escutamos os sons e ritmos. Vemos formas e cores. Logo começamos a medir, a pesar e a descrever
com precisão. Como cientistas, registramos o comportamento dos compostos químicos, das plantas, animais e seres humanos. Nó s os
gravamos em video-tape, observamos sob o microscó pio, criamos modelos matemáticos, enchemos um supercomputador com dados a seu
respeito. De nossas observaçõ es, aprendemos a domar nosso ambiente com invençõ es e engenhocas, e então nos damos um tapinha nas
costas e dizemos: “Isso mesmo, conseguimos.”
Mas nó s mesmos, nossa consciência, que está examinando este mundo, residimos em uma camada mais profunda. Eis por que não podemos
deixar de perguntar: “E sobre a coisa em si mesma? Aquilo que está lá antes que a medíssemos? O que é matéria, energia, tempo, espaço – e
como vieram a ser?
Para explicar nosso mundo sem examinar esta profundeza interior é tão superficial quanto explicar o trabalho de um computador
descrevendo as imagens vistas no monitor. Se virmos uma bola movendo-se para cima e para baixo na tela, diríamos que está ricocheteando
contra o fundo da tela? Os dispositivos na sua barra de rolagem exercem alguma força sobre a página dentro da tela? A barra do menu tem
realmente os menus ocultos atrás dela?
O autor de um software de uso facilitado seguiu regras consistentes para que você possa trabalhar confortavelmente dentro dele. Se for um
jogo de alguma complexidade, ele precisou determinar e seguir um grande conjunto de regras. Mas uma descrição destas regras não é uma
explicação vá lida de como isso funciona. Para isso, precisamos ler seu có digo, examinar o equipamento, e, mais importante – examinar a
descrição de seu conceito original. Precisamos vê-lo da maneira que o autor o vê, como evolui passo a passo de um conceito em sua mente
através do có digo que ele escreve, até os pontinhos fosforescentes minú sculos na tela.
O có digo por trás da realidade, o conceito que instila vida às equaçõ es e as torna reais. Homens e mulheres sacrificaram seu alimento, seu
conforto, viajaram grandes distâncias e pagaram com sua pró pria vida para chegar a conhecer estas coisas. Não há uma só cultura neste
mundo que não tenha seus ensinamentos para descrevê-las. Nos ensinamentos judaicos, elas são descritas na Cabalá.
Segundo a tradição, as verdades da Cabalá foram conhecidas por Adam (Adão). Aquilo que sua mente apreendeu, nenhuma outra mente
pode conceber. Mesmo assim ele foi capaz de transmitir um vislumbre de seu conhecimento a algumas das grandes almas que dele
descenderam, como Hanoch e Metushelach. Foram eles os grandes mestres que ensinaram Nô ach (Noé), que por sua vez ensinou seus
pró prios alunos, incluindo Avraham (Abraão). Avraham estudou na academia do filho de Nô ach, Shem, e enviou seu filho Yitschac para lá
estudar, depois dele. Yitschac por sua vez mandou seu filho Yaacov estudar com Shem e com o bisneto de Shem, Ever.
Adam, Nô ach, Avraham – estes foram pais de toda a humanidade. Eis por que você encontrará alusõ es às verdades que eles ensinaram seja
onde for que tenha chegado a cultura humana.
Mesmo assim, a fonte essencial para a Cabalá não é Adam ou Nô ach ou mesmo Avraham. É o evento no Monte Sinai, onde a essência
primordial do cosmos foi desnudada para que uma nação inteira a contemplasse. Foi uma experiência que deixou uma marca indelével sobre
a psique judaica, moldando por completo nossas ideias e nosso comportamento desde então.
No Sinai, a sabedoria interior tornou-se não mais uma questão de intuição ou revelação particular. Era então um fato que havia penetrado
em nosso mundo e se tornado parte da histó ria e da experiência dos mortais comuns.
Eis por que a Cabalá não pode ser chamada de filosofia. Uma filosofia é o produto de mentes humanas, algo com que qualquer outra mente
humana pode jogar, espremê-la ou esticá-la segundo os ditames de seu pró prio intelecto e intuição. Mas Cabalá significa: “que é recebida”.
Recebida não apenas de um professor, mas do Sinai. Assim que o aluno tenha dominado o caminho deste conhecimento recebido, ele ou ela
pode encontrar maneiras de expandi-lo ainda mais, como uma árvore se ramifica a partir de seu tronco. Mas será sempre um crescimento
orgânico, jamais tocando a vida e a forma essenciais daquele conhecimento. Os ramos, galhos e folhas irão apenas onde deveriam para
aquela árvore em particular – um bordo jamais se tornará um carvalho, e jamais um aluno revelará um segredo que não estivesse oculto nas
palavras de seu mestre.
Passagens Bíblicas
“DEPOIS destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo
galardão. Gen 15:1 “
“Casa de Arão, confia no SENHOR; ele é o seu auxílio e o seu escudo. Sl 115:10”
“Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu? Um povo salvo pelo SENHOR, o escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade; por isso
os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas. Dt 33:29”
“Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, Pv 2:7”
“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Pv 30:5”
As diferentes influências no símbolo
Existem intérpretes que argumentam que o lírio branco que é composto por seis pétalas num estilo parecido com a Estrela de Davi. De fato,
esta é a flor que é identificada com o povo de Israel no livro bíblico de Cântico dos Cânticos.
Há pensadores que viram no conceito de “Estrela de Davi” e nos dois triângulos que a compõ e uma ligação ou conexão com o elemento
macho (o triângulo com a ponta voltada para cima, constituindo o símbolo masculino) com o elemento fêmea (o triângulo voltado para
baixo, constituindo a forma de um receptáculo). Há os que viram neste símbolo a relação entre o elemento celestial que aspirado para a terra
seu poder (o triângulo com a ponta para baixo), contra o elemento terrestre que aspira para o céu sua influência (o triâ ngulo que aponta
para cima). Outros pensadores argumentaram que a Estrela de Davi constituída por seis pontas representaria o domínio celestial sobre os
quatro ventos, sobre o que está em cima e sobre o que está em baixo na terra.
De acordo com a Cabala (livro de mística judaica), a Estrela de Davi insinua a representação das sete emanaçõ es divinas (sefirot) inferiores.
Cada triângulo dos seis triâ ngulos que formam os lados da estrela representariam uma emanação e o centro dos triâ ngulos maiores
sobrepostos da Estrela de Davi representariam a emanação denominada Malchut. O filó sofo Franz Rosenzweig deu uma outra interpretação
muito peculiar à Estrela de Davi, quando afirmou que um dos triângulos constituintes do símbolo seria a representação da base de focos que
caracterizam o pensamento do mundo – Deus, o homem e o mundo. Obviamente, havia filó sofos que não criam na existência de Deus, de um
mundo físico ou de uma humanidade separada do mundo real, mas ainda estes focos constituíam, na sua opinião, a base da filosofia de sua
geração. O outro triângulo representaria, na sua cogitação, a posição do Judaísmo nestes assuntos. Num nível bem básico, o Judaísmo se
ocuparia na reflexão sobre as relaçõ es que existem entre estes fatores, no tocante os três fundamentos principais do Judaísmo, na opinião de
Rosenzweig: a Criação (a relação entre Deus e o mundo), a revelação (a relação entre Deus e o homem) e a redenção (a relação entre o
homem e o mundo). Os Cristianismo utilizam o símbolo como sinal de respeito à Israel, sendo esse o lugar onde eles acreditam que Jesus
voltará.
USOS DO SÍMBOLO
Os nazistas contribuíram na identificação dos judeus com a Estrela de Davi. Durante a Alemanha nazista, os judeus que estavam
aprisionados em campos de concentração possuiam a “estrela dos judeus” costurada em sua camisa. Dentro da estrela de Davi, ficava escrita
a palavra “Jude”, que em alemão significa “Judeu”. O símbolo era usado para facilitar a identificação dos Judeus.
Estrela de Davi amarela usada pelos nazistas
Depois do estabelecimento do Estado de Israel, quando não foi aceita a proposta de Herzl no tocante de uma bandeira com sete estrelas e
outra ideia de uma com sete Escudos de Davi, o Conselho do Estado Provisó rio aceitou a decisão do comitê de uma outra proposta de um
símbolo e de uma bandeira, confirmados em 28 de outubro de 1948. E assim mudou a estrela de Davi de um simples símbolo judaico
ornamental para o nível de símbolo supremo do recém estabelecido Estado judeu, sendo parte central da bandeira da nação, tendo por cima
e por baixo dela duas faixas azul-celestes. Porém, os cidadãos árabes do novo Estado argumentaram que não se identificavam com uma
bandeira que era composta unicamente por símbolos judaicos – a Estrela de Davi e uma representação, por meio das duas faixas azuis, do
xale de oraçõ es judaico (chamado em hebraico de Talit). Os participantes do grupo Naturê Karta também pararam de usar a Estrela de Davi
depois deste evento, argumentando que este era um símbolo que representava um Estado sionista.
Semelhante como são representadas organizaçõ es como a Cruz Vermelha e a Crescente Vermelha, usando símbolos de destaque de suas
naçõ es, a organização israelita de ajuda humanitária e médica, denominada Escudo de Davi Vermelho (ou Maguen David Vermelho), é
representada – como o pró prio nome já diz – por uma estrela de Davi vermelha como símbolo oficial. Esta organização de pronto-socorro
médico, porém, não alcançou ainda um reconhecimento oficial internacional como as suas correspondentes nos países cristãos ou
muçulmanos.
Michel Costa – “A faixa dourada, o selo de Salomão e o Escudo de Davi”, Sifriat Poalim, 1990 – חותם שלמה ומגן, חתך הזהב,מיכאל קוסטא
1990 , ספריית פועלים,דוד.
De um modo primitivo, por hexagrama, podemos compreender como a reunião de seis letras ou caracteres; já que a palavra tem origem no
grego e significa seis linhas ou seis caracteres (hex = seis; gramma = linha). Portanto, uma sequência de seis sinais gráficos (letras ou figuras
geométricas, por exemplo) pode ser considerada um hexagrama. Assim, na filosofia oriental denominada I Ching, o hexagrama possui uma
representação linear.
Porém, dentro da maioria das escolas esotéricas ocidentais, o hexagrama usualmente assume a forma de uma estrela de seis pontas e é
conhecido também por Estrela de Davi, Selo de Salomão, entre outros. É esta versão que carrega inú meros significados ao longo da histó ria e
figura tanto como símbolo maior do Estado de Israel como na simbologia alquimica. Mesmo havendo distinçõ es interpretativas entre o
hexagrama com as linhas entre-laçadas e o hexagrama com os triâ ngulos sobrepostos, as definiçõ es confundem-se e ampliam ainda mais as
hipó teses das origens, significados e aplicaçõ es.
Origens
A maioria das teorias que pretende encontrar a origem específica do hexagrama está relacionada ao judaísmo. Uma delas, sem embasamento
histó rico confiável, faz alusão ao nome do Rei Davi. Segundo a tradição judaica, o nome Davi era escrito com apenas três letras no alfabeto
hebraico: dalet, vav e dalet. A primeira e ú ltima letra (dalet), possui uma forma semelhante ao triângulo. Se uma delas for invertida
verticalmente e sobreposta à outra, forma-se o hexagrama. Mais uma hipó tese é de que o hexagrama seja uma versão estilizada do lírio
branco, flor de seis pétalas que é identificada como o povo de Israel no livro bíblico Cântico dos Cânticos.
Outra origem refere-se ao escudo do Rei Davi, que possuía forma triangular e nele estava gravado o Grande Nome Divino de 72 Letras,
juntamente com as letras hebraicas m, k, b e y (letras da palavra Macabi). Entretanto, neste caso, não há uma linha nítida que associe o
símbolo ao Escudo de Davi (Marguen Davi), sendo que a expressão Marguen Davi passou a ser utilizada referindo-se ao hexagrama, apenas a
partir do século XIV. Ainda, pode-se supor que o símbolo tenha surgido na época de Bar Kochba (132-135 d.C.) quando os judeus combatiam
os romanos, passaram a utilizar escudos mais resistentes, nos quais foram gravados dois triâ ngulos entre-laçados.
Segundo o padrão dos manuscritos, a Estrela deve ser escrita/desenhada com escrituras, nomes sagrados, podendo conter no seu interior o
Salmo 67 (Salmo da Menorah), que age como Talismã de grande Poder.
Ainda no Talmud (Gittin 68a) esta escrito que o rei Salomão possuía um anel no qual estava gravado o “Nome Divino de 72 Letras” e que este
anel o protegia contra as forças negativas. Porém, mais uma vez não é dada nenhuma descrição adicional. Muitas vezes o pentagrama – a
estrela de 5 pontas – chamado de “Selo de Salomão”, termo usado tanto no Islã como em algumas comunidades judaicas, era usado no lugar
do Maguen David. A estrela de cinco pontas também era considerada um símbolo de proteção Divina, mas no meio judaico seu uso acabou
sendo abandonado.
Mas é no texto cabalístico Sefer ha-Guevul, de autoria de um neto de Nachmânides, do início do século XIV, que podemos encontrar o mais
antigo testemunho do uso do termo em relação à estrela de seis pontas. O hexagrama aparece duas vezes nesse texto, sendo chamado em
ambas de Maguen David.
Ela é conhecida como um símbolo alquímico, que denota harmonia entre os elementos antagô nicos (Á gua e Fogo). Representando o
casamento entre a Rainha e o Rei, com o surgimento do Filho (ponto central), que também representa a unidade, a kavaná. Na Cabala,
acabou sendo conhecida como Escudo do filho de David, o Messias.
David representa a manifestação desta força, por isto ele é a representação de Malchuth, do Reino.
A estrela nada mais é do que um sistema de perfeição, onde um lado, um patriarca busca o seu equilíbrio, através de um outro, da relação.
Ex: Abraão e Isaak, onde Abraão passa pelo seu teste (sacrifício), para aprender sobre o caráter negativo, sobre a justiça, rigor e limites que
passa a fazer parte da sua vida, já que era excessivamente misericordioso. É a necessidade de se estabelecer a relação do positivo (+) com o
negativo(-), Compaixão-Crueldade.
A vida nos pede o tempo todo a busca do equilíbrio da força e forma, energias contrarias criadas pela arvore do conhecimento do bem e do
mal. Somente com a arvore da vida restabelecemos o equilíbrio, a plenitude.
Jacó é a síntese, traz a ordem có smica. É a coluna do meio, vence a dualidade. É o resultado do sistema de 2 forças, onde se pode conseguir o
equilíbrio e harmonia, ele amplia a capacidade do homem de pensar (Consciente), ele é o centro, a cabeça, o controle, aquele que faz a
vontade de D’us , sabe seu objetivo, confia no coração.
Origens da Cabala
A Qabalah é geralmente considerada uma doutrina mística da religião judaica. Na realidade, ela é mais do que isso: seu pensamento,
extremamente rico, não se enquadra num sistema filosó fico ou religioso, não tem nada de dogmá tico.
De acordo com a tradição judaica, historicamente a Qabalah teria surgido da seguinte forma: “Moisés recebeu (Kibel:deste termo deriva
kabalah ou Qabalah) a Tora (o Ensinamento, a Lei) sobre o Monte Sinai; ele transmitiu (ou-messara) a Josué, que por sua vez a remeteu aos
profetas e estes ú ltimos a transmitiram aos membros da Grande Sinagoga.
A Qabalah, entretanto, segundo os estudiosos, entre estes Alexandre Safran (La Cabale – Ed. Payothéque), ultrapassa, em antiguidade, teria
sido revelada a principio, ao Patriarca Abraão. Mas deve também remontar aos tempos pré-histó ricos.
Dentro deste PLANO SUPERIOR estão os incontáveis PLANOS SECUNDARIOS de toda a Criação, cada qual entrelaçado e inter-relacionado
num todo orgânico.
Uma dessas Leis é a LEI DO KARMA, ou Lei de Causa e Efeito. Assim diz o Caibalion “Toda Causa tem seu Efeito; todo Efeito tem sua Causa;
todas as coisas acontecem de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; existem muitos planos
de causalidade, mas nada escapa à Lei” * Toda a ação física, ou ação mental (pensamento), retorna ao seu ponto de origem, como um
bumerangue. A evolução prossegue sempre sob esta lei, e a experiência física é apenas uma pequena parte dela.
Para entendermos este principio de evolução , esta Lei que rege todo o Mundo visível e invisível, é que devemos estudar o que os judeus
chamam de ‘Cabala” ou a “ARVORE DA VIDA” ou KABALAH (QABALAH).
Na tradição alquimica ocidental usamos um glifo, (que nada mais é que um conjunto de símbolos) representativos desta Á rvore, e seu estudo
prático, a meditação em seus símbolos.
Muitos destes símbolos usados são Arquétipos, isto é, “conjuntos de símbolos” que foram definidos pelo psicó logo alemão Gustav Jung, como
sendo a fonte que a nossa mente utiliza para chegar a uma definição, e que é comum a todo o gênero humano. Estes arquétipos são
atemporais, e remontam à mais antiga memó ria da humanidade.
Antes de transpor esta porção do mundo invisível, deve ser conhecido e dominado cada aspecto. Deve-se submeter à sua vontade todos os
elementos de uma esfera (Sephira) que lhe obedecerão de maneira INEQUIVOCÁVEL, porque no MUNDO REAL, os símbolos são
representaçõ es arbitrárias de uma experiência ordinária, mas no MUNDO ESPIRITUAL, estes símbolos assumem uma existência real, uma
realidade tangível, e por isso são da maior importância.
A palavra QABALAH (KABALAH ou CABALA) vem do hebraico QBL, CABAL que significa (segundo alguns) “receber”. Assim a Qabalah seria
“Aquilo que foi recebido”.
Dizem que os Rabinos a receberam dos Anjos, dizem que Moisés a recebeu de Deus, mas sua semelhança com o ZEND AVEST de ZOROASTRO
indica que os Judeus podem ter recebido seus princípios da mesma fonte que inspirou ZOROASTRO. OTZ CHIIM, ou a Á RVORE DA VIDA, é na
verdade a Arvore do Bem e do Mal, a Arvore do Conhecimento, citada no Antigo Testamento. Ela é conhecida também como Escada de Jacó .
A Á rvore da Vida
Na Cabala, muitos dos seus símbolos são arquetípicos, durante inú meros anos,o que significa que têm sentido profundo para os homens de
todas as raças e credos. Eles encarnam experiências humanas fundamentais como “masculinidade”, “feminilidade”, “maternidade”, etc.
Centenas de estudiosos dc Cabala foram criados e instruídos no seu uso prático, começam a viver, agir e a pensar dentro deste sistema.
Trabalhamos com ele todos os dias, meditando sobre ele e interpretando a vida do ponto de vista da sua estrutura. Isso traz ordem à vida
interior; os sonhos e o “psiquismo” aparecerão em função do simbolismo da Á rvore e, ao alcançarmos o estágio adequado de preparação.
Para que a Cabala se torne parte da nossa vida, seu uso deve ser completamente automático, se quisermos alcançar o seu pleno proveito. Por
isso, é uma excelente ideia tomar notas e traçar diagramas em todas as oportunidade. Desse modo, o sistema se torna parte do nosso mundo
interior.
A maioria dos estudiosos modernos não está muito interessada em pesquisa acadêmica por si mesma; quer algo que possa ser utilizado
hoje. A Qabalah é um sistema vivo e se desenvolve com o uso, evoluindo, como devem evoluir todos sistemas de conhecimento destinados a
sobreviver.
Os Triângulos na Árvore
Otz Chiim, a Á rvore da Vida, é, na verdade, a Á rvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
Ela é composta de dez círculos ou esferas chamadas Sefirats, que significa “emanaçõ es”. A forma singular de sephiroth é sefirat. Estas Sefirats
são dispostas em três triâ ngulos ficando o décimo círculo isolado embaixo, conforme é mostrado pela figura de abertura desta página.
Os triângulos são ligados entre si por vinte e duas linhas ou caminhos. Observando a figura central da ilustração desta página, você poderá
perceber. Os círculos representam está gios no desenvolvimento das coisas – em especial a evolução do universo e da alma. Os círculos são
numerados de 1 a 10 de acordo com a linha em ziguezague chamada raio, que às vezes é ligada ao diagrama da Á rvore.
Se você quiser perguntar porque as esferas da Á rvore não podem simplesmente ser dispostas em linha como uma série de contas, a razão é
que a Á rvore representa um conjunto de relaçõ es, não apenas uma sequência de eventos.
Os Pilares
As dez esferas da Á rvore podem ser consideradas como três linhas verticais ou pilares. Tal disposição apresenta os tres grandes princípios
complementares de atividade, passividade e equilíbrio. Os pilares laterais representam sempre os complementares, enquanto o do meio
retrata o estado de equilíbrio entre eles.
O simbolismo do pilar, como todas as relaçõ es na Á rvore, pode ser aplicado igualmente à humanidade ou ao universo. A significação das
forças complementares da Á rvore se tornará clara à medida em que aprofunda o seu estudo. É apresentado um círculo pontilhado entre os
círculos um e seis; ele representa uma “sephirah invisível”, chamada Daath.
Para localizar melhor os círculos, comece numerando do alto e no centro, como circulo 1. O circulo da direita é o 2, da esquerda 3, próximo à
direita 4, esquerda 5, centro 6, direita 7, esquerda 8, centro 9, centro 10. Na tradição cabalística, os pilares muitas vezes eram chamados de
SEVERIDADE (Ativo), Compaixão (passivo) e Mansidão (equilíbrio).
As Letras Hebraicas
Dizem que um professor de hebraico numa universidade inglesa iniciou sua preleção com as palavras:- Senhoras e Senhores, esta é a língua
que Deus falava. Talvez isto estivesse sendo um pouco exclusivista, mas tinha boa razão para isso. Uma considerável parte das sagradas
escrituras da cultura ocidental foi indiscutivelmente escrita nessa língua antiga.
Há vinte e duas letras do alfabeto hebraico. São todas consoantes. Os sons vogais, ou pontos, foram acrescentados posteriormente. Diz a
lenda que, durante a Criação, Deus fez desfilar diante de si as vinte e duas letras e “viu que eram boas”. Recebida a aprovação divina, as letras
foram consideradas sagradas, cada uma representando uma ideia e um som.
A forma atual das letras é semelhante aos objetos que originalmente se supunha que representassem. Desse modo, Shin, a vigésima primeira
letra, representa o dente da serpente, enquanto Kaph, a décima primeira, uma palmeira. A esta altura você deve estar se perguntando se
precisará aprender o hebraico antes de compreender a Á rvore e utilizá-la.
A resposta é um simples NÃ O. A Á rvore é um sistema universal de relaçõ es. Pode ser expressa em qualquer língua e época.
Porque estamos fazendo digressõ es sobre o hebraico?
Antes de tudo porque as ideias cabalísticas foram originalmente expressas em hebraico e muitas obras subsequentes, como os elementos da
“Aurora Dourada”, basearam grande parte de suas teorias e práticas nas letras e seus significados.
Em segundo, porque centenas de estudiosos, meditando e trabalhando sobre elas, tornaram o hebraico uma espécie de centro do
inconsciente desta tradição.
Há vinte e duas letras, todas consoantes. O hebraico não tem nenhum sinal para os nú meros, de modo que se dá a cada letra um valor
numérico.
Os antigos rabinos usavam essa característica, desenvolvendo uma forma de numerologia chamada gematria. Se os valores das letras
isoladas que compõ em uma palavra são totalizados, a soma obtida pode ser comparada aos resultados ajustados a outras palavras. Todas as
palavras com um total comum são consideradas como tendo uma afinidade especial.
Os cabalistas dividem as letras em três grupos: letras-mãe, letras duplas e letras simples. Há três letras-mãe, sete duplas e doze simples.
A Árvore e suas Forças
A Qabalah é chamada de Á rvore da Vida porque é representada por Dez Esferas interligadas, cada qual representando um Princípio-Regente.
Essas esferas-princípios são chamadas de Sefirats.
A Á rvore da Vida é um diagrama que representa todas as forças e fatores atuantes no universo e na humanidade. Não existe nenhuma
característica, influência ou energia que não seja suscetível de representação na Á rvore. O começo, o fim e os caminhos intermediários, todos
são representados. Pode-se assim ver o passado, o presente o o futuro nas Dez sefirats e nos vinte e dois caminhos que as ligam.
Somos, naturalmente, construtores de formas. Todo o nosso passado foi consumido numa luta corpo a corpo com a forma, pois mesmo os
reinos etéricos do plano mental são tú rgidos e restritivos para o espírito. Não é de surpreender, portanto, que a personalidade – ela pró pria
uma complexa forma mental e emocional – veja forças abstratas em símbolos concretos.
Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança e fazemos o mesmo com o nosso universo interior – nossa percepção das forças abstratas é
personalizada ou formalizada de acordo com o nível da nossa compreensão do momento. Os Titãs, os deuses olímpicos e os deuses com
cabeça de animais do Egito são formas feitas pelo homem.
Os arcanjos, os anjos, serafins e querubins, os elementais e as fadas do folclore são personificados em formas aladas, anõ es, rodas ardentes,
pilares de fogo, etc. segundo a profundidade da nossa percepção e os limites do nosso suprimento de imagens mentais. Os símbolos
personalizados são palavras neste extenso vocabulário. Com as palavras de que nos servimos na vida diária, eles representam realidades; só
há ameaça de perigo quando elas são tomadadas erroneamente pelas realidades que representam.
A alquimia jamais pode ser restringida a uma série de fó rmulas rígidas. A experiência humana é individual e alguns aspectos dela podem ser
singulares. Tampouco duas pessoas reagem do mesmo modo a uma experiência. Há, por conseguinte, pouco valor em adquirir um livro
sobre a Cabala com uma série de poderes facilmente acessíveis e utilizá-lo como um substituto da experiência pessoal. O livro só pode servir
para apontar o caminho.
Seja como for, tudo depende do uso que você fizer da Á rvore como símbolo fundamental.
O que são as 10 sefirats?
As Sefirats são bastante complexas, contém muitos elementos e para explicá-las em detalhes seriam necessários muitos volumes de uma
enciclopédia, por isso vamos nos limitar a uma explicação básica.
A palavra Sefirat tem dois significados: um é contar, o outro é limite ou fronteira. De acordo com a Cabala, existem 10 dimensõ es para a nossa
realidade, que são as 10 Sefirats. As Sefirats funcionam como canais através dos quais a Luz do Mundo Infinito chega até nó s, animando o
nosso universo inteiro, incluindo nossas almas.
Cada Sefirat, como um filtro, reduz sucessivamente a emanação da Luz, diminuindo gradativamente seu brilho para um nível quase
imperceptível em nosso mundo físico dos cinco sentidos. Por cada Sefirat que passa, a Luz se manifesta de forma diferente, mas sem nunca
mudar sua essência. É como se colocássemos um filtro colorido na luz do sol; nó s a veremos azul, vermelha ou verde, mas a Luz não muda
nunca, o que muda é o recipiente.
Elas também são conhecidas como atributos divinos, já que cada uma delas está relacionada a um atributo ou qualidade de Deus. Cada uma
delas também se relaciona a uma parte do nosso corpo.
Esses 10 níveis ou Sefirats são: Kether, Chokmah, Bimah, Chesed, Geburah, Tipheret, Netzach, Hod, Yesod e Malkuth. As Sefirats Chesed,
Geburah, Tipheret, Netzach, Hod e Yesod estão compactadas em uma dimensão chamada Zeir Anpin como um todo unificado. Toda a Luz que
recebemos em nosso mundo físico de Malkuth é derivada de Zeir Anpin.
Curiosamente, os cientistas do final do século 20 revelaram uma estranha visão do nosso universo com o advento da Teoria da Supercorda,
que é uma tentativa de unificar a teoria da relatividade de Einstein com a mecânica quântica. De acordo com a teoria, todas as partículas
subatô micas são na verdade diferentes ressonâncias de minú sculas supercordas vibrantes, muito parecidas com as diferentes notas musicais
que podem emanar de uma ú nica corda de violão. A Teoria das Supercordas sustenta ainda que nosso universo deve conter 10 dimensõ es de
modo que possa se conciliar com a teoria da relatividade de Einstein, considerando a força da gravidade.
Graças à evolução da ciência e da tecnologia, os cientistas atuais e os antigos Cabalistas concordam que a realidade existe em 10 dimensõ es e
que 6 dimensõ es estão firmemente compactadas.
Conheça cada uma das Sefirats, mais detalhadamente
KETHER
A Sefirat de Kether foi a primeira, o primeiro recipiente que apareceu logo apó s a restrição e está ligada ao Mundo de Adam Kadmon –
Homem Primordial. Kether faz parte das três Sefirats superiores (as outras duas são Chokmah e Bimah), que estão além da nossa realidade
física e são o estado potencial. Nó s nos relacionamos com as sete inferiores, que são o estado da manifestação.
Kether ou Coroa, se situa no topo da coluna central, logo abaixo do Mundo Infinito. A coroa normalmente está na cabeça do rei, mas não
pertence ao corpo do rei, pertence ao reino. Para cada ação existe um pensamento que a precede. Kether, a coroa, é a semente das
manifestaçõ es que vãoacontecer no mundo físico. É o potencial da manifestação.
Kether é a inteligência ardente que canaliza a Força da Luz da Criação para as demais Sefirats. Funciona como um super computador que
contém o inventário total do que cada um de nó s é, alguma vez foi ou será. Como tal, não só é a gênese de nossas vidas neste reino da Terra,
mas de todo pensamento, ideia ou inspiração que teremos enquanto estivermos nessa nossa jornada.
A reencarnação, na qual a alma humana volta várias vezes a este reino físico até que suas imperfeiçõ es sejam corrigidas, é uma doutrina
central da Cabala. Este processo de correção é chamado Tikun e já foi explicado em mensagem anterior. Outros ensinamentos espirituais se
referem ao processo de Tikun como Karma. Esse processo, no qual uma alma é canalizada através das Dez Sefirats para nascer no mundo
físico de Malkuth, começa em Kether, e nenhuma alma parte de lá sem a bagagem que acumulou em existências prévias. A luz de Kether tem
um longo caminho a percorrer antes de nos alcançar. Está tão longe do reino físico no qual vivemos como o primeiro pensamento de um
arquiteto está distante do edifício que aquele pensamento se tornará em ú ltima instância. Kether é a fonte de tudo, mas somente em
potencial indiferenciado. As outras Sefirats são necessárias para se transformar aquele potencial em algo que podemos perceber como
realidade, e a primeira a receber o poder que flui para fora de Kether é a Sefirat de Chokmah.
CHOKMAH E BIMAH
Chokmah, no topo da coluna direita é Sabedoria. Mantém-se como a figura do pai universal. É o primeiro recipiente a conter toda a Sabedoria
do universo e contém a totalidade da Luz. É o pensamento intuitivo em sua forma mais pura, o “estalo”, a criatividade, o inconsciente, toda
atividade ligada ao lado direito do cérebro. Em outras palavras, Chokmah pode ser comparada a um tolo que carrega uma enciclopédia nas
costas.
A possessão da enciclopédia não torna o homem mais inteligente. A Sabedoria, encapsulada em si mesma, passiva, não tem nenhum valor
em qualquer plano de existência. Para ser manifestada, a Sabedoria de Chokmah precisa de uma conexão com a energia de Bimah.
Bimah, Entendimento, é a figura da mãe universal e situa-se no topo da coluna esquerda. É uma usina geradora de energia có smica, desde
aquela que motiva o empenho humano até aquela que mantém as galáxias em movimento. É o raciocínio e a ló gica que definem e dão forma
ao “estalo” que vem de Chokmah, transformando-o em pensamento, proporcionando o desenvolvimento mental de uma ideia. É o lado
esquerdo do cérebro, o consciente, os processos mentais. Bimah interioriza o conteú do de forma que a informação se torna conhecimento e
parte da pessoa.
Quando o pensamento precisa ser manifestado em ação, Chokmah e Bimah se encontram, combinam suas energias e transformam
informação bruta em conhecimento. É interessante notar que a ciência, exatamente como a Cabala, atribui a criatividade e a intuição ao lado
direito do cérebro e a ló gica e a racionalização com o lado esquerdo do cérebro.
CHESED
Chesed – Misericó rdia, se situa na coluna direita, logo abaixo de Chokmah. É também a primeira das Sete Sefirats inferiores, com as quais nos
relacionamos. Mas as Sefirats são inteligências muito elevadas, então como nos conectar com elas? Precisamos de instrumentos, canais para
fazer essa conexão. Da mesma forma que sabemos que existe eletricidade na tomada, mas precisamos de instrumentos – cabos ou aparelhos
– entre nó s e a eletricidade para que ela possa se revelar. O canal para Chesed é o patriarca Abrahão, pois ele foi o canal que manifestou a
inteligência de Chesed, misericó rdia e gentileza, no mundo. Quando queremos nos conectar com essa energia, devemos meditar em Abrahão.
De acordo com a Guematria, a numerologia Cabalística, as letras hebraicas que formam a palavra Chesed somam 72, relacionando-a com o
poder dos 72 nomes. Essa relação nos ensina que, para que possamos ativar o poder dos 72 nomes, devemos ter misericó rdia, gentileza pelo
nosso pró ximo.
A expressão física da esfera de Chesed é a água. Chesed representa o total Desejo de Compartilhar. É o doar incondicionalmente, o estender a
mão (por isso em nosso corpo se relaciona com o braço direito), é o fluxo de energia que se expande abundante e incontrolavelmente, por
isso é considerada a mais expansiva das Sefirats.
Chesed sem equilíbrio é o extremista-liberal que lamenta mais pelo criminoso do que pela vítima; é o homem pobre que ganha na loteria e
dá cada centavo de sua nova fortuna para caridade e deixa a pró pria família pobre. Desenfreada, Chesed doa até quase machucar. Felizmente,
tem uma contraparte de equilíbrio, a Sefirat de Geburah.
GEBURAH
Geburah é conhecida como Julgamento, ou ainda Força, Grandeza ou Poder. Situa-se na coluna esquerda, logo abaixo de Bimah. O canal para
Geburah é o patriarca Yiztchak (Isaac), filho de Abraham, e no nosso corpo essa Sefirat se relaciona com o braço esquerdo. Enquanto Chesed
doa incondicionalmente, Geburah é a avarenta. Onde Chesed se expande, Geburah se contrai. Onde Chesed diz, “Compartilhe”, Geburah diz “e
o que eu ganho com isso?” Onde Chesed celebra o heroísmo, Geburah é um disciplinador com o medo olhando por sobre seu ombro. É pura
contração, restrição, é a força que permite o controle e o domínio sobre os impulsos.
Geburah, sem rédeas, sem o equilíbrio de Chesed, se torna a tirania de um estado policial, podendo levar a autocontenção e se transformar
em uma fonte de energia para sentimentos de ó dio e medo. Mas assim como a Sabedoria de Chokmah não pode se manifestar sem a energia
de Bimah, a semente indiferenciada em Chesed nunca poderia se tornar a árvore diferenciada sem a mão forte de Geburah.
Geburah canaliza energia espiritual para superar obstáculos e atingir objetivos específicos, e é a força essencial para realizarmos nossa
principal missão nesta vida: transformar a nossa natureza.
TIPHERET
Tipheret representa Beleza. Está relacionada com a Coluna Central e o Mundo da Formação Localiza-se abaixo e entre as Sefirats de Chesed e
Geburah. Junto com Chesed e Geburah, forma a tríade superior do Maguen David. O canal para Tipheret é Yaakov e no corpo humano, está
relacionada ao tronco.
Tipheret é Beleza porque uma coisa bela, seja um pô r-do-sol, uma flor, um poema ou a mente humana, tem que combinar sabedoria
[Chokmah], entendimento [Bimah] e o brilho da Luz para existir como tal. Tipheret também se refere à beleza porque é o ponto de equilíbrio
entre as colunas direita e esquerda, gerando a harmonia, sem a qual beleza nenhuma poderia existir. Também representa a verdade, que vem
com esse equilíbrio.
Tipheret nos ensina quando compartilhar e como fazê-lo com equilíbrio, e quando receber ou julgar com amor. Representa aquele equilíbrio
entre julgamento e misericó rdia que permite a um pai disciplinar seu filho pelo amor em vez de fazê-lo pela raiva reativa.
NETZACH
Netzach – Vitó ria ou Eternidade – situa-se na coluna direita, logo abaixo de Chesed. É um armazém de energia positiva de Chesed, que irradia
o Desejo de Compartilhar e se torna o canal dessa energia na medida em que começa a abordar o mundo físico no qual vivemos.
É Vitó ria no sentido de vencer as pró prias limitaçõ es e Eternidade no sentido de expressar os pensamentos eternamente. É a primeira
Sefirat onde há reciprocidade, sendo responsável pela necessidade que o homem tem de se relacionar com o outro. É análoga ao esperma
que, em união com o ó vulo, irá criar, em ú ltima instância, um ser humano individual. Netzach também representa os processos involuntários
e o lado direito do cérebro, onde o processo criativo acontece. Em resumo, Netzach é o artista, o poeta, o mú sico, o sonhador e o princípio
fertilizador masculino.
No corpo, está relacionada à perna direita e o canal para energia de Netzach é Moisés, porque trouxe a eternidade, a vida eterna, ao universo.
HOD
Hod representa Gló ria ou Esplendor. Localiza-se na coluna esquerda, abaixo de Geburah, e no corpo humano corresponde à perna esquerda.
O canal para nos conectar com a energia de Hod é Aarão, ou Aharon HaCohen.
Análoga ao ó vulo na concepção humana, essa Sefirat inicia a materialização do que aconteceu somente em potencial em Chesed/Netzach,
assim como uma mulher dá à luz o que foi concebido em conjunção com o princípio fertilizador masculino.
Hod permite que a energia repassada de Netzach seja apropriada e aceitável para quem a recebe, sendo responsável por criar um espaço
interno para que se possa identificar com o outro e, consequentemente, aceitar o outro. Assim como dissemos anteriormente que Netzach é
o artista, Hod é o cientista, o ló gico, o craque da matemática e o contador.
Sua qualidade espiritual enfatiza a humildade e o reconhecimento. Hod também controla os processos voluntários e atividades do lado
esquerdo do cérebro, canalizando a praticidade de Geburah na psique humana.
YESOD
Yesod, ou Fundamento, situa-se como um grande reservató rio abaixo das oito Sefirats das quais falamos anteriormente. Todas as Sefirats
acima emanam sua inteligência e seus atributos para o vasto vasilhame de Yesod, onde são misturados, equilibrados e preparados para
transferência em um esplendor tão radiante, que nenhum mortal poderia sobreviver em sua presença.
O canal para nos conectar com Yesod é Joseph, e no corpo humano essa Sefirat está relacionada aos ó rgãos sexuais. Metaforicamente falando,
Yesod é como uma betoneira, aquele caminhão de cimento, que junta água, areia e todos os componentes em sua forma bruta, os mistura e
verte uma mistura ú mida que, finalmente, endurecerá e se solidificará como cimento, que é o nosso universo físico, conhecido como Malkuth.
ZEIR ANPIN
Antes de falar sobre a Sefirat de Malkuth, achamos importante explicar o que é Zeir Anpin, que se refere a algumas das Sefirats
anteriormente mencionadas.
Os antigos Cabalistas explicam que das dez dimensõ es existentes, seis dimensõ es em particular (Chesed, Geburah, Tiphereth, Netzach, Hod e
Yesod) estão firmemente envolvidas, uma dentro da outra, compactadas em uma dimensão conhecida como Zeir Anpin ou Mundo Superior.
Toda a Luz que recebemos em nosso mundo físico vem de Zeir Anpin. Esta é a dimensão que tocamos quando o telefone toca e já sabemos
quem é, mesmo antes de atender. Quando uma mãe desperta repentinamente no meio da noite, suando e com o coração acelerado no
mesmo momento em que seu filho escapa de um grave acidente, ela estabeleceu contato com este Mundo Superior.
Quando um cientista grita “Eureka”, esse flash de inspiração se originou deste Mundo Superior. Quando você está deitado em uma bela praia,
livre de tensõ es e com aquela gostosa sensação de serenidade, essas emoçõ es emanam desta dimensão. Sempre que você sentiu prazer,
felicidade, tranquilidade, paz interior, e o tipo de confiança de que você poderia conquistar qualquer coisa, você estava tocando Zeir Anpin. A
conexão com esta dimensão é a chave secreta para obter controle e realização genuínos na vida.
Mas isso não é fácil de fazer, e para isso os antigos mestres Cabalistas nos deram as ferramentas e os métodos para alcançarmos essas
dimensõ es superiores além de nossas vidas cotidianas, de forma a fazer com que elas causem um profundo impacto em nossas vidas. Essa é
a diferença entre a ciência e a Cabala, pois a Cabala explica por que as leis da natureza existem e também como elas se relacionam e se
aplicam à nossa vida pessoal e espiritual, nos
ajudando a buscar a realização e a satisfação das necessidades de nossas almas.
MALKUTH
A ú ltima das Sefirats é Malkuth, o Reino. Ela contém o mundo da fisicalidade e o nível de revelação. É a ú nica das Sefirats onde a matéria
física parece existir. É aqui que a mistura “despejada” por Yesod endurece como pedra, adquire estrutura e assume forma física. Em nosso
corpo está relacionada aos pés e o canal para Malkuth é o Rei David.
Está também relacionada ao mundo da manifestação, da ação, e tem a ver com nossa existência física; comer, trabalhar, dançar, etc. É nesta
dimensão que as divergências na atitude humana significam a diferença entre as vidas individuais. É em Malkuth que ocorre o maior “Desejo
de Receber”, porque essa dimensão nosso universo é a que está mais distante da fonte de Luz. Por isso, este nosso reino é onde existe maior
sentimento de “falta”. A Cabala explica ainda que, cada um dos dez níveis das Sefirats também contém mais dez níveis, os quais contém mais
dez, e assim por diante, infinitamente, como fractais. Essa estrutura atua como um prisma que refrata a Luz em várias frequências, gerando a
diversidade que compõ e o espectro inteiro da criação. Toda criatura neste planeta também está imbuída dessa mesma estrutura, e tudo o
que existe em nosso mundo físico, se origina no reino não-físico das Sefirats.
Esses Mundos Superiores são os portais através dos quais a energia espiritual flui para nossa dimensão, e podemos alcança-los através de
oraçõ es, transformação espiritual e meditação.
Texto baseado nos escritos do Rabino Berg
Uma curiosidade nem sempre observada é que nessa divisão esquemática da Á rvore da Vida, pelo traçado das linhas, se formaram 3 grupos
de Sefirats: A coluna do CENTRO liga Kether, Tipheret, Yesod e Malkuth, princípios onde estão ambas as polaridades, a masculina e a
feminina, juntas.
Na coluna da ESQUERDA estão ligadas Bimah, Geburah, e Hod, que regem o Princípio Feminino.
Na coluna da DIREITA estão ligadas Chokmah, Chesed e Netzach, regentes do Princípio Masculino.
O que é alma-raíz?
Sabemos que Adão é a raiz original de todas almas que existem. A Bíblia explica que depois da “expulsão” do Paraíso”, Eva deu à luz um filho
Caim e depois Abel. De acordo com a Qabalah, Caim é o lado esquerdo de Adão e Abel o lado direito. Caim e Abel são almas-raíz de todas as
almas que apareceram depois no mundo. De acordo com esse conceito, podemos dividir os seres humanos em dois tipos: Almas com a Alma-
raiz de Caim e Almas com Alma-raiz de Abel.
Em Caim predomina o poder, o impulso de matar, que significa o desejo de conquistar, de guerrear. É a força do lado esquerdo. Temos
também o elemento fogo. As pessoas com alma-raiz de Caim têm grande entusiasmo, têm esse desejo de conquistar, de dominar. Gostam de
brincar com facas, com fogo e têm gosto por armas. Não se abalam com a visão de sangue, gostam de comer carne com sangue.
O lado negativo de Caim é o desejo de derramar sangue, matar, destruir. O lado bom, o positivo é usar essa mesma determinação para o bem,
como por exemplo os médicos, que usam bisturis e objetos cortantes para salvar, revelar vida. Uma pessoa com a alma-raíz de Caim pode,
por exemplo, ser um assassino durante várias vidas, mas a alma vai reencarnando, vai se corrigindo, evoluindo, até vir a ser um grande
cirurgião.
Neste estágio ela seria então uma alma-raíz de Caim, mas com o seu lado positivo predominante. Um exemplo de uma pessoa com o lado
positivo de Caim foi Rabi Akiva, um famoso cabalista que guerreou contra o domínio romano. Cada pessoa que se sente ligada à alma-raíz de
Caim, está ligada também à alma de Rabi Akiva.
Em Abel temos o elemento Á gua, a boca e o poder de comunicação. Abel, em Hebraico Hevel, significa vapor, o ar que sai de nossa boca; a
força da vida, o ar que respiramos e também o poder da palavra, com a qual podemos construir ou destruir.
O lado negativo de Abel é usar a palavra para destruir, maldizer, a má língua. As pessoas com alma-raíz de Abel teriam sua maior expressão
através da palavra, como por exemplo, um psiquiatra. Em geral são pessoas que desmaiam quando vêem sangue, gostam de água e ar e ficam
bastante incomodadas em lugares fechados, algumas chegando mesmo a ter claustrofobia. Isso se explica pelo fato de que, na realidade,
Caim enterrou Abel vivo e a pessoa que tem alma-raíz de Abel, pode ter essa memó ria inconsciente.
Um exemplo de uma alma-raíz de Abel com o lado negativo predominante que encontramos na Bíblia é Balaam, que usou o poder da palavra
para maldizer Moisés. Por outro lado, um exemplo do de alma-raiz de Abel com o lado positivo é o pró prio Moisés, que usou o poder da
palavra para revelar os segredos da Torá, trouxe os 10 Mandamentos e mudou a consciência do mundo.
Caim matou Abel, mas tanto Caim como Abel têm o lado bom e o lado mau, só que cada um tem características predominantes. Tanto em
uma alma-raíz como em outra, temos o livre-arbítrio para determinar se o lado bom ou o lado mau irá predominar em nossa vida. O mais
importante de tudo é entender que suas existências não foram físicas, há milhõ es de anos. Foram e são existências espirituais e que existem
ainda hoje, já que no Mundo da Criação não existe tempo. Caim e Abel são duas forças do mundo espiritual hoje, são dois tipos de
consciência que existem hoje no mundo.
Alfabeto Sagrado – Hebraico
A Qabalah compõ e-se de diversos livros, sendo o mais expressivo dele o ZOHAR, obra atribuída ao rabino Simeon Ben Yochai, que viveu no
século II. Zohar significa “Livro do Esplendor”. Para um estudo profundo e exato da Cabala é necessário que isso seja feito em hebraico. O
hebraico se constitui de 22 letras, consideradas alfabeto sagrado.
No hebraico as letras também são nú meros, o que significa que o estudo da Cabala também requer estudos de alta matemática.
No idioma hebraico há três letras-mães, que são Aleph, Mem e Schin. Há sete letras duplas, que são Beth, Ghimel, Daleth, Chaph, Phe, Resch e
Thau. E há doze letras simples ou elementares , que são He, Vo, Zain, Cheath, Teth, Iod, Lamed, Nun, Samech, Ayin, Tsade e Cuph.
O ponto de partida de toda cabala é o alfabeto. O alfabeto dos hebreus é composto de vinte e duas letras; entretanto, essas letras não são
colocadas ao acaso, uma apó s a outra. Cada uma delas corresponde a um nú mero, de acordo com a sua classificação, a um hieró glifo segundo
a sua forma, a um símbolo segundo a sua relação com as outras letras. Todas as letras derivam de uma delas, o iod, como será explicado.
O iod as gerou da seguinte maneira:
a) Três letras mães:
A – (Aleph)
M – (Mem)
S – (Schin)
b) Sete letras duplas (duplas porque exprimem dois sons, um forte e positivo, e outro fraco e negativo):
B – (Beth)
G – (Ghimel)
D – (Daleth)
Ch – (Chaph)
Ph – (Phe)
R – (Resch)
T – (Thau)
c) E doze letras simples, formadas pelas demais letras. Cada letra hebraica representa três coisas:
1 – Uma letra, isto é, um hieróglifo ;
2 – Um número, o da ordenação da letra ;
3 – Uma ideia. Combinar as letras hebraicas é combinar números e ideias
Cada letra, sendo uma potência, está ligada mais ou menos intimamente com as forças criadores do Universo. Essas forças evoluem nos três
mundos: físico, astral e psíquico; cada letra é o ponto de partida e de chegada de uma série de relaçõ es.
Combinar palavras hebraicas é, então, agir sobre o pró prio Universo, daí o uso de nomes hebraicos.
Conhecido o alfabeto hebraico em geral, é preciso estudar o significado e as relaçõ es de cada uma das 22 letras do alfabeto. Os antigos
rabinos, os filó sofos e os cabalistas explicam, segundo seu sistema, a ordem, a harmonia e as influências dos céus sobre o mundo, pelas 22
letras hebraicas que compreende o alfabeto místico dos hebreus.
Este alfabeto designa:
1 – Do Aleph ao Iod, o Mundo Invisível, isto é, o Mundo Angélico (inteligências soberanas que recebem as influências da primeira luz eterna,
atribuída ao Pai de quem tudo emana) ;
2 – Da letra Chaph à letra Tsade, diferentes ordens de anjos que habitam o mundo visível, isto é, o mundo astrológico atribuído a Deus, o Filho,
que significa a sabedoria divina que criou essa infinidade de astros, que circulam na imensidão do espaço, onde cada um está sob a salvaguarda
de uma inteligência especialmente encarregada pelo Criador de os conservar e de os manter em suas órbitas, a fim de que nenhum astro possa
perturbar a ordem e a harmonia que Ele estabeleceu ;
3 – A partir da letra Tsade à última, letra Thau (ou Tav), designa-se o mundo elementar atribuídos pelos filósofos ao Espírito Santo. É o soberano
dos Seres, quem dá a alma e a vida a todas as criaturas.
Os Números
Dentre todas as coisas feitas pela Natureza, no início dos tempos, são formadas na proporção dos nú meros. Este era o padrão principal na
mente do Criador. Decorre daí o nú mero dos elementos, a sequência das épocas, o movimento dos astros e a revolução dos céus. O estado de
todas as coisas subsiste pela união dos nú meros; os nú meros, portanto, contém virtudes grandiosas e sublimes.
Observando tantas virtudes ocultas nas coisas naturais, manifestas nos processos da Natureza, não é de admirar que as virtudes dos
nú meros sejam muito maiores e mais ocultas, além de serem mais prodigiosas e eficientes. Os nú meros são mais formais, mais perfeitos e
existem naturalmente nos seres celestes, não se misturando com substâncias diferentes. Finalmente, os nú meros mesclam-se de maneira
mais simples e acima de tudo com as ideias na mente de Deus, de onde recebem suas eficientíssimas virtudes.
Pitágoras diz que “o nú mero é aquilo que faz todas as coisas subsistirem e distribui uma virtude para cada nú mero”…
Proclo diz que “o nú mero sempre tem uma existência na voz, outra na proporção entre as vozes, outra na alma e na razão, e outra ainda nas
coisas divinas”…
Temístio, Boécio e Averró is (o babilô nio), assim como Platão, sublimam tanto os nú meros que chegam a pensar que ninguém pode ser um
verdadeiro filó sofo sem o conhecimento deles. Os nú meros indicam um caminho para descobrir e compreender todas as coisas possíveis de
serem conhecidas; dão acesso à premonição natural. Era pelo emprego dos nú meros formais que o abade Joaquim realizava suas profecias.
Todos os filó sofos eminentes, especialmente Jerô nimo, Agostinho, Orígenes, Ambró sio, Gregó rio de Nazianzo, Atanásio, Basílio, Hilário,
Rubanas, Beda e muitos outros, ensinam unanimamente que os nú meros possuem virtude e eficácia prodigiosas, tanto para o bem quanto
para o mal. Estes são os mistérios supremos de Deus e da Natureza. Aquele que sabe unir os nú meros vocais e naturais com os divinos,
ordenando-os na mesma harmonia, conseguirá operar e conhecer coisas prodigiosas.
Há grandes mistérios nos nú meros porque, não fosse assim, João não teria dito no Apocalipse: “Aquele que tem o conhecimento que calcule o
nú mero do nome da besta, que é o nú mero do homem”. E esta é a maneira de calcular mais famosa entre os hebreus e os cabalistas.
A UNIDADE
Para os iniciados da cabalah, Deus é a unidade absoluta. A unidade da inteligência humana, demonstra a unidade de Deus. As matemáticas
não poderiam demonstrar a fatalidade cega, uma vez que são a expressão da exatidão que é o caráter da mais suprema razão.
Na cabala, a unidade é, o princípio, a síntese dos nú meros, é a ideia de Deus e do homem, é a aliança da razão e da fé. A fé não pode ser
oposta à razão, é exigida pelo amor, é idêntica à esperança. Amar, acreditar e esperar, e esse triplo ímpeto da alma é chamado virtude, porque
é preciso coragem para realizá-la.
O dogma verdadeiramente mediador, pois é metade científico, metade hipotético, metade razão e metade poesia.
O BINÁRIO
É o nú mero feminino, o yin. Diz a parábola celeste: “A mulher está antes dos homens, porque é mãe e tudo lhe é perdoado de antemão
porque dá a luz com dor”
O TERNÁRIO
É o nú mero da Criação.
O QUATERNÁRIO
É o nú mero da força. É o ternário completado por seu produto, o homem. E quando o homem compreender sua essência quaternária, em
união com a criação, terá a liberdade. O anjo da liberdade nasceu antes da aurora do primeiro dia antes mesmo de despertar a inteligência, e
Deus o denomina estrela da manhã.
O QUINÁRIO
È o nú mero religioso. A fé não é a credulidade estú pida da ignorância maravilhada. A fé é a consciência e a confiança do amor. A fé não
consiste na confirmação deste com aquele símbolo, mas na aspiração verdadeira e constante às verdades veladas por todos os simbolismos.
Os perseguidores da Roma decaída também chamavam os primeiros cristãos de ateus porque não adoravam os ídolos de Calígula ou de
Nero.
A fé é um sentimento comum a toda humanidade. O homem que se isola de todo amor humano ao dizer: Eu servirei a Deus, este se engana.
Pois diz o apó stolo João: “Se ele não ama ao próximo que vê, como amará a Deus que não vê?
O SENÁRIO
É o nú mero da iniciação pela prova. É o nú mero do equilíbrio. É o có digo da ciência do bem e do mal.
O SETENÁRIO
É o grande nú mero bíblico. É a chave da histó ria de Moisés e o símbolo de toda a religião. O Cristo é o dever real que protesta contra o direito
imaginário. É a emancipação do espírito que quebra as algemas da carne. É a devoção revoltada contra o egoísmo.
O OCTONÁRIO
É o nú mero da reação e da justiça equilibrante. Toda ação produz uma reação. É a lei universal. O cristianismo produz o anticristianismo. O
anticristo é a sombra , o contraste e a prova de Cristo.
Os protestantes disseram: o anticristo é o Papa. O Papa respondeu: Todo herege é anticristo. O anticristo é o espírito oposto ao Cristo. Quem
é então o anticristo?
“É a usurpação do direito, o orgulho da dominação e o despotismo do pensamento. É o egoísmo pretensamente religioso de alguns
protestantes da mesma maneira que a ignorância crédula e imperiosa dos maus cató licos. É o que divide o homem ao invés de os unir, o
desejo ímpio de se apropriar da verdade e dela excluir os outros, que condena e amaldiçoa ao invés de salvar e abençoar. É o fanatismo
odioso que desencoraja a boa vontade”.
O NÚMERO NOVE
Os profetas são solitários pois o seu destino é, na maioria, nunca serem ouvidos. Vêem muito mais do que os outros.
O Salvador disse à samaritana: “Mulher, em verdade vos digo que virá o tempo em que os homens não adorarão mais a Deus, nem em
Jerusalém, nem sobre esta montanha, pois Deus é espírito, e seus verdadeiros adoradores devem servi-lo em espírito e em verdade.
O NÚMERO DEZ
O nú mero absoluto da qabalah. A chave dos sefirotes, substância una que é céu e terra, conforma seus graus de polarização, sutil ou fixa.
Hermes Trimegisto chama de grande Telesma. Quando produz o esplendor, ela demonstra-se luz. É essa substância que Deus cria antes de
todas as coisas, quando diz: “Fiat Lux” (Faça-se a luz)
É simultaneamente substância e movimento, fluido e vibração perpétua. A força que a põ e em movimento denomina-se magnetismo. No
infinito, é a luz etérea (ou força eletromagnética). Nos astros é a luz astral; nos seres é o fluido magnético; no homem, forma o corpo astral ou
mediador plástico. A vontade dos seres inteligentes age diretamente sobre essa luz e, por meio dela, sobre toda natureza submetida às
modificaçõ es da inteligência. Essa luz é o espelho comum de todas as formas e pensamentos; guarda as imagens de tudo que foi,
os reflexos dos mundos passados, e por analogia, os esboços dos mundos futuros. Conhecida por Hermes e Pitágoras, Sinésio e Platão, escola
da Alexandria, Mesmer etc.
É essa substância primeira que se designa na narrativa hierática do Gênesis, quando o verbo dos Eloim faz a luz ordenando-lhe que seja.
Eloim diz: “Que seja a luz, e a luz foi”. Essa luz, cujo nome hebreu é rut, or, é o ouro fluido e vivo da filosofia hermética. Seu princípio positivo
é o enxofre; o negativo, o mercú rio e seu equilíbrio é denominado seu sal.
Mesmer informa que nosso corpo astral ou mediador plástico é um imã que atrai ou repele a luz astral astral sob a pressão da vontade. É um
corpo luminoso que reproduz com a maior facilidade as formas correspondentes às ideias. Até sob o exercício da vontade. Nossos corpos
fluidicos atraem-se ou repelem-se uns aos outros, segundo leis consoantes à elasticidade. É o que produz simpatias a as antipatias
instintivas.
O NÚMERO ONZE
É o nú mero da força; da luta e do martírio. Todo homem que morre por uma ideia é um mártir, pois nele, as aspiraçõ es do espírito triunfaram
sobre os temores da carne. Todo homem que morre na guerra é um mártir pois morre pelos outros.
Os que morrem pelo direito são tão bons em seus sacrifícios quanto às vítimas do dever e, nas lutas da revolução, os mártires caem dos dois
lados. Sendo o direito a raiz do dever, nosso dever é defender nossos direitos. O crime é o exagero de um direito. O assassínio e o roubo são
negaçõ es da sociedade; é o despotismo isolado de um indivíduo que usurpa o governo e a sociedade e faz guerra por sua conta e risco.
Quem não for irrepreensível é cú mplice do todo mal, e quem não for absolutamente perverso pode participar de todo bem.
O NÚMERO DOZE
É o nú mero cíclico; do símbolo universal.
O NÚMERO TREZE
É o nú mero da morte e do renascimento, da propriedade, da herança, sociedade, família, guerras e tratados.
As sociedades têm por base a troca do direito, do dever e da fé mú tua. O direito é a propriedade; a troca, a necessidade; a boa fé, o dever.
O NÚMERO CATORZE
É o nú mero da fusão, da associação e da unidade universal.
O NÚMERO QUINZE
É o nú mero do antagonismo. O cristianismo agora divide-se em Igrejas civilizadoras ou bárbaras; progressistas ou estacionárias; ativas ou
passivas ; as que condenam e as que se submetem.
O NÚMERO DESESSEIS
É o número do templo.
O NÚMERO DESESSETE
É o nú mero da estrela, da inteligência e do amor.
O NÚMERO DEZOITO
É o do dogma religioso, que é todo poesia e todo mistério.
Jesus, que foi o ú ltimo e o mais sublime dos arcanos, a ú ltima palavra de todas as iniciaçõ es, sabia que não seria compreendido a princípio e
disse: “Não suportaríeis agora toda a luz da minha doutrina; mas, quando se manifestar o Espírito da Verdade, ele vos ensinará todas as
coisas e explicará o sentido do que eu vos disse.”
O NÚMERO DEZENOVE
É o nú mero da luz. É a existência de Deus provada pela pró pria ideia de Deus.
A afirmação do ateísmo é o dogma da noite eterna; a afirmação de Deus é o dogma da luz.
OS NÚMEROS VINTE, VINTE E UM E VINTE DOIS
Embora o alfabeto sagrado tenha 22 letras; as dezenove primeiras são a chave da teologia oculta. As outras são as chaves da natureza.
O que é reativo e proativo?
A Qabalah se utiliza bastante dos termos comportamento proativo e comportamento reativo. Proativo e reativo são duas palavras
codificadas para definir a natureza da Luz e a do Receptor. A Luz é proativa, a força que causa o processo de criação; nó s, como receptores,
temos uma natureza reativa.
Para que possamos adquirir similaridade de forma com a Luz e nos ligarmos a ela, temos que trabalhar para transformar nossa natureza
reativa em proativa. De uma forma muito simples, podemos explicar que Ser Proativo é personificar e carregar os seguintes atributos: Ser a
causa; compartilhar, estar no controle das coisas; ser o criador de novas situaçõ es. Enquanto podemos afirmar que Ser Reativo é a soma dos
seguintes aspectos: Ser o efeito; receber; estar sob o controle das coisas.
Como identificar o comportamento reativo em um nível prático e pessoal?
O comportamento reativo está fundamentado sobre o Desejo de Receber Para Si mesmo. Ganância , egoísmo , ego. Ele pode ser definido
como qualquer tipo de reação a uma situação externa. Esse comportamento pode incluir raiva, ciú me, inveja, excesso de confiança, baixa
autoestima, etc.
É o comportamento reativo que nos motiva a tomar Prozac quando nos sentimos deprimidos, Lexotan quando sentimos ansiedade, álcool
quando perdemos a auto-confiança.
Todos esses sintomas são apenas falta de Luz. Se o Prozac faz você se sentir melhor, então o Prozac é a causa e você é justamente o efeito. O
alívio e a sensação de bem estar serão temporários e em pouco tempo iremos cair novamente nas emoçõ es negativas.
Toda vez que assumimos um comportamento que está sendo motivado pelo nosso ego, não estamos compartilhando. Toda vez que reagimos
a quaisquer estímulos, motivados por um fator externo, estamos sendo mero efeito e não a causa. Toda vez que deixamos forças externas
influenciarem nossos sentimentos perdemos o controle.
Enquanto estivermos vivendo nossas vidas sem nenhum crescimento pessoal ou mudança interna de nossa natureza ,não estaremos criando
novos níveis espirituais de existência para nó s mesmos. Cada vez que uma reação seja provocada, devemos retomar a restrição original,
pisar nos freios de nossas reaçõ es. Cada vez que fizermos isso estaremos nos movendo para mais pró ximos de nossa origem, estaremos
promovendo a transformação de caráter com o propó sito de adquirir Luz, realização e satisfação duradouras.
A Métrica da Cabala
A Multiplicidade dos Partzufim, Sefirot e Mundos
Por que existe uma multiplicidade de Partzufim, Sefirot e interaçõ es variáveis, tão abundantes nos livros de Cabala?
Realmente, se tomarmos o corpo de um animal pequeno, cujo ú nico fim é sustentar a si pró prio, de modo que possa viver neste mundo,
reproduzir-se e cuidar de sua espécie, encontraremos uma complexidade muito maior que um milhão de fibras e tendõ es, conforme
descobriram os fisiologistas e anatomistas; e ainda há muito mais para se descobrir. Por consequência, podemos imaginar a grande
variedade de estruturas que precisam estar conectadas, a fim de revelar este sublime fim.
Duas Vias: De Cima para Baixo e de Baixo para Cima
A sabedoria da Cabala é geralmente dividida em duas vias idênticas e paralelas, como duas gotas de água. A ú nica diferença entre elas é que
a primeira desce de cima até este mundo, e a segunda começa e se move de baixo para cima, exatamente através do mesmo caminho e
combinaçõ es imprimidos em sua raiz, quando eles começaram a sua descida de cima para baixo.
A primeira via é denominada “a ordem de descida dos mundos, dos Partzufim e das Sefirot”, com todos os seus eventos, quer sejam
duradouros ou transitó rios. A ú ltima via é denominada “Percepçõ es ou graus de profecia e o Espírito Santo”, e a pessoa que a alcança é
obrigada a seguir os mesmos caminhos e a ascender a cada grau e detalhe, etapa por etapa, exatamente de acordo com as mesmas regras
que foram impressas nelas durante a sua emanação de cima para baixo.
A revelação da Divindade não surge imediatamente, mas sim gradualmente e apó s certo tempo, dependendo da pureza daquele que a busca,
até que todos os níveis sejam revelados de cima para baixo, um apó s o outro e um acima do outro, segundo uma ordem, como degraus de
uma escada.
A Realidade da Sabedoria da Cabala
Coisas reais podem ser encontradas até mesmo na realidade física, dispostas diante de nossos olhos, embora não tenhamos a percepção ou a
imagem de sua essência. Um exemplo disso é a eletricidade e o magnetismo, chamados “fluidos”.
No entanto, quem poderia dizer que estes nomes não são reais, quando conhecemos bem e de forma satisfató ria as suas açõ es? Não
poderíamos ser mais indiferentes ao fato de não concebermos a essência do pró prio objeto, como no caso da eletricidade.
Este nome é tão real e próximo a nó s, como se fosse percebido totalmente por nossos sentidos. Até mesmo as crianças estão familiarizadas
com a palavra “eletricidade”, como estão familiarizadas com as palavras pão, açú car, etc.
Mas se quisermos aprofundar um pouco o assunto, eu lhes diria que assim como não percebemos o Criador, é impossível alcançarmos a
essência de qualquer uma de Suas criaturas, até mesmo dos objetos reais que percebemos com nossas mãos.
Nó s só conhecemos os nossos amigos e parentes neste mundo físico através do “conhecimento de suas acçõ es”. Estas açõ es nascem e
resultam da interação de nossos sentidos com os sentidos deles. Elas nos satisfazem totalmente, apesar de não percebermos sua essência.
Além disso, não percebemos nossa pró pria essência. Tudo que sabemos sobre ela nada mais é que uma sequência de açõ es que emanam de
nossa essência.
Agora podemos facilmente entender que todos os nomes e denominaçõ es que aparecem nos livros Cabalísticos são realmente verdadeiros e
efetivos, embora não saibamos nada sobre o assunto. Isso porque aqueles que se utilizam deles estão totalmente satisfeitos com a percepção
que têm da totalidade suprema, ou seja, uma simples percepção das açõ es, resultado da interação da Luz superior com aqueles que as
percebe.
E isso é mais que suficiente, como diz a lei: “Tudo aquilo que é medido e sai de Sua Providência a fim de se realizar na natureza da criação, é
suficiente”. Da mesma forma que uma pessoa não exige um sexto dedo em sua mão, pois os cinco já são suficientes.
Descendo e Subindo a Escada
A Escada de Cinco Degraus
O ciclo da realidade espiritual é como uma escada. A Luz Espiritual está no topo da escada.É o ponto de partida, o zero, ou a Raiz na
linguagem Cabalística.
O ponto de partida é a Fase Zero, mas aqui nos referimos a ele como o início do círculo. Muitas vezes, os Cabalistas utilizam nomes diferentes
para o mesmo estado espiritual, para enfatizar uma função diferente da mesma entidade ou grau espiritual.
A Luz desce em quatro níveis: 1, 2, 3, 4. Como o ciclo começa na raiz ou zero, a escada da Cabala tem cinco está gios e quatro níveis.
Uma barreira no final da Fase 4 interrompe a Luz espiritual, com exceção de uma fração da Luz que se desenvolve até o nosso universo.
Observe a analogia com os cinco níveis do desejo humano.
A Cabala é um sistema onde os ciclos num aspecto da existência, correspondem a ciclos no outro. Os cinco níveis do desejo em nosso mundo
correspondem aos cinco ciclos na realidade espiritual dos Mundos Superiores.
Como você verá ao longo deste texto, o nú mero 5 reaparece na Cabala de diferentes maneiras, descrevendo aspectos diferentes de uma
jornada Cabalística completa para a realização espiritual.
A fração da Luz que atravessa a barreira continuou a evoluir, e a Terra foi formada. O planeta esfriou e a vida vegetal surgiu, seguida dos
animais e, finalmente, dos seres humanos, que atingiram o ú ltimo grau de evolução — o desejo da espiritualidade.
Assim, o Criador “desceu” a escada até a Terra, e a Cabala nos ajuda a seguir o mesmo caminho “subindo” a escada até o Criador, a qual o
Criador tomou para “descer” até nó s.
As Cinco Fases ou Cinco Sefirot
Como o Criador começou tudo com o ato de doar, esse é o fundamento para o relacionamento com o Criador, assinalado pelas cinco fases do
desenvolvimento espiritual.
O ponto de partida para você e eu implica no ato de receber. O Criador dá, e nó s recebemos. Assim, a Fase Zero no ciclo da espiritualidade é o
Criador, o desejo de dar, e a Fase 1 é o desejo de receber com satisfação. Mas o Criador deu aos seres humanos mais do que um mero desejo
de desfrutar.Ele nos deu o desejo de nos tornarmos como Ele, porque o que poderia ser melhor do ser como Ele?
Porque ser como o Criador é ainda melhor do que apenas receber.
A Fase 2 é querer dar, e neste caso, isso significa quer devolver ao Criador.
Na fase 3, nó s (seres humanos) compreendemos que o ú nico meio de dar ao Criador é fazer aquilo que Ele quer, porque não podemos dar
nada mais a Ele. Porque Ele quer que recebamos, e é isso que fazemos na Fase 3. Mas veja a diferença: isso não é como o recebimento da Fase
1.
Aqui, na Fase 3, recebemos porque Ele quer dar, e não porque queremos receber. A nossa intenção mudou de “recebermos para nó s
mesmos” para “recebermos para o Criador”.Na Cabala, isso é considerado como o ato de dar.
A Fase 3 poderia ter sido o fim do processo se não fosse por essa pequena questão chamada “o terceiro está gio”. Já havíamos dito
previamente que o nosso objetivo não se limita a nos unirmos ao Criador, mas sim nos tornarmos como Ele.Isso só poderá acontecer quando
possuirmos Seus pensamentos, quando soubermos e realmente participarmos do Pensamento da Criação.
Por isso, a Fase 4 introduz um novo estímulo: o desejo de compreender o verdadeiro Pensamento da Criação.Aqui você quer compreender
para que serve o ato de dar, o que torna prazeroso, por quê ele cria tudo, e que sabedoria ele concede.
As quatro fases e sua raiz têm um segundo nome.
A Fase Zero é também chamada Keter, a Fase 1 – Hochma, a Fase 2 – Bina, a Fase 3 – Zeir Anpin (ZA), e a Fase 4 – Malchut.
Estes novos nomes são chamados Sefirot (Safiras), porque brilham como safiras.
Toda a questão das Sefirot pode soar confusa, mas não se lembrarmos que elas representam desejos. Keter é o desejo do Criador de dar Luz
(prazer); Hochma é a nossa recepção do prazer; Bina representa o nosso desejo de dar ao Criador; ZA é o nosso desejo de receber com o
propó sito de dar ao Criador; e Malchut é o nosso puro desejo de receber, a verdadeira raiz das criaturas – nó s.
A Tela (e o Exemplo Improvável)
Entretanto, o Criador não infundiu em nó s o desejo de ser como Ele.
Na fase 4, você decide que receberá apenas se compreender por quê o Criador quer dar — até que você compreenda o que há nela para Ele.
Por exemplo, imagine que você se ofereça para levar seus filhos ao shopping center, para comprar o que eles quiserem.
Concessão improvável.
Agora, imagine que eles lhe dizem: “Por que você está sugerindo isso? O que lhe interessa isso? Se não compreendemos por qual motivo você
está nos dando, não estamos interessados nos presentes”.
Ainda mais improvável.
Esta condição de não receber para si mesmo é chamada Tzimtzum (restrição). É a primeira coisa que fazemos para nos tornarmos não
egoístas, e o mecanismo que permite o Tzimtzum é chamado de Masach (tela).
Ao adquirirmos a Masach começamos a calcular se podemos, e quanto podemos, receber se focarmos no prazer de nossos pais, ao invés do
nosso pró prio. Quando adquirirmos esta capacidade, considera-se que temos um Partzuf (face) completo.
5×5×5
As cinco fases do desenvolvimento espiritual correspondem aos cinco mundos espirituais, e cada mundo espiritual inclui cinco Partzufim
(faces). Para continuar a metáfora da escada, os mundos começam no topo da escada, próximo do Criador, e continuam descendo. Os
mundos, de cima para baixo, são: Adão Kadmon, Atzilut, Beria, Yetzira, e Assiya.
O mundo mais pró ximo da Luz e do Criador, Adão Kadmon, é também o mais espiritual. Os outros mundos vão decrescendo, tornando-se
mais “materiais” e menos “espirituais” à medida que descem. A nossa tarefa é atingir o nível mais elevado em nosso avanço em direção ao
Criador.
É importante tentar compreender os cinco mundos, porque o pró prio esforço lhe atrai para mais perto deles, assim como nos sentimos
naturalmente próximos de uma pessoa que quer ser como nó s. Além disso, mesmo que não os compreenda ao estudar, você os
compreenderá quando subir a escada espiritual, porque descobrirá que esses mundos já existem dentro de você. Eles fazem parte de sua
composição espiritual, assim como fazem parte da composição da criação.
Há 125 degraus na escada espiritual que nos levam através destes cinco mundos. Por que o nú mero 125? Porque existem 5 mundos, 5
Partzufim em cada mundo, e 5 Sefirot (Keter–Malchut) em cada Partzuf.
Por isso, 5×5×5 igual a 125. (Você deve ter notado que os Cabalistas tem alguma coisa com os nú meros).
Note que o nosso mundo não conta como nível espiritual.Os níveis começam Acima do nosso mundo e sobem.Assiya é o mundo espiritual
mais pró ximo do nosso e o ponto de partida da realização espiritual.
O avanço de um nível para o outro ocorre apenas quando a pessoa vivencia a maior quantidade possível do desejo no nível atual, com a
intenção pura de dar ao Criador. Um nível mais elevado se caracteriza por um desejo maior de prazer e uma intenção maior de dar este
prazer ao Criador.
O menor elemento na espiritualidade é chamado Sefira, porque ele brilha como uma safira. Nó s já dissemos que existem cinco Sefirot
básicas: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin, e Malchut. No entanto, Zeir Anpin (ZA) possui seis Sefirot internas: CHessed, Gevura, Tifferet,
Netzah, Hod, e Yesod. Assim, se falarmos cinco Sefirot—Keter, Hochma, Bina, ZA, e Malchut—, ou 10 Sefirot—Keter, Hochma, Bina, Hesed,
Gevura, Tifferet, Netzah, Hod, Yesod, e Malchut—, estaremos nos referindo à mesma estrutura básica das 10 Sefirot.
Cada cinco Sefirot constituem um Partzuf (face), e cinco Partzufim constituem um Olam (mundo). Interessantemente, a palavra Olam vem da
palavra hebraica Ha’alama, que significa “ocultamento”.
Quanto mais elevado o Olam, menor o Ha’alama (ocultamento) (do Criador). Assim, quando você atingir os Mundos Superiores, você
também saberá onde está , olhando à sua volta e comparando com o “guia turístico”— os livros Cabalísticos.
Um dos mecanismos desta progressão e deste desenvolvimento é o conceito de Tzimtzum (restrição), que já mencionamos anteriormente.
Funciona assim: se você tem um desejo pelo objeto A, mas um desejo muito mais forte pelo objeto B, então o seu desejo pelo objeto A é
“Tzimtzumado” (restringido). Por exemplo, digamos que você está muito cansado e quer dormir. Você se enfia e se aconchega debaixo de um
cobertor quente. De repente, alguém bate à sua porta, grita que há um incêndio, e que é melhor você correr para salvar a sua vida.
Naturalmente, o seu desejo de se salvar é mais forte que o seu desejo de dormir. Naquele momento a fadiga desaparece como se nunca
tivesse existido. Na verdade, ela existe, e você a sentirá de novo quando o perigo passar, mas o desejo de viver a restringe e a encobre
totalmente
Dois elementos constituem um nível espiritual: um desejo por algo e a intenção de usá-lo para o Criador. Voltando ao
nosso tema, para passar do nível x para o nível x+1, precisamos desejar o nível x+1 mais do que o nível x atual.
No Estudo das Dez Sefirot, o Baal HaSulam afirma que embora Malchut, a Sefira que representa o nosso futuro, quisesse muito receber a Luz
do Criador, ela não podia. Malchut não sabia como receber a Luz com a intenção de dar (lembre o exemplo anterior do shopping center). Sem
a intenção de dar, ela se tornaria diferente do Criador e, portanto, separada Dele.
Como ela não quis se separar do Criador, ela restringiu seu desejo de receber, de forma que pudesse ficar perto do Criador. É por isso a
primeira coisa que você deve aprender ao adentrar o mundo espiritual é como restringir seus desejos egoístas.
Se você não consegue fazer isso, as portas para a espiritualidade permanecem fechadas, o que nos leva à Barreira.
O Quinto Nível e a Barreira
O ú nico propó sito de tudo o que acontece no nosso mundo é fazê-lo atravessar a barreira entre o nosso mundo e o mundo espiritual. Assim
que atravessá-la, você começará a avançar na espiritualidade.
De onde vem essa barreira? Você recordará que o contato com o Criador só pode existir se você, como Ele, tiver a intenção de dar. Como Ele
criou você sem a intenção de dar, você está afastado Dele.
Esta separação é chamada de barreira porque separa você do contato direto com Ele. A boa notícia é que você pode atravessar a barreira e
encontrar o Criador “frente a frente” simplesmente desejando a intenção de dar.
A Cabala tem muitas divisõ es: Sefirot, mundos, e níveis de vitalidade. Tanto a vida espiritual como a corporal é dividida em cinco níveis de
vitalidade:
1. Imóvel (inanimado)
2. Vegetal
3. Animal (vivo)
4. Falante (humano)
5. Espiritual (ponto no coração)
Todo ser tem os cinco níveis, mas o nível predominante determina sua categoria. Os animais, por exemplo, possuem algumas características
que são tipicamente humanas, tais como a capacidade de se programar para o futuro, mas essa não é sua principal característica.
O ser humano também tem características animais, mas ainda somos basicamente diferentes dos animais. O que faz com que as pessoas se
tornem seres humanos no sentido espiritual é sua capacidade de experimentar um estado humano ú nico: o desejo de ser espiritual (como o
Criador), o ponto do coração.
Este é o estágio mais elevado, onde você pode atravessar a barreira para o reino espiritual. Atingir este estágio envolve outros fatores além
dos quatro primeiros níveis de vitalidade, que são baseados em fatores bioló gicos.
Os níveis 1–4 evoluem por intermédio das pressõ es da natureza, que impulsionam a evolução de modo inconsciente. Mas a evolução para o
quinto nível é voluntária e consciente, feita fora de nossa pró pria livre escolha. O desejo por ele é o primeiro passo para atravessar a barreira.
É o desejo de perguntar “para que serve a vida”, o desejo sobre o qual a pró pria Cabala é baseada.
Tudo Que Vai Volta
A vida nos mostra que não podemos sobreviver sem um nú mero suficiente de pessoas à nossa volta para servir e ajudar a prover nossas
necessidades. As pessoas são seres sociais, e a sociedade é como uma máquina onde cada indivíduo é como uma roda, ligada a outras rodas.
Uma ú nica roda não pode avançar sozinha. No entanto, ela une o movimento de todas as outras rodas e contribui para que a máquina
cumpra a sua finalidade.
Se a roda quebra, o problema não é da roda, mas sim de toda a máquina, porque a roda quebrada impede a máquina de se mover. Acontece
que não somos avaliados pelo que ou quem somos, mas sim pelo tipo de serviço que prestamos à sociedade. Uma pessoa “má” é apenas má à
medida que ele ou ela prejudica o pú blico, e não porque ele ou ela não atingiu o nível de algum valor abstrato de bondade.
Bons e maus atributos ou açõ es são bons ou maus conforme beneficiam ou não o pú blico. Se uma parte do grupo não contribui com a sua
parte, esses indivíduos não apenas prejudicam o coletivo, mas também são prejudicados. É por isso que uma sociedade pessimista prejudica
o indivíduo. Da mesma forma, uma sociedade boa beneficia o indivíduo.
As pessoas são parte do todo, e o todo não vale mais do que a soma das pessoas. Na Cabala, o coletivo e o individual são como uma mesma
coisa. Uma das ideias principais para entender a Cabala é que as pessoas perceberão que o seu pró prio benefício e o benefício do coletivo são
os mesmos. À medida que as pessoas entenderem isso, o mundo estará mais pró ximo de sua plena correção.
Na Cabala, o grupo coletivo e o indivíduo são tratados igualmente. O que é bom para o grupo é bom para o indivíduo e vice-versa. Assim, uma
sociedade negativa prejudica o indivíduo e uma sociedade positiva o beneficia.
A Cabala explica que as nossas experiências são pessoais, mas elas são descritas em termos gerais que se aplicam a todo e qualquer
indivíduo. Por exemplo, todos nó s concordamos que o sangue é vermelho quando olhamos para ele, mas cada experiência é diferente.
Algumas pessoas desmaiam diante do sangue, algumas dizem “Legal!”, e há quem diga “Ugh!”.
Em Resumo. No ciclo espiritual, as nossas almas começaram sendo como o Criador. Então elas desceram a escada, e agora precisamos subir e
nos tornarmos de novo como Ele. Atravessar a barreira para o reino espiritual só acontece através de um desejo de ser como o Criador.
A Cabala destina 6.000 anos para que todas as almas alcancem a correção, os quais podem ser vivenciados como uma jornada alegre e
excitante ou como um suplício.
Se quisermos atingir a espiritualidade, temos de escolher um ambiente espiritualmente favorável, composto por amigos, livros, e todos os
tipos de meios de comunicação.
Tudo o resto é determinado pelas Reshimot, exceto a escolha do ambiente.
Michael Laitman
Caibalion (Hermetismo)
Introdução
O Caibalion (Kybalion) é um livro esotérico sobre os Princípios Herméticos, foi publicado
pela primeira vez em 1908 em inglês. O livro foi escrito por três indivíduos auto-intitulados
Os Três Iniciados, e segundo eles contêm a essência dos ensinamentos de Hermes
Trismegisto tal como ensinado nas escolas herméticas do Antigo Egito e da Grécia
Existem especulaçõ es de que a obra foi criada por William Walker Atkinson.
O título Caibalion se refere a uma palavra hebraica que significa “Tradição ou preceito manifestado por um ente de cima” e compartilha a
mesma raiz da palavra Qabala. Muitas das ideias apresentadas neste livro anteciparam conceitos relativamente modernos da Lei da Atração
e do Movimento do Novo Pensamento
Os sete princípios
O Princípio de Mentalismo: O Todo é Mente, O Universo é Mental. A criação divina se dá mentalmente e fazemos todos parte d’uma mente
universal.
O Princípio de Correspondência: O que está em cima é o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima. Existe relação
entre a mente universal e nossa própria mente humana.
O Princípio de Vibração: Nada está parado, tudo se movimenta, tudo vibra.
O Princípio de Polaridade: Tudo é Duplo; tudo tem Polos; tudo tem seu Oposto; o Igual e o Desigual são a mesma coisa; os Opostos são
idênticos em Natureza, mas diferentes em Graus; extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os Paradoxos podem ser
reconciliados.
O Princípio de Ritmo: Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés; tudo sobe e desce, tudo se manifesta por oscilações compensadas; a
medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda, o ritmo é a compensação.
O Princípio de Causa e Efeito: Toda Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; O acaso é
simplesmente o nome dado a uma Lei desconhecida; há muitos Planos de Causalidade, porém nada escapa à Lei.
O Princípio de Gênero: O Gênero está em tudo; tudo tem seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o Gênero se manifesta em todos
os planos da existência
Escritos herméticos
Os escritos herméticos são uma coleção de 18 obras Gregas, e as principais são o Corpus Hermeticum e a Tábua de Esmeralda, as quais são
tradicionalmente atribuídas a Hermes Trismegisto (“Hermes três vezes grande”).
Estes escritos contêm os aspectos teó rico e filosó fico do Hermetismo em seu aspecto teosó fico. O bizantino é marcado por uma outra coleção
de obras herméticas, que também são relacionadas ao Hermes Trismegisto, e contêm uma tradição hermética popular a qual é composta
essencialmente por escritos relacionados a astrologia e alquimia.
O hermetismo consiste, de forma sincrética, no estudo e prática da evolução e expansão da consciência humana até à Consciência divina,
penetrando assim nos mais profundos mistérios da Criação, o que ficou conhecido como iniciação, iluminação ou senda no Oriente.
Hermes Trismegisto
A divindade de Hermes Trismegisto provêm da introdução do deus Toth na religião grega. Toth é um deus egípcio o qual simboliza a ló gica
organizada do universo. Ele é relacionado aos ciclos lunares a qual em suas fases expressa a harmonia do universo. E também como deus do
verbo e da sabedoria foi naturalmente identificado com Hermes. Como o deus da sabedoria o Toth foi atribuído como escritor de uma série
de textos sagrados egipcíos os quais descrevem os segredos do universo. Os textos Herméticos antigos podem ser considerados também
retentores de ensinamento e de uma base de iniciação a antiga religião egípcia.
Como todos os deuses egípcios o Toth inicialmente era adorado localmente, mas depois a adoração a ele espalhou-se por todo o Egito. Uma
das localidades de adoração ao Toth era na Grande Hermó polis. Com o estabelecimento da dinastia ptolomaica naquela região Gregos
imigraram também para a cidade sagrada de Toth. Desta imigração de gregos advém a identificação de Hermes com Toth.
Evolução durante os anos
Como a origem dos conhecimentos herméticos datam de alguns milhares de anos, é natural que durante tão longo tempo hajam ocorrido
grandes transformaçõ es, tanto no que diz respeito aspectos organizacionais quando no contexto dos pró prios ensinos. Disto resultou um
grande nú mero organizaçõ es no passado assim como no presente intituladas de “Ordem Hermética”. Os conhecimentos e a estruturação de
algumas são oriundas das Escolas de Mistérios do Antigo Egito. Naturalmente o termo “Ordem” só apareceu depois da decadência do Egito,
quando grupos de estudiosos deram nomes às organizaçõ es que transmitiam o conhecimento deixados por Thoth.
Sempre existiram muitas organizaçõ es que se intitularam de Sociedade, ou de Ordem Hermética, e também na atualidade. Muitas trazem
ensinamentos autênticos, embora algumas atribuam o nome “hermética” a conceitos de grupos ou meras fantasias.
Ordens herméticas que ficaram consagradas ao longo dos séculos foram a Ordem dos Cavaleiros Templários, a Maçonaria e a Ordem
Rosacruz. A Ordem Hermética da Aurora Dourada é uma ordem nova comparada com as anteriores, ela surgiu na década de 1880.
O Princípio de Causa e Efeito está oculto em todas as ideias científicas, antigas e modernas, e foi anunciado há milênios pelos hermetistas, e
que apesar de oculto, nada existe sem sua influência, nada é por puro acaso no universo. Nada há fora do Todo, e se dentro, segue suas leis,
seus ordenamentos, pois o Todo é a pró pria lei. Não há lugar no universo para uma coisa fora e independente da Lei. Acaso é o que não
conseguimos compreender, e é empregado como a queda de pedras num jogo de azar, fato considerado simplesmente casual, o que se
analisado analiticamente pela razão, veremos que também não é verdade, nada é por acaso na caída de dados num jogo, por exemplo.
Muita confusão houve nas mentes de pessoas que consideraram este Princípio porque não eram capazes de explicar como uma coisa poderia
causar outra, isto é, ser criadora da segunda coisa. Na verdade, como matéria, nenhuma coisa pode causar ou criar outra, mas o que sucede é
que a causa e o efeito são distribuídos como eventualidades. Uma eventualidade é aquilo que acontece ou advém como resultado ou como
consequência de diversos eventos precedentes. Nenhum evento cria outro evento, mas é um elo precedente na grande cadeia ordenada de
eventos procedentes da energia criativa do Todo. Há uma continuidade entre os acontecimentos precedentes, consequentes e subsequentes.
Há uma relação entre tudo o que veio antes e tudo o que vem agora. Uma pedra é deslocada de um lugar montanhoso e quebra o teto de uma
casa lá embaixo no vale. A princípio consideramos isto como um acontecimento casual, mas quando examinamos o assunto encontramos
uma grande cadeia de causas. Em primeiro lugar está a chuva que amoleceu a terra que suportava a pedra e que a deixou cair; em segundo
lugar atrás desta está a influência do sol e de outras chuvas que gradualmente desintegraram o pedaço de rocha de um pedaço maior; são
consideradas aqui as causas da formação da montanha, a civilização que construiu casas no vale, desmatamento da encosta, e assim até o
infinito. Dessa forma poderíamos procurar as causas através da causa das chuvas, da existência do teto da casa, da casa, enfim, logo nos
envolveríamos em uma rede de acontecimentos, causas e efeitos, de cujas malhas intrincadas não nos poderíamos desembaraçar.
Do mesmo modo que temos dois pais, quatro avó s, oito bisavó s, dezesseis trisavô s, e assim por diante até que em dezenas de geraçõ es
calcula-se o nú mero remontarem a muitos milhares, assim é com o nú mero de causas que se ocultam sob o mais trivial acontecimento ou
fenô meno, como somos a consequência da somató ria de todas essas mentes, de todas as diferentes bagagens genéticas, e de todas as
decisõ es de cada ser, e de nó s mesmos, no devido período de existência, no devido momento.
Este princípio explica que os desacertos das coisas presentes vieram de pequenos eventos ou causas que as antecederam. Na verdade explica
que tudo advém de causas passadas, mas que não há essa relação de grande e pequeno como está sendo posto. Uma Fuligem no ar que pode
incomodar nossos olhos, no passado estava formando parte de um tronco maciço de árvore, que foi transformado em carvão e depois passou
por nossos olhos e daí seguirá para outras aventuras. Uma cadeia de acontecimentos, causas e efeitos, trouxe-o à sua condição presente,
fuligem, e a ú ltima é simplesmente uma cadeia dos acontecimentos que poderão produzir outros eventos centenas de anos depois deste
momento. Uma série de acontecimentos procedentes de delgado pedaço de fuligem fez grafite para escrever textos que produzem
pensamentos às mentes de diferentes pessoas, que por sua vez afetarão outras pessoas e assim por diante conforme a habilidade do homem
para raciocinar. Isso mostra a relatividade e a associação das coisas, e que o fato anterior não é obrigatoriamente grande ou pequeno em
relação ao fato consequente: “não há coisa grande, não há coisa pequena na mente que causa tudo”.
Se certo moço não tivesse encontrado certa moça, no obscuro período da Idade da Pedra, vocês, que agora estão lendo estas linhas, não
existiriam; talvez se um casal não se encontrasse, os que escreveram estas linhas também não existiriam. O ato de quem escreveu estas
linhas e o ato de lê-las, como o fazemos, poderá não só afetar as respectivas vidas nossas e as de quem escreveu, mas também poderá ter
uma influência direta ou indireta sobre outras pessoas que agora vivem e que viverão nas idades futuras. Toda ideia que pensamos, todo ato
que fazemos tem o seu resultado direto ou indireto que se adapta à grande cadeia de Causa e Efeito.
As coisas são como estão porque houve escolhas no passado que determinaram o hoje, e poderiam ser diferentes se diferentes escolhas
tivessem sido feitas. Não vamos agora entrar em consideraçõ es sobre Livre-Arbítrio versus Determinismo, pois o Hermetismo considera que
nenhum desses dois lados é inteiramente verdadeiro; o que se passa é que ambos os lados são parcialmente verdadeiros, pois o Princípio de
Polaridade mostra que ambos são parte e pó los opostos da Verdade. Os Preceitos são que o homem pode ser livre e ao mesmo tempo
limitado pela necessidade, dependendo isto do significado da Verdade que se aborda. O hermetismo conceitua que “a criação que está mais
distante do Centro é a mais limitada, e quanto mais próxima se chega do Centro, tanto mais Livre é”. Ser alquimista faz grande diferença para
as futuras escolhas e para compreender melhor o que já é determinado. A maioria das pessoas são mais ou menos escravas da
hereditariedade, dos que as rodeiam, e manifestam muito pouca Liberdade. São guiados pelas opiniõ es, pelos costumes e pelas ideias do
mundo exterior; também pelas suas emoçõ es, sensaçõ es e condiçõ es. Muitos não manifestam domínio algum. Muitas dessas pessoas se
dizem livres para agir e fazer o que lhes seja conveniente e o que lhes de prazer, não se ligando a nenhum conhecimento da verdade como
aqui buscamos, mas deveriam explicar melhor o seu “quero” e o como lhes é conveniente aquilo que fazem. Que as faz querer fazer uma
coisa de preferência à outra? Que lhes faz conveniente fazer isto e não aquilo? Não existe por que para o seu desejo e prazer? Os hermetistas
podem mudar estes prazeres e vontades em outros no lado oposto do pó lo mental; é capaz de querer por querer, sem querer por causa das
condiçõ es, emoçõ es, sensaçõ es ou sugestõ es do meio, sem tendência ou desejo. A maioria das pessoas são arrastadas como a pedra que cai
obediente ao meio, às influencias exteriores e às condiçõ es e desejos internos, não falando dos desejos e das vontades de outros mais fortes
que delas, da hereditariedade, da sugestão, tudo o que as levam sem resistência, sem exercício da vontade. Movidas como peõ es no jogo de
xadrez da vida, elas tomam parte neste e são abandonadas depois que o jogo terminou. Mas os alquimistas, conhecendo a regra do jogo,
elevam-se acima do plano material, e colocando-se em relação com as mais elevadas forças da natureza, dominam as suas pró prias
condiçõ es, os caracteres, as qualidades e a polaridade, assim como o meio em que vivem; deste modo tornam-se motores em vez de peõ es:
Causas em vez de Efeitos.
Os alquimistas não escapam da Casualidade dos planos mais elevados, mas estão preparados para concordarem com as Leis superiores e
assim dominam as circunstancias no plano inferior. Elx’es formam parte consciente da Lei, sem serem simples instrumentos. Enquanto
servem nos planos superiores, governam no plano material. Se em todos os cantos a Lei do Todo sempre está em ação, nada há que seja obra
do acaso, nada; tanto nos planos superiores como nos inferiores, a Lei está sempre em ação. Não há coisa do acaso. Podemos ver esclarecidos
pelo conhecimento que tudo é governado pela Lei Universal, e o infinito nú mero de leis é simplesmente uma manifestação da ú nica Grande
Lei, a Lei que é o Todo. Contudo, que nem mesmo um pardal fica descuidado da Mente do Todo, assim como os cabelos da nossa cabeça são
contados, como é referido na Bíblia Cristã, nada há fora da Lei; nada do que acontece é contrário a ela, contudo, não devemos cometer erros
de supor que por causa disso o Homem é simplesmente um cego autô mato. Os Preceitos Herméticos ensinam que o Homem pode usar a Lei
contra as leis menores, e que a vontade superior prevalece contra a inferior até que por fim procure refú gio na pró pria Lei, e olhe com
desprezo as leis inferiores.