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Avaliação da Vitalidade Fetal

sexta-feira, 8 de maio de 2020 10:49

Pode ser feita por:

• Ecografia (USG vaginal e abdominal com ou sem doppler);

– O doppler avalia como está a perfusão útero-placentária, e como está a artéria cerebral do bebê.
– Até a 10ª semana é transvaginal, e a partir daí é abdominal.

• Ausculta fetal intermitente;

• Mobilograma;

• Cardiotocografia (CTG);

• Perfil biofísico fetal (CTG +USG);

• Ph de escalpe cefálico e oximetria fetal intra-útero.

• Objetivo da vigilância da vitalidade fetal intraparto:

• A hipóxia intrauterina é a segunda causa das mortes fetais, as quais, na maioria dos casos, são evitáveis.

• Evitar com as reanimações intra-útero: como hidratação intravenosa, posicionamento materno em decúbito lateral
esquerdo, administração de oxigênio e interrupção de substâncias uterotônicas, de forma a melhorar o fluxo
sanguíneo uterino, a circulação umbilical e a saturação de oxigênio do feto.

• 33 em 1000 nascidos vivos nos países em desenvolvimento.

• No Brasil, 188.972 mortes fetais no período de 200 a 2004 (OLIVEIRA, PEREIRA, NUNES, 2006).

Batimentos cardíacos fetais (BCF)

A avaliação faz-se principalmente pela ausculta dos batimentos cardio-fetais (BCF).

Desenvolvimento do coração: 3ª a 6ª semana

O desenvolvimento do sistema simpático é mais acelerado no começo da gestação (FCF mais elevada)

Acelerações transitórias.

Só consegue ouvir pelo USG.

Permite confirmar a vitalidade e o grau de bem estar fetal.

A ausculta dos batimentos do coração asseguram que o feto está vivo.

A avaliação dos BCF (antes, durante e depois das contrações), permite ter certeza do estado de saúde fetal.

Verifica-se a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos BCFs.

Pode ser feito através (Grau de recomendação C):

Da ecocardiografia;

Do sonar (12 sem);

Se a gestante é obesa, temos mais dificuldade de realizar a ausculta com 12 semanas, tanto com sonar ou com o pinard.

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Estetoscópio de Pinard (após 20 sem).

A FCF normal é entre 110 a 160 bpm.

Esta FCF normalmente se altera após uma contração uterina, movimentação fetal e estímulo mecânico e sonoro sobre o
útero. Se não houver alteração, serve como sinal de alerta, o que pode requerer novos exames de avaliação da vitalidade
e eventualmente encaminhar para a referência.

BCF se aceleram (resposta espera) ao receber tais estímulos.

A presença de alterações graves dos BCF permite estabelecer uma presunção de hipóxia fetal, acarretando risco de:

• Morte fetal;
• Morbidade neonatal;
• Depressão ao nascer;
• Morte neonatal.

Saturação de oxigênio fetal (pO2)

• Em condições normais o feto tolera adequadamente a diminuição da pressão parcial de oxigênio (pO2) provocada
pelas CU.

• Normal pO2 (saturação) em pessoa saudável: acima de 95%.

• População intra hospitalar: acima de 90%.

• Feto: em torno de 70%.

• O RN leva de 5 a 10 minutos para alcançar saturações até 90% (fisiológica).

• Feto recebe o oxigênio de segunda mão (da mãe). O feto já lida com situações baixas de O2 (seria até uma hipóxia
se fosse em um adulto). Por isso que a gente não faz a reanimação fetal com a ventilação positiva, não realizamos
essa primeira reanimação com oxigênio ligado, fazemos com o ar ambiente, e só em caso do bebê não responder
que nós ligamos o oxigênio (5L de O2 por minuto), que vai fazer essa saturação chegar a 100%.

• Existem algumas condições de risco que afetam a reserva feto-placentária, provocando uma diminuição da PO2
abaixo do nível crítico.

• A insuficiência placentária é a principal causa de diminuição do oxigênio do bebê.

• Calcificações exageradas também (grau 3 com 34 semanas por exemplo, que seria esperada apenas com 40
semanas).

• Essas calcificações exageradas, podem ser vista em mulheres fumantes ou que mulheres que ficam próximas de
fumantes.

• Manifestações clínicas quando não se tem uma oxigenação adequada (diminuição do pO2):

• Taquicardia (aumento do tono simpático);

• Bradicardia transitória pós-contração (DIP II);

• Bradicardia sustentada (por aumento do tono parassimpático).

• A taquicardia isolada e mantida pode ser o primeiro sinal de sofrimento fetal.

Trocas entre mãe e feto

• Fatores maternos:

– Aporte de sangue ao útero (se a mãe é fumante, se faz uso de anticoagulantes ou tem problemas com
coagulação, se é hipertensa, etc.);

Circulação.

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– Circulação.

• Fatores fetais:

– Integridade da placenta (insuficiência placentária, placenta pequena, etc.);

– Circulação fetal.

Escolha do método de monitorização

• Definir a competência da equipe;

• Falar sobre o procedimento com a parturiente;

• Determinar o risco da mãe e do bebê.

AUSCULTA INTERMITENTE

• Baixo risco:

– 30' período de dilatação (fase ativa);

– 15' no expulsivo (fase latente).

– A cada contração no período expulsivo ativo.

• Alto risco:

– 15' na fase ativa;


– 5' no expulsivo.

Método de ausculta:

• Sonar posicionado no ponto de melhor captação da FCF (foco);

• Diferenciar pulso materno do fetal;

• Frequência: adulto (60 a 100 bpm), feto (110 a 160 bpm).

• Pelo som: som materno é mais de chuá (ele passando pela aorta).
• O do BCF é mais cavalinho (mais oco, fechado).

• Auscultar o frequência materna (abdômen ou pulso) se estiver pulsando no mesmo ritmo é materno, se não, são
diferentes.

• Palpar contrações uterinas;

• Na CU é mais difícil auscultar o BCF.

• Contar BCF por 1 minuto entre as contrações (=linha de base);

• Contar BCF por 1 minuto depois das contrações.

Materiais para ausculta:

– Sonar;
– Pinard.

CARDIOTOCOGRAFIA INTRAPARTO

CTG é responsabilidade nossa (enfermeiro ou médico, não pode ser realizada por técnicos).

• Cardiotocografia intraparto pode ser:

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– Externa

– Interna: eletrodo fixado na apresentação fetal. Instalação de cateter de pressão intrauterino.

É um registro contínuo e simultâneo da Frequência Cardíaca Fetal, contratilidade Uterina e movimentos fetais, no período
anteparto ou intraparto.

Contrações Uterinas: avaliar frequência, duração e coordenação das contrações.

Movimentos Fetais: avaliar o comportamento fetal (repouso, vigília) através do número e tipo dos movimentos fetais
(isolados, múltiplos, ausentes, soluços, etc).

Frequência Cardíaca Fetal

Nível da linha de base (média da frequência dos BCF)

 Efeitos da monitorização:

– Aumento da incidência de parto operatório;

– Tem baixo efeito preditivo (alta sensibilidade e baixa especificidade)

– Aquele bebê que tem uma CTG alterada, necessariamente, não quer dizer que, ele, de fato, está com algum
problema.

• Recomendações:

– Evitar jejum prolongado.

– Anotar medicamentos usados durante o exame que possam interferir no resultado, como também alterações
de temperatura e pressão arterial maternas.

– Duração do exame: recomenda-se o mínimo de 20 minutos (tempo suficiente para permitir avaliação dos
recursos básicos do CTG).

– Velocidade do registro: 1, 2, ou 3 cm/minuto.

– Posição da paciente: sentada em poltrona confortável ou em decúbito lateral esquerdo.

– A posição materna de decúbito dorsal pode resultar em compressão aorto-caval pelo útero gravídico, afetando
a perfusão placentária e a oxigenação fetal.

– Monitoramento prolongado nesta posição deve, portanto, ser evitado.

– Colocação correta dos transdutores para evitar traçados duvidosos.

• Métodos complementares para avaliação da vitalidade fetal intraparto:

– Estimulação digital no escalpo fetal;

– Oximetria de pulso;

– Eletrocardiograma;

– Coleta de amostras de sangue do escalpo fetal;

– Verificação do pH (menor que 7 = danoso).

Cardiotocografia externa intraparto

• Colocação dos sensores:

– Toco: no fundo do útero.

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– Cardio: no foco de ausculta fetal

– Foco fetal: Local de melhor audibilidade dos batimentos cardíacos fetais (geralmente no dorso fetal).

• Benefícios:

– Não invasiva;

– Baixo custo (popularização);

– Exige pouca habilidade técnica para a sua realização;

– Indispensável em parturientes com risco de falência placentária;

– Análise imediata;

– Simplicidade e inocuidade;

– Facilidade de repetição.

Efeitos da monitorização:

• Contínua:

– Mobilidade;

– Contato com a equipe, acompanhante;

– Aumento de incidências de partos operatórios.

– Intermitente:

– Número adequado de profissionais treinados.

Monitorização CTG em gemelares:

• Há cardiotocógrafos especiais para medir simultaneamente o batimento do coração de dois fetos no caso de uma
gravidez de gêmeos. São equipados com um sensor para detetar as contrações uterinas e duas sondas de ultrassom
para a medição dos ritmos. O médico aplica as sondas nas zonas da barriga da mulher onde se situam as costas dos
gêmeos; os resultados sobre o papel mostram-se em três linhas: as contrações e as duas frequências cardíacas.

• Nos centros desprovidos destes aparelhos, o CTG é realizado através do método tradicional primeiro com um dos
bebês e em seguida com o outro. O processo torna-se mais complicado quando se trata de três bebês.

Uso rotineiro em todas as gestantes e gestação de baixo risco?

• O CTG durante o trabalho de parto está associado a taxas reduzidas de convulsões neonatais, mas não há
diferenças claras na paralisia cerebral, mortalidade infantil ou outras medidas padrão de bem-estar neonatal.

• O CTG contínuo foi associado a um aumento de cesarianas e partos vaginais instrumentais.

ALFIREVIC, Zarko et al. Continuous cardiotocography (CTG) as a form of electronic fetal monitoring
(EFM) for fetal assessment during labour. Cochrane database of systematic reviews, n. 2, 2017.

Indicações da CTG no TP (de forma mais contínua/frequente):

• Uso de ocitocina;

• TP prolongado;

• Mecônio;

• Sangramento genital;

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• Atividade uterina anormal;

• Cesária prévia (principalmente com menos de 2 anos);

• Pós-datismo (após 40 semanas).

• Armazenamento de traçados:

• Todos os traçados do CTG precisam ser identificados com o nome do paciente, local de gravação, velocidade, data e
hora em que a aquisição começou e terminou.

CTG como triagem:

• Limitações:

– Baixa especificidade;

– Traçado não tranquilizador não prediz maus resultados neonatais (valor preditivo positivo baixo).

• Vantagens:

– Alta sensibilidade;

– Traçados tranquilizadores são preditivos de bons resultados neonatais (valor preditivo negativo alto).

• Banda cardiográfica: mostra o nível de linha de base, variabilidade da linha de base, acelerações transitórias e
desacelerações.

• Banda actotográfica: mostra os movimentos fetais e contrações uterinas.

• Linha de base: mostra a média da frequência dos BCF.

• Variabilidade: é definida como a flutuação nos batimentos cardíacos fetais.

• Amplitude de queda: em quantos os BCF caíram.

• Decalagem: diferença entre o zênite e o nadir.

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• Zênite: pico (ponto mais alto).

• Nadir: ponto mais baixo.

• Intensidade real (verdadeira): Intensidade da CU (em mmHg).

• Duração: Duração da CU (em minutos).

• Tono: pressão basal.

Linha de base:

• Nível da linha de base:

– Frequência cardíaca fetal: média da frequência dos BCF

– Requer > 10 minutos para estabilizar.

– FCB é a média entre a maior frequência e a menor sobre o período de 10 minutos (sem acelerações ou
desacelerações).

– Ex: (160+140) / 2 = 150 bpm;

– A linha de base normal situa-se entre 110 a 160 bpm

Taquicardia

– FIGO: Sem definição

– NICE >180bpm (161-180 taquicardia moderada)

– ACOG >160

• A explicação mais comum para essa taquicardia é febre materna decorrente de corioamnionite, embora a febre de
qualquer etiologia possa aumentar a frequência cardíaca fetal basal. Também se observou que essas infecções
induzem taquicardia fetal antes que se diagnostique a febre materna franca (Gilstrap, 1987).

• A taquicardia fetal causada por infecção materna comumente não está associada ao sofrimento fetal, a menos que
ocorram alterações periódicas da frequência cardíaca ou sepse fetal associadas.

• Outras causas de taquicardia fetal são sofrimento fetal, arritmias cardíacas e administração materna de fármacos
parassimpaticomiméticos (atropina) ou simpaticomiméticos (terbutalina).

• O principal aspecto para diferenciar sofrimento fetal associado à taquicardia parece ser as desacelerações da
frequência cardíaca concomitantes.

• A reversão imediata da condição que causou sofrimento (p. ex., correção da hipotensão materna causada pela
analgesia peridural) pode resultar em recuperação fetal.

Bradicardia

– FIGO < 80 bpm

– NICE <100bpm (100-109 bradicardia moderada)

– ACOG <110

 Afastar situações, que não estão relacionadas com sofrimento fetal e que podem causar bradicardia (drogas,
bloqueios cardíacos fetais, etc) e taquicardia (prematuridade, drogas, febre materna, somatório de acelerações,
etc).

 Algumas causas de bradicardia fetal são: bloqueio cardíaco congênito, sofrimento fetal grave (Jaeggi, 2008; Larma,
2007), descolamento prematuro da placenta; hipotermia materna com anestesia geral para reparação de aneurisma
cerebral ou durante o bypass cardiopulmonar materno para cirurgia cardíaca aberta também pode causar

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cerebral ou durante o bypass cardiopulmonar materno para cirurgia cardíaca aberta também pode causar
bradicardia fetal.

 A bradicardia fetal sustentada em vigência de pielonefrite grave e hipotermia materna também foi relatada.

Variabilidade

• Oscilações da FCF basal que têm amplitude e frequência irregulares.

• A variabilidade é quantificada visualmente como a amplitude do ápice ao nadir em bpm.

• São flutuações da linha de base, sendo determinada em um minuto de traçado livre de acelerações e
desacelerações, e medida da amplitude do pico à base das flutuações da FCF.

• Flutuação nos batimentos cardíacos fetais;

• O ritmo cardíaco fetal normalmente exibe variações entre batimentos que não são acelerações nem
desacelerações;

• Para calcular, subtraímos a maior frequência cardíaca da menor e esta diferença é a variabilidade.

Ex: 150-144 = 6.

 Normal: entre 6 e 25 bpm de amplitude.

• Ausente: abaixo de 2 bpm.

• Diminuída: entre 3 e 5 bpm.

• Aumentada ou saltatória: acima de 25 bpm.

– Melhor preditor do bem-estar fetal.

– Reflete a função normal do SNC.

– Reflete a capacidade do SNC em monitorizar e ajustar o sistema cardiovascular.

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→ Isto é, a "alternância" simpática e parassimpática mediada pelo nodo sinoatrial provoca oscilações
intermitentes ou batimento a batimento da frequência cardíaca basal. Essa alteração da frequência
cardíaca é definida como variabilidade basal.

– Esta variabilidade a curto prazo pode variar com o tempo, dependendo das variações no sono e da atividade.

– A perda de variabilidade do ritmo cardíaco é uma das características mais importantes quando a hipóxia
começa a surgir.

– Variabilidade reduzida reflete aumento no tônus simpático

– A perda completa da variação entre batimentos pode refletir a incapacidade do miocárdio em responder

– Afastar situações que não estão relacionadas com sofrimento fetal e que podem diminuir a variabilidade
(prematuridade, repouso fetal, medicamentos sedativos do Sistema nervoso central, etc).

• Causas da variabilidade reduzida:

• Idade gestacional:

– A variabilidade depende da maturidade do sistema nervoso central.

– Geralmente começa a ser mais evidente após 34 semanas de gestação.

• Medicação materna:

– Aldomet, Hidralazina, Adalat, Dolantina, antiemético endovenosos, sedativos de modo geral.

• Sinais vitais maternos:

– Hipotensão materna, taquicardia materna e febre podem diminuir a variabilidade da FCF.

– Período de sono fetal (estimular)

• Anomalias congênitas:

– Anencefalia.

– Hipóxia fetal.

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Referência para próximos tópicos:
Santo S et al. Agreement and accuracy using the FIGO, ACOG and NICE cardiotocography
interpretation guidelines. AOGS. Volume 96, Issue 2, February 2017, Pages 166-175

Acelerações:

• As acelerações são aumentos súbitos detectáveis visualmente - definidos pelo início da aceleração até um pico em
menos de 30 segundos - na frequência cardíaca fetal basal (American College of Obstetricians and Gynecologists,
2013).

• De acordo com Freeman e colaboradores (2003), as acelerações ocorrem com mais frequência antes do parto, no
início do trabalho de parto e em associação às desacelerações variáveis.

• Os mecanismos propostos para as acelerações intraparto consistem em movimento fetal, estimulação por
contrações uterinas, oclusão do cordão umbilical e estimulação fetal durante exame pélvico.

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• A ausência dessas acelerações durante o trabalho de parto não é necessariamente um sinal desfavorável, a menos
que coincida com outras alterações não tranquilizadoras.

• Podem estar relacionadas com movimentos fetais (transitórias) ou contrações uterinas (periódicas).

• Padrão normal: amplitude 15 bpm e duração 15 segundos a 2 minutos (10 bpm e 10 segundos antes de 32
semanas de gestação).

• Duração entre 2 a 10 minutos são acelerações prolongadas, e pode ser até uma alteração na linha de base.

• Em IG inferior a 32 semanas: bastam 10 bpm e 10 segundos (não levamos isso em consideração na nossa
realidade).

• Espera-se 2 acelerações transitórias em 20 minutos.

• A presença indica bem-estar fetal.

• A aceleração transitória mostra boa vitalidade fetal, porém a sua ausência não indica mal estar fetal em gestações
de baixo risco.

• Ausência: frequentemente falso-positiva para gestações de baixo risco. Às vezes requer avaliação mais apurada por
outros métodos como perfil biofísico fetal (alto risco).

• Primeiro parâmetro a alterar frente à hipóxia.

• Aceleração transitória:

– Entende-se como normal quando se verifica uma amplitude mínima de 15 bpm e duração mínima de 15
segundos.

• Aceleração periódicas:

– Comportamento normal do bebê em gestações de baixo risco: acelerações com a contração, depois volta
à linha de base.

– Tipicamente, no segundo estágio a FCF não acelera com as contrações e os puxos. A FC materna
aumenta por causa do esforço expulsivo, que leva a uma rápida redistribuição do sangue do miométrio
para a circulação materna (auto-transfusão).

– Os batimentos cardíacos fetais tendem mais a permanecer nos mesmos níveis ou desacelerar com os
puxos, do que acelerar.

Desacelerações:

• É definida como sendo uma queda do ritmo cardíaco em mais de 15 batimentos, com uma duração superior a 15
segundos.

• As desacelerações podem ser periódicas (relacionadas com contrações uterinas) ou não periódicas.

• As periódicas são classificadas como precoce (DIP I), tardia (DIP II) e variável (DIP III ou Umbilical).

• As não periódicas são classificadas como espica ou DIP 0 e desaceleração prolongada.

• Podem ser:

– Recorrentes: se ocorrem em mais de 50% das contrações durante um período de 20'.

– Intermitentes: se ocorrem em menos de 50% das contrações uterinas.

• Desaceleração precoce ou cefálica (DIP I):

– Categorizada como periódica.

NICE: Queda uniforme, repetitiva e periódica da FCF com início no início da contração e retorno à linha de

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– NICE: Queda uniforme, repetitiva e periódica da FCF com início no início da contração e retorno à linha de
base no final da contração.

– ACOG: Visualmente aparente, diminuição gradual simétrica e retorno da FCF associados a uma contração
uterina. O nadir da desaceleração ocorre ao mesmo tempo que o pico da contração. Na maioria dos casos, o
início, o nadir e a recuperação da desaceleração são coincidentes com o início, o pico e o término da
contração, respectivamente.

– Queda uniforme, gradual (início até nadir > 30 segundos).

– Lembra uma letra V.

– Etiologia: cefálica.

– A CU faz com que ocorra uma compressão do pólo cefálico e leve a uma hipertensão intracraniana, e com isso
uma redução do fluxo sanguíneo cerebral gerando uma hipóxia local (estimula centro vagal), e a resposta
vagal é a desaceleração.

→ A compressão cefálica provavelmente causa ativação do nervo vago em consequência da estimulação


dural, e isto medeia a desaceleração da frequência cardíaca.

– Não significa sofrimento fetal quando aparece com o surgimento da contração e normaliza quando a contração
para, e a variabilidade é preservada.

– Essas desacelerações são comuns durante o trabalho de parto ativo e não estão associadas à taquicardia, à
perda da variabilidade ou a outras alterações da frequência cardíaca fetal.

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• Desaceleração tardia (DIP II):

– Categorizada como periódica

– A desaceleração tardia é uma diminuição simétrica, gradativa e suave da frequência cardíaca fetal, começando
no pico da contração ou depois dele e voltando à linha de base somente depois de terminada a contração.

– NICE: Queda uniforme, repetitiva e periódica da FCF com início no meio da contração e nadir > 20 s após o
pico da contração e término após a contração.

– ACOG: Visualmente simétrica, diminuição gradual e retorno da FCF associados a uma contração uterina. A
diminuição da FCF é calculada desde o início até o nadir da desaceleração. A desaceleração é tardia no tempo,
com o nadir da desaceleração ocorrendo após o pico da contração.

– Queda gradual (início até nadir ≥ 30 segundos), ocorre após o pico da contração (decalagem 20 segundos)

– Lembra a letra U.

– A magnitude das desacelerações tardias raramente é superior a 30 a 40 bpm abaixo da linha de base e, em
geral, não é superior a 10 a 20 bpm. As desacelerações tardias não costumam ser acompanhadas por
acelerações.

– Etiologia: placentária.

– A CU cessa a circulação útero-placentária, e o feto utiliza O2 do espaço interviloso. Se a pO2 está normal, não
a há hipóxia e desaceleração, porém, quando a pO2 está diminuída, ocorre a hipóxia e isso leva a
desaceleração.

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– Também pode ocorrer por conta de uma insuficiência placentária.

– Pode ser sinal de sofrimento fetal quando a variabilidade fica alterada.

• Desaceleração variável ou umbilical (DIP III):

– Categorizada como periódica.

– A desaceleração variável é definida por uma redução repentina da frequência cardíaca fetal, que começa com o
início da contração e alcança seu ponto mais baixo em menos de 30 segundos.

Essa redução deve durar entre > 15 segundos e 2 minutos e deve ter amplitude > 15 bpm. O início da

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– Essa redução deve durar entre > 15 segundos e 2 minutos e deve ter amplitude > 15 bpm. O início da
desaceleração costuma variar a cada contração sucessiva.

– NICE: Retardo periódico variável e intermitente da FCF com início e recuperação rápidos. As relações
temporais com o ciclo de contração são variáveis e podem ocorrer isoladamente.

– ACOG: Diminuição abrupta visualmente aparente da FCF. Quando desacelerações variáveis estão associadas a
contrações uterinas, seu início, profundidade e duração geralmente variam com sucessivas contrações uterinas.

– Desaceleração variável é um decréscimo abrupto da FCF abaixo da linha de base e pode ocorrer com ou após a
contração.

– Início, decalagem e forma variáveis, queda abrupta (início para nadir < 30 segundos)

– Podem ser divididas em dois grupos:

- Não complicadas: tem rápida desaceleração da FCF, precedida por aceleração inicial e seguida por
rápido retorno à linha de base, com aceleração secundária da FCF (ombros).

- Complicadas: Desacelerações com FCF abaixo de 70 bpm, com duração superior a 60 segundos,
regresso lento à linha de base em nível inferior ao presente antes da desaceleração ou em nível de
taquicardia ou bradicardia fetal.

– Variável em forma. Favorável (letra M - ombros pré e pós desaceleração - neste caso podemos virar a paciente
de lado).

– Desfavorável (intervir. Quando está sem ombros, retorno com aceleração, mudou linha de base, recuperação
lenta, muito profunda, tenta voltar e não consegue formando a desaceleração bifásica ou em W, variabilidade
diminuída).

– Etiologia: Compressão do cordão umbilical e pode estar associada a acidose fetal.

→ As desacelerações variáveis representam reflexos da frequência cardíaca fetal, que refletem as alterações
da pressão arterial decorrentes da interrupção do fluxo umbilical, ou as alterações da oxigenação.

– A CU causa uma compressão do cordão umbilical e gera uma hipóxia temporária, elevando a pressão arterial
fetal e causando a desaceleração.

– São as desacelerações mais vistas no TP.

– Se for recorrente no primeiro período do TP é necessário realizar uma reanimação fetal intra-útero.

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A Figura 24-21 ilustra dois tipos de desacelerações variáveis. A desaceleração assinalada pela letra "ir' é muito
semelhante à que se observa com a compressão completa do cordão umbilical nos animais de laboratório (ver Figura
24-20). Contudo, a desaceleração "B" tem uma configuração diferente por causa dos "picos" de aceleração antes e
depois do componente de desaceleração.

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• Desacelerações espicas:

– Categorizada como não periódica

– Desaceleração Espica ou DIP 0: desaceleração com duração < 15 segundos relacionada com compressão
funicular de curta duração ou soluço fetal, mais comum no prematuro.

– Quedas abruptas e discretas da FCF decorrentes de compressão transitória do cordão umbilical em períodos de
MF intensa.

– Lembra a letra V.

– Não tem relação com a vitalidade fetal.

• Desaceleração prolongada:

– Categorizada como não periódica.

– É definido por urna desaceleração isolada em mais de 15 bprn com duração igual ou maior que 2 minutos,
embora menor que 10 minutos entre o início e o retorno à frequência basal.

– As desacelerações prolongadas são difíceis de interpretar por serem observadas em muitas situações clínicas.

– Desacelerações isoladas com duração ≥ 2min e < 10 minutos,

– Causas comuns: hipotensão postural materna, bloqueios anestésicos, hiperatividade uterina, compressões
funiculares intensas e duradouras, exame de cervical, DPP, nó ou prolapso de cordão, hipóxia devido a
qualquer causa, rotura uterina, raqui, peridural e paracervical.

– São causadas por hipóxia e refletem depressão do miocárdio.

– Seu significado depende inteiramente dos achados clínicos.

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• Padrão sinusoidal:

• Oscilação regular dos batimentos, lembrando o formato de um sino.

• Um sinal regular, suave e ondulado, semelhante a uma onda sinusoidal.

• Padrão de ondulação suave de modo monótono (relativamente fixo e regular)

• Não há alteração do padrão, mesmo após estímulos.

• Amplitude de 5-15 bpm (raramente maior) acima e abaixo da linha de base por pelo menos 10 minutos.

• Este padrão dura mais de 30 minutos e coincide com acelerações ausentes.

• A base fisiopatológica do padrão sinusoidal é compreendida de forma incompleta, mas ocorre em associação com
anemia fetal grave, como ocorre na aloimunização anti-D, na hemorragia fetal-materna, na síndrome transfusional
de gêmeos, na ruptura de vasa praevia, na hemorragia fetal intracraniana.

• Também tem sido descrita em casos de hipóxia fetal aguda, infecção, malformações cardíacas, hidrocefalia e
gastrosquise.

• Variabilidade ausente

• Elevadas taxas de morte fetal

• Melhorar a oxigenação fetal (hidratação materna e oferta de O2 e mudança de posição), e se não responder deverá
interromper a gestação (cesária em menos de 30 minutos).

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Interpretação da CTG

O médico dá o diagnóstico de alteração na cardiotocografia.

A enfermagem: indica se o bebê está taquicárdico (normocárdico ou bradicárdico), e damos todas as características
(linha de base, variabilidade, presença ou não de aceleração ou desaceleração e de qual tipo), mas não diagnostica.

Normal: feto saudável tem aceleração juntamente com as contrações, e depois volta a linha de base.

Não esperado: hipóxia

Desacelerações precoce: não precisa agir necessariamente, ver sobre a posição materna, faço uma hidratação na mãe,
etc.
Pode ocorrer por conta da compressão do nervo vago de tiver uma bossa rota.

Ver se é frequente e outras características.

Outras desacelerações: mais preocupantes.

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Macones GA, Hankins GDV, Spong CY, Hauth J, Moore T. The 2008 National Institute of Child Health
and Human Development Workshop Report on Electronic Fetal Monitoring. Update on Definitions,
Interpretation, and Research Guidelines. Obstet Gynecol. 2008;112:661-6

Categoria II e III:

• Requer:

– Realização de novos testes (teste de estímulo sonoro simplificado - TESS) e/ou

– Atuação imediata (mudança de posição da parturiente, interrupção da estimulação ocitócica, tratamento da


hipotensão materna, tratamento da taquissistolia).

– Resolução do parto.

PERFIL BIOFÍSICO FETAL (PBF)

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• Prova de vitalidade fetal que se baseia fundamentalmente em parâmetros ultrassonográficos, associados a
cardiotocografia.

• Consiste na avaliação integrada dos seguintes parâmetros:


• FCF (pela CTG).

• Volume do Líquido Amniótico (vLA pela medida do bolsão maior);

• Movimento Respiratório Fetal (MRF);

• Movimento Fetal (MF);

• Tono Fetal (TF);

• A cada um desses parâmetros, atribui-se a pontuação de 0 (anormal) ou 2 (normal).

• O PBF deve complementar a cardiotocografia na presença de um padrão suspeito.

• O exame não é recomendado como teste primário de triagem. Para tanto, quando disponível o aparelho
ultrassonográfico, pode ser realizado o PBF simplificado, que consiste na CTG associada a determinação do índice de
LA (ILA) pela ultrassonografia, especialmente em casos de suspeita de crescimento fetal restrito.

• Perfil biofísico fetal (referência de gestação de alto risco)

MOBILOGRAMA

• O registro diário de movimento fetal é o teste clínico mais simples para avaliação das condições de vitalidade fetal.

• Contagem da movimentação fetal até completar 10 movimentos, valor considerado como limite máximo diário para
fins clínicos ou 6 movimentos em 1 hora.

• Se são movimentos realizados durante o dia, a mulher pode sentir apenas os mais fortes, pois pode estar realizando
outras atividades.

• Agora, se ela sentar para observar estes movimentos, principalmente depois de comer, vai ter mais atenção e sentir
mais.

• Orientações para a gestante:

• Alimente-se antes de começar o registro.

• Fique em posição semi-sentada, com a mão no abdômen.

• Marque o horário do início.

• Registre seis movimentos e marque o horário do último.

• Se, em uma hora, o bebê não mexer seis vezes, pare de contar os movimentos. Repita o registro. Se persistir a

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• Se, em uma hora, o bebê não mexer seis vezes, pare de contar os movimentos. Repita o registro. Se persistir a
diminuição, procure a unidade de saúde.

• Inatividade fetal: menos de seis movimentos em duas horas seguidas ou menos de 10 movimentos em 12 horas.

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