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Pedras
Inês Neves 8
O tio ficou radiante com a nossa
Visita de Estudo a Conimbriga chegada e a tia Eunice fez tudo para que nos
O Presépio
sentíssemos como se estivéssemos nas
nossas casas.
Aqui há dias, a minha prima Lucrécia, “Amanhã, ides comigo ao fórum e
depois aos banhos que são uma delícia!” – Já cheira a Natal, as ruas da cidade
que mora numa quinta rústica, perto de
dizia entusiasmado o tio Eutrópio “Quem começam a colorir-se de Natal e, no ar, já
Scalabis, apareceu em minha casa, a desafiar-
gostaria de estar cá seria o vosso primo Caius, paira o cheirinho e o frio tão caraterísticos
me para a acompanhar até Aeminium, onde
desta época.
vivia um nosso tio, abastado proprietário, agora mas o Imperador chamou-o a Roma para uma
retirado da vida de legionário, ele que fora um missão qualquer. E digo-vos já que não vale a Bem, lá vem mais um ano em que eu
dos mais célebres capitães das centúrias pena irdes a Aeminium, porque o meu irmão e tenho que ajudar a minha mãe a fazer o
romanas, ainda não havia passado muito vosso tio, também partiu com ele.” presépio e a árvore de Natal, não é que eu não
tempo. Ficámos um pouco pesarosas, mas goste, só que já não acho tanta piada como
Fiquei logo alvoroçada. Mandei-a por outro lado poderíamos gozar mais da antes, pois tenho outras coisas mais
entrar para minha casa para descansar e estadia em Conímbriga e assistir aos trabalhos interessantes para fazer do que estar a montar
enquanto ela fazia as habituais orações aos agrícolas que se estavam a desenrolar e a a árvore, a ir procurar musgo no campo para
“lares” da casa, como era da tradição, chamei toda a vida citadina que se manifestava dentro compor o presépio.
o copeiro para que tratasse de alojar a comitiva e fora dos muros da cidade.
Claro que gosto de ter a casa
de Lucrécia. Depois fomos ter com a minha
Aeminium – actual Coimbra enfeitada para o Natal, é importante para
mãe que estava no interior a dar umas ordens
assinalar esta época, só que já não sinto
às serviçais, quase todas escravas, mas
Conímbriga – actual Conímbriga aquela “magia” que pairava todos os anos em
bonitas. O meu pai saíra até ao “fórum” para
casa, por esta altura.
tratar de negócios, com certeza. Partiríamos no Scalabis – actual Santarém
dia seguinte, logo ao romper do dia, depois de Recordo-me que quando era
sabermos se os auspícios do sacerdote eram Olissipona – actual Lisboa pequeno gostava muito do Natal e que a minha
favoráveis à viagem, com o sacrifício de uma mãe, em casa, até uma dada altura teve o
ave. Flavia Augusta – actual Chaves hábito de fazer um presépio de três figuras, um
Na manhã seguinte, ao romper da pouco grandes, a Nossa Senhora, o Menino
Legionário – soldado romano que servia o
aurora, feitas as abluções, tomada a refeição e Jesus e São José, muito ao género dos adultos
Império
organizadas as comitivas, lá nos dispusemos e que colocava perto da árvore de Natal, em
as duas, a Lucrécia e eu, cada uma em sua Centúria – conjunto de cem soldados, cima de papel de seda dourado e verde. De
liteira transportadas por escravos e comandados por um centurião facto eu gostava, mas ficava triste quando ia a
acompanhadas por uma dezena de soldados e casa de alguns amigos e familiares e via os
mais uns tantos criados e criadas, para nos Lares – deuses que em todas as casas presépios feitos com musgo ou outros
servirem durante o trajecto e enquanto durasse protegiam as famílias materiais que o imitassem, repletos de
pequenas figuras de barro, muito coloridas,
a nossa visita.
Fórum – praça principal de uma cidade romana que representavam os pastores, os soldados
«Não se esqueçam de passar por onde se discutia a política e se faziam os romanos, os reis magos, já para não falar das
Conímbriga e visitar o vosso tio Eutrópio que já negócios grutas onde estava a sagrada família e até
regressou da Gália, onde esteve ao serviço do
castelos e casas a imitarem as da época;
Imperador! Olhem, o melhor é ficarem lá dois Auspícios – rituais religiosos que se faziam bem, já me ia esquecendo de referir os lagos e
ou três dias antes de continuarem até antes de qualquer acontecimento importante: rios com pontes romanas e patinhos.
Aeminium» – gritava o meu pai da porta da viagens, negócio, batalhas…
entrada, quando começámos a caminhada. Como eu gostava daqueles
Tomámos a via que liga Olissipona a Abluções – ritual que consistia na lavagem das presépios! Parava-me em frente deles e
mãos e do rosto
Flavia Augusta e passava por Conímbriga e observava…observava todos os pormenores,
Aeminium. até conseguia imaginar um daqueles presépios
Liteira – meio de transporte para uma ou duas
Depois de dois dias de viagem e com na minha casa e a forma como iria colocar as
pessoas
os nossos carregadores já um pouco cansados figuras.
deparámos com as fortes muralhas que Via – caminho; estrada
Enfim, não passava tudo de um
protegiam a bela cidade que seria nossa
Banhos Públicos – Em muitas cidades desejo secreto de criança!
primeira estadia. Belas casas senhoriais, com
átrios e jardins, mosaicos lindíssimos, ruas romanas havia os banhos públicos que eram
Mas não posso afirmar que o Natal
estreitas mas cheias de vida e negócio. A porta constituídos pelo frigidarium (água fria), pelo
na minha casa fosse feio, ou não tivesse
tepidarium(água morna) e pelo caldarium
por onde entrámos era magnífica. A casa do interesse, pois a minha mãe arranjava sempre
(água quente).
nosso tio era uma das residências mais uma grande árvore de Natal, repleta de
bonitas, com repuxos de água e canteiros enfeitos e de luzes que me “enchiam os
floridos, salas espaçosas, as mesas com olhos”e que eu ajudava a enfeitar, embora ela
cestas de frutas variadas. Mariana Salgado Galveia, 5º A achasse que eu fosse desajeitado a colocar as
bolas na árvore!
Certo ano, já não sei precisar músicos, os agricultores, os vendedores Bem, continuei a caminhada ao lado
quando, estávamos a passear na baixa de ambulantes, as ovelhitas e os cães fui do pastor ao qual se juntou um músico e
Coimbra, precisamente nesta altura do ano, dispondo ao longo do presépio; na gruta, a depois um vendedor com um burrinho e uma
fins de Novembro, princípios de Dezembro, a Nossa Senhora, o S. José, os animais que os mulher que transportava galinhas. Todos eles
ver as decorações de Natal e a fazermos aqueceram e deitei o Menino na sua cama de caminhavam orientando-se pela estrela.
algumas compritas – pois a minha família é palha.
numerosa - numa das praças estavam uns Fiquei curioso e segui-os, mas sabia
feirantes, nas suas barraquinhas a venderem Bem, quando terminei a minha tarefa, onde me iam levar, só que no momento não
vários produtos, quando reparei que alguns até fiquei contente a olhar para o resultado. sabia se era mais forte o medo de ficar
tinham uns cestos cheios de figurinhas de sozinho ou o desejo de ir ver o Menino Jesus.
Nessa noite adormeci calmamente e
barro coloridas. Aproximei-me e qual não foi o
qual não foi o meu espanto que ao acordar, Finalmente chegámos perto da gruta,
meu espanto quando descobri que eram
apercebi-me que não estava na minha cama saía muita luz e ao olhar em redor descobri
imagens para o presépio, pois até existiam
mas sim deitado em cima de umas sacas de que todas as minhas figuras se tinham
castelos e soldados !
pano, num campo muito verde e que ainda era deslocado para aquele local.
Perante esta descoberta, não resisti de noite, mas era uma noite tão brilhante que
se via muito bem tudo o que se encontrava em Aproximei-me e senti-me triste por
a enfiar as minhas mãos nos cestos, retirar
redor, porque no céu brilhava uma luz muito não ter uma prenda para oferecer ao Menino,
algumas imagens e brincar com elas.
forte, vinda de uma estrela. pois todos levavam alguma coisa.
A minha mãe ficou muito admirada
Qual não foi o meu espanto quando Qual não foi o meu espanto quando
por eu estar tão interessado naquelas figuras
vi um pastor a dirigir-se a mim dizendo: vi que a gruta era muito real que os animais
de barro e questionou-me acerca disso; então,
transmitiam calor, mas que não cheiravam mal
foi nesse momento lhe contei o meu desejo
- Temos que nos apressar em seguir ( no meu presépio tenho uma gruta em vez de
secreto do Natal.
a estrela, pois dizem que ela nos vai levar ao estábulo) e que a Nossa Senhora era tão linda
O que eu me recordo é que nesse Messias. e o São José estava muito calmo, apenas
dia, para além dos sacos das compras, olhava para o Menino Jesus.
Eu nem conseguia responder porque
carregámos mais alguns “saquitos” com caixas
não percebia onde estava e nem conhecia Quando olhei para o Menino reparei
tendo variadíssimas figurinhas de presépio. O
aquele pastor, nem as outras pessoas que o que era parecido com o meu, mas mais
que sei é que já não sentia o frio cortante do
acompanhavam. No entanto parecia-me que gordinho e sorridente.
vento na cara, nem o aborrecimento do entrar
os conhecia de algum lado.
e sair das lojas e que as decorações de Natal Ele olhou para mim, sorriu-me e eu
das ruas, ainda adquiriram mais brilho! Quando comecei a caminhar por senti-me invadido por uma grande paz e senti
aqueles campos e fui observando as pessoas, no meu interior que ele me dizia para eu estar
Hoje rio-me desse meu “ desejo
as casas, os montes quase que tive um ataque calmo, pois que iria regressar à minha cama,
secreto do Natal”, coisas de criança!
de pânico e apenas conseguia dizer em voz mas que tinha vivido esta experiência para não
Provavelmente, por já não levar a baixa, porque não tinha forças para gritar, “ perder a esperança no Natal, nem na sua
sério o espírito de Natal, nem por me sentir Socorro”…”Socorro tirem-me deste filme!” magia!
invadido pela sua magia, aconteceu-me uma
Percebi que tinha recuado no tempo Quando dei por mim, estava outra
situação tão estranha que me puxou
e que ainda por cima, encontrava-me NO MEU vez na minha cama, meio atordoado sem
novamente para as emoções e sentimentos da
PRESÉPIO! saber o que se tinha passado.
minha infância.
ERAM AS MINHAS FIGURAS, O Levantei-me e fui a correr ao
É por volta desta altura que as
MEU MUSGO, AS MINHAS ÁRVORES, presépio e reparei que todas as figuras
pessoas começam a enfeitar as suas casas e
CASAS, ANIMAIS, SOLDADOS, CASTELO E estavam no mesmo sítio. Afinal, fora sonho ou
as ruas revestem-se de luzes e de cores
LAGO! realidade?
diferentes. E é claro, que em minha casa tem
que se passar o mesmo e como somos Eu estava no meu próprio presépio, a O certo e que voltei a acreditar no
cristãos temos que nos preparar para o viver a história do Nascimento de Cristo, espírito de Natal, na sua magia e que continuo
nascimento do Menino Jesus ( isto é o que diz acompanhado pelas minhas figuras de barro a gostar muito do meu presépio!
a minha mãe quando tento fugir a estas tarefas ( que agora eram Humanas)!
natalícias).
SOCORRO! Eu só queria a minha
No dia em que fui buscar musgo, Samuel Figuiredo nº20 9º C
cama e a minha casinha! SOCORRO!
montei o presépio com a minha mãe e achei
piada aquelas figurinhas de barro, muito Tive que aceitar a situação e só
rústicas e com cores muito vivas. Recordei-me pensava quando é que terminava aquele
do episódio da sua compra e foi com mais sonho, ou pesadelo. Belisquei-me, arranhei-
vontade que escolhi os locais para as colocar. me, puxei os cabelos, mas não resultou porque
Os reis Magos distantes da gruta do Menino não acordei!
Jesus, num alto de um monte perto de um
castelo com os seus guardas, os pastores, os
rena numa grande correria, entrou para dentro
Uma História de Natal Alice no País do Natal de um buraco que havia no tronco de uma das
árvores. Alice estava curiosa, mas ao mesmo
tempo receava, pois não sabia se entrar
naquele buraco era boa ideia. Mas a
Há muitos anos, havia num certo lugar
Num país muito distante aconteciam curiosidade falou mais alto e esta acabou por
uma grande floresta de pinheiros mansos,
coisas nunca vistas anteriormente, as fábricas nogueiras e carvalhos. Nessa grande e bela entrar. Quando entrou, viu-se numa grande
de brinquedos do Pai Natal. Já no mês de sala de estar muito bem decorada e
floresta, numa casa feita de madeira, morava
Dezembro os duendes trabalhavam para que o ornamentada. Do tecto pendiam longos
uma menina chamada Alice.
Pai Natal fosse distribuir os brinquedos às pingentes de gelo, e uma grande árvore de
crianças, mas existia na zona das fábricas um Alice era uma menina sonhadora, e que Natal erguia-se a um canto, enfeitada com
grupo de homens que queriam que as fábricas
como todas as crianças, muito curiosa. muitas bolas prateadas, largas fitas vermelhas
fossem destruídas. Mas esses homens em vez
das destruírem, planearam um assalto. e luzes de todas as cores. A sala, estava
Aproximava-se o Inverno e com ele a
Tiveram muitas semanas reunidos, mas rodeada de pequenas portas de madeira, Alice
maior festa do ano, o Natal. Os ramos das
deixaram passar o assunto. tentou sair dali, mas era demasiado grande
Os duendes trabalhavam todos os árvores já despidas, estremeciam à menor
para conseguir passar por uma das portas.
dias, e à tardinha o Pai Natal começou a aragem, o vento soprava frio e seco cobrindo a
receber cartas de crianças com os brinquedos floresta com um manto de neve fria e cristalina. De repente, deu-se conta que em
que gostariam de ter. Então o Pai Natal teve Alice já sonhara com essa noite, em que toda a cima da mesa estava uma chávena de
uma ideia e comunicou-a aos duendes: família se reunia à mesa para cear o peru chocolate quente a fumegar e uma chave. Sem
- A partir de hoje cada duende vai assado, o bacalhau, as filhoses, as azevias e o resistir, Alice bebeu o chocolate, enquanto o
ficar com cinco cartas de crianças, e os
arroz doce tão apetecível, num ambiente de bebia ia diminuindo o seu tamanho até
pedidos têm de ser feitos antes da noite de
Natal! paz e amor. conseguir passar por uma das portas.
Os duendes concordaram com a
Do outro lado da porta estava uma
proposta e começaram a tirar as cartas e a
fazer os pedidos, todos os dias. Mas o tal pequena aldeia cheia de cor e alegria, nela
grupo de homens não se tinha esquecido do circulavam pessoas minúsculas com orelhas
assalto. Certa noite, os homens assaltaram pontiagudas, narizinhos arrebitados e grandes
todas as fábricas do Pai Natal e ficaram todos olhos pontiagudos. Todos vestiam roupas
contentes por roubarem os brinquedos e pequeninas, calçavam sapatos grandes e
destruírem alguns dos materiais dos duendes. usavam um barrete na cabeça. Alice ao ver
No outro dia, quando o Pai Natal foi
abrir as fábricas para os duendes irem toda aquela gente achou muita graça, pois ela,
trabalhar, ficou muito triste por ter sido naquele momento tinha as mesmas medidas
assaltado, e não podia fazer queixa á policia que eles. A menina continuou a andar e foi ter
para não mostrar a sua identidade por causa ao centro da aldeia. Dirigiu-se a uma das
das crianças. Mas o pai foi determinado e muitas bancas que ali se encontravam. Nessa
disse aos duendes: banca, coberta de deliciosas iguarias um
- Estes homens que fizeram isto vão
pequeno duende e um urso polar festejavam o
pagá-las, pode não ser hoje, mas qualquer dia
vão ser surpreendidos. “Não Ano Novo”. Alice pensou que estes
A manhã da véspera de Natal, abria
Os ladrões também tinham roubado estavam malucos, mas como não queria ser
o caminho e desenhava no horizonte o Sol de
as cartas, mas os duendes tinham cópias de indelicada, perguntou o porquê de estarem a
todas elas. Os duendes em coro disseram: uma manhã de Inverno, uma geada fresca e festejar. Enquanto o duende e o urso polar
- Se nós temos as cópias das cartas, brilhante caía sobre a floresta cobrindo as explicavam o motivo, a rena que ela seguira
vamos continuar a fazer os brinquedos. plantas com uma fina camada de neve branca.
entrou de rompante na aldeia numa grande
Vamos! Alice acordara cedo para ajudar a sua mãe aflição. Esta, bastante ofegante, corria pela
O Pai Natal ficou muito contente com com os preparativos para a tão ansiada ceia de
a atitude dos duendes e, começou a analisar aldeia anunciando aos habitantes que o Pai
Natal. Pela casa pairava uma grande azáfama
no seu escritório quem poderia ter assaltado as Natal, as renas e os presentes tinham sido
e todos corriam de um lado para o outro a fim
fábricas e roubado os brinquedos. levados pelo malvado e temível Génio do Gelo,
Os duendes fizeram todos os de terem tudo pronto à hora do jantar. Para e que este controlava a fábrica dos brinquedos
presentes pedidos e disseram ao Pai Natal que aquecer a casa, a mãe de Alice pediu-lhe que e mantinha os trabalhadores como reféns.
já podia ir fazer a sua distribuição. Foi isso que fosse até ao casão buscar um grande feixe de
fez, passou por todas as casas, menos por lenha para acender a lareira. A menina vestiu Os aldeões entraram em pânico, pois
cinco. Eram as casas dos assaltantes. O Pai um casaco, calçou as luvas e colocou o gorro sem o Pai Natal, as renas e os presentes para
Natal conversou com as renas do seu trenó as crianças, não podia haver Natal. Alice ao
na cabeça, pegou numa caixa de cartão e saiu
para decidir se daria prendas às crianças dos
para a rua. De repente, enquanto caminhava ouvir esta notícia ficou muito triste, pois a noite
assaltantes. E o Pai Natal disse:
- Por me terem assaltado as fábricas em direcção ao casão ouvia uma voz aflita: com que ela sonhara estava prestes a
este ano os seus filhos ficam sem prendas! desaparecer, então decidiu tomar uma atitude.
-Ajuda-me! Ajuda-me!
Os assaltantes com pena das suas Convenceu os aldeões a aliarem-se a ela e
crianças, nunca mais voltaram a roubar ou Olhou na direcção da voz e ficou juntos elaboraram um plano para que
destruir alguma coisa. pudessem fazer frente ao malvado Génio.
espantada com o que via, à sua frente estava
uma rena muito bem vestida, que corria num Juntos foram em direcção ao sombrio castelo
Luís Matias Nº11 - 9ºC
grande encalço sem deixar de repetir aquela do Génio do Gelo. Quando lá chegaram, já os
frase. Alice sem hesitar foi atrás dela, mas a
guardas os tinham avistado, cercaram-nos e Maravilhas. Lá tinha feito muitos amigos, que Alice e Clarinha caminharam durante dois
levaram-nos até à presença do Génio do Gelo. não via desde da última vez que lá tinha maravilhosos e inacreditáveis dias. Na
estado, porque a entrada para esse país nunca primeira noite, dormiram no estábulo onde
O Génio ficou surpreso ao olhar para
estava no mesmo sítio. Por mais que ela lá nascera o menino Jesus, em Belém; na
Alice, pois esta tinha uma imagem muito quisesse ir, não o poderia fazer nunca mais, ou segunda noite, no Hotel dos Anjos na cidade
diferente da dos aldeões, e perguntou-lhe:
será que podia? Estamos em 2010; é Natal, e cintilante.
-O que queres criatura? A que vens? Alice estava em casa com sua irmã mais velha Ao chegarem ao sítio indicado pelo conde
e uma menina, loirinha, com lindos olhos verde Peru, chegaram a um grande carvalho, todo
Alice respondeu: maçã, de 6 anos, ao seu colo, era sua irmã cristalizado, com três grandes bonecos de
-Venho ajudar os meus novos mais nova, a Clarinha (nestes anos que neve à sua volta; um, com um cachecol de lã,
amigos, pois queremos que a noite de Natal se passaram ela tinha tido uma irmãzinha). outro com uma cartola de veludo, e por último
realize. o terceiro boneco de neve com um lindo
Alice costumava contar a Clarinha suas casaco vermelho.Todos eles tinham grandes e
O Génio do Gelo olhou para ela aventuras no país das maravilhas, e esta sorridentes bocas.
muito sério e de um momento para o outro escutava atentamente sem perder um - Mana, onde está o Pai Natal? – Perguntou
começou a rir-se, fazendo pouco desta. bocadinho. Clarinha com uma cara meio triste.
Pensando que Alice era uma criatura frágil, o - Não sei Clarinha! – respondeu Alice, tentando
Génio, lançou-lhe um desafio: Um dia Alice e Clarinha passeavam no parque, fazer um sorriso.
cheio de neve, quando de repente lhes cheirou
-Vamos fazer um jogo, se ganhares Nisto começou a cair uma chuva de pó
a chá e bolos.
eu solto o Pai Natal, as renas, os duendes e os dourado, e começou-se a ouvir o som dos
presentes, realizando-se a noite de Natal, caso sinos que ecoavam suavemente no ar.
-CRACK! - Ouviu-se.
contrário terás de ficar no meu castelo e servir- Naquele momento, parecia que o tempo tinha
-O que é isto? - Perguntou Alice olhando para parado. Fecharam os olhos e pensaram no
me para sempre.
o chão gelado. Natal; lembraram-se da sua família e amigos.
Alice ficou receosa, pois se perdesse Ao olhar viu um relógio de bolso meio partido e E quando abriram os olhos, viram à sua frente
não poderia voltar para junto da sua família e lembrou-se do coelho. Fartou-se de procurar pequenas casinhas de madeira e pedra com as
com eles celebrar o Natal, mas mesmo assim por um buraco, quando ouviu Clarinha gritar chaminés a deitar fumo. No meio daquela
aceitou o desafio. por socorro; tinha caído numa toca de um pequena aldeia, viram uma fábrica, era a
coelho, que por acaso era a toca de coelho fábrica de brinquedos do Pai Natal. Aquela era
Os guardas do Génio do Gelo
que ela procurava. Mergulhou lá para dentro e uma aldeia cheia de luz e cor habitada por
levaram Alice até uma grande sala gelada de
viu a irmã a correr o mesmo caminho que ela; duendes (os ajudantes do Pai Natal).
onde pendiam enormes pingentes de gelo. A
Clarinha estava muito pequenina, mas sem a Naquele país todos dependiam de todos: se as
sala dispunha de muitos acessórios para
chave não poderia abrir porta. Uns minutos crianças deixassem de acreditar no Natal, a
realizar os mais diversos tipos de desportos. O
depois estavam lá fora, mas qual não foi o seu fábrica deixava de funcionar, e se a fábrica
Génio do Gelo retirou um taco, um disco e um
espanto ao perceber que aquele não era o deixasse de funcionar todo o país acabava; as
par de patins e equipou-se para um jogo de
País das Maravilhas, mas sim o País do Natal. estrelas deixavam de brilhar e tudo perdia a
hóquei no gelo.
Naquele país, moravam os primos do magia. Naquele país, e naquela cidade, só
Alice fez o mesmo, e após uma hora Chapeleiro Louco, do coelho e da lebre entra quem acreditar no espírito do natal.
e meia de jogo, venceu o Génio, que furioso maluca. Aquele país era todo branco com Bem, voltando à história. Alice e sua irmã
não queria acreditar no que via. Então, pinheiros por todo o lado e arbustos de luzes dirigiram-se para a fábrica onde foram muito
cumprindo a sua promessa, o Pai Natal, as reluzentes. Naquele país era quase sempre de bem recebidas pelos duendes. Eles fizeram-lhe
renas, os duendes e os presentes foram noite, por isso havia milhares de estrelas uma visita guiada e, no final, da visita levaram-
libertos, assegurando a Noite de Natal. cintilantes de vários tamanhos, com várias nas a ver o Pai Natal e as suas 9 renas:
cores. Rodolfo, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen,
Como o Génio não gostava de perder Cometa, Cupido, Ronder e Blitze.
decidiu vingar-se de Alice. No preciso Alice e sua irmã passearam por ali e Elas montaram o seu trenó com as suas lindas
momento em que este a ia agarrar, Alice encontraram um homem com uma grande
e muito rápidas renas, com os presentes num
acordou gritando por ajuda. cartola e uma lebre com uma grande chávena enorme saco de couro fechado, com enorme e
na mão. Pensou: “Devem se os primos da
Olhou em volta e apercebeu-se de grossa corda. Fecharam os olhos e apreciaram
lebre e do Chapeleiro.”
que estava no casão da sua casa e que tudo a viagem.
não tinha passado de um sonho, ou não… Cumprimentaram-nos e seguiram caminho. Quando abriram os olhos, estavam as duas em
Passaram pela serra de azevinho e pelo lago casa, para sua grande surpresa, no sofá com a
Joana Cortes, Nº11 do 7º B do bacalhau, onde moravam os maravilhosos sua irmã mais velha. Olharam uma para a
bacalhaus que se comem no Natal. Tentaram outra com um olhar cúmplice, ambas sabiam
dirigir-se ao castelo dos magos, onde viviam que não tinha sido um sonho mas que tinha
Era Mais Uma Vez Alice
dois anjos, Gabriel e Miguel, os três reis magos
sido tudo bem real!
e o conde Peru. Aí perguntaram o caminho
para a terra dos Presentes que, em todo o
Era mais uma vez Alice. Uma país, era terra mais importante. Essa terra
rapariga que há anos atrás tinha encontrado ficava no ponto mais a norte do país.
sem querer um maravilhoso país, O País Das Rosa Costa 6ºA
O Pedras Soltas foi subsidiado e mais uma vez pelas jovens empresas de Maria João Parente Chaparro e
Francisco Manuel Chaparro, detentores da marca CHARANGA e que recentemente abriram uma nova loja
em Portalegre, BW KIDS & PABLOSKY, lojas de vestuário, calçado e acessórios para crianças, ambas se
situam na Rua Luís de Camões Nºs 7 e 37 em Portalegre.
Pela sua “teimosia”, pelo seu apoio, nesta quadra festiva o Pedras Soltas deseja à sua gerência, a
todos os seus funcionários e clientes: Um Santo natal, muita saúde, alegria e prósperos negócios.
Nº5
Soltas
ANO - 2010
PREÇO - 50 PEDRINHAS
Pedras
Soltas
Director: Joaquim Correia
Pedras
António Conde
Eduardo Dinis
Sandra Madeira
Carla Cordeiro
Email: pedrassoltas.ebcf@gmail.com