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ARTE TEATRAL
SUMÁRIO
2- A ESSÊNCIA DO TEATRO 18
3- ARTES DA REPRESENTAÇÃO 21
REFERÊNCIAS
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A teoria das inteligências múltiplas foi desenvolvida a partir dos anos de 1980 por
pesquisadores da universidade de Harvard e divulgada, principalmente, pelo
psicólogo, líder do grupo de pesquisas, Howard Gardner.
Gardner fundamentou sua teoria na afirmação de que a inteligência não poderia ser
medida e tampouco poderia se restringir às habilidades linguística e lógico-
matemática. Para o pesquisador, os seres humanos normais têm condições de
desenvolver pelo menos sete habilidades interdependentes, que se relacionam e
auxiliam na resolução criativa de problemas.
Gadner ainda comenta a ênfase dada pela educação tradicional a dois tipos de
inteligência em detrimento das outras.
Assim, não é por acaso que a teoria das múltiplas inteligências exerceu grande
influência em pesquisas educacionais. A experiência nas escolas demonstra que o
fracasso escolar, na maioria das vezes, não está associado a crianças, jovens ou
adultos incapazes de resolver problemas práticos no cotidiano, mas a pessoas
incapazes de atenderem a uma solicitação muito restrita acerca das potencialidades
das inteligências.
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encorajar os seus alunos (...) a resolver problemas e efetuar tarefas que estejam
relacionadas com a vida na comunidade a que pertençam, e que favoreçam o
desenvolvimento de combinações intelectuais individuais a partir da avaliação
regular do potencial de cada um. (GAMA,p.4)
O Teatro e a Educação
Por meio das coreografias, ritmo de cena, textura de timbres vocais, utilização de
instrumentos para a sonoplastia, estimula-se a inteligência musical.
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[...] como uma das formas de inteligência, não apenas num domínio ou disciplina,
mas como uma habilidade visionária aplicada em sociedade, ou até mesmo para
reorientar este domínio segundo as necessidades sociais.
O psicólogo alerta que a liderança tem dois vieses, um positivo e negativo. O líder
negativo influencia tanto quanto o construtor, por isso, é comum escolas que não
dão vazão e não trabalham com o desenvolvimento dessa habilidade descobrirem
―muito tarde‖ e por meio, às vezes, de ações catastróficas, líderes negativos que
poderiam ter contribuído positivamente para o fortalecimento da comunidade
escolar.
assim um líder pode não ser um aluno exímio em matemática, mas, por exemplo, em
habilidades manuais, e, ao ter a possibilidade de demonstrar isso, sua liderança
caminha para a vertente da construção e não do mero enfrentamento, como se
percebe em muitas salas de aula, nas quais alunos que exercem liderança a utilizam
para enfrentar um sistema no qual se percebem excluídos.
Teatro-Educação X Teatro-Pedagógico
Contudo, embora não seja o foco principal do teatro-pedagógico, ele não se abstém
de trabalhar a formação humana dos alunos, pois como dito anteriormente, o teatro,
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Peter Slade, pesquisador inglês que viveu o período entre guerras, desenvolveu
pesquisas inéditas no campo do teatro com crianças e com portadores de
necessidades especiais.
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são, segundo o autor, meio ótimo para liberação da agressividade, atuando como
uma catarse (katarsis).
Os jogos teatrais são procedimentos lúdicos com regras explícitas. [...] No jogo
dramático entre sujeitos (faz-de-conta) todos são ―fazedores‖ da situação imaginária,
todos são atores. Nos jogos teatrais o grupo de sujeitos que joga pode-se dividir
em‖times‖ que se alternam nas funções de ―atores‖ e ―público‖. [...] Na ontogênese o
jogo dramático (faz-de-conta) antecede o jogo teatral.‖ (JAPIASSU, 1998, p.3).
Ainda sobre essa capacidade dos jogos teatrais, no que concerne à potencialização
de autoconhecimento, a dramaturga e diretora brasileira, Maria Clara Machado
(1972), observa que a criança tem mais possibilidades de encontrar consigo mesma
fazendo uma cena improvisada do que conversando com uma psicóloga.
Desta forma, não é difícil que por meio dos jogos dramáticos, ou de pequenas cenas
improvisadas, o aluno encontre uma oportunidade de liberação da agressividade e
da potencialidade da criação, ―transportando‖ sua bagagem emocional para aquele o
momento em que coloca, ainda que sem consciência, em cada palavra e ação,
traços de sua própria história e personalidade.
Sobre esse processo, Maria Clara Machado conta a experiência de uma monitora
com crianças de 10 e 12 anos, durante um pequeno esquete sobre a história dos
índios:
alguma forma, o ―resgate do ser humano diante do processo social conturbado que
se atravessa na contemporaneidade‖ (KOUDELA, 2005, p.147).
Um dos grandes desafios da atual educação hoje é unir a prática à teoria artística,
ou seja, trabalhar a livre-expressão e a espontaneidade, juntamente com
embasamentos teóricos e estudos sobre a arte.
O ensino da arte só apareceu em plena ditadura militar a partir da lei 5692/71 como
obrigatoriedade da educação, então denominada Educação Artística (a LDB de 1961
instituía o ensino de artes, porém não de forma obrigatória). A lei,
contraditoriamente, exigiu professores com habilitações específicas obtida em curso
de graduação de licenciatura plena, mas ignorou a inexistência de cursos
universitários para a formação dos mesmos. (CAVASSIN, 2008, p.45)
Sem uma consciência clara de sua função e sem uma fundamentação consistente
de arte como área de conhecimento com conteúdos específicos, os professores não
conseguem formular um quadro de referências conceituais e metodológicas para
alicerçar sua ação pedagógica; não há material adequado para as aulas práticas,
nem material didático de qualidade para dar suporte às aulas teóricas
(MEC/SEF,1997, p. 27).
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Desta forma, não é difícil encontrar professores ―de artes‖ extremamente teóricos e
―professores de teatro‖ que restringem o trabalho a leitura e encenação do texto,
desconsiderando ―que o percurso criador do aluno, contemplando os aspectos
expressivos e construtivos, é o foco central da orientação e planejamento da escola.‖
(MEC/SEF, 1997, p.35).
Ainda sobre a atuação do professor de artes nas escolas, Jorge Larrosa (2003, pp.
51-52) afirma que ―professor é alguém que conduz alguém a si mesmo [...] alguém
que sem exigir imitação e sem intimidar, mas suave e lentamente, nos conduziu até
nossa própria maneira de ser‖.
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Dessas quatro, a partir de 2011, a música foi incluída como obrigatória, e dentre as
outras três, as Artes Visuais, quase que por unanimidade, é a disciplina escolhida.
(CAVASSIN, 2008).
Conclusão
Embora o teatro na educação seja ainda pouco explorado pelas escolas no Brasil,
ele é, sem dúvida, uma atividade pedagógica que promove não só a inclusão, mas
também a socialização dos alunos no ambiente escolar, de forma produtiva. Amplia
o universo cultural e o desenvolvimento das diversas habilidades como a
interpretação e produção de texto, a leitura oral, a criatividade, as inteligências
musical, intra e interpessoal e a cinestésica.
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2- A ESSÊNCIA DO TEATRO
O "fato dramático" é portanto o ator. Não há teatro sem poeta, mas há poesia sem
teatro: a arte do ator e o texto teatral vem um para o outro e um do outro. O autor
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está em tudo aquilo onde criar não é representar: somente o ator está sobre a cena,
e ele não pode estar em nenhum outro lugar.
Estou diante de um homem. Afirmo que ele é alto, magro e moreno; mas eu quase
não intervenho para afirmar que ele está lá: sua presença afirma-se em mim. Eu o
conheço como alto, magro e moreno; eu o conheço também como existente e
presente: mas os dois conhecimentos são bem diferentes. O primeiro é um saber
detalhado e progressivo; descubro pouco a pouco o que é esse homem, e depois
quem é esse homem. O segundo é uno e instantâneo: esse homem está lá, nada
mais, nada menos. Eu posso consignar um saber: descrevo o homem que está
diante de mim; posso transmitir meu saber: as memórias estão cheias de "retratos".
Esse homem está lá: que mais dizer? Sua presença será simplesmente o objeto de
uma informação.
O pensamento não passa de um conhecimento de um outro por graus, mas por uma
inversão é preciso voltar-se para o concreto cru. A inteligência abstrai do real suas
qualidades, que ela restituir-lhe-á sob a forma de atributos no julgamento. Quando
ela o tenha esvaziado de todas as suas qualidades, ela não poderia separar a
existência do existente: a abstração não pode mais abocanhar. (5) A existência não
pode ser atributo, pois ela é o lugar dos atributos; ela não pode ser uma
propriedade, pois ela é o proprietário: resta apenas sofrer sua presença.
Tal conhecimento não é uma sensação, pois ele não é especificamente nem visual,
nem tátil, nem auditivo: ele não é próprio de nenhum sentido, embora cada
percepção lhe deva sua consistência. Ele também não é um sentimento, se com
essa palavra designamos uma afeição do sujeito que se sente feliz, descontente ou
triste. "Intuição" também não convém (6): uma intuição que não se refere ao eu do
sujeito visa um objeto; ora, a existência não é jamais um objeto; ela é aquilo que há
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de objetivo no objeto: uma espessura sem contornos, uma opacidade sem formas,
uma música sem linhas, são abstrações desesperadas para designar aquilo que o
objeto não deixará jamais que se colha nele. O melhor termo é sem dúvida o que
propôs um dia M. Gabriel Marcel: a realidade nos é dada em uma certeza (7),
certeza contínua e potente como o baixo que sustenta um canto, certeza que me
permite avançar sem medo de cair no vazio.
O dado imediato da presença é também um dom. Uma vez que ele está lá, eu sei
que desse homem aquilo que nenhum documento, nenhuma descrição e nenhuma
fotografia me dirá. Um conhecimento à distância freqüentemente é mais completo e
mais exato; o biógrafo às vezes compreende seu herói melhor do que o fizeram os
mais sutis de seus contemporâneos. Mas o recuo aproveita ao saber e, ainda uma
vez, da presença não emana nenhum saber: ela cria antes uma espécie de
cumplicidade propícia aos olhares indiscretos. Esse homem está em meu universo;
eu estou no seu: a vida obriga-me a simplificar e eu concluo logo que nós estamos
no mesmo; ei-nos aqui, por um instante, juntos no mesmo barco e é preciso que
façamos um acordo entre nossas prudências. Ora, essa familiaridade gera uma
sagacidade mais viva e mais perspicaz que a reflexão, senão mais justa, sagacidade
que dispensa de terminar as frases, que permite comunicar sem palavras, que lê nos
olhos e corrige as mentiras da boca através do imperceptível tremor de uma mão.
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3- ARTES DA REPRESENTAÇÃO
Elementos do teatro
Para que um espetáculo teatral aconteça, são necessários três elementos básicos:
Ator: aquele que interpreta, representa uma história, uma ação, com base em um
texto, é ele que dá vida à personagem por meio de sua voz e de seu corpo, que são
suas ferramentas de trabalho e precisam ser sempre aprimoradas com treinamento
contínuo. Antigamente somente homens atuavam no teatro, foi só a partir do século
XVII que as mulheres passaram a aparecer em cena.
Personagem: cada uma das figuras humanas apresentadas em uma obra de ficção
(peça teatral, romance, conto, filme etc.) ela pode ser: protagonista, que é a
principal; antagonista, que é o adversário, o vilão, que fará oposição ao protagonista;
e o coadjuvante, que é a personagem secundária.
Espectador: pessoa que observa, presencia qualquer ato ou espetáculo. Além deles,
colaboram ainda diretores, dramaturgos e técnicos.
A palavra teatro vem do grego, theatron, e significa lugar para ver. As apresentações
teatrais englobam diversas expressões artísticas: musical, corporal e plástica.
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Musical, utiliza-se a música para contar a história, são comuns a ópera, o drama
cantado, e a opereta, que também é cantada. Esse tipo de espetáculo possui um
clima mais suave e alegre. Existem musicais dos mais variados tipos, de MPB
ao rap, e até com instrumentos nada convencionais como sucata e objetos comuns,
rodo, vassoura, além do corpo humano.
A dança é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e
da música. Pode existir como manifestação artística, como forma de divertimento ou
cerimônia.
Teatro de bonecos, quando os bonecos estão presos por fios, varetas e cordas
recebem o nome de marionetes ou títeres. Quando são manipulados pelas mãos
das pessoas são chamados de fantoches. No Brasil, são comuns no Nordeste e
possuem o nome de teatro de mamulengo, cujo significado é mão molenga, em
alusão à maneira como a pessoa segura os bonecos.
O teatro de sombras teve origem na China. Nele, projeta- se a sombra das mãos, de
pessoas, de figuras recortadas em uma parede ou em tecido. É necessária a
utilização de uma fonte de luz.
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Uma peça de teatro envolve drama e ação em seus atos mais puros. Tudo de que
você precisa é uma linguagem e atores. Se deseja se juntar a Shakespeare, Ibsen e
Arthur Miller, será preciso desenvolver uma história ousada, focada nos
personagens e que seja própria para ser interpretada no teatro. Com um pouco de
sorte, você sentirá a animação de ver sua peça finalizada sendo dirigida e atuada.
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Comece com os personagens. As peças são roteiros focados em personagens. Já
que o que vai acontecer basicamente é um monte de conversa entre as pessoas,
quanto mais críveis seus personagens forem, melhor. Em peças boas, as tensões
internas entre os personagens refletem neles externamente. Em outras palavras, os
personagens precisam ter problemas que sejam aparentes em seu comportamento.
O que o personagem quer? O que o está impedindo de conseguir algo? O que está
atrapalhando?
Pensar em trabalhos interessantes pode ser uma boa forma de desenvolver um
personagem. Qual o trabalho mais difícil que você conhece? Há algum emprego que
você sempre teve curiosidade de saber como é? Que tipo de pessoa é um
podólogo? Como alguém se torna um profissional desses?
Não se preocupe com o nome ou a descrição física do personagem. Não significa
nada ter um personagem chamado Rafa, que tem dois metros de altura, abdômen
definido e usa camiseta de vez em quando. Fique com apenas um atributo físico
notável. Talvez seu personagem tenha uma cicatriz na sobrancelha, devido a uma
mordida de cachorro ou talvez nunca use saias.
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Pense no cenário. Esse é o lugar onde a história se passa. Colocar o personagem
em uma situação ou cenário tenso é uma forma importante de criar drama. Combinar
o personagem com o cenário é uma boa forma de desenvolver o personagem e
descobrir como a história vai se desenrolar. Se ser um podólogo é interessante para
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você, que tal ser um podólogo em Paris, Texas? Que tipo de pessoa trabalha como
podóloga em um lugar desses? Por que uma pessoa faria isso?
Seja o mais específico possível ao detalhar o cenário. Quanto mais específico você
for, mais você terá para trabalhar em cima.
Considere quais outros personagens virão com o cenário. Quem trabalha na
recepção da clínica de podologia? Se for um negócio familiar, pode ser a filha do
podólogo. Quem tem um horário marcado na sexta? Quem está aguardando? Para
que eles vieram?
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Pense nas histórias internas. Essas são os conflitos psicológicos dentro dos
personagens. Isso é amplamente escondido ao longo da história, mas é importante
para ter algum sentido conforme você escreve a peça. As histórias internas guiarão
os personagens em suas decisões ao longo do enredo. Quanto mais concreta a
história interna, mais fácil será escrever sobre os personagens. Eles tomarão as
próprias decisões.
Talvez o podólogo desejasse ser um neurocirurgião, mas não tinha estômago para
lidar com isso. Talvez o cronograma de um podólogo seja o menos extenuante e
permita que a versão estudante de medicina do seu personagem frequente muitas
festas, mas sempre tenha boas notas. Talvez seu podólogo seja uma pessoa triste e
incompleta por nunca ter saído de Paris.
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Combine a história interna com a externa. Enredos ruins olham para o passado,
enquanto enredos bons olham para o futuro. Seria bem chato ter uma peça onde o
personagem basicamente reclama o tempo todo sobre como ele não queria ser um
podólogo para depois decidir se matar com cera de sapatos. Em vez disso, encontre
uma situação dramática para colocar seu personagem, de forma que ele seja
testado e mude de alguma forma.
Se for Sexta-feira Santa, talvez os pais do podólogo (aposentados, também eram
podólogos) venham para um jantar de Páscoa. Mas o seu podólogo é mesmo
religioso? Ele vai à igreja? Ele terá que ir para casa e limpar tudo antes do fim de
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semana? O pai dele vai querer que ele olhe as joanetes DE NOVO? Essa vai ser a
gota d’água? O que vai acontecer?
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Leia alguns dramas e assista a algumas produções. Assim como não escreveria
um romance sem antes ter lido algum, é uma boa ideia familiarizar-se com o mundo
do teatro contemporâneo. Confira as peças que você leu e gostaria de ver no palco.
David Mamet, Tony Kushner e Polly Stenham são roteiristas de teatro populares.
É importante ver peças novas se quiser escrever uma. Mesmo que já tenha um bom
conhecimento técnico e adore Shakespeare, é importante familiarizar-se com o que
está em alta. Você não vive na era de Shakespeare, então não faz sentido escrever
peças como se vivesse.
Mesmo que esteja nos seus planos ganhar um prêmio Tony com ―A Páscoa com os
Podólogos‖, você ainda pode se surpreender na escrita. Pode ser que tenha a
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melhor ideia do mundo, mas ainda será preciso escrevê-la e permitir que a surpresa
entre na equação.
No roteiro exploratório, não é preciso se preocupar em formatar ou escrever a peça
corretamente. Apenas deixe as ideias fluírem. Escreva até ter um começo, meio e
fim para a peça.[1]
Talvez um personagem novo apareça na história e mude tudo. Deixe rolar.
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Tente manter a peça curta. Ela é apenas um fragmento de uma vida, não uma
biografia. Enquanto pode ser tentador avançar dez anos ou fazer o personagem
principal largar o emprego e se tornar um ator famoso em Nova York, uma peça não
é o melhor ambiente para essas mudanças drásticas nos personagens.
Sua peça pode terminar com a tomada de uma simples decisão ou com um
personagem confrontando algo inédito para ele. Se sua peça termina com um
suicídio ou um homicídio, repense o final.
Siga sempre em frente. Nos primeiros rascunhos, você provavelmente vai escrever
diversas cenas que parecem não ir a lugar algum. Não tem problema. Às vezes, é
preciso deixar o personagem ter uma conversa longa e desconfortável com seu
cunhado durante o jantar, e isso pode dar uma nova perspectiva à peça. Isso é
ótimo, significa que você está escrevendo bem, mas também não quer dizer que o
jantar inteiro seja importante para a peça.
Evite cenas onde o personagem ficará sozinho. Nada pode acontecer no palco com
ele no banheiro se olhando no espelho, por exemplo.
Evite uma introdução muito longa. Se os pais do podólogo vão chegar, não leve
vinte páginas para dizer isso. Faça a cena acontecer logo para que você tenha mais
material para trabalhar em cima. Facilite as coisas.
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Quando a filha do podólogo perguntar ―O que houve?‖, a forma como ele responderá
dará o tom do conflito. Talvez ele faça um drama, revire os olhos e diga ―Tudo!‖,
jogando um monte de papel no ar, fazendo a filha rir. Mas sabemos que ele está
criando caso sobre o que está errado. Se ele dissesse ―Nada. Volte ao que você
estava fazendo.‖, veremos o personagem de um jeito diferente. [3]
Não deixe os personagens mostrarem seus conflitos internos. Um personagem
nunca deve bradar ―Eu sou apenas um fragmento de homem desde que minha
mulher me deixou!‖ ou qualquer outra coisa explícita que entregue todos os
segredos. As ações devem falar pelos personagens, então não é interessante que
você os force a se explicarem para o público.
Revise. O refrão do roteirista? ―Mate seus queridos‖. Você precisa ser duramente
crítico em relação aos seus rascunhos para pegar os primeiros esboços e colocá-los
no drama que você deseja escrever. Elimine cenas que enrolam demais e os
personagens inúteis. Deixe a peça tão sucinta e concisa quanto puder.
Volte aos seus rascunhos e, com um lápis, marque todos os momentos que pausam
o drama com um círculo e sublinhe os momentos que desencadeiam o drama. Corte
tudo que está circulado. Se acabar eliminando 90% do que você escreveu,
paciência. Preencha os espaços vazios com coisas que façam a história avançar.
Escreva quantos rascunhos for preciso. Não há uma quantidade certa a ser feita.
Continue nesse processo até a peça ser finalizada, ficar satisfatória ao ler e
preencher todas as expectativas da história.
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Salve cada versão do rascunho para que possa arriscar novas abordagens, mas
sempre podendo voltar ao original. Os arquivos dos processadores de texto comuns
são leves, vale a pena.
Formatando a peça
Divida o enredo em cenas e atos. O ato é uma peça menor dentro da peça
principal, composto de diversas cenas. As peças costumam ter, em média de três a
cinco atos. Geralmente, uma cena tem um conjunto determinado de personagens.
Se um personagem novo aparece ou se um personagem sai de cena, significa que a
peça está entrando em uma cena nova.
Um ato é difícil de distinguir. A história do podólogo pode terminar seu primeiro ato
com a chegada dos pais e a introdução do conflito principal. O segundo ato pode
envolver o desenvolvimento do conflito, incluindo cenas onde os pais discutem com
a filha do podólogo, o jantar de Páscoa acontece e eles vão à missa. No terceiro ato,
a filha pode se reconciliar com o pai, dando um fim ao conflito. Fim.
Quanto mais experiência você tiver em escrever peças, mais fácil será para pensar
em atos e cenas conforme você esboça seus primeiros rascunhos. Não se preocupe
com no começo com a formatação — é mais importante acertar no drama.
Inclua direções de palco. Cada cena deve começar com direções de palco, nas
quais você descreve brevemente os componentes físicos do palco. Dependendo da
história, essa parte pode ser bem elaborada ou simples. É a oportunidade de
influenciar o ambiente em que se passará a peça. Se é preciso ter uma arma ou
parede no primeiro ato, acrescente na peça.
diálogos. Um beijo, por exemplo, é bom para direcionar, mas não exagere. Não é
preciso descrever cada momento de movimentação física de um personagem,
porque os atores ignorarão essas instruções de qualquer jeito.
Inclua um prólogo. Isso inclui qualquer introdução que você queira acrescentar à
peça, uma lista de personagens e uma descrição breve deles, notas do que você
gostaria de incluir na montagem do palco ou outras diretrizes sobre a direção e,
possivelmente, um resumo básico da peça se você tem a intenção de enviá-la para
concursos teatrais.
Dicas
Não desenvolva os personagens antes de escrever a peça. Conforme vai
escrevendo, você saberá onde é necessário acrescentar alguém e o que o
personagem deverá fazer.
Se a peça não for uma comédia, cuidado com o humor. As pessoas se ofendem com
facilidade se não se tratar de uma comédia. Mas, se for, você uma amplitude maior
de coisas para dizer. No entanto, não exagere (com piadas racistas ou machistas,
por exemplo). Nada de usar a palavra com ―F‖ na frente de crianças. Isso só
funciona em filmes. Piadas com religião podem até dar certo, mas há quem leve
bem a sério.
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Seja criativo!
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1ª arte – Música
A música está presente em nosso dia a dia a partir do momento em que nascemos.
Desde as canções de ninar que cantarolavam para nós, até os ritmos dançantes que
ouvimos em uma festa, por exemplo.
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Pode-se dizer que a linguagem musical é formada por diversos sons que se
apresentam em espaços de tempo pré-determinados, formando assim - ritmo,
harmonia e melodia.
O ritmo é dado pela marcação de tempo entre um som e outro. A harmonia trata-se
da combinação dos elementos musicais simultâneos.
2ª arte – Dança
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ARTE TEATRAL
É uma das formas mais antigas de manifestação artística, tendo origem ainda na
pré-história. As pessoas dançavam em rituais de celebração, agradecimento,
cerimônias fúnebres e para pedir proteção. Ou seja, a dança tinha um caráter
sagrado.
Geralmente esse tipo de arte vem acompanhado da música, sendo quase sempre
inseparáveis, entretanto é possível também expressar-se nessa linguagem sem que
haja som.
"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!"
3ª arte – Pintura
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É uma manifestação artística que possibilita aos homens conhecer melhor o seu
passado, costumes e crenças, pois pode revelar muito sobre a cultura de
determinada época e lugar.
Além disso, é considerada uma das formas de arte mais tradicionais e boa parte das
grandes obras da humanidade são pinturas com tinta a óleo.
Aqui no Brasil, a pintura por muito tempo seguiu as tendências europeias e alguns
pintores responsáveis por uma maior valorização de temas genuinamente brasileiros
são: Tarsila do Amaral, Portinari, Di Cavalcanti, Caribé, entre outros.
4ª arte – Escultura
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ARTE TEATRAL
Usando formas, espaços e volumes, o artista cria obras tridimensionais, ou seja, que
têm altura, largura e profundidade.
Assim como as outras formas de artes que vimos até agora, a escultura também é
muito antiga e começou a ser feita ainda nas sociedades primitivas.
5ª arte – Teatro
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ARTE TEATRAL
Hoje existem muitas maneiras e estilos de se fazer teatro, entre eles: musical, ópera,
fantoches, teatro de sombras, drama, comédia, teatro de rua, teatro de palco, entre
outros.
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No Brasil, podemos citar Fernanda Montenegro, Paulo Autran, Bibi Ferreira e Raul
Cortez como alguns nomes de destaque nessa arte.
6ª arte – Literatura
Com o passar do tempo e sua evolução, ela passou a ser não só um meio de
comunicação simples e direta, mas também uma ferramenta para transmissão de
ideias, sentimentos, reflexões, pensamentos e para narrar histórias.
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ARTE TEATRAL
São muitas as maneiras de escrever e tipos de textos literários, por exemplo: prosa,
ficção, romance, poesia e cordel.
7ª arte – Cinema
A origem dessa linguagem artística se deu no final do século XIX. Na época, muitas
pessoas estavam buscando maneiras de criar algo semelhante ao cinema.
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ARTE TEATRAL
Mas foram os irmãos Auguste e Louis Lumière que fizeram a primeira projeção
cinematográfica ao público, em 1895, na França.
A partir de então, essa técnica foi muito aprimorada e hoje podemos apreciar e nos
divertir com filmes em 3D, que dão a ilusão de estarmos de fato dentro da história
contada.
8ª arte – Fotografia
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ARTE TEATRAL
A palavra fotografia tem origem grega e significa escrever com a luz, sendo que foto
quer dizer luz e grafia exprime a noção de escrita. É uma arte que se utiliza de
máquinas para captar imagens por meio de reações obtidas através da iluminação.
Fotografar é como fazer um ―recorte‖ do mundo, optar por exibir um ponto de vista,
um determinado olhar. Contudo, também possibilita a criação de ―novas realidades‖,
fazendo uso de cenários, figurinos e poses, explorando ao máximo toda a
capacidade imaginativa do ser humano.
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ARTE TEATRAL
Essa maneira de narrar histórias surgiu entre 1894 e 1895. Seu inventor foi o
americano Richard Outcault, que publicou em jornais o que foi considerada a
primeira história em quadrinhos.
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ARTE TEATRAL
Yellow Kid (Menino Amarelo), era uma tirinha que trazia como personagem uma
criança de origem humilde, que vivia nos guetos americanos, falava gírias e vestia
uma camisola amarela. Essa HQ tinha como propósito criticar a sociedade de
consumo e trazer à tona assuntos como a questão racial.
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ARTE TEATRAL
A partir do lançamento do Atari, em 1977 nos EUA, o universo dos games ganhou
impulso. Com o Atari, era possível entreter-se com diferentes jogos utilizando o
mesmo console, ou seja, a mesma máquina – ou videogame.
Por conta da evolução tecnológica, esse tipo de arte está sendo constantemente
aprimorado, sendo uma das formas mais populares de diversão e entretenimento em
todo o mundo.
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ARTE TEATRAL
Toda a forma realizada por meio de computadores pode ser chamada de arte digital.
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Alguns artistas brasileiros que utilizam essa linguagem são Guto Lacaz e Eduardo
Kak.
O que é arte?
Performance "O que é arte? Pra que serve?" do artista pernambucano Paulo
Bruscky (1978)
Palavra que tem origem no latim (ars), arte significa habilidade e pode ser
compreendida como a capacidade humana de manifestação cultural.
Como pudemos ver, são diversas as maneiras que as pessoas encontraram para se
expressar artisticamente, cada uma com suas particularidades e linguagens.
E os 7 tipos de arte?
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ARTE TEATRAL
Em 1911, o crítico de cinema Ricciotto Canudo criou o que ele chamou de Manifesto
das sete artes e estética da sétima arte, que foi publicado em 1923. Nesse
manifesto, ele classificou a arte em sete tipos.
música
dança
pintura
escultura
teatro
literatura
cinema
fotografia
história em quadrinhos (HQ)
jogos eletrônicos (games)
arte digital
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ARTE TEATRAL
Dessa maneira, seja como texto ou apenas pretexto, os narradores oferecem uma
preciosa fonte a subsidiar uma investigação da possibilidade de uma transcriação2
de suas narrativas orais em uma literatura dramática, passíveis ou não de serem
encenadas. Os fatos ou acontecimentos coletivos transmitidos pelos narradores são,
em um primeiro momento, absorvidos de maneira individual e, posteriormente
comunicados, partilhados para uma esfera que é coletiva. No momento dessa
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Assim, existe uma aceitação quanto ao fato de a mediação eletrônica fixar a voz e
também a imagem, só que a voz que se faz ouvir não é a mesma da relação de
momento, torna-se abstrata. Paul Zumthor usa como exemplo a voz de um
computador, de maneira que mecanismos de registro das narrativas orais (gravador,
câmara fotográfica ou uso do vídeo) permitem o estudo de outros sistemas
semióticos para além da linguagem verbal, mas não conseguem contemplar todas
as percepções sensoriais, e isso é de fundamental importância, pois, a partir dessa
introdução nos estudos literários, Zumthor nos coloca um problema que é de
método, o que vem da idéia de performance. Não por acaso, contos ouvidos na
infância, quando retomados em outra fase da vida, diversas vezes causam
estranhamento, aparentam sentidos diversos, como se fossem outros, porque hoje o
comprometimento do momento é outro. Falta a atração do jogo, os odores, os
ritmos, os sons do ambiente, que, de certa forma, faziam parte da história. Outra
pessoa narrando hoje a mesma história é como a leitura de um texto, não
ressuscitando a união do corpo ao espaço presente naquele momento, de maneira
que ―Habituados como somos, nos estudos literários, a só tratar do escrito, somos
levados a retirar, da forma global da obra performatizada, o texto e nos concentrar
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sobre ele‖. (ZUMTHOR, 2000, p.35) Em sua obra Rua de mão única, Walter
Benjamin já chamava atenção sobre a necessidade de um olhar mais atento sobre a
performance, quando narra a história de um poderoso rei que se tornava
melancólico a cada dia. Este, certa vez chamou seu fiel cozinheiro e propôs que
fizesse uma omelete de amoras tal qual ele havia saboreado há cinqüenta anos
atrás. A seguir descreveu as circunstâncias em que havia saboreado tão delicioso
prato na infância: Ele ainda era criança quando seu pai travara uma guerra contra
um vizinho e tiveram de fugir. Durante a fuga, passaram fome e, muito cansados,
encontraram uma choupana na floresta. Nela habitava uma vovozinha que lhes
preparou a omelete de amoras, tão saborosa que lhe deu nova esperança no
coração. Quando mais tarde, tendo tornado-se um poderoso rei mandou em vão
procurar a velha e nada encontrou, nem sequer alguém que soubesse preparar
aquela deliciosa comida. Este era o desafio agora do cozinheiro. Caso não
conseguisse fazer o saboroso prato, deveria pagar com a vida. Então o cozinheiro
disse-lhe que poderia chamar o carrasco, pois apesar de conhecer todos os
ingredientes e a maneira de fazer a omelete, faltava-lhe o tempero daquela época: o
perigo da batalha, a vigilância do perseguido, o calor do fogo, a doçura do descanso,
o presente que era exótico e o porvir do obscuro futuro. (BENJAMIN, 1995, p. 219-
220) Mesmo não utilizando o termo performance, Walter Benjamin, nessa narrativa,
em consonância à Paul Zumthor, também chama a atenção para o momento único
em que ela se realiza. Durante o processo de recolha das narrativas, é
imprescindível considerar as regras de tempo, lugar, a finalidade da transmissão, a
ação do locutor e a resposta do público, pois, diante do desafio de codificar os
aspectos não verbais da performance e os promoverem como fonte de eficácia
textual, não há como pensar apenas em uma adaptação ou coleta, compilação ou
tradução, acreditando que, de acordo com Zumthor:
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Não conta simplesmente o fato, ele revela uma experiência. Toda vez que narra o
mesmo acontecimento, ele está eivado de toda a emoção do momento, de toda
clareza imagética, de como se deu o fato. (ABREU, 2004, p.28)
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REFERÊNCIAS
https://www.e-ublicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/10617/8513>acesso
em 31/03/2020
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1892634>acesso em 31/03/2020
https://www.coladaweb.com/artes/teatro>acesso em 31/03/2020
https://pt.wikihow.com/Escrever-uma-Pe%C3%A7a>acesso em 31/03/2020
https://www.todamateria.com.br/tipos-de-arte/>acesso em 31/03/2020
http://www.abralic.org.br/eventos/cong2008/AnaisOnline/simposios>acesso em
31/03/2020
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