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Questões sobre os capítulos do livro

Introdução à teoria da ciência


(3ª. edição, Florianópolis: Editora UFSC, 2009)
de Luiz Henrique de Araújo Dutra

1. Teorias da Confirmação

1) Quais são as três maneiras pelas quais, segundo os positivistas lógicos, um enunciado
pode deixar de ser significativo? Os enunciados da metafísica tradicional apresen-
tam qual desses três problemas?
2) Explique o critério positivista de significado como redução dos termos teóricos a
termos observacionais.
3) Por que, mesmo tratando de entidades e processos observáveis, a confirmação de
uma lei científica pode levar ao problema da indução?
4) Explique como o critério de significatividade dos positivistas lógicos era também um
critério de demarcação entre ciência e metafísica.
5) Que conseqüências indesejáveis o critério de demarcação positivista lógico acarreta
para o caso das leis e teorias científicas, que são expressam em enunciados univer-
sais?
6) Explique a estrutura em níveis adotada por Carnap para promover a unidade das
ciências, dê um exemplo da psicologia e mostre por que a metafísica fica automati-
camente excluída do sistema da ciência unificada.
7) Por que o segundo critério de Carnap, da confirmabilidade, também não resolve o
problema de garantir o significado dos enunciados universais, tais como as leis ci-
entíficas?
8) Explique como o método de Popper fundamentado no modus tollens permite falsear
enunciados universais.
9) Por que o falseamento, segundo o método proposto por Popper, pressupõe uma base
empírica aceita?
10) Explique o trilema de Fries, discutido por Popper em relação ao problema da base
empírica.
11) Por que, segundo Popper, seu critério falseacionista é um critério de demarcação
adequado?
12) Explique as principais diferenças entre as abordagens de Carnap e Popper.
13) Qual é a diferença entre a caracterização de Quine das sentenças observacionais e
aquela apresentada antes por Carnap?
14) Que semelhança e que diferença importantes há entre as concepções de Popper e de
Quine sobre a base empírica?
15) Por que, segundo Quine e também Duhem, o teste de enunciados científicos não é
conclusivo, nem para o falseamento, nem para a confirmação?

2. Teorias do Progresso

1) Por que podemos dizer que as abordagens dos filósofos que normalmente discutem
as teorias da aceitação e as teorias da confirmação contêm discussões de um ponto
de vista atemporal?
2) Em que circunstâncias, nas discussões sobre as teorias da aceitação e as teorias da
confirmação, as considerações temporais são introduzidas? Dê exemplos.
3) Por que, mesmo à primeira vista, podemos dizer que uma discussão sobre o progres-
so da ciência requer uma abordagem dinâmica ou temporal do conhecimento hu-
mano?
4) Por que a concepção comum do progresso da ciência está ligada a uma visão realista?
5) Explique de que maneira Kant utiliza a noção de progresso cumulativo para caracte-
rizar a ciência em oposição à metafísica?
6) Que outros autores, modernos e contemporâneos, sustentam uma concepção cumu-
lativista do progresso da ciência? Explique suas idéias a esse respeito.
7) Por que o critério de demarcação proposto por Popper, para separar a ciência empí-
rica da metafísica e da pseudo-ciência, implica uma noção não cumulativista do
progresso científico?
8) Admitindo a distinção entre conservação dos problemas e conservação das soluções
para tais problemas, por que podemos dizer que a concepção de Popper, do pro-
gresso através de refutações, é ainda uma concepção conservadora?
9) Por que a concepção de Popper, de um progresso da ciência através de refutações, é
também uma concepção realista?
10) Explique a noção de verissimilhança defendida por Popper a respeito de sua pres-
suposição de que o grau de verissimilhança é um conceito relativo, que faz uma
comparação entre teorias. Que dificuldade insuperável essa posição acarreta?
11) Por que, apesar de rejeitar tanto a preservação dos problemas quanto das soluções
para eles, podemos dizer que Kuhn conserva ainda a idéia de que a atividade cientí-
fica, em contraste com outras, é uma atividade essencialmente progressiva?
12) Caracterize os períodos do desenvolvimento de uma disciplina científica que Kuhn
denomina: (a) pré-paradigmático, (b) ciência normal, (c) ciência extraordinária e
(d) revolução científica.
13) Explique a noção kuhniana de paradigma como matriz disciplinar e relacione com
isso a noção de paradigma como exemplar.
14) Explique a noção de progresso dialético defendida por Boyd e mostre por que ela é
uma noção realista.
15) Explique por que a concepção realista de Boyd retoma as idéias de preservação dos
problemas e das soluções para eles.

3. Teorias da explicação

1) De que maneiras podemos relacionar o grau de confirmação de uma teoria com seu
poder preditivo?
2) Quais são os principais argumentos a favor e contra a idéia de que dar explicações é
uma das tarefas da ciência pura?
3) Por que, do ponto de vista do modelo D-N de Hempel, é preciso que a ciência procu-
re por leis verdadeiras?
4) Por que, do ponto de vista do modelo S-R de Salmon, é preciso que a ciência descu-
bra correlações relevantes entre os fenômenos?
5) Por que, do ponto de vista da teoria pragmática da explicação, de van Fraassen, a
explicação possui necessariamente três termos?
6) No modelo pragmático, qual é a relação entre os contextos e a classe de contraste?
7) Por que, segundo van Fraassen, o poder explicativo de uma teoria científica depende
dos contextos nos quais ela é aplicada para dar explicações?
8) Como o modelo pragmático resolve o problema das assimetrias da explicação?
9) Quais são as quatro causas apontadas por Aristóteles e por que os autores modernos
quiseram preservar apenas uma delas – e qual?
10) Quais são as diferenças fundamentais entre explicações mecânicas e explicações
teleológicas?
11) Que tipo de explicação teleológica requerem as ciências da vida?
12) Caracteriza as explicações intencionais e sua relação com as explicações teleológi-
cas.
13) Caracterize a noção se intencionalidade segundo Brentano e seus seguidores con-
temporâneos, contrastando-a com a noção comum de intencional.
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14) Quais são as três perspectivas das quais Dennett fala? Caracterize-as.
15) Por que as ciências humanas requerem explicações intencionais?

4. Teorias da Aceitação

1) Explique o que são as virtudes epistêmicas ou cognitivas das teorias científicas, e o


que são suas virtudes não epistêmicas ou não cognitivas; dê exemplos de cada um
desses grupos e relacione esse tema com aquele da aceitação das teorias científicas.
2) Qual é a concepção da verdade que, em geral, é pressuposta pelos autores que discu-
tem o realismo científico e por que, sendo assim concebida a verdade de uma teoria
científica, ela implicaria também a existência das entidades inobserváveis das quais
a teoria fala, como argumentam Sellars e Boyd?
3) Aceitando a separação entre o realismo de teorias e o realismo de entidades, como
argumenta Hacking, como poderíamos caracterizar um realista apenas de entidades
e, além disso, um realista apenas de teorias?
4) De que maneira o problema da interpretação (literal ou não-literal) da linguagem
das teorias científicas afeta a discussão sobre os dois tipos de realismo? Como se
poderia associar uma interpretação literal da linguagem científica com uma concep-
ção de que as entidades inobserváveis são ficções?
5) Respeitando aquela distinção entre realismo de entidades e realismo de teorias, ca-
racterize as posições opostas ao realismo, a saber, o instrumentalismo e o nomina-
lismo.
6) Qual é a relação, segundo Boyd, entre a confiabilidade preditiva de uma teoria cientí-
fica e sua verdade aproximada?
7) De que maneira podemos explicar a relação dialética que, segundo Boyd, há entre as
teorias científicas e as descobertas que elas nos permitem fazer?
8) Qual é o papel da metáfora no desenvolvimento das teorias científicas do ponto de
vista realista de Boyd?
9) Explique a noção intuitiva de verdade aproximada defendida por Boyd.
10) Explique a noção de subdeterminação das teorias pelos fatos, que, segundo os an-
tirrealistas, representaria um problema insuperável para os realistas científicos.
11) Caracterize as dimensões epistêmica e pragmática da aceitação de teorias segundo
van Fraassen.
12) Explique as principais diferenças entre a abordagem semântica defendida por van
Fraassen e a abordagem axiomática ou sintática dos positivistas lógicos.
13) Explique a noção de adequação empírica em relação à noção de verdade.
14) Caracterize o critério oferecido por van Fraassen para distinguir coisas observáveis
de coisas inobserváveis.
15) Por que a solução de van Fraassen para o problema de determinar os limites da ob-
servabilidade é uma solução naturalista?

5. Modelos científicos

1) Caracterize um modelo semântico.


2) Quais são os outros significados comuns do termo “modelo”?
3) Como Black caracteriza os modelos em escala?
4) Como Black caracteriza os modelos analógicos?
5) Como Black caracteriza os modelos matemáticos?
6) Como Black caracteriza os modelos teóricos?
7) Explique as noções de analogia positiva, negativa e neutra, de Hesse.
8) Explique as noções de analogia formal e material, de Nagel.
9) Explique as noções de modelo analógico e nômico, de Hempel.
10) Explique a noção de sistemas físicos abstratos, de Suppe.
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11) Por que os modelos científicos, segundo Giere, são entidades abstratas?
12) Por que, apesar de defender a abordagem semântica, van Fraassen não defende
uma noção clara de modelo científico?
13) Caracterize as máquinas nomológicas segundo Cartwright.
14) Aponte as principais características dos modelos nomológicos enquanto abstrações.
15) Caracterize a noção de modelo científico como mediador, defendida por Morgan e
Morrison.

6. Metaepistemologia: ciência empírica e filosofia

1) Descreva em linhas gerais o problema da demarcação entre filosofia e ciência empíri-


ca.
2) Caracterize o naturalismo tópico ou limitado.
3) Caracterize o naturalismo global ou total.
4) Por que a epistemologia naturalizada evita o fundacionismo?
5) Por que a associação entre naturalismo e realismo conduz a um problema de circula-
ridade?
6) Qual é a circularidade que pode haver na naturalização de questões epistemológicas
como a dos limites da observabilidade?
7) Caracterize o naturalismo de teses.
8) Caracterize o naturalismo de atitude.
9) Como o problema da observabilidade pode ser resolvido sem circularidade pelo na-
turalismo de atitude?
10) Por que uma ciência da ciência feita apenas com a atitude naturalista (sem teses
naturalistas) não incorre em nenhuma circularidade?
11) A epistemologia naturalizada é apenas descritiva ou pode ser também normativa?
12) Qual é a relação entre a tendência pragmática e as abordagens modelísticas?
13) Qual é o significado do termo “pragmática” quando falamos de abordagem pragmá-
tica?
14) Compare a perspectiva pragmática com as perspectivas axiomática e semântica.
15) Por que a perspectiva pragmática é também naturalista?

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