Você está na página 1de 7

Efeito Fotoelétrico

Historia

A descoberta desse efeito ocorreu entre 1886 e 1887 por Henrich Hertz, que usou a
física clássica para explicá-lo. Os conceitos clássicos tornaram a concepção desse
fenômeno insuficiente, dando lugar aos conceitos modernos proposto por Albert
Einstein no ano de 1905. Dentre as propostas de Einstein estão a quantização da
energia, ou seja, para ocorrência da ejeção imediata de elétrons da superfície, a
energia da radiação (ondas eletromagnéticas) estaria concentrada em pacotes
(fótons) e não distribuída sobre a onda (previsão clássica). Demonstrou também que
a velocidade com que os elétrons são ejetados não depende da quantidade de
fótons emitidos, e sim da frequência que esses fótons possuem; relação que pode
ser compreendida através da expressão a seguir.

Como toda descoberta, esta também se deu por acaso quando Heinrich Hertz, em
1887, investigava a natureza eletromagnética da luz. Estudando a produção de
descargas elétricas entre duas superfícies de metal em potenciais diferentes, ele
observou que uma faísca proveniente de uma superfície gerava uma faísca
secundária na outra. Como esta era difícil de ser visualizada, Hertz construiu uma
proteção sobre o sistema para evitar a dispersão da luz. No entanto, isto causou
uma diminuição da faísca secundária. Na seqüência dos seus experimentos ele
constatou que o fenômeno não era de natureza eletrostática, pois não havia
diferença se a proteção era feita de material condutor ou isolante. Após uma série de
experimentos, Hertz, confirmou o seu palpite de que a luz poderia gerar faíscas.
Também chegou à conclusão que o fenômeno deveria ser devido apenas à luz
ultravioleta.

Em 1888, estimulado pelo trabalho de Hertz, Wilhelm Hallwachs mostrou que corpos
metálicos irradiados com luz ultravioleta adquiriam carga positiva. Para explicar o
fenômeno, Lenard e Wolf publicaram um artigo na Annalen der Physik, sugerindo
que a luz ultravioleta faria com que partículas do metal deixassem a superfície do
mesmo.

Dois anos após a descoberta de Hertz, Thomson postulou que o efeito fotoelétrico


consistia na emissão de elétrons. Para prová-lo, demonstrou experimentalmente que
o valor de e/m das partículas emitidas no efeito fotoelétrico era o mesmo que para
os elétrons associados aos raios catódicos. Também concluiu que esta carga é da
mesma ordem que a carga adquirida pelo átomo de hidrogênio na eletrólise de
soluções. O valor de e encontrado por ele (6,8 x 10-10 esu) encontra-se muito perto
do aceito atualmente ( 4,77 x 10-10 esu ou 1,60x10-19 C). Uma ilustração do arranjo
experimental é apresentada na figura abaixo.

Um dos grandes problemas da física clássica no final do século 19 era explicar o


que acontecia quando se incidia um feixe de luz em uma chapa metálica. Vale
lembrar que nesta época ainda não existia a mecânica quântica, a teoria do muito
pequeno na física. Para se explicar os fenômenos envolvendo átomos e outras
partículas pequenas, desenvolveu-se a mecânica estatística, uma forma de tratar
tais problemas de maneira clássica, fazendo uso da mecânica clássica.

O fenômeno, chamado efeito fotoelétrico, relaciona retirar um elétron da camada


mais externa de um metal fazendo uso de um feixe de luz. Na época, a luz ainda era
entendida como uma onda eletromagnética, e tinha-se que quanto maior a
intensidade da luz, maior a quantidade de energia ela transportava. Utilizando a
mecânica clássica da época, o resultado era que independente da freqüência da luz,
sempre que se incidia luz sobre um metal, era possível aumentar a intensidade do
feixe de modo a arrancar elétrons do material. Era possível medir a energia dos
elétrons arrancados através de um voltímetro.
Entretanto, não era isso que o experimento mostrava. Quando se incidia um feixe de
luz monocromática (freqüência única) sobre uma chapa metálica, o elétron poderia
ou não ser arrancado do metal. Se fosse, tal elétron teria uma energia definida, e o
fato de aumentar a intensidade da luz não resultava em arrancar elétrons com
diferentes energias, mas sim apenas uma quantidade maior de elétrons com a
mesma energia de antes. Caso o elétron não fosse arrancado pela incidência da luz,
aumentar a intensidade da luz também não resultava em passar a arrancar elétrons
do metal. Além disso, se a freqüência da luz incidente fosse variada de maneira
decrescente, para um dado metal existia sempre uma freqüência, chamada
freqüência de corte, para a qual abaixo dela não se conseguia retirar elétrons do
metal, independente da intensidade da luz. Desse modo, a teoria estava em pleno
desacordo com o experimento.
Em 1900, Max Planck, trabalhando em outro experimento, chamando corpo negro,
se defrontou com um problema similar relacionando energia. Neste caso, e como
sempre foi até então, a energia era tida como contínua. Para resolver tal problema,
ele postulou que a energia era discreta, ou quantizada, ou seja, E = h.f, onde h é
uma constante e f a freqüência da luz em questão. Com isso, Planck conseguiu
resolver seu problema e h ficou conhecida como constante de Planck, tendo um
valor bem definido experimentalmente.
Voltando ao efeito fotoelétrico, temos que os elétrons da camada mais externa do
metal são ligados a este por uma determinada quantidade de energia. Chamaremos
esta energia de função trabalho (w), sendo que cada metal possui um valor de w.
Assim, para arrancar um elétron do metal, devemos transferir para este uma energia
w mais uma quantidade de energia que irá ser a energia cinética (E) do elétron, ou
seja, devemos dar ao elétron uma energia U = E + w, o que resulta em uma energia
cinética E = U – w, sendo U a energia da luz incidente.
Einstein, partindo de algumas idéias de Max Planck, considerou a luz incidente na
chapa também quantizada, ou seja, U = h.f. Nesse novo modo de encarar o
problema, a energia cinética do elétron arrancado passa a ser E = h.f – w. Isso
explica totalmente o efeito fotoelétrico, além de mostrar que agora o feixe incidente
não era uma onda eletromagnética, mas sim composto de vários “grãos”,
denominados fótons. Obviamente que isso implica em muito mais coisas na física,
mas por ora iremos nos restringir ao fato que assim o feito é completamente
explicado. Nessa nova equação, a energia cedida ao elétron pela luz não depende
da intensidade desta, mas apenas de sua freqüência. Além do mais, existe uma
freqüência para o qual E = 0, ou seja, não se consegue arrancar elétrons do metal
abaixo desta freqüência, a freqüência de corte.
Em 1918, Max Planck recebeu o prêmio Nobel de física pela descoberta dos
chamados quantas de energia, a quantização da luz. Einstein, pela explicação do
efeito fotoelétrico, ganhou o Nobel em 1921. O efeito fotoelétrico também é um
experimento realizado no curso de física, no qual se determina o valor da principal
constante da mecânica quântica, a constante de Planck, tendo um valor de
6,625×10-27 erg.
Atualmente, o efeito fotoelétrico é utilizado em toda sorte de situações que vivemos no nosso
cotidiano. "Graças ao efeito fotoelétrico tornou-se possível o cinema falado, assim como a
transmissão de imagens animadas (televisão). O emprego de aparelhos fotoelétricos permitiu
construir maquinaria capaz de produzir peças sem intervenção alguma do homem. Os
aparelhos cujo funcionamento assenta no aproveitamento do efeito fotoelétrico controlam o
tamanho das peças melhor do que o pode fazer qualquer operário, permitem acender e
desligar automaticamente a iluminação de ruas, abrir e fechar portas de lojas, etc. 
Os aparelhos deste tipo tornam possível a prevenção de acidentes. Por exemplo, nas
empresas industriais uma célula fotoelétrica faz parar quase instantaneamente uma prensa
potente e de grande porte se, digamos, o braço dum operário se encontrar, por casualidade,
na zona de perigo.

Constante universal 
A teoria do efeito fotoelétrico valeu a Einstein o Nobel de Física de 1921, mas não
por causa das suas aplicações tecnológicas. Foi por demonstrar que a constante de
Planck era universal, isto é, era algo que deveria se manifestar em diferentes
fenômenos físicos. Dito de outro modo, qualquer fenômeno envolvendo a luz deveria
ter a participação da constante de Planck na sua explicação. 

Esse resultado provocou duas reações opostas. De um lado inspirou o jovem Niels
Bohr (1885-1962) no desenvolvimento do seu modelo atômico, que teve como
conseqüência o surgimento da teoria quântica, que valeu ao dinamarquês o Nobel
de 1922. Por outro lado, o resultado despertou a desconfiança do americano Robert
Millikan (1868-1953), que passou 11 anos realizando experimentos para mostrar que
Einstein estava errado. 

Em 1916, Millikan publicou um artigo mostrando que a teoria do efeito fotoelétrico


estava correta. Esse trabalho foi consagrado pela história da ciência como a mais
precisa determinação experimental da constante de Planck. Pela determinação da
carga do elétron e pela verificação experimental da equação de Einstein para o
efeito fotoelétrico, ele ganhou o Nobel de 1923.

Dispositivos como as células fotovoltaicas, usadas na fabricação dos painéis


solares, utilizam o efeito elétrico em sua concepção. A primeira célula solar, no
entanto, foi produzida antes da explicação desse fenômeno por Einstein

Portanto, ao contrário do que muitos imaginam, a mais relevante contribuição de


Einstein com o efeito fotoelétrico não se refere às suas aplicações tecnológicas, mas
à porta que ele abriu para a teoria quântica. 

Na verdade, vários dispositivos que utilizam o efeito fotoelétrico na sua concepção já


haviam sido fabricados antes da teoria apresentada por Einstein. Um exemplo
interessante é a célula fotovoltaica, muito utilizada atualmente para a fabricação de
painéis solares. Embora esse dispositivo, como hoje o conhecemos, tenha sido
desenvolvido nos anos 1940, vale registrar que em 1884 o norte-americano Charles
Fritts construiu o que hoje é reconhecido como a primeira célula solar – três anos
antes da descoberta de Hertz. 

Uma das aplicações do efeito fotoelétrico foi na área de energia foram as células
fotoelétricas ou célula solar, tal dispositivo é composto de uma chapa metálica que
ao ser incidida radiação eletromagnética é capaz de transformar energia luminosa
em energia elétrica, sendo hoje aplicada principalmente na energia solar em energia
elétrica, atuando como um dos equipamentos mais eficientes e limpos na atualidade.

Outra aplicação na área de energia é a iluminação pública de ruas e avenidas, com


sensores e relés fotoelétricos capazes de acender a lâmpadas na ausência de luz
solar e desligar na presença de luz solar, tal aplicação permitiu a economia
significativa no consumo de energia elétrica no país e aplicação dos conceitos de
sustentabilidade, na figura VI vemos um poste com o sistema de iluminação.

Além disso outra aplicação no setor entretenimento é as portas automáticas de


edifícios - Figura VII, shoppings e estabelecimentos comerciais que contém uma
fotocélula instalada, ao incidir um feixe de luz sobre a fotocélula gerando corrente
elétrica, entretanto quando bloquear a luz sobre a fotocélula a corrente elétrica é
bloqueada e as portas são abertas.

Além disso, destacam-se outros aplicações como: Tubos dos televisores, alarmes de
intrusão e no ramo da eletrônica destacam-se os fotodiodos e fototransistores

A descoberta do efeito fotoelétrico teve grande importância para a compreensão


mais profunda da natureza da luz. Porém, o valor da ciência consiste não só em
esclarecer-nos a estrutura complexa do mundo que nos rodeia, como em fornecer-
nos os meios que permitem aperfeiçoar a produção e melhorar as condições de
trabalho e de vida da sociedade.
Graças ao efeito fotoelétrico tornou-se possível o cinema falado, assim como a
transmissão de imagens animadas (televisão). O emprego de aparelhos fotoelétricos
permitiu construir maquinaria capaz de produzir peças sem intervenção alguma do
homem. Os aparelhos cujo funcionamento assenta no aproveitamento do efeito
fotoelétrico controlam o tamanho das peças melhor do que o pode fazer qualquer
operário, permitem acender e desligar automaticamente a iluminação de ruas, os
faróis, etc.

Tudo isto tornou-se possível devido à invenção de aparelhos especiais, chamados


células fotoelétricas, em que a energia da luz controla a energia da corrente elétrica
ou se transforma em corrente elétrica.

Uma célula fotoelétrica moderna consta de um balão de vidro cuja superfície interna
está revestida, em parte, de uma camada fina de metal com pequeno trabalho de
arranque. É o cátodo. Através da parte transparente do balão, dita "janelinha", a luz
penetra no interior dela. No centro da bola há uma chapa metálica que é o ânodo e
serve para captar elétrons fotoelétricos. O ânodo liga-se ao polo positivo de uma
pilha. As células fotoelétricas modernas reagem à luz visível e até aos raios
infravermelhos.

Quando a luz incide no cátodo da célula fotoelétrica, no circuito produz-se uma


corrente elétrica que aciona um relé apropriado. A combinação da célula fotoelétrica
com um relé permite construir um sem-número de dispositivos capazes de ver,
distinguir objetos. Os aparelhos de controlo automático de entrada no metro
constituem um exemplo de tais sistemas. Esses aparelhos acionam uma barreira
que impede o avanço do passageiro, caso este atravesse o feixe luminoso sem ter
previamente introduzido a moeda necessária.

Os aparelhos deste tipo tornam possível a prevenção de acidentes. Por exemplo,


nas empresas industriais uma célula fotoelétrica faz parar quase instantaneamente
uma prensa potente e de grande porte se, digamos, o braço dum operário se
encontrar, por casualidade, na zona de perigo.

A figura 2 esquematiza uma célula fotoelétrica. Quando a luz incide na célula, no


circuito da pilha Pi1 produz-se uma corrente elétrica de pequena intensidade que
atravessa a resistência R cujas extremidades estão ligadas à grelha e ao cátodo do
tríodo T. O potencial do ponto G (grelha) é inferior ao do ponto C ( cátodo) . A
válvula, nestas condições, não deixa passar a corrente elétrica e, portanto, no
circuito anódico do tríodo não há corrente. Se a mão ou o braço do operário se
encontrar, por casualidade ou negligência, na zona de perigo, faz com que seja
cortado o fluxo luminoso que normalmente incide na célula fotoelétrica. A válvula fica
aberta e através do enrolamento do relé electromagnético ligado ao circuito anódico
passa a corrente elétrica, acionando o relé cujos contatos fecham o circuito de
alimentação do mecanismo responsável por parar a prensa.

Uma célula fotoelétrica permite reconstituir os sons registrados nas películas do


cinematógrafo.

Além do efeito fotoelétrico, estudado neste capítulo, dito efeito fotoelétrico externo,
existe também o chamado efeito fotoelétrico interno, próprio dos semicondutores,
muito utilizado, por exemplo, nas resistências fotoelétricas, isto é, aparelhos elétricos
cuja resistência depende da intensidade da iluminação. Aplica-se igualmente nos
aparelhos fotoelétricos semicondutores que transformam, de forma directa, a energia
luminosa em energia elétrica. Tais aparelhos podem servir de fonte de corrente
elétrica, permitindo avaliar a intensidade da iluminação, por exemplo, em fotômetros.
No mesmo princípio assenta o funcionamento das pilhas solares, de que estão
munidas todas as naves cósmicas.

Você também pode gostar