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Volume 03 - Historia Da OAB - 0 I0AB Na Primeira Republica PDF
Volume 03 - Historia Da OAB - 0 I0AB Na Primeira Republica PDF
0 1 0 AB na P r i m e i r a R e p ú b l i c a
Rubens A p p ro b a to M achad o
P r e s id e n t e d a O A B
H e r m a n n Assis Baeta
C o o rd e n a d o r
r Edição • 2003
C o n s e l h o C o n s u l t iv o
D a d o s I n te r n a c io n a is d e C a t a lo g a ç ã o - n a - p u b lic a ç ã o (CIP)
E la b o ra d a p e la B ib lio t e c á r ia M a r ia H e le n a d e A m o r im
C RB 1 4 /0 1 8
H is tó r ia d a O r d e m d o s A d v o g a d o s d o B ra s il /
H e r m a n n Assis Baeta, c o o r d e n a d o r . - B ra s ília :
H673 O A B - E d .,2 0 0 3
V. 3
C o n te ú d o : v .3 . O l O A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
/ L ú c i a M a r ia Paschoal G u im a rã e s , M a r ly S ilv a d a M o tta ,
T â n ia Bessone.
T. O r d e m d o s A d v o g a d o s d o B ra s il - H i s t ó r i a
2 . A d v o g a d o s - Bra sil - Im p é r io I. Baeta, H e r m a n n Assis
C D D -1 8 .e d .
3 40 .0 6 0 8 1
Histór,ía_da
O r d e m dos Advogados do Brasil
0 lOAB na Primeira República
Apresentação ____________________________________________________________ 11
In tr o d u ç ã o ______________________________________________________ 15
1. O s n o v o s t e m p o s ______________________________________________________________ 19
2. A v o lta d o p r e s t í g i o ____________________________________________________________34
3. O C o n g re ss o Jurídico A m e r i c a n o ______________________________________________ 39
A p ê n d ic e s a o C a p ítu lo II ________________________________________________________ 84
Capítulo III - A busca da renovação: o Instituto da O rdem dos Advogados Brasileiros
nos anos 2 0 _____________________________________________________________ .91
3. T em p o s de re f o rm a c o n s t i t u c i o n a l ___________________________________________113
4. R elações d e l ic a d a s ____________________________________________________________ 1 18
Anexo II - D isc u rso da posse de Rui B arbosa com o sócio n o I n s titu to dos
Advogados _____________________________________________________________ 165
Anexo III - Discurso da posse de Rui Barbosa como presidente n o Instituto dos
Advogados _____________________________________________________________ 197
APRESENTAÇÃO
•Al 77
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
72 m àM
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ira K c p ú b lic a
•A B 13
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
14 «Al
V t)lu n H ' ) ( ) K J A B n.i I ’ r i n u - i i a K c ' p i i h l i c ,i
INTRODUÇÃO
•à M 15
_____________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
16 9àM
V 'tilu m c J () lO A H Pel I ' l i i i i c i i j K e |)ú l)lic \i
turbulência que m arcou os prim eiros tem pos republicanos. C entrarem os nosso
foco nas estratégias de sobrevivência utilizadas para superar as vicissitudes que
a Casa de M ontezum a enfrentou com a queda do Im pério, em especial, a ênfase
que seus dirig en tes co n feriram às iniciativas acadêm icas. T ratarem o s dos
prim eiros passos d a reabilitação ju n to ao governo, p o r m eio da prestação do
serviço de assistência judiciária gratuita. Nesta fase, destacarem os, ainda, o
Congresso Jurídico Americano, idealizado pelo secretário de M anuel de Souza Sá
Vianna, evento-chave naquele processo de reabilitação, no nosso entender.
No segundo capítulo, O Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros e a
belle époque tropical analisaremos, n u m prim eiro m o m en to , as relações da
associação dos bacharéis com a cham ada “República dos Conselheiros”, quando
o Instituto voltou a assum ir as funções de consultor do governo, papel que
desem penhara com desenvoltura d urante o Segundo Reinado. Procurarem os
salientar de que m od o a proxim idade com o poder possibilitou a transferência
do grêmio para o Silogeu Brasileiro e a realização do Primeiro Congresso Jurídico
B rasileiro, em 1908, em m e io à p ro g ra m a ç ã o d a E x p o siçã o N acio n al.
Exam inarem os as principais questões discutidas pelos bacharéis a propósito
das tran sfo rm açõ e s eco n ô m icas e sociais que o país atravessava n aqu ele
m om ento, bem com o a m etam orfose que com eçou a se o p erar na corporação
dos advogados, em virtude do processo de desintegração da Prim eira República.
A historiografia consagrou os anos 1920 com o u m m arco n a história
republicana brasileira. Pode-se ir além e afirm ar que a década que se seguiu ao
fim da Prim eira G uerra M undial representou um a ru p tu ra co m o passado, que
se trad u z iu , em to d o s os d o m ín io s do pen sam en to , p o r u m a v o n tad e de
renovação.
C o m o verem os n o terceiro, e último, capítulo, A busca da renovação: o
Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros nos anos 20, o lOAB, com o órgão
de representação dos advogados, não ficará de fora desse m ovim ento geral da
sociedade. C om eçando pela realização do Congresso Jurídico do C entenário
da Independência do Brasil (1922), no âm bito da program ação da Exposição
In tern acio n al organizada para co m em o rar os 100 an o s do 7 de setem bro.
P autada pela fé n a ciência, e an ten ad a no debate das novas questões que
mobilizavam o m u n d o pós-guerra, a agenda do Congresso de 1922 perm itirá
um a análise dos tem as que suscitavam o interesse dos advogados naquele
m om ento.
M om ento que, sabemos, era extrem am ente delicado, principalm ente para
77
História da
Ordem dos Advogados do Brasil___________ ___________________________________
a atividade dos advogados, ligada um bilicalm ente ao livre fijncionam ento das
instituições político-jurídicas. Em julho de 22, fora decretado o estado de sítio,
com o resposta do governo Epitácio Pessoa (1919-22) à m obilização m ilitar
representada pelo m ovim ento tenentista qu e ficou conhecido co m o “os 18 do
forte”. O exam e das estratégias desenvolvidas pelo In stitu to d u ran te os quase
cinco anos em que vigorou esse estado de exceção p erm itirá o leitor com preender
as sutilezas e as am bigüidades de u m processo m arcado p o r avanços e recuos,
distante, p o rtan to , de análises simplificadas que acabam p o r em pobrecer um a
história cheia de nuances.
A delicadeza do relacionam ento do lOAB com o governo A rtu r Bernardes
(1922-26) n ã o implicou, de jeito n en h u m , n a desqualifícação da instituição
com o órgão tradicionalm ente cham ado a opinar sobre o aparato legal d o país.
Ao co n trá rio . N a m ed id a em que o ím p eto geral d e renovação a tin g iu o
arcabouço jurídico - até m esm o a C onstituição iria ser reform ada ao m esm o
tem p o em que se dava a especialização de saberes, p ô d e o In stitu to se firm ar
co m o instância privilegiada de consultoria. P o r isso mesmos a análise sobre os
limites e o alcance desse tipo de atuação jogará luz sobre a participação do j
Instituto em “tem pos de reform a constitucional”. ;
Se os constrangim entos “externos” foram poderosos n o delineam ento do j
perfil d a atuação do lOAB nos anos 20, não m a io s im p o rtan te foi a dinâm ica j
“interna" institucional. Aqui, o leitor entrará n ão apenas nos m eandros das '
disputas travadas entre os conselheiros do Instituto, co m o nos cam inhos, às j
vezes to rtu o so s, p o r o n d e circulavam os conflitos e as co m p o siçõ es q u e j
m arcavam as delicadas relações entre juizes e advogados. |
A virada para os anos 30 lançaria u m enorm e desafio para o Instituto:
com o atualizar a instituição de m odo a sintonizá-la com os “novos tem pos”
m arcados pela técnica e eficiência? A resposta, em larga m edida, foi dada pela
inclusão, no s novos Estatutos aprovados em 1928, d e u m q u arto objetivo do
Instituto: a difusão da cultura jurídica. O “ap rim o ram en to ” do saber jurídico
dos advogados que, para além de “práticos do foro”, qu eriam ser reconhecidos
com o m em bros d a elite que visava a co n stru ir u m a “nova”República, será |
analisado n a parte final do livro. \
Se a década de 20 se abriu com a aposta na renovação do Instituto, podem os [
dizer que o jogo foi ganho, com vantagem, porque, m ais do que renovação, o I
q u e se teve foi a criação, em n o v em b ro de 1930, d e u m a nova e n tid ad e I
representativa dos advogados: a O rdem dos Advogados do Brasil (OAB). 1
18 «ái I
V o lu m e ' ; ( ) K ) A [ i n a P n m c i r . i [\c,>()úhlic a
Capítulo I
O Instituto da O rdem dos Advogados Brasileiros e a
República nascente
1. O s novos te m p o s
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_____________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
' C f M ax Fleiüss, a p u d A m é ric o Jacobina Lacom be. “ L ideranças e expressões d o In s titu to H istó ric o ”. In: A rno
W ehling, Origens do In stitu to Histórico e Geográfico Brasileiro: suas idéias filosóficas e sociais e estruturas
de p o der tio S egundo R einado. Rio d e Janeiro: IH G B /Im p re n s a N acional, 1989, p. 97.
■' Cf. M an u e l Á lvaro de O liveira Sá V ianna, In stitu to dos A dvogados Brasileiros, 5 0 anos de existência. Rio de
Janeiro: Im p re n s a N acional, 1894, p. 62.
20 •Ál
Volume 3 O lOAB na Primeira República
m àM 21
_____________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
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V o lu m e O l O A i ; 11,1 r r i n u ’ i i a K c p ú l i l i t ,t
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_____________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
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V o lin iic ) (.) l O A B n . i I ' l i n u ' i r . t K c p ú b i i i a
Q u a d ro n° 1
lO A B : SÍNTESE DAS QUESTÕES JURÍDICAS APRESENTADAS
PELO DR. B U L H Õ E S DE C A R V A L H O , DECORRENTES D A
P O LÍT IC A D O E N C IL H A M E N T O .
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_____________ H istória da.
O rdem dos Advogados do Brasil
r e to m a d a d as su as a tiv id a d e s , o I n s t i t u to d a O rd e m d o s A d v o g a d o s
B rasileiros c u id o u , a in d a , de rev isar seus E statutos e R egim ento Interno. A
re fo rm a, q u e só iria e n tra r em v ig o r a p a r tir de 5 d e ju n h o de 1893, n ão
a p r e s e n ta v a m u ita s m u d a n ç a s e s t r u t u r a i s , em re la ç ã o ao r e g im e n to
ap ro v a d o em 1 8 8 0 '\
D e u m m o d o g e ra l, fo r a m m a n tid a s as fin a lid a d e s d o g rê m io ,
enfatizando-se o seu papel de órgão voltado para o (...) estudo do direito no
seu mais amplo desenvolvimento, nas suas aplicações práticas e comparação com
diversos ramos da legislação estrangeira. Ao lado dos pro p ó sito s acadêm icos,
salientava-se a prestação de assistência judiciária, seja p o r m eio de consultoria
aos órgãos públicos, sg a oferecendo patrocínio (...) aos miseráveis, que sofrerem
constrangimento ilegal ou estejam sujeitos a processo crim inal'^ .
Tal co m o já v in h a o c o rre n d o desde a p rim e ira rev isão estatu tária,
prom ulgada em 1880, novos Estatutos não fazem qualquer m enção a aspirações
co rp o rativ as o u à au to -reg u lam en ta ção d a profissão. D e m o n stra v am , no
entan to , a intenção de intensificar o diálogo com o governo, influência dos
tem pos republicanos por certo, na medida em que previam o encam inham ento
de representações do In stitu to aos poderes públicos a respeito de leis, projetos
e r e g u la m e n t o s '^ A p a r disso, am p liav am a a b ra n g ê n c ia d a assistência
judiciária, in stitu in d o u m p rogram a de visitas às casas de detenção, com o
in tu ito de (...) inquirir os presos sobre o estado de seus processos, promovendo os
dos pobres que não tenham patrocínio, bem como a liberdade dos que esteiam
sofrendo constrangimento ilegal (o grifo é nosso)'®. Este últim o propósito, aliás,
p o d e ser indicativo de um a certa preocupação do In stitu to diante dos excessos
com etidos pela República da Espada, para reverter o q u ad ro de instabilidade
política que o país atravessava.
O quadro social, além das classes tradicionais - efetivos, correspondentes e
honorários, doravante ficaria acrescido de mais duas categorias de associados: os
beneméritos e os avulsos. A primeira, destinada ao graduados em Direito, nacionais
e estrangeiros que fizessem u m donativo ao Instituto não inferior à quantia de
2:000$00‘^ . A segunda seria integrada por m em bros efetivos que se afastassem
26 •á l
\'< )in n i(’ S ( ) IO A I3 n.i P r i m c i M K c p ü l i l i c n
27
_____________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
(...) fizeram -se importantíssimas reformas sem que a palavra dos homens do
Direito fosse ouvida efo i assim que bebericando aqui, saltitando ali, colheu-
se o que havia de mais sedutor nos códigos das nações cultas, sem unidade no
todo, inviável na prática, confuso, ilógico, perturbador en fim ..P
28 • â m
V o lu m e ) I) IÜ A 13 n . i P r i i i i c i i a K c p i ' i h l i c ,i
foi perm eada p o r revoluções, m otins nos quartéis, arruaças e em pastelam entos
de órgãos da imprensa. Basta dizer que mal assumiu a chefia do Estado, o marechal
decretou três dias de estado de sítio^^. Na verdade, Floriano desde o prim eiro
m om ento despertou sentim entos contraditórios. Se, por u m lado, foi o prim eiro
chefe populista na vida política brasileira, por outro, perseguiu de m od o implacável
seus opositores. E, dentre estes, sobressaíam-se os legalistas que, conform e já disse,
contestavam sua ascensão ao poder, a exemplo de Rui Barbosa, que qualificava o
governo de Floriano de inconstitucional. Mas os preceitos legais ainda seriam
ignorados em m uitas outras circunstâncias, com o denuncia Rui:
(...) Mas miséria ainda mais triste do que essa é a degeneração do senso moral,
efeito da impunidade dos abusos do poder e dos artifícios ilegítimos, à custa dos
quais essa impunidade assegura. A política brasileira não conhecia a crueldade,
com que o militarismo acaba de dotá-la; e essa alteração orgânica dos elementos
do caráter não tarda em se transmitir dos opressores aos oprimidos. Dantes os
homem políticos se separavam por idéias, ou interesses. Hoje separam-se por
crimes. H á verdugos; há vítimas. E essas classificações, essas separações não se
estabelecem impunemente, não passam com a violência que as cavou.^^
O próprio Rui Barbosa, meses depois de escrever essas linhas, viu-se compelido
a viver fora do país. Perseguido e tomado como inimigo do governo, devido à sua
atuação como advogado, ao impetrar diversos pedidos de habeas corpus junto ao
Supremo Tribunal Federal, em favor do almirante Wandenkolke de outros implicados
na segunda revolta da armada e na revolução federalista do Rio Grande do Sul.
Mas havia tam bém as restrições aos direitos individuais e à liberdade de
im prensa e tribuna^^. O Jornal do Brasil, na edição de 13 de julho de 1893,
publicava na prim eira página n ota denunciando que a censura se estendera à
Repartição dos Correios e Telégrafos: (...) Temos recebido inúmeras queixas contra
0 estado de sítio a que foi reduzido o telégrafo, pela proibição absoluta que o governo
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_____________ História_da
Ordem dos Advogados do Brasil
Perm aneceu insulado nas m asm orras da Fortaleza da Laje p o r u m b o m tem po,
em v irtu d e de suas opiniões constitucionalistas, ex tern ad as n o s folhetins
literários d o Rio de Janeiro^^.
Além de cercear a opinião pública; o governo expedia ofícios reservados
prom ovendo um a caça às bruxas avant la lettre, a pretexto de identificar os possíveis
inimigos do regime: A situação tom ou-se tão constrangedora, a p o n to do Dr.
M anuel Francisco Correia, ex-senador do Im pério e presidente do Tribunal de
C ontas da União, ao receber um certo expediente reservado d o m inistro da
Fazenda, decidiu depositá-lo em envelope lacrado na Arca do Sigilo^^, do Instituto
H istórico e Geográfico Brasileiro^^ Vale a pena rever docum ento, im portante
testem unho de um a fase da história republicana, que os estudiosos ainda não
exam inaram com a devida atenção. Sua leitura talvez possa ajudar a com preender
p or que até o escritor Machado de Assis, que era um apolítico notório, foi incluído
entre os servidores públicos que conspiravam contra as instituições republicanas:
30 •á l
V 'o liim i' 1 ( ) l ( ) / \ | - ) n<i i ' r i i n c ' i r a k c p u l ) l i ( , ,i
Estatutos^^, por outro, é paradoxal que o centro dos agitadores e dos cultores do Diréto,
não tenha se manifestado sobre nenhum a dessas práticas, ainda que as mesmas
afetassem o que hoje em dia se entende por estado de direito. Ademais, são conhecidas
as arbitrariedades cometidas por Floriano contra o Supremo Tribunal Federal^^.
Assim, o patrocínio concedido pelo Marechal de Ferro à celebração do
cinqüentenário do lOAB, quando analisado à luz do contexto político da época,
induz ao levantam ento de duas questões: Estaria o Instituto com pactuando
com a política do Marechal de Ferrd^. O u se utilizava a pretensa neutralidade
acadêm ica com o estratégia de sobrevivência naqueles dias tão incertos?
De qualquer m odo, apesar do auxilio financeiro recebido, a festa do jubileu
de ouro teve de ser adiada p o r u m acontecim ento político que tra n sto rn o u a
capital federal; a 6 de setem bro de 1893 eclodiu a segunda revolta da arm ada,
liderada pelo A lm irante C ustódio José de Melo. O centro da cidade do Rio de
Janeiro foi alvo dos bom bardeios, tanto da esquadra sublevada, que estava
fundeada na baía de G uanabara, q uanto dos canhões das fortalezas do ento rno
da baía, q u e p erm a n ec era m fiéis ao governo. Em vista disso, o In stitu to
suspendeu suas atividades, reabrindo som ente em 1894, quando pôde finalmente
com em orar a passagem do qüinquagésim o aniversário.
O s p re p ara tiv o s p ara c o m e m o ra r a passagem d o 50° aniversário do
In stitu to da O rd e m dos Advogados, já o dissem os, com eçaram com bastan te
antecedência. C riaram -se duas com issões de trabalho, con so ante o p ro g ram a
p rop osto. Para tra ta r do co ncurso de m onografias, fo ram convocados os
associados D rs. B ulhões de C arvalho, C arlos de C arvalho e U b a ld in o do
A m aral. Já a organização da Exposição de Trabalhos Jurídicos ficou sob a
re s p o n sa b ilid a d e d o s D rs. M an o e l P ortella, V illela dos S an to s, A lfredo
M ad ureira Frederico Borges, e Sá V ianna, sendo que este ú ltim o p rep aro u
tam b ém u m a m em ó ria in titu lad a Instituto dos Advogados Brasileiros, 50 anos
de existência, lida n a sessão solene de aniversário.
Em bora já tenham os feito m enção ao ensaio de Sá V ianna n o início deste
capítulo, \^le a pena retomá-lo, pois ao resgatar a m em ória da entidade e de seus
fundadores, o texto marca o início da reabilitação de u m dos m ais conceituados
vultos da cultura jurídica nacional, o Dr. Augusto Teixeira de Freitas.
É interessante pontuar que Teixeira de Freitas se afastara do Instituto em 1857,
em virtude de áspera contenda travada com os pares, a respeito de u m a questão de
1 0 AB, a rtig o 63, Estatutos, 1893, o p . cit., p. 24.
Cf. EmíU a V io tti d a C o sta , O Su p rem o Tribunal Federal e a construção d a cidadania; o rg a n iz a çã o A lbino
A d vogados A ssociados. São Paulo: lEJE, 2001, p.26-27.
31
_____________ História_da,
Ordem dos Advogados do Brasil
jurisprudência sobre a liberdade dos filhos das statuliber^^. A partir daí seu nom e í
seria relegado ao mais completo esquecimento, apesar da notoriedade alcançada í
pelo civilista até no exterior, sobretudo devido ao seu projeto de Código Civil^^.
O ensaio de Sá Vianna não apenas o reabilitou perante o ínstituto^'^, com o
ainda teve o m érito de recuperar a sua breve passagem pela presidência da Casa,
fato até então desconhecido pelas novas gerações de associados;
[
(...) o Dr. Teixeira de Freitas oaipou efetivamente a cátedra presidencial. Não l
podíamos proceder às averiguações que no caso seriam úteis, visto que o fato era \
tão desconhecido para nós, como para os nossos contemporâneos, sendo raríssimos I
hoje os advogados que em 1857já faziam parte do Instituto edois a quem dirigimos I
algumas perguntas sobre a vida e a obra do Mestre ficaram mergulhados na (
indiferença (...) consumindo os últimos dias de inglória existência feridos pelo |
espinho da inveja que ainda os feria (...), consultando na Biblioteca Nacional i
velhos jornais, dentre eles o Diário do Rio de Janeiro, de 1857, deparamos com «
diversas atas das sessões do Instituto (...) e então vimos, e bem nos certificamos |
que ao Dr. Teixeira de Freitas (...) coube a presidência do Instituto^'. ;
i
No que se refere ao concurso da m elh or dissertação sobre o tem a Do |
dom ínio da União e dos Estados segundo a Constituição Federal do Brasil, i
apresentou-se apenas um candidato, o jovem advogado Dr. Rodrigo Octavio |
Laangard de Menezes, que anos mais tarde, p o r duas vezes, exerceria a presidência í
do Instituto (1916-1918 e 1926-1928).A contribuição de Rodrigo Octávio além ;
da prem iação com m edalha de ouro m ereceu n o ta elogiosa, u m a vez que se ;
tratava de (...) matéria nova, interessante, difícil e de alto proveito, em face da j
nova ordem das c o i s a s . . \
Q u a n to à E x posição de T rab alh o s Ju ríd ico s, a b e rta ao p ú b lic o em 7 |
de s e te m b ro de 1894, re u n iu 1.635 o b ra s, d as q u ais 635 d e a u to re s e [
in s titu iç õ e s n a c io n a is e 970 de e s tra n g e iro s . D o e x te rio r v ie ra m |
c o n trib u iç õ e s d o C h ile, P eru , B olívia, V enezuela, U ru g u a i, A rg e n tin a , [
M éxico, H a iti, P o rtu g al, E spanha, F ran ça, Itália, Bélgica, Á u stria , G récia e j
In g la te rra . S eg u n d o seus idealizado res, (...) não se tratava de u m a feira de \
Ver n o v o lu m e I desta coleção a sín tese da c o n te n d a e n tre Teixeira d e Freitas e seu s pares. f
Cf. Pontes de M iranda, Fontes e evolução do direito civil brasileiro. 5» edição. Rio de Janeiro: Forense, 1981, p.80-82. (
Sobre a reabilitação d e vultos e obras históricas, insp ira m o-n os n a o bra d e Philipp e /o u ta rd , “ La réhabiJitation”. |
In ; La légende des carnisards:. Une sensibilité au passé. Paris: G allim ard, 1977, p. 187- 212. ;
M an u e l Á lvaro d e Sousa Sá V ianna, op. cit., p,32-34. f
" Id em , p. 64.____________________________________________________________________________________________ %
32 •à M
Volume .1 O lO A Ii n.i i'rin ifir a Rc-púhlica
Q uadro n° 2
C L A S S IF IC A Ç Ã O DAS ESPECIALIDADES D O S E STUDO S
JU R ÍD IC O S E ÁREAS A FINS, S E G U N D O O IN S T IT U T O D A
O R D E M D O S A D V O G A D O S BRASILEIROS
" Idem .
*^Cf.IOAB, C flíói^O íii £íp05Ífflc? de Tríjbaí/ios/wríííícos, realizada pelo Instituto d a O rd e m dos Advogados Brasileiros
a 7 d e setem bro d e 1894, organizado p o r D eodato C. Villela dos Santos. Rio d e Janeiro: Im prensa nacional, 1892.
33
_____________ Historia da
O rdem dos Advogados do Brasil
2. A v o lta d o p restígio
34 •à M
V o liin u '
M as o Dr. A m aro Cavalcanti, n o citado d ocum ento, iria ainda m ais longe
sua avaliação bastante positiva da atuação do lOAB. Conclui o relato pleiteando
ju n to ao governo, (...) que esta instituição seja dotada pelo Congresso Nacional
com um auxílio pecuniário^^.
Em 1896,cu m p rin d o dispositivo estatutário'*'*, o Instituto d eu início a um
program a de visitas às casas de detenção da cidade do Rio de Janeiro, com o
objetivo de elaborar u m relatório circunstanciado sobre a situação das mesmas.
O e m p re e n d im e n to ta m b é m m ereceu o aval do m in istro da Justiça, que
incum biu o Chefe de Polícia do Distrito Federal de colaborar com os sócios
en carregados de p ô r em prá tic a o p rojeto, fo rn ece n d o -lh es to d a a ajuda
necessária para o cum p rim en to da missão.
Ao m esm o tem po em que se fortalecia junto ao governo, o lOAB começava
a ensaiar algum as manifestações diante dos principais problem as jurídicos que
• à B 35
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
36
V o lu m e 3 ü K.)AB tici l’rim('ir,i Republica
regulam entação, baixada poucos meses depois, discrim inava quais as taxas de
selo que a União e os Estados poderiam decretar. O m esm o decreto, porém ,
tornava nulos todos os títulos e papéis que não fossem selados no prazo de
noventa dias^^. A m edida, sem dúvida, visava au m en tar as receitas públicas.
Mas, por o u tro lado, representava u m transtorn o para a população em geral,
que de u m a hora para o u tra viu-se com pelida a pagar taxas e selar os mais
diversos tipos de docum entos, desde a mais simples certidão de nascim ento,
sob pena dos m esm os perderem a fé pública. Aliás, ao que parece, foi depois
dessa deliberação que o presidente Cam pos Salles passou a ser cognom inado
pelos cariocas de Campos Selos.
O Instituto form ou um a comissão para discutir essa questão e encam inhou
um a representação à C âm ara dos D eputados, advertindo que o preceito era
(...) inconstitucional, pois fere os princípios fundam entais do direito público, que
são os pressupostos da nossa Constituição (...) N enhum a razão de nulidade pública
a justifica, e ao contrário, é iníqua, pelos prejuízos que tem motivado e há de motivar,
sem vantagem para oftsco^^ .O s argum entos foram aceitos pelos parlam entares,
que revogaram tal dispositivo.
Os poderes republicanos, por seu turno, dem onstravam reconhecer os
m éritos do lOAB. Solicitavam estudos e pareceres sobre diversas questões, a
exem plo de u m substitutivo apresentado em 1898 na C âm ara dos D eputados
ao projeto de lei n° 225 de 1895, que reform ava a organização da G uarda
N acionaP ^. A m atéria d e sp e rto u controvérsias. H avia p a rla m e n ta re s que
consideravam a instituição com o de âm bito federal, o que constituía um m odo
de evitar que os Estados interviessem a sua formação, adm inistração e direção.
O utros defendiam idéia oposta, ou seja, de descentralizá-la, p o r assim dizer, o
que significava retirar a G uarda Nacional do controle do M inistério d a Justiça.
N o fundo, a discussão que se travava constitui m ais u m a evidência das
dificuldades que p erm earam a im plantação do sistem a federalista, n u m Estado
de tradição centralizadora. Convocada para exam inar a m atéria, a C om issão de
J u stiç a , L egislação e J u r is p r u d ê n c ia d o I n s titu to p r o n u n c io u - s e pela
inconstitucionalidade do projeto de 1895. De qualquer m odo, o debate ainda
•ái
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
38
Y o k im c > ( ) lO A B iici l - ' i i t n e i r d K c p ú b l i c a
•▲I 39
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
‘’'’Ver, C idade do R io de janeiro. Rio de Janeiro, 5 d e n o v e m b ro d e 1896. Jornal do C om ntercio, Rio de Janeiro,
6 de n o v e m b ro dc 1896.
lOAB, “ Parecer d a C om issã o d e Justiça, Legislação e Ju ris p ru d ê n c ia ”. Relatório de 1901 - A nexo n° 2. Rio de
Janeiro; Im p re n s a N acio nal, 1901, p. 24-25. Ao q u e tu d o indica, a idéia ta m b é m d e s p e r to u e n tu siasm o
e m o u tr a s capitais la tin o -a m e ric a n a s. N o referido Relatório, lê-se q u e o p e rió d ic o p e r u a n o El Diário
Judiciário, n a edição de 10 dc d e z e m b r o d e 1896, destacav a q u e o c e r ta m e p o d e ria s e rv ir de: (...) im pulso
poderoso na resolução de questões que iiiquie tavam os americanistas. preocupados ern estabelecer u m a espécie
de "trate d 'u n io n ” en tre as repúblicas do continente. Id e m , p.26-27.
Associação d o Q u a r to C e n te n á rio d o D e sc o b rim e n to d o Brasil. Livro do C entenário (1 500-1900). Rio d c
Janeiro: Im p re n s a N acional, 1900; 1901; 1902, 3 v.
Sobre R am iz Galvão, ver IHGB, Dicionário Biobibliográfico de historiadores, geógrafos e antropólogos brasileiros;
sócios falecidos e n tre 1921/1961. P re p a ra d o p o r V icente Tapajós c o m a co la b o ra ç ã o d e P e d ro T õ rtim a ,
Rio de Janeiro: IH G B , 1993, v. 3, p.128-130.
40 9ÂM
V o lu n u ' ) ( ) l O A I^ j n . i P r i t i K ' i r i i K c p ú b l i t a
47
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Para cada tese haveria um relator, encarregado de julgar o mérito científico das
monografias, comentá-las e coordenar os debates, ficando tam bém responsável pela
redação das conclusões sobre a matéria discutida nas sessões ordinárias. Tais conclusões
deveriam ser submetidas ao plenário, com vistas à aprovação e emissão de um parecer.
O evento seria antecedido p o r quatro sessões preparatórias, a fim de que
os relatores analisassem os trabalhos inscritos e redigissem as respectivas
apreciações críticas. Para d ar conta da extensa p auta de estudos, estipulou-se a
realização de doze reuniões ordinárias, além das solenidades de ab ertu ra e de
encerram ento. Finalmente, previa-se a publicação dos A nais do Congresso,
com registros das atas das sessões, as m onografias apresentadas, as sínteses dos
relatores, b em com o as conclusões finais.
A program ação do In stituto recebeu m enção especial do m in istro da
Justiça, o Dr. Epitácio Pessoa, no seu Relatório de atividades apresentado ao
presidente da República em 1898. Além de reconhecer-lhe o valor acadêmico.
Sua Excelência fez questão de salientar os m éritos da cuidadosa organização:
Brasil, Relatório d o m in is tro da Justiça Dr. Epitácio Pessoa, relativo ao exercício d e 1898, p. 115.
42 m àB
V o lu m e > ( ) IO A R na P t i n i c i u R(.‘púl)liCci
Q uadro n° 3
lOAB, CONGRESSO JURÍDICO AMERICANO: Q UESTIO NÁRIO
DE DIREITO PÚBLICO.
•Ai 43
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
12. Q ual o verdadeiro conceito do dolo crim inal e da culpa stricto sensu. H á graus
interm ediários entre o dolo e a culpa? É admissível o dolo nas contravenções?
13. Dada a diversidade de caracteres que a instituição do júri apresenta nos países que a
tem adotado e quais desses caracteres podém ser assinalados como essenciais?
14. Qual a maneira mais eficaz de combater, sob o ponto de vista preventivo, a mendicidade
e a vagabundagem? Quais são os fatos que precisamente devem ser considerados como
constituindo o delito de mendicidade e vagabundagem? Em que limites, e por que meios,
convém reprim ir fatos desta natureza?
15. C om o convém organizar os estabelecimentos destinados aos jovens que absolvidos
por se reconhecer que obraram discernimento?
44 9ÀM
V o lu m e 5 O lO A l^ Hi! l’ i i i i K ‘iia R e p ú b lic a
(...) A federação, tal como hoje é explicada pelos publicistas e foi adotada no
Brasil, é realmente uma engenhosa criação dos ilustres americanos (...) na
convenção de Filadélfia (...). Quem for justo há de reconhecer que a Nação deveria
resolverprimeiro, segundo o seu sentimento jurídico, se lhe convinha ou não adotar
0 regime da federação. Resolvida a conveniência de adotá-lo, deveria
Q uadro n° 4
lOAB, CONGRESSO JURÍDICO AMERICANO:
QUESTIO NÁRIO DE DIREITO PRIVADO
1. As obras publicadas em u m país estrangeiro devem gozar da m esm a proteção que a lei
civil de outro país dispensa às obras neste publicadas?
2. A lei civil deve assegurar o cônjuge sobrevivente em direito sucessório sobre os bens do
predefunto, ainda que concorram parentes à herança?
3. Q uais as medidas a tom ar em relação aos pais dissidiosos.que descuram da sorte da
educação dos filhos e os abandonam aos perigos do ócio e da malandragem? Essas medidas
podem se estender até a privação, perm anente o u temporária, do pátrio poder ou a de
algum dos direitos que lhe são inerentes?
4. O homestead satisfaz m elhor do que a enfiteuse o aproveitam ento das teiras incultas?
5. Dissolvido o casamento p o r divórcio, segundo a lei pessoal dos cônjuges, qualquer
deJes pode casar-se de n w o em país onde o^divórcio não é admitido?
6. Q ual é a lei que deve regular a capacidade e o estado civil dos estrangeiros? A lei da sua
nacionalidade, ou a lei do seu domicílio?
Cf. João Evangelista S. B u lh õe s de C a r v a lh o ,“D iscu rso de a b e r tu ra d o C o n g re sso Ju ríd ic o A m e ric a n o ”. In:
A ssociação d o Q u a r to C e n te n á rio d o D e s c o b rim e n to d o Brasil. Livro do C entenária (15 00-1900). Rio de
Janeiro: Im p re n s a N acio nal, 1900; 1901; 1902, v. 1, p. 325-326.
•41 45
_____________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
7. Qual a lei que deve reger a formação, validade e efeitos de u m contrato ajustado por
correspondência entre duas pessoas que se acham em países diferentes, quando um a fez a
oferta e a outra aceitou?
8. A lei deve proibir, sob pena de nulidade, como contrária a m oral e aos bons costumes,
toda convenção sobre vendas a prazo, em que a intenção das partes seja som ente o
pagam ento da diferença, e não a entrega e o recebimento da aoisa vendida? Deve a lei
conceder ação a u m dos contratantes para repetir o que h o u \ç voluntariam ente pago?
9. Q ual deve ser a sanção da violação das regras atinentes à constituição das sociedades
p o r ações? A nulidade em absoluto, ou com restrições? O u deve a sanção consistir na
responsabilidade penal e civil dos fundadores e dos prim eiros administradores?
10. As formas principais de sociedade comercial são adaptáveis às sociedades cooperativas,
o u deve a lei para estas criar novas formas?
11. No caso de conflito de leis, qual delas deve decidir as questões que, relativamente às
letras de câmbio, se suscitarem: 1° sobre a capacidade das partes? 2° sobre a forma da letra
de câmbio? 3®sobre os efeitos das respectivas obrigações e a solidariedade dos co-obrigados?
4" sobre os pagamentos: 5° sobre os recursos?
12. A lei deve considerar a letra de câmbio só como u m instrum ento do contrato de câmbio,
ou com o u m instrum ento do contrato de câm bio e ao m esm o tempo com o u m título de
crédito, o u oomo um simples título de crédito independentem ente de todo contrato de
câmbio? São ODndições essenciais da letra de câmbio: 1° a remessa de u m lugar para outro?
2® a declaração do valor recebido? 3° a existência de provisão n o vencimento? 4° o endosso?
13. A cessão de bens deve ser substituída pelo instituto da falência, e s ^ u n d o as mesmas
norm as da falência comercial?
14. Devem-se admitir, com ou sem restrições, a unidade e a universalidade da falência? Aceito
o princípio da universalidade, qual é o juiz competente para proferir a sentença declaratória da
falência?
15. A lei deve adm itir a hipoteca marítima?
46 màM
V o l u n u ' ,i O IOAI3 11.1 I’ l i n i c i i , ! Ri'|)Lil)lic a
47
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
48 •àB
V o lu m t ' 5 O l ( ) / \ [ ^ n a Pi i m c i r a R c p ú l i l i c ,1
•Al 49
_____________ Historiada
Ordem dos Advogados do Brasil
50
V o lu m e ! C) l O A B n a F r i n i u i r a R ( ‘i ) ú l ) l i ( . .t
Q uadro n° 4
lOAB, CONGRESSO JURÍDICO AMERICANO: AUTORES E TESES.
Autor Categorias/ Q uestões Desenvolvidas
Direito Público Direito Privado
Dr. João Ftereira M onteiro Quesfões 1, 11 e III Questão VI
Dr. A maro Cavalcanti Questão 11
Conselheiro Aquino e Castna Questão III
Dr. Olkey Johnson Questão I
Dr. Francisco de Salles Meira e Sá Questão I e 11
Dr. Lúcio de Mendonça Questão 111
Dr.O Godofredo Xavier da Cunha Questão IV
Dr. Gabriel Luiz Ferreira Q uestão V
Dr. A ntonio de Paula Ramos Júnior Q uestão IX
Dr.Lisandro Segóvia Q uestão XIII
Dr. Carlos Leôncio de Carvalho Q uestão VII
D r. Alfredo Russel Q uestão II
Desembargador Francisco da Cunha Machado Questão IV
Dr. Clóvis Bevilacqua Q uestão V
Dr. João Vieira de Araújo Q uestão VIII
D r Solidônio Leite Q uestão XIV
Dr. Franklin Dória (Barão de Lcreto) Q uestão XII
Dr. D ídim o Agapito Ferreira Q uestão VI
Dr. E dm undo Muniz Barreto Questão VIII
Desembargador A. Bezerra de R. Moraes Q uestão X
Desembargador João da Costa Lima D m m ond Questão XII
Dr. A rthu r Pinto da Rocha Questão XIII
Dr. Eleodoro Lobos Q uestão IV
Dr. M anuel do N ascimento Fonseca Galvão Q uestão IV
Dr. João M artins de Carvalho M ourão Q uestão XIV
•41 51
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
52
V o lu m e 5 ü lO A B n.i P r im e ira R c |u 'ih iic a
Capítulo II
O Instituto da O rdem dos Advogados Brasileiros e a
belle époque tropical
' C o n sta q u e foi M ário A lencar, secretário d o m in is tro d a Justiça e N egócios In te rio re s, J. J, Seabra, q u e o
c on venceu d o p ro je to p a ra alo ja r a A cadem ia Brasileira de Letras.
9Ál 53
_____________ Historia da
O rdem dos Advogados do Brasil
aos relevantes serviços que essas antigas instituições prestam ao Estado, sendo
que 0 Instituto dos Advogados Brasileiros e a referida Academ ia são órgãos
de consulta do governo^.
^ Brasil, Relatório do M in istro da Justiça e Negócios do In terio r José Joaquim Seabra, 1903-1904, p, 321-322.
’ Ver, lOAB, A ta s das reuniões da Com issão Revisora do Projeto de Código Civil. R io d e Janeiro: Im p ren sa
N acion al, 1906 (p u b lica ç ão a u to riz a d a pelo M in is tro d o In terior, E xm o . D r. Felix G aspar).
'* Brasil, Relatório do M in istro da Justiça e Negócios do In terio r José Joaquim Seabra, 1904-1905, p. 130-131.
* S ob re o p r o g r a m a d e re m o d e la çã o d o Rio d e Jan eiro, ver, d e n tre o u tro s , Jaim e L a rry B en chim ol. Pereira
Passos: u m H au ssm a n tropical: a renovação u rb a n a d a cidade do Rio de Janeiro no inicio do século XX. Rio
de Janeiro; Secretaria M u n icipal e C u ltu ra, D e p a rta m e n to G eral d e D o c u m e n ta ç ã o e In fo rm a ç ã o C ultural,
D ivisão de E d itoração, 1992. Ver, ta m b é m , A m érico Freire. U m a capital p a ra a República: p o d er fed era l e
forças políticas locais no R io de Janeiro na virada pa ra o século X X . R io d e Janeiro: E d ito ra Revan, 2000.
54 m àM
V o lu n u * C) l O A H n<i f r í H H - i i c i í \ ( ' [ ) u l ) l i c . i
^ Cf. N ic o la u Sevcenko. Literatura com o missão: tensões sociais e criação cu ltu ral na Prim eira República. 2®
edição. São Paulo; Brasiliense, 1985, p. 30.
' O lavo Bilac, a p u d N ic o la u Sevcenko. Idem .
* Sobre a Revolta da Vacina, ver José M u rilo de Carvalho, “Q d a d ã o s ativos: a Revolta da Vacina”, i n ; , Os
bestializados: O R io de Janeiro e a República que não fo i. São Paulo: C o m p a n h ia das Letras, 1987, p.9 1 -í60 .
•Ál 55
_____________ História da
O rdem dos Advogados do Brasil
56 •41
V o lu m e O IOAI-5 n a P r i m e i r a K c p ú h l i c a
57
_____________ História da_
Ordem dos Advogados do Brasil
O parecer, m uito bem fundam entado p o r sinal, foi im pugnado pelo Dr.
Carvalho M ourão na plenária do Instituto. De nada adiantaram os esforços dos
sócios Barão de Loreto, Baptista Pereira e João Evangelista Sayão Bulhões de Carvalho,
m em bros da Comissão de Justiça, para reverter o quadro. As opiniões se dividiram
e a polêmica se instaurou. Melhor dizendo, deixou a sala de sessões do lOAB para
continuar nas páginas do Jornal do Commercio, com a pubHcação de um artigo,
assinado p o r Carvalho Mourão, em que repudiava a opinião dos confrades.
N o arrazoado, o jurisconsulto, dentre outras alegações, declarava que as leis,
(...) segundo o costume e a tradição, não perm itiam à m ulher exercer a profissão de
advogado - ofício que a lei romana classificava de viril. A rrem atando a censura,
fazia um a advertência aos três integrantes da Comissão de Justiça, p o r ousarem
adm itir que até m esm o a m ulher casada poderia advogar, quando autorizada
pelo m arido: (...) sejam coerentes; reclamem a abolição do poder marital (...) E
assim teremos um a sociedade sem autoridade, o ideal da anarquia no lar. A tanto
chega a virulência orgânica, inata, corrosiva, da opinião dos feministas'^.
As premissas levantadas p o r Carvalho M ourão acabaram prevalecendo no
lOAB e o parecer da Comissão de Justiça foi rejeitado pela assembléia dos sócios
p o r dezesseis votos contra onze^®. A Dra. M /rth es Cam pos, entretanto, mostrava-
se disposta a enfrentar os romanistas da corporação. Estabelecida com escritório
à rua d a Alfândega n® 83, conseguira ser adm itida no Tribunal do Júri, tom ando-
se assim a prim eira m ulher a exercer a profissão de advogada n o Brasil‘S De
qualquer m odo, a questão permaneceu latente, sendo retom ada com vigor, alguns
anos m ais tarde, quando a Dra. Myrthes voltou a requerer ingresso na Casa de
M ontezum a, desta feita candidatando-se ao quadro dos sócios efetivos.
“ P arecer d a C o m is sã o d e Justiça. Legislação e J u risp ru d ê n cia d o lO A B ” e m itid o e m 6 d e ju lh o d e 1899,
a p u d “A m u lh e r e o exercício d a advocacia n o Brasil e m 1900”. Revista A JU R IS , n ° 5, P o r to Alegre:
Associação d o s Juizes d o Rio G ra n d e d o Sul, 1975, p.6-12.
'^ jornal do Com m ercio, R io d e J an e iro l ° d e d e ze m b ro d e 1899, a p u d “A m u lh e r e o exercício d a advocacia n o
Brasil e m 1900”. Id e m , p.12-35.
'*“A m u lh e r e o exercício d a advocacia n o Brasil e m 1900”. Id e m , p. 12,
Cf. T â n ia R o d rig u e s A raújo, op. cit., p. 86.
58 m àM
V o lu m e í C) IO A 1 3 n a l ^ r i m c i r a R c | > ú h l i t . t
^'’ C f,IO A B ,“A ta d a sessão d e 03 d e a b ril d e 1906". Revista do lu stitu to da O rdem dos Advogados Brasileiros. Rio
d e Janeiro; Im p r e n s a N a cio nal, t o m o XVII, 1906, p.,*220.
Cf. lO A B , A ta d a sessão d e 28 d e / u n h o d e 3906. O p , cit„ p. 229. V otaram a fa v o r d a tese o s sócios; P r u d e n te
de M o ra is Filho, F á b io Leal, lo â o M arq u es, Solid ô n io Leite, T h e o d o r e M agalhães, F red e ric o Russel,
N o d d e n Pin to , P e d ro M o acy r, Sá Freire, C o elh o Lisboa, M o n te iro d e B arros Lima, V isco n d e d e O u ro
Preto , W ald em iro Soares, C u n h a Vasconcellos, Taciano Basílio e Lim a R o ch a. P r o n u n c ia ra m - s e c o n tra ,
o s d r s . Luiz d e C a s tro , B aeta Neves. C a rv a lh o M o u rã o , Soares B ra n d ã o S o b r in h o , P in to Lima, Viilela
dos San to s, Isaias G u e d es d e M ello, M o itin h o D ó ria e Q u e im a d o M o nte.
Cf. lOAB, “Ata d a sessão d e 5 d e ju lh o d e 1906’’. Idem , p. 232.
59
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
60
Volume .) O lO A B na P r im c iia R c p ú l)Iic a
Cf. A n to n io M o itin h o D ó ria , “ Relatório d o 1° Secretário”, In: lOAB Conferências e principais trabalhos do
ano de 1910. Rio d e Janeiro; Im p re n s a N acional, 1911, p .l8 1 .
Cf. R o d rig o O ctáv io , M in h a s m e m ória s dos outros. Rio de Janeiro; Civilização B rasileira; Brasília: INL,
1978/1979, V. 3, p. 129,
1 0 A B ,“Ata d a sessão d e 02 d e agosto d e 1906”,fievi5í(3 do In s liluto da O rd em dos Advogados Brasileiros, op.
cit-, to m o XV ll, p. 239.
lOAB, “Atii da sessão d e 5 de ju lh o de 1906”, Idem , p. 230, A esse respeito, c;)be le m b r a r q u e o rei de
P o rtu g al D. C arlo s 1 v isito u o atelier d e José M alh o a, e m abril d e 1906, o n d e foi a d m ir a r os trab alh o s
d e stin ad o s à e xposição n o R io d e Janeiro.
67
_____________ História da.
Ordem dos Advogados do Brasil
Mas as festas e amenidades, vez por outra, davam lugar a escaramuças jurídicas.
A questão levantada sobre o direito dos advogados e dos magistrados a tratam ento
especial, quando submetidos à prisão preventiva, ensejou um a disputa envolvendo
os sócios Drs. Carvalho Mourão, Lima D rum ond, N odden Pinto e Solidonio Leite^'.
Para Carvalho Mourão, a concessão de tal prerrogativa era inconstitucional^^,
ao passo que outros três jurisconsultos sustentavam tese oposta. A divergência se
encerrou com um parecer de Theodoro Magalhães, que acabou contentando a
gregos e troianos, ou seja, de que (...) a igualdade dos cidadãos perante a lei não
pode ser entendida em termos absolutos. Assim, concluiu o Dr. Magalhães, o
privilégio não deveria ser suprimido, mas sim estendido (...) a outras classes de
cidadãos como o médico, o banqueiro e o industrial (...) não há motivo para
exclusivismos e a medida deve ser geral, atenta as condições humilhantes em que fica
0 cidadão de certa importância e serviços, quando recolhido à detenção, f... j ” .
O u tra discussão m em orável girou em to rn o da questão se (...) é lícita
presença de símbolos religiosos nas dependências dos tribunais, perante os princípios
firm ados pela Constituição Federal. 0 assunto veio à baila a propósito da conduta
do juiz de direito da 5^ Vara C rim inal do Distrito Federal, q u e recolheu da sala
das sessões do jú ri a im agem de Cristo crucificado - atitude que foi duram ente
censurada pelo Dr. Pinto Lima, em sessão do Instituto^^.
As opiniões se dividiram . A C arta de 1892 estabeleceu, efetivam ente, a
separação entre a Igreja e o Estado. Neste sentido, havia quem tomasse o dispositivo
ao p é d a le tra . O u tro s re c o n h e c ia m o p rin c íp io , m a s n ã o aceitav am o
com portam ento do m agistrado, justificando que não se poderia desprezar a
tradição católica do país, Uma terceira corrente tentava conciliar as duas posições.
A discussão prosseguiu anim ada por um bom tem po, mas os jurisconsultos não
chegaram a um acordo, term inando por deixar a questão em aberto.
Aliás, o m esm o ocorreu em relação ao indicativo sobre a introdução do
divórcio n o Brasil. Tem a que, sem dúvida, desencadeou a m ais extensa e
disputada polêm ica n o lOAB, n o período aqui estudado. Basta dizer que superou
até o longo debate ali travado, a respeito do ingresso de m ulheres na corporação.
A contenda se iniciou n a sessão de 16 de m aio de 1907, q u an d o o Dr.
MarcíHo Teixeira de Lacerda, encarregado de estudar a questão, expôs o seu
lOAB, “A tas das sessões d e 9, 16 e 23 d e a g o sto d e 1906”, R evista do In stitu to d a O rd e m dos Advogados
Brasileiros, op. cit., t o m o XVII. p. 242-251.
" Idem , p. 249.
” Id e m , p . 251.
" lOAB. “A ta d a sessão d e 26 d e abril d e 1906”. Idem , p. 230.
62 •Ái
V o lu m e ) O l O A I ) n.) I ^ i i m c i i d K c p ú b l i c a
(...) Sua Ex., diz o orador, dá como fim do casamento a cópula carnal, contra
isso protestava, pois aceitava a carapuça de bem casado sem que com isso
fosse egoísta; diz que o ftm do casamento é a troca de afeto, o convívio do lar
(...) a palavra casamento significa um laço indissolúvel e p or isso não pode
ser um contrato, que é temporário (...) O orador entra em várias considerações
para d em onstrar a inconveniência do divórcio, a que cham a u m m al
necessário, mas, como só um a minoria dele necessita, a maioria não pode ser
coagida a aceitá-lo; quais, pergunto serão os pais dos filhos de um a mulher
divorciada m uitas vezes e outras tantas casadas?^^
63
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
64 • â b
V o l u m e .3 O I O A B n , i P i ' im c M r a R c p ú ! ) l i c : a
(...) Inútil será àizer que a exposição de 1908 virá assinalar um importante
acontecimento nesta parte da América Latina, concorrendo não só para que
se constate o grau de desenvolvimento das nossas indústrias em geral, como
servindo de eficacíssimo estimulo para os agricultores, industriais e artistas
de toda a espécie que vivem disseminados por toda a grande extensão
territorial do Brasil.
65
_____________ Hi^fnria da
Ordem dos Advogados do Brasil
De qualquer m odo, a festa program ada p o r Afonso Pena não fugia à regra.
A idéia consistia na exibição de obras artísticas, bens n atu rais e pro d u to s
m anufaturados originários de todos os estados brasileiros, com o u m a espécie de
inventário da evolução da econom ia brasileira, desde que fora aberta ao m undo,
p o r assim dizer. Nesta m onum ental vitrine do progresso o foco m aior incidia sobre
a nova cidade do Rio de Janeiro, o cartão-postal da República. Para sediar o
certame, inspirado na grandiosidade das exposições européias, escolheu-se a praia
Vermelha, junto ao Pão de Açúcar, local onde originalm ente foi fundada a cidade.
Em m enos de um ano, construíram -se im ponentes edifícios e pavilhões
destinados a abrigar os exibiãores e respectivos produtos. M ontaram -se dois
restaurantes, u m teatro, cervejarias e cafés, e um a pequena via férrea para transportar
os visitantes. Consta que, certa feita, o presidente Afonso Pena, assustado com a
m agnitude e a sofisticação dos planos, teria com entado com o barão de Rio Branco,
“Dinheiro haja, senhor barão”, expressão que se to m o u popular entre os cariocas.
De fato, reportando-se à solenidade de abertura da Exposição, a im prensa
carioca não se cansava de elogiar a grandiosidade do projeto: (...) Parece-nos,
ainda, um sonho esse inesperado aparecimento da pequena cidade de palacetes
nas areias da Urca. Parece-nos um sonho esse alevantamento de pavilhões brancos,
facetados e rendilhadospela decorativa arquitetônica'^'^.
Mas, além da m ostra propriam ente dita, program ara-se a consecução de
atividades correlatas, todas direcionadas pará evidenciar a civilização e o progresso
alcançados pela jovem nação. Neste sentido, foram convocadas a d ar a sua
contribuição as sociedades científicas e acadêmicas, a exemplo do lOAB, da Academia
Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Letras, da Sociedade de Geografia
do Rio de Janeiro e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sendo que este
último aproveitou a oportunidade para celebrar o centenário do advento da imprensa
no Brasil, iniciada logo após a Abertura dos Portos, com a fundação da Impressão
Régia em 1808. O Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, p o r sua vez,
concorreu para a festa program ando a realização de u m Congresso Jurídico.
Em novembro de 1907, por iniciativa do então presidente do Instituto, o Dr.
Inglez de Souza, começaram os preparativos da jornada científica, que mereceu os
aplausos do diretório da Exposição Nacional e recebeu a adesão de juristas de diversos
p o ntos do país. A reunião dos jurisconsultos estava prevista para o período
compreendido entre 11 e 20 de agosto de 1908, sendo que a data de abertura hom e
nageava o octogésimo primeiro aniversário da criação dos cursos jurídicos n o Brasil.
66 #1#
V o k im c ! ( .) I O A I 5 n<i l ^ i i n i c ’ iici R l ' | ) Ú I ) I í c a
Q uadro n° 4
lOAB, PRIMEIRO CONGRESSO JURÍDICO BRASILEIRO,
QUESTIONÁRIO. Q UANTIFICAÇÃO DAS QUESTÕES APRESENTADAS
POR SEÇÃO, C O M OS RESPECTIVOS PRESIDENTES/AUTORES
67
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
(...) Busquem os nas tradições nacionais, nas conquistas que temos feito,
morais, científicas, econômicas e sobretudo políticas, já que é impossível
separar o direito da política, im prim ir às nossas leis alguma coisa de novo, do
nosso próprio caráter e das nossas necessidades, segundo os reclamos que nos
vêem de todo este vasto território nacional...
68 • â m
V o l u m e .5 ü l ü A R nd P rim e ira R e p ú b lic a
•á i 69
_____________ História da
Ordem dosA dw gados do Brasil
utilizados nos cursos de Direito. A rrem atando esse conjunto de itens, sugeria-
se, para dissertação, o seguinte tema: Da decadência dos cursos jurídicos e dos
meios para combatê-la^^.
O Prim eiro Congresso Jurídico Brasileiro iniciou-se em 11 de agosto de
1908, n o teatro da Exposição Nacional, cercado de p o m p a e circunstância, com
a presença do presidente da República, acom panhado de todo o m inistério,
sendo o barão do Rio Branco, m uito aclamado pelo público que lotava o teatro,
segundo consta em a ta ^ . Suas Excelências dirigiram -se ao cam arote central e
cum pridas as form alidades de praxe, um a orquestra de sessenta professores,
regida pelo m aestro Alberto N epom uceno, executou o H ino Nacional. Os
trabalhos da sessão inaugural foram conduzidos pelo m inistro da Justiça, D r.
Tavares de Lyra.
C o m p areceram ao ato cerca de trezentas pessoas, e n tre au toridades,
representantes dos governos estaduais, congressistas e estudantes. A pós os
discursos do presidente e do o rad o r do In stitu to da O rd e m dos Advogados
Brasileiros, encerrou-se a cerim ônia de abertura, com u m a antiga tradição
d o s c u r s o s de D ire ito : os e s t u d a n t e s e n t o a r a m o H in o A c a d ê m ic o ,
ac om p anhado s pela o rquestra de A lberto N epom uceno^^. Vale lem brar que a
canção, escrita p o r C arlos G om es, era u m a h o m en a g em à fo rm a tu ra dos
bacharéis da tu rm a de 1859 de São Paulo, que costum avam prestigiar suas
apresentações naquela cidade. C onsta qu e o celebrado m úsico com pôs de
im proviso, sobre a letra de autoria de u m dos form ando s, o p o eta e futuro
político B ittencourt Sampaio.
Segundo o Jornal do Commercio, quando (...) os rapazes cantaram as últimas
estrofes d o H in o Acadêm ico e o público percebeu que ia terminar a cerimônia (...)
toda a gente afluiu para os melhores lugares de onde pudesse apreciar a queima
dos fogos de artifício, na encosta do morro da Urca^^. N ão se pode deixar de
reconhecer, que a solenidade de ab e rtu ra do P rim eiro C ongresso Jurídico
Brasileiro teve u m encerram ento apoteótico.
As jo rn a d a s acadêm icas se realizaram nas instalações da Exposição
N a c io n a l, e f o r a m a c o m p a n h a d a s p o r q u a r e n t a e o ito d e le g a d o s ,
e sp e c ia lm e n te d e sig n ad o s pelos g o vernos dos E stad o s e p o r ó rg ã o s da
Id e m , p.5.
lOAB, “Ata d a sessão in a u g u ra l”., Relatório geral dos trabalhos do Prim eiro Congresso Jurídico Brasileiro. Rio
d e la n eiro : Im p re n s a N acional, 1909, p, 29-30.
Ver a letra d o H ino Acadêm ico n o a p ên d ice ao final deste capítulo.
Cf. jo rnal do C om m ercio, Rio d e Janeiro 12 d e ago sto d e 1908, p. 2.
70
V o lu m e 5 O l O A B n<i P n n K ’ i r .1 R c ) ) ú l ) l i t \ i
Tabela n*’ 2
lO A B , C O N G R E S S O J U R ÍD IC O BRASILEIRO: D IS T R IB U IÇ Ã O
D O S CONGRESSISTAS DE A C O R D O C O M A O R IG E M
Origem N° de Representantes
Distrito Federal 128
São Paulo 11
Minas Gerais 10
Bahia 07
Pará 07
Estado do Rio de Janeiro 07
Pernambuco 06
Santa Catarina 03
Espírito Santo 02
Rio Grande do Sul 01
Rio Grande do Norte 01
Amazonas 01
Paraíba 01
Goiás 01
Total 186
Fonte: Quadro elaborado a partir das informações publicadas no Relatório Geral dos Trabalhos
do Primeiro Congresso Jurídico Brasileiro. IQAB, Relatório Geral dos Trabalhos do Primeiro
Congresso Jurídico Brasileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1909
Embora mais da metade dos congressistas inscritos por iniciativa própria fosse
oriunda do Distrito Federal, a diversidade de origem dos demais revela que o conclave
do lOAB obteve um a resposta positiva dos bacharéis de quase todos os rincões do
país. M orm ente se levarmos em consideração as distâncias, a precariedade dos meios
de transporte da época e os custos elevados das viagens. A exceção dos Estados do
Ceará, Sergipe, Alagoas, M ato Grosso, Paraná e Piauí, compareceram advogados de
todas as demais unidades da Federação. Por outro lado, sem querer m inim izar o
77
_____________ História da_
Ordem dos Advogados do Brasil
72 #àm
V o lu m e í O l O A R Hei 1’ r i m e i m R e p ú b lic a
3. O fim da beIJe é p o q u e
73
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
Tabela n° 2
lOAB: CORPO SOCIAL, 1910
Cuba 03 - - - - 03
El Salvador 01 - - - - 01
Bolívia 01 - - - - 01
Venezuela - 02 - - - 02
Totais 69 115 194 18 20 416
Fonte: Q uadro elaborado a partir das informações contidas na publicação: lOAB Conferênáas
e principais trabalhos do ano de 1910. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1911, p. 401-419.
74 9AB
V o k im e i O l O A B n a P v i m e i i a K e p ú b l i c <t
C om o é sabido, o Barão não m ediu esforços para integrar o país na cham ada
“irm andade” das repúblicas do Novo M undo, m inim izando o afastamento de
quase u m século, em virtude das instituições m onárquicas. Ao m esm o tem po em
que procurou projetar o país na com unidade internacional, em penhou-se no
fortalecimento da liderança brasileira nos assuntos latino-americanos^^. Um a
prova disto está na antecipação de Rio Branco, evitando que a A rgentina viesse a
sediar a III G^nferência Internacional Americana. O conclave realizou-se no Rio
de Janeiro, em 1906, com a presença do Secretário de Estado norte-am ericano
Elihu R oot e delegados de dezenove nações do co n tin en te . A lguns desses
representantes, a exemplo do próprio Root, foram adm itidos no lOAB como
m em bros honorários, m as houve outros bacharéis em Direito que p o r ocasião de
sua e stad a n o B rasil se a sso c ia ra m e s p o n ta n e a m e n te n a c a te g o ria dos
correspondentes.
Apesar de não freqüentar as sessões ordinárias do lOAB, de onde era sócio
honorário, não se pode descartar a influência que o ministro ali exerceu, em especial,
no processo de admissão de sócios estrangeiros. Via de regra, a proposta de ingresso
dessas personalidades partia de m em bros da cham ada coterie do barão^^, cujo
representante mais destacado no Instituto era o seu secretário, o Dr. Rodrigo Octávio
Langaard de Menezes^**. Donde se pode deduzir que tais indicações, p o r certo,
deveriam passar pelo crivo de Sua Excelência. O Dr. Rodrigo Octavio, por sinal,
deu continuidade a esta prática após a m orte de Rio Branco. Anos mais, quando
exerceu a presidência do Instituto (1916-1919), intensificou os trabalhos de
cooperação acadêmica no cam po do Direito Internacional, designando delegados
do lOAB para congressos, conferências e outros eventos afins ^ .
Ainda no que diz respeito à introdução de associados internacionais, não deve
ser esquecido o nom e do Dr. Sá Vianna, um a espécie de pioneiro n o intercâmbio
do Instituto com instituições similares da América Latina. Basta lem brar da sua
•At 75
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
76
V o lu m e 3 O lO A B Hci P r i m e i r a R e p ú b l i c a
(...) A lei da vacina obrigatória é uma lei morta... Assim como o direito veda ao
poder humano invadir-nos a consciência, assim lhe veda transpor-nos a epiderme
(...). Logo não tem nome, nacategoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência
(...) a que ele se aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me
envenenar, com a introdução no meu sangue, de um vírus, cuja influência existem
os mais fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte...^'
77
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
78
V o lu m e i ( ) l ( . ) A H n a P n m c i r a R ( ' [ ) ú l ) l i c <1
(...) Bern fora estou de vos querer arrastar ao campo onde se em batem os
partidos, e debatem suas pretensões. Ao poder não aspirais, e o melhor da
vossa condição está em nada terdes com o poder. M as tudo tendes com a lei.
Da lei depende essencialmente o w sío existir. V&sso papel está em serdes um
dos g u a rd a s professos da lei, g u a rd a esp o n tâ n ea , in d e p e n d e n te e
desinteressado, mas essencial, perm anente e irredutíveP^.
As transform ações p o r que passou a econom ia brasileira nos prim eiros anos
d o século XX, conform e já se assinalou, geraram novas d em a n d as sociais,
econômicas e políticas. O país permanecia essencialmente agrário, com a economia
sustentada, sobretudo, pelo café, e p o r outros produtos de exportação com o a
borracha e o cacau. Entretanto, desde 1907, acentuou-se a atividade industrial. O
Brasil vinha recebendo capital estrangeiro, que não financiavam apenas a produção
de bens de consum o, com o tam bém participavam de empresas fornecedoras de
energia elétrica, de construção de ferrovias, portos e estradas. O n úm ero de
habitantes, por sua vez, experim entou um significativo crescimento, increm entado
pelas migrações transatlânticas da virada do século. Estima-se que entre 1880 e
1910 entraram no país cerca de dois milhões e meio de im igrantes legais.
Em meio a essas m udanças, a luta pela sobrevivência nos segmentos m enos
favorecidos da população exigiria a incorporação de m ulheres e crianças à força
de trabalho. A par disso, o aum ento dos estabelecimentos fabris levou à organização
dos prim eiros m ovim entos operários, liderados na sua m aioria p o r trabalhadores
estrangeiros de diferentes orientações ideológicas. O lOAB não perm aneceu
indiferente a esse quadro, nem deixou de acom panhar as m udanças em curso.
Pouco explorado pela historiografia, talvez porque não tivesse suscitado
brilhantes intervenções ou polêmicas, há u m conjunto de propostas que foram
apresentadas no Instituto da m aior relevância, a exemplo de um projeto oferecido
pelo D r. D eodato Maia»na sessão de 6 de julho de 1911, para a regulam entação
do trabalho das m ulheres e dos m enores na indústria e no comércio^^.
O Dr. D eodato fundam en tou o seu projeto em u m a sim ples constatação:
na legislação brasileira não havia n en h u m dispositivo que tratasse daqueles
assuntos. Assim, indicou que o Instituto representasse ao governo n o sentido
de estabelecer n o rm as que protegessem a m ulher e o m e n o r trabalhadores.
C om plem entando a proposição, sugeria, ainda, a criação de u m D epartam ento
Cf. lOAB, Conferências e principais trabalhos do ano de ]9 ]0 . Rio d e Janeiro: Im p r e n s a N a cio nal, 1911,
p.287-289,
Idem, p. 290.
79
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
80 •àl
V o lu m e 3 ( ) I O A B n a I’ t i m e i r .1 R(.‘pú l:»lica
•á i 81
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
82 •àM
V o l u m e .) (J K ) A B 11.1 l ’ i im c ir < i R t - p ú l i li c d
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_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
A p ê n d ic e ao C a p ítu lo II
lO A B , P rim e iro Congresso Ju ríd ico B ra sile iro : Q u e s tio n á rio G eral
84
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e iia R e p ú b lic a
3. Direito Civil
3.1 Q ual o objeto p ró prio do Direito Civil e a m elhor distribuição das
suas m atérias, quer para o ensino, quer para u m a codificação?
3.2 Subsistem ainda as razões que determ inaram a distinção corrente entre
o Direito Civil e o Direito Comercial?
3.3 É possível fixar a linha divisória entre o Direito e o Processo Civil, de
m odo a evitar confusões na prática? No caso afirmativo, como?
3.4 É possível estabelecer o Direito Civil com um ao m enos às nações da
m esm a origem e do m esm o continente, se não n o todo, em alguns dos seus
ramos? Neste caso, p o r onde se deverá começar?
3.5 Podem as pessoas jurídicas gozar das m esm as garantias que as naturais,
em relação aos direitos civis, e será possível e conveniente equiparar, a respeito
deles, as pessoas jurídicas nacionais às estrangeiras?
3.6 A sucessão d o Estado às pessoas falecidas sem herd eiro deve ser
considerada u m direito hereditário, o u conseqüência do d o m ínio em inente do
soberano d o país? E neste caso, os Estados federados e os m unicípios poderão
pretender a m esm a sucessão?
3.7 Poderá haver perfeita igualdade entre os cônjuges?
3.8 No estado atual dos costum es será necessário adm itir-se o divórcio ou
bastará o rem édio da separação de corpos e bens, aos cônjuges desunidos? N o
prim eiro caso, que restrições lhe deverão ser impostas?
3.9 Será preferível a instituição da liberdade de testar à herança e, no caso
afirmativo, que restrições se deverão im p o r à prim eira?
3. 10 Q ue rem édio pode n o regim e federal, oferecer o Direito Civil
aos produtores e consum idores do país, para garantir seus bens, co n tra o tríplice
fisco federal, estadual e m unicipal?
85
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
4. Direito Comercial
4.1 Q ual o regim e das sociedades corporativas, assim com o dos sindicatos
m ercantis, segundo a legislação brasileira, assinalando-se nas soluções o que
p o r ventura haja nesse regim e de acertado, inconveniente o u defectivo?
4.2 Sob o p o n to de vista das garantias asseguradas às m arcas de fábrica ou
de com ércio nacionais, o u registradas n o Brasil, encontram -se em perfeito pé
de igualdade com as estrangeiras registradas n o Tribunal Internacional de Berna?
4.3 Q uais as causas que principalm ente influem para o insucesso, no Brasil,
dos títulos deno m in ad os - warrants - e que m edidas legislativas poderão
concorrer para alcançarem eles a aceitação obtida em outros países?
4.4 O estad o a tu a l e d ese n volvim ento provável, q u e r dos m eio s de
transporte, quer dos de transm issão de pensam ento, exigem reform as, e quais,
n a legislação comercial brasileira?
4.5 A cham -se bem protegidos n a m esm a legislação, os direitos e legítimos
interesses tanto do falido, com o dos seus credores?
4.6 É m erecedora de aplausos, o u incide em censura, a faculdade conferida
aos Estados da União de legislarem sobre o processo das ações e execuções
comerciais, m ovidas nos respectivos territórios?
4.7 Em face da disposição do art. 457 do Código C om ercial pode ser
considerada brasileira a em barcação pertencente à sociedade nacional de que
faça p arte algum súdito estrangeiro?
4.8É conciliável com o interesse de um a nação, que necessita de m arin ha
m ercante num erosa, o preceito da últim a parte do citado código?
4.9 A alienação exigida no art. 458 do m esm o código, deve ser satisfeita in
continenti à hipótese aí figurada, o u dentro do prazo, e qual seja este?
86
V o k in K ’ ; O l O A l ! n . i 1’ i ' i n u ' i r a I \ c p u l ) l i c <t
ser organizada essa assistência? Com o deve ser determ inada a intervenção do
estado neste assunto?
5.6 Será útil, no Brasil, a criação de conselhos o u comissões de vigilância
nas prisões o u instituições análogas? No caso afirmativo, qual deve ser a sua
organização e que poderes a lei deve atribuir-lhes?
5.7 Q ual o verdadeiro conceito científico do crim e militar?
7. Direito Internacional
7.1 Pode ser o direito internacional privado considerado parte do direito
internacional público?
7.2 C o n stitu in d o o d ireito in tern acio n al privado, em sua essência, o
conjunto das regras jurídicas que do m in am as relações individuais da sociedade
internacional alcança n a arca da sua atuação a parte processual correspondente?
7.3 C o m p ree n d e-se n o d ireito in tern acio n al p riv ad o o d ireito penal
internacional?
7.4 A determ inação do efeito internacional dos direitos adquiridos constitui
na atualidade do conceito do direito internacional, o seu verdadeiro objeto?
7.5 Qual a ação da teoria do “retorno” ou da “evolução” sobre os princípios que
dominam a solução do conflito das leis, dada a noção aceita da sociedade internacional?
7.6 O s direitos das pessoas jurídicas p o d em sofrer lim itação q u an to aos
efeitos extraterritoriais?
7.7 Q ual a extensão dos direitos das pessoas jurídicas de direito público
além do seu país de origem?
7.8 C o m o se adapta o instituto da prescrição às relações dom inadas pelo
direito internacional privado?
87
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
8. Direito Processual
8.1 Respeitados os preceitos constitucionais, em que term os e sob que
bases se pode estabelecer a unidade do processo?
8.2 Para m an ter a unidade do direito privado deve estender-se o recurso
extraordinário, além dos casos previstos n a C onstituição Brasileira, aquele em
que as sentenças dos tribunais superiores dos Estados forem proferidas contra
expressa disposição de lei federal?
8.3 Quais as reform as a introduzir-se no sentido de to rn a r m ais expedito
o processo judicial, abolindo fórm ulas e term os inúteis, principalm ente n o que
diz respeito à execução de sentenças?
8.4 Devem ser os processos relativos à infração de privilégios e contrafacção
de m arcas de fábricas da com petência da justiça Federal o u da justiça local dos
Estados e do Distrito Federal?
8.5 Convém m an ter o atual regime de hom ologação para que obtenham
força executória as sentenças estrangeiras?
8.6 C om o devem ser encam inhadas as rogatórias antes e depois do seu
cum primento? Convém manter o regime do “ex-equatur” administrativo para elas
estatuído, ou pode ser suprimido pelo simples “cum pra-se” do juiz competente?
8.7 Pode ser concedido “habeas corpus” ao réu condenado p o r sentença
de que cabe recurso ordinário?
8.8 É conveniente entre nós a instituição dos Juízos de Instrução Criminal?
No caso afirmativo, que preceitos devem regulá-la?
8.9 Podem ser acum ulados no m esm o processo a ação de divisão e a de
dem arcação de terras?
8.10 Os embargos de nulidade julgados pelas Câm aras reunidas da Corte
de Apelação do Distrito Federal têm os mesmos efeitos do antigo recurso de revista?
8.11 Em face dos princípios deve a liquidação das sociedades de crédito real
ser processada n o Juízo Cível, com o preceitua o art. 349 do decreto n° 370, de 2 de
m aio de 1890, ou no juízo comercial, com o as demais sociedades anônimas?
88 m àM
V o l u m e .5 O l O A B i i j P r im e ir a R e p ú lílic -.i
II H in o A c a d ê m ic o
M úsica d e C arlo s G o m e s
Letra de B itte n c o u rt S am p aio
•Al 89
_____________ Historia da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
90
V o lu m e i ( ) l O A n nu l ’ i i n i c i i \ i K r p ú b l i i . i
Capítulo III
A busca da renovação: o Institute da O rdem das
Advogados Brasileiros nos anos 20
91
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
“que m om ento poderia ser mais adequado do que este em que festejamos o
centenário da nossa independência política? Precisamos demarcar asfronteiras
do espírito nacional como já se fixaram as do território”.^
^ Ver R o b e rto V entura, Estilo tropical: história cultural epolêm icas literárias no Brasil, São P aulo, C o m p a n h ia
das Letras, 1991.
^ Fran cisco P o n te s d e M ira n d a , O s fu n d a m e n to s d o e spírito b ra sile iro (o p e n s a m e n to n a c io n a l), A Exposição
de 1922, 1922^________________ _______________ _______________ _________
92 •àl
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
93
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
94 m à»
V o lu m e 5 ( ) l O A H n . i I’ l i m u i r j R c p ú l j l i c c t
e ainda dirigiam o país com os olhos voltados para o estran g eiro / a solução,
nas palavras de A lberto Torres, u m dos m entores intelectuais d a “geração de
1920”, estava nas m ãos dos “dirigentes políticos”:
Não era outro o sentimento que animava os diversos autores da obra organizada
por Vicente Licínio Cardoso. Um deles, Gilberto Amado, foi enfático ao afirmar que a
grande falha da República brasileira teria sido sua incapacidade de produzir um a elite
preparada para assumir a “tutela” do pais. Sem dúvida, a teoria das elites, formulada
por Gaetano Mosca (1896), e acolhida por Pareto (1902) e Michels (1912), teve boa
aceitação entre amplos setores da intelectualidade brasileira nos anos 20.
À idéia de um a “elite enérgica” se acoplava a concepção de u m Estado
mais forte e preeminente, baseada n o pressuposto da existência de u m a sociedade
civil débil, de u m povo cultural e politicam ente despreparado para exercer um
papel ativo nos negócios púbHcos. Ao expressarem u m anseio de fortalecim ento
do p o d er do Estado, Oliveira Vianna, Gilberto Amado, Pontes de M iranda, entre
o u tro s, co n so lid aram o que Bolívar L am o u n ier c h a m o u de “ideologia de
EstadoT Dotados de u m a visão orgânico-corporativista, percebiam esses autores
a necessidade de u m p o d er estatal forte para erradicar os males do passado e
m anter sob controle qualquer processo de m udança.
O diagnóstico dos problem as e a proposição de soluções indicavam ainda
a necessidade de u m a reform ulação do arcabouço jurídico d o país, com eçando
pela C onstituição p rom ulgada em 1891, criticada p o r Oliveira V ianna e Pontes
de M iranda devido ao seu “caráter perniciosam ente im itativo”. U m a reforma
constitucional se fazia urgente, de m odo a elim inar o “idealism o” resultante da
cópia de m o d elo s im p o rtad o s e a substitui-lo pelo “ realismo” trazid o pelo
contato com a “realidade nacional”.
S im ultaneam ente ao clam or pela reform a da C onstituição vigente, havia
u m a dem an d a generalizada pelo “aperfeiçoam ento” das leis em vigor n o país,
' O liveira V ia n n a , cy. cit. S ob re o p e n s a m e n to de Oliveira V ianna, ver Élide R u gai Bastos e João Q u a r tim d e
M oraes (org s.), O p e n sa m e n to de Oliveira V ianna, C am p in as, E d ito ra da U n ic a m p , 1993.
* A lb e rto Torres, A organização nacional, São Paulo, E ditora N acional, 1933, p. 182 (1* ed.; 1914).
’ B olívar L a m o u n ie r , F o r m a ç ã o d e u m p e n s a m e n to p o lític o a u t o r i t á r i o n a P r i m e i r a R ep ú b lica : u m a
in te rp reta ç ã o , e m Boris F a u sto (o rg .), O Brasil Republicano, H istó ria G e ra l d a Civilização Brasileira,
to m o III, vol. 2, São P aulo, Difel, 1977.
•41 95
_____________ História da
O rdem dos A d vo g a d o s d o B ra s il
96 9àM
Volume .5 ( ) lO A B na P rin ic ir.i R c [)ú l)lic a
97
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98 •à B
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
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V o lu m e j O lO A B na l^rin ic im R e p ú ljlic a
•Al 101
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102
V o l i i n i L ' .5 (..) l O A B i i a P r i n u ’ i i i i R c | ) ú l ) l i c ,i
•Ál 103
_____________ História da
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104 «▲B
V o lu n tü ^ { ) I O A I 3 n.) P r i m e i i i i K c p ú l ) l i c < i
presidente apresentado por Alfredo Bernardes na sessão do dia 13, diante do impasse
em que se encontrava a entidade em face da apresentação da tese de Gomes Carneiro.
A diretoria do Instituto se m anteve fiel ao presidente, e, u m a um , os
conselheiros Esm eraldino Bandeira (1® vice), Zeferino Faria (2° vice), Justo
M oraes (1° secretário), A rnoldo de M edeiros (2° secretário), renunciaram a
seus cargos. D iante dessa forte reação, Gomes C arneiro voltou atrás e solicitou
não só a retirada de sua polêm ica tese, com o o reto rno de Alfredo B ernardes à
presidência do Instituto. Apesar da decisão irrevogável do ex-presidente de não
m ais voltar ao cargo, apresentada p o r seu filho, o conselheiro Gabriel Bernardes,
foi im ediatam ente aprovada a solicitação de Gom es C arneiro p ara que sua
indicação fosse retirada de pauta. O que não im pediu, n o entanto, que Justo de
M oraes acusasse o Instituto de não ter apoiado o ex-presidente.^^
A renúncia do presidente, associada ao recuo de Gom es C arneiro, acabou
p o r am ainar a crise que ameaçava a estabilidade do Instituto, em u m m o m en to
em que sua presença, na condição de im p o rtan te representante d a sociedade
civil, deveria ser, diante da instabilidade política reinante no país, u m elem ento
“de prudência, de ordem , de paz, de respeito à lei, de acatam ento à justiça”
Julho term in o u com o Instituto recom posto internam ente: na sessão do dia 20,
Carvalho M ourão, com o m em b ro mais antigo presente à sessão, foi indicado
presidente do lOAB; um a semana depois, na sessão do dia 27, foi eleito, e com pôs
sua diretoria com os conselheiros que haviam renunciado aos cargos em apoio
a Bernardes.
A inda em 1922, o decreto de 29 de julho - que d eterm in o u a cobrança de
im posto de renda sobre o rendim ento dos profissionais liberais, ou seja, médicos,
advogados, engenheiros e dentistas - colocou o Instituto dos Advogados em
rota de colizão com o governo. Naquele ano, o déficit de caixa do governo federal
a tin g iu níveis a la rm a n te s , em v irtu d e d a su a in c a p a c id a d e d e c o n te r o
crescim ento da despesa e a necessidade de liquidar grande volum e de atrasados
acum ulados no exercício anterior. A saída era a adoção im ediata de austeridade
n a condução da política fiscal, tanto do lado da contenção de despesas quanto
do da expansão de receitas.^*
De agosto a ou tu b ro , a polêm ica acerca da cobrança de im posto sobre os
rendim entos dos advogados foi u m dos tem as centrais das sessões do Instituto.
A ta s d a Sessão d o l O A R . 13/7/1922.
Sobre a política c con óm ico-fin a n c eira d o s anos 20, vfr W inston Fritsch, A pogeu e crise na Prim e ira República:
1900-1930, e m M arc e lo Paiva A b re u (o rg .), A o r d e m d o p r o g r e s s o : c e m a n o s d e p o l í t i c a e c o n ô m ic a
re p u b lic a n a - 1S89-1989, R io d e )a n e iro . C a m p u s, 1989,
105
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
106 •Al
V o lu n x - J ( ) lO A H na I’ n m c i r a Rcp ü l)li(< i
A ta s da Sessão do lO AD , 24/8/1922.
da Sessão do lO A B , 5/10/1922.
•At 107
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
108 •À »
V o lu m e 5 O l ü A B n .i l ^ r i m c i r . i R c |)ú l)lic :.i
Face à polêm ica que levantou - até m esm o setores m ais conservadores se
m ostraram preocupados com o grau de intervenção governam ental n a im prensa
- o debate se estendeu até novem bro de 1923, qu an d o a lei foi sancionada. Na
sessão de 19 de julho, o conselheiro Ribas Carneiro foi preciso ao ap o n tar o
contra-senso de se estar d iscutindo u m a lei de im p ren sa ju stam en te n u m
m o m en to político delicado, em pleno estado de sítio, onde a p ró p ria im prensa
não podia se m anifestar hvremente.
Se o d eb a te so b re a lei de im p re n s a n ã o p ro v o c a ra cisão e n tre os
conselheiros do Instituto, o m esm o não aconteceu com a prorrogação do estado
de sítio o b tida pelo presidente Bernardes. A indicação de G om es C arn eiro -
feita na sessão de 19 de abril de 1923 - de suspensão dos trabalhos do Instituto
enq u an to perdurasse o sítio foi derrotada pelo famoso “artigo 22”- “não p o d em
ser objeto de deliberação quaisquer propostas que visem a manifestações dos
sentim entos do In stitu to com o corporação”. O que n ão im ped iu que, n a sessão
seguinte, n o dia 26 de abril, o conselheiro voltasse à carga. Em prim eiro lugar, o
fez p o r m eio de u m requerim ento para que constasse em ata o seu protesto:
requeiro que conste da ata o protesto que eu faço como jurista, como republicano
e como brasileiro, contra o atentado que representa o decreto de prorrogação do
estado de sítio contra a lei, os princípios do regime e a dignidade nacional.
A ta s da Sessão do 1 0 A B , 14/7/1922.
•41 109
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V o liim u > O l O A B iia P r in io ir .i R e p ú b lic a
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112 •Al
V o lu m e ü lO A B na P rin ic iia Rcpúl)lic,)
•Ai 113
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
774
V o lu m e i ( ) I(.)A B n a P r i n n ’i ia K c p ú l j l i c . i
“elem ento diluidor de conflitos sociais”, o voto classista acabou sendo aprovado
pela Assembléia C o n stitu in te de 1933.
N o entanto, o po nto crucial dos debates dizia respeito à avaliação do papel
do Instituto no próprio processo de reforma constitucional. Duas posições podem
ser destacadas. De u m lado, pairava a dúvida de que, em u m am biente de fortes
constrangimentos políticos gerados pela vigência do estado de sítio, pudesse existir
o clim a de liberdade indispensável à discussão de tem as que m exiam tão
profundam ente com o arcabouço institucional do país. Além d o que, n o dizer do
conselheiro Ribas Carneiro, havia a sensação de inutilidade de qualquer esforço
do Instituto no intuito de orientar a reforma em direção mais adequada.®'
A palavra “inutilidade” não era em pregada apenas para qualificar o esforço
do Instituto. N o Boletim do Instituto de 1925 observa-se u m a desconfiança
m anifesta em relação ao p ró p rio valor das leis e da C onstituição com o fatores
reguladores e organizadores da sociedade:
115
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
116 •Al
V o lu m e J O l ü A B na P rim e ira R e p ú lilic a
- e OS constrangim entos de ordem política: “devido à crise por que passa a nação,
o comércio e a indústria devem pagar amigavelmente o im posto”.^^
O In stituto tam b ém foi instado a opinar sobre dois o u tros tem as que
m obilizavam determ inados setores da opinião pública: o divórcio e a pena de
m orte. A sugestão de que o Instituto discutisse a questão do divórcio p artiu de
Pontes de M iranda, que, inclusive, indicou o desejo da Sociedade de M edicina
e Cirurgia de participar do debate. A resposta do presidente Sá Freire foi incisiva:
o In s titu to dos A dvogados n ã o p artilhava das m esm as p re o cu p aç õ es da
sociedade de médicos.
Já a possibilidade do em prego da pena de m orte n o Brasil provocou um
debate mais acalorado. A indicação do conselheiro H eitor Lima de que o Instituto
se manifestasse “contra qualquer tendência para adoção entre nós da pena de
m o rte” foi rebatida p o r Francisco Prado, que considerou “constrangedora” a
tentativa de forçar a priori o posicionam ento dos m em bros do Instituto. A
contestação de P rado foi aceita e o Instituto resolveu discutir “sobre” e não
“contra” a pena de morte.^^ Apesar da inform ação apresentada p o r H eitor Lima
de que a pena de m o rte tinha saído da pauta da reform a constitucional, Sá
Freire sugeriu que o tem a continuasse na agenda de debates do Instituto.
N o entanto, a questão m ais polêm ica que m obilizou o Instituto , e que
envolveu dois dos m ais im portantes juristas brasileiros - Pontes de M iran da e
Clóvis Bevilacqua foi a reform a do Código Civil, o qual, depois de um a longa
e penosa tram itação, havia sido aprovado em 1917.
As sessões de m aio de 1926 foram m onopolizadas pelo duelo entre os
dois, já que, no dia 6,M iranda havia feito um a longa exposição em que apontava
os “erros crassos” do Código Civil, do qual Bevilacqua havia sido o principal
elaborador. Na sessão do dia 20, o presidente Sá Freire rebateu as afirmações de
Pontes de M irand a e com unicou que Bevilacqua faria u m a conferência no
Instituto em resposta às acusações que havia recebido. Bevilacqua n ão foi à
sessão do dia 27, m as m an d o u u m a carta, lida por Sá Freire:
117
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
4. Relações d e lic a d a s
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V o lu m e ) ( ) l O A P ) n ,i l ^ i ' i m t ' i r a R ( ’ | ) ú i ) l i ( a
•àl 119
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
O clim a de euforia pela conquista de espaço físico e sim bólico foi toldado
pela polêm ica em torn o do anúncio feito p o r Pinto Lima quan to à colocação
de u m a placa com o nom e do desem bargador A taulpho de Paiva na sala que
havia sido destinada ao lOAB. O conselheiro Ribas C arneiro reagiu fortem ente
co n tra essa iniciativa da comissão form ada para redigir o regulam ento de uso
da sala. Dizendo-se surpreso que Pinto Lima, um dos mais ardentes defensores
do artigo do Estatuto que proibia o Instituto de prestar hom enagens pessoais,
estivesse encabeçando um a proposta desse teor, C arneiro acabou p o r reputar o
ato da com issão “um excesso de m and ato”. C oube a M iran da Jordão a palavra
final sobre o ato da comissão, que teria visado “aos interesses superiores do
In stituto”. Apesar das restrições estatutárias e da oposição de alguns m em bros,
a hom enagem ao desem bargador foi m antida, com o voto contrário de apenas
dois conselheiros: do p róp rio Ribas C arneiro e de O tto Theiiler.^'*
Se o relacionam ento do Instituto com o m u n d o “externo” era im portante
p ara a construção de sua identidade institucional, delicados eram os conflitos
“internos”, que tocavam n o ponto m ais sensível dessa identidade, o espírito de
A ta s da Sessão d o I O A B , 16/7/1925.
” Ams da Sessão do lO A B , 9/11/1926.
’M m s da Sessão do lO A B , 30/12/1926.
120
V ' d k i n u ' .5 O l O A B III! I’ r i n K ' i r . i K c p ú l ) l i c <i
coesão dos seus m em bros. Por isso mesmo, com o já vimos em outras situações
de impasse, a renúncia era usada com o a solução para resolver questões que
dividiam os conselheiros.
À guisa de exem plo, po d em o s citar dois eventos em q u e a renú ncia foi
usada co m o fo rm a de negociação em conflitos in tram u ro s. U m deles, foi a
questão do sigilo profissional dos advogados. Na condição de segundo vice-
presidente do In stituto, Levi C arneiro defendeu o p o n to de vista de que, no
interesse da aplicação d a justiça, o advogado não deveria g u a rd a r sigilo
profissional. As críticas a essa posição foram dup lam en te incisivas: não só
p o rq u e desqualificaram C arneiro, com o foram desfechadas p o r dois dos mais
influentes m em bros d o Instituto, P into Lima e C arvalho M ourão. E n quanto
o p rim eiro p ro c u ro u esclarecer “os juristas que não conhecem a organização
do In stitu to , p ara q u e n ão su p o n h am que a opinião de C arn eiro é esposada
pela corp o ração ”, M o u rão alertava que a opinião de Levi C arneiro estaria em
desacordo com “to d o s os nossos precedentes’7^ A saída ho n ro sa para um
conselheiro da envergadura de Levi C arneiro foi a ren ú n cia ao cargo que
ocupava, a qual, claro, n ão foi aceita pelo Instituto.^^ Os lim ites do conflito
estavam delim itados, bem com o os procedim entos que deveriam balizá-lo
nos m arcos d a id en tid ad e in stitu cio n al que se c o n stru ía para o In stitu to
naquele período.
M ais tenso foi o conflito que se seguiu à disputa entre os conselheiros
Pinto Lima e Ribas C arneiro pelo cargo de o rad o r nas eleições p ara a diretoria
do Instituto no final de outubro de 1924. Inconform ado por ter perdido a eleição.
C arneiro ren u n cio u aos cargos que tinha nas comissões internas do Instituto,
sendo seguido p o r outros conselheiros que, a pretexto de estarem “do en tes”,
tam b ém d ecid iram renunciar.^^ D iante dessa forte reação, q u e claram ente
apontava para u m im passe, Pinto Lima renunciou, sendo então realizada u m a
nova eleição para orador do Instituto, que veio a confirm ar o resultado anterior.^®
A eleição da nova diretoria, realizada em o u tubro de 1926, foi o m o m en to
da recom posição da unidade do Instituto. Pinto Lima foi eleito p ara a 1® vice-
presidência, e Ribas C arneiro recebeu 58 votos para, enfim , assum ir o cargo de
orador. A presidência coube a Rodrigo Octavio Langaard de M enezes, que
d erro tou Levi C arneiro p o r u m a diferença expressiva de votos: 52 a 15.
” AW5 da Sessão do lO A B , 10/7/1924.
’’''A ta s d a Sessão do lO A B , 17/7/1924.
A tas da Sessão do lO A B , 30/10/1924.
” Afíií da Sessão do lO A B , 6/11/1924.
727
_____________ Hlstória_da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
722 •àl
V d lu in r ( ) lOAI-) t u 1’ r i m c i i a K r p ú l i l i c . i
Porque este é, afinal, em verdade, nosso mais alto objetivo. A ele temos procurado
servir. Só a ele atendia o projeto de nosso primeiro presidente, o egrégio
M ontezum a, que mereceu o louvor imperial tendente ao estabelecimento de
aulas jurídicas no Instituto, professadas por membros do Instituto. Urge, no
entanto, que o destaquem os e para ele convoquemos todos os esforços
aproveitáveis.^^
123
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
as publicações gratuitas feitas pela Im prensa Nacional costum avam ser m uito
demoradas.®^
Tal como previsto, o cido de conferências se abriu n o dia 25 de maio, com a
apresentação de Clóvis Bevilacqua, presidente honorário do Instituto e que, em
julho próximo, seria indicado para receber a m edalha de bronze com o jurista do
ano. A partir de então, foi instituída a concessão anual dessa m edalha com o nome
de prêmio Teixeira de Freitas. No discurso de abertura dos trabalhos, Levi Carneiro
enfatizou a “transformação” por que passava o Instituto naquele mom ento:
P ara se afin ar com o m u n d o p ó s-g u e rra, qu e cada vez m ais dem andava
profissionais especializados, precisava o In stitu to se “tra n s fo rm a r” e investir
n a form ação “teórica” dos “práticos do foro”. N ão po ssu indo os in stru m en to s
de c o e rç ã o e de c o n tr o le so b re seus m e m b ro s , típ ic o s de u m ó rg ã o
c o rp o ra tiv o c o m o a fu tu ra O rd e m do s A dvogados, ao In s titu to restava
“conv ocar” seus profissionais p ara o “estudo dos m ais altos p ro b lem a s do
d ire ito ”.
A reeleição de Levi C arneiro em o u tu b ro de 1929 era g arantia segura de
que a program ação de atividades do In stitu to p ara o an o seguinte m anteria o
" Bolelim do In s tituto da O rd em dos Advogados Brasileiros, 1929, p. 97.
Boletim do In stitu to da O rd em dos Advogados Brasileiros, 1929, p. 223.
Ao lo n g o d e 1929, f o r a m realizadas 1 1 conferências; D ire ito su b jetiv o (C ló v is B evilac qua ); C o n tra to s
coletivos d e tra b a lh o (Sá Freire); C o dificação p e n a l m o d e r n a - a d a E s p a n h a e a d a Rússia S oviética
( E v a m t o d e M o raes); R e s p o n s ab ilid ad e d o E s ta d o p o r d a n o a o e s tr a n g e ir o {Raul F e rn a n d e s ) ; A s novas
d ire triz e s d o d ir e ito (José A n t ô n i o N o g u e ira ); As p e n a s e a i m p u ta b ili d a d e n o p r o je to d o C ó d ig o
P e n a l B r a s il e ir o (V ir g ílio d e Sá P e re ira ); O p r o b l e m a d a n a c i o n a l i d a d e ( R o d r i g o O c t a v i o ) ; A
c o n tr ib u iç ã o d e M in a s G erais p a ra a s o lu çã o d o p ro b le m a p e n a l b ra s ile iro (M a g alh ã e s D r u m m o n d ) ;
O direito d e família n a legislação soviética (V ic ente Rao); P ro b le m a s d e so ciedades a n ô n im a s (C a rv a lh o
d e M e n d o n ç a ) ; A C o n s t i t u i ç â o d e 1891; d ireifos im p lícitos; e n t r e ele s n ã o s e c o m p r e e n d e o d ir e ito d e
re v o lu ç ã o (E rn e s to Lem e).
724 •àl
V o lu m e J Ü lO A B na 1’ i i m c i i a K c p ú l) iic a
investim ento na form ação jurídica do advogado.*^ De fato, o que se viu foi a
s u b o rd in a ç ã o d o “e s tu d o de casos e q uestões o c o r re n te s ” a u m am p lo
p rogram a de trab alh o s para 1930, que, no dizer de C arneiro, obedecia “ao
em p en h o de servir a cultu ra ju ríd ica do país, desenvolvendo-a e d ifu n d in d o -
Assim, além da continuação das conferências - um a série especial seria
especialm ente d edicada ao estudo do Código C rim inal de 1830 - houve a
proposta de realização de vários concursos: um , para p re m ia r“a m ais com pleta
e concisa definição dos direitos e deveres dos cidadãos brasileiros”; ou tro ,
sobre a influência de Ruy B arbosa no direito brasileiro; e u m terceiro, para a
elaboração de u m a o b ra destin ad a ao estu do prático do C ódigo Civil. A
preocupação em facilitar o acesso da população a inform ações sobre o direito
estava presente ta n to n a preparação de u m peq u en o dicionário, q u a n to na
transm issão de pequenas palestras pelo rádio.
Atingir a m assa através desse meio de com unicação direta - m esm o os
que não possuíam um rádio podiam ouvir os program as em lugares públicos
p o r m eio de serviços de alto-falantes - não era privilégio apenas de artistas ou
de políticos. R apidam ente se percebeu a im portância do rádio com o veículo de
form ação pedagógica, de educação cívica, e, p o rta n to , de co n stru ç ã o de
cidadania. Na ata da sessão de 22 de m aio de 1930, consta o anúncio de que as
palestras sobre direito iriam ao ar pela Rádio Sociedade, todas as quartas-feiras,
às 21:15h, com 10 m inutos de duração. A agenda prevista incluía os principais
especialistas nos mais variados ram os do direito, confrontados com o desafio
de resum ir em apenas dez m inutos, e em linguagem acessível a um público
leigo, tem as am plos e complexos.**
N ão p o r acaso, a crescente im portância do aparato legal na vida do cidadão
com um , e, por isso m esm o, a necessidade de ele conhecer as leis que o regiam,
" De aco rd o c o m o n o v o E sta tuto d o lOAB, a posse d o sucessor d e Levi C a r n e i ro se d a ria n ã o m ais em
n o v e m b ro de 1930, e sim e m abril d e 1931. A criação da OAB a c a b o u p o r m o d ific a r o q u e liavia sido
estabelecido pelo E sta tu to d e 1928.
Boletiin do ÍMstituto da O rd e m dos Advogados Brasileiros, \9 30, p. 37.
I o r a m escalados 21 especialistas; conferência in a u g u ra l (Levi C a r n e iro ); d ire ito civil e m geral (A stolpho
R e/ende ); direito na família ( A r m a n d o Vidal); direito das coisas (P h ila d e lp h o A zevedo); d ire ito das
obrigações (T argino R ibeiro); direito das sucessões ( lorgc i-ontenelle); d ire ito d o c o m é rc io e d a in d ú s tria
em geral (Ribas C a r n e iro ); direito com ercial te rrestre (Salvador P in to Junior): falências (M o itin h o Dória);
direito m a r íti m o (H u g o Sim as); direito in d u stria l (A rn o ld o M edeiros); p rocesso civil (Pereira Braga);
direito in te rn a c io n a l p riv a d o (H a ro ld o V a lla d ã o ); direito penal ( M á rio Bulhões Pedreira); d ireito m ilitar
(O ctavio M . R ezende); sistem a pe n ite n ciário (C â n d id o M end es); processo p e n a l (P in to Lima); direito
c onstitucional (C astro N unes); organização judiciária (Nilo Vasconcellos); direito a d m in istra tiv o (Figueira
de M ello); e direito in te rn a c io n a l p ú b lic o (Virgílio Barbosa).
•ái 725
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
726
\A ik in x ' ) ü l O A H ii.i P iiin c 'iiM R ü | ) ú l ) l i i a
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_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
128
V o lu m i' 1 ( ) IO A B iK i I ' l ' i m c i r a R c ' p ú ! ) l i c , t
CONSIDERAÇÕES FINAIS
R ecuperar a trajetória do Instituto da O rdem dos Advogados Brasileiros,
ao longo da República Velha, trouxe-nos a lem brança de u m filme clássico de
Luchino Visconti, da década de 1960,0 Leopardo, baseado n o livro de Giuseppe
Tomasi de Lam pedusa, II gattopardo. Recordam os, sobretudo, de u m diálogo
entre o jovem Tancredi e o seu tio, o Príncipe de Salina, em qu e o sobrinho
explica ao velho a ris to c ra ta siciliano que o segredo d a p reserv a ção das
instituições está justam ente n a sua capacidade de transform ação, de lidar com
o novo, por assim dizer. A costum ando-se aos novos tem pos, aceitando as novas
realidades, aclim ando-se às condições sociais, então dom inantes, só assim elas
se revigoram e conseguem sobreviver.
A queda da m onarquia, por certo, trouxe problem as p ara o In stituto da
O rdem dos Advogados Brasileiros. Tanto assim, que p o r dois anos a corporação
perm aneceu inativa. N ão participou sequer dos debates da C onstituinte, quando
se preparava a nova ordem jurídica do país. Infelizmente, não conseguim os
descobrir o que teria ocorrido naquele lapso de tem po. Identificam os, todavia,
que suas atividades só foram reiniciadas em 1892. Percebem os que d u ra n te a
República dos Marechais, os novos dirigentes da Casa de M ontezum a deram
especial ênfase às iniciativas acadêmicas e à retom ada do serviço de assistência
jurídica gratuita, atendim ento que prestavam aos réus pobres, desde m eados
d a década de 1860.
As estratégias de sobrevivência foram bem -sucedidas. A instituição logo
se m o strou adaptada aos novos tem pos. Basta dizer que a co m em oração do
jubileu de o u ro m ereceu o patrocínio do m arechal Floriano Peixoto. Passo a
passo, o grêm io se aproxim ou dos novos donos do poder.
Essa nova c a m in h a d a ascenden te g a n h o u im p u lso com a v olta das
oligarquias ao poder. Os m ovim entos foram cuidadosam ente estudados. O
Instituto incorporou-se às festividades do quarto centenário d o descobrim ento
d o Brasil, p rom ovendo u m evento pioneiro na cultu ra ju ríd ica nacional, o
Congresso lurídico A m ericano. Escudados convenientem ente pela pretensa
neutralidade do discurso científico, os herdeiros de M ontezum a aproveitaram
729
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
a jornada acadêm ica para questionar o m odo com o a República fora im plantada
n o Brasil, discutindo o sistema federativo, o aparato jurídico, e a divisão de
poderes.
Ao m esm o tempo, o Instituto procurava conquistar a confiança do governo,
que não tard o u em reconhecer a com petência da associação, ora em penhada
no preparo de pareceres e de estudos, ora ofertando sugestões às autoridades
constituídas, visando ao aprim oram ento do poder judiciário. Recuperou, assim,
as funções de assessoria que exercera ju n to aos gabinetes im periais.
M as outras transform ações ainda estariam p o r acontecer. Eis que surge o
lO A B ra d ia n te , re ju v e n escid o e p re s tig ia d o p e la s o c ie d a d e c a rio c a na
in a u g u ra ç ã o d a av e n id a C e n tra l, u m dos s ím b o lo s d o p ro g re s so e da
m odernização que o país buscava alcançar. C oerente com os novos tem pos,
discutiu 0 exercício da profissão de advogado pelas m ulheres e sua adm issão na
Casa de M ontezum a. Debateu a instituição do divórcio n o Brasil, bem com o a
regulam entação do trabalho dos m enores e das m ulheres.
D o m esm o m odo, apareceu na program ação da Exposição Nacional de
1908, q u an d o realizou o Prim eiro Congresso Jurídico Brasileiro - evento que
reuniu advogados de quase todas as regiões do território nacional. Desta vez,
entretanto, o lOAB não se utilizou do pretexto acadêm ico para questionar o
advento da República. D era o fato com o con su m ado. P o rtan to , chegara o
m o m en to de contribuir para o aperfeiçoam ento das instituições e identificar
aspectos do aparelham ento jurídico que necessitavam de urgente atualização,
ten d o em vista as novas expectativas sociais e econôm icas d o país, que então se
percebiam em franco progresso.
I n a u g u r a d a c o m o C o n g re ss o J u ríd ic o de 1922, p o r o c a s iã o da
com em oração de u m outro centenário - o da independência do Brasil a década
de 20 trouxe novos e sérios desafios para o Instituto. Uns, se ligaram à crescente
com plexidade que m arcou sua relação com o m u n d o da política e do judiciário;
o u tro s , se co n e c ta ra m à necessidade inadiável d a in stitu iç ã o inv estir n o
“aprim o ram en to e na difusão da cultura jurídica”.
Foi difícil a travessia dos quase cinco anos de estado de sítio. Apesar do
escudo oferecido pelo Estatuto contra o envolvim ento em questões políticas, o
Instituto entendeu que a luta contra o arbítrio era a sua razão de ser, m esm o
que à custa de sérias dissensões internas, com o a qu e levou à renúncia do
presidente Alfredo Bernardes em plena crise provocada pela revolta tenentista
de julho de 1922.
130 m àM
V o lu m e ' ( ) I ( ) A B n .i 1’ i ' i n n ' i r a l \ ( ' i ) ú l ) ! i c , t
131
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
132 m àM
V o Il iiik - ) o l O A B n , i I’ r i i i u ' i i ' . i R o p ü b l i í . i
índice Onomástico
133
_____________ H istoriada
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
C âm ara, Octacílio, 64
C am pos, M yrthes G om es de, 11, 5 7 ,5 8 ,5 9 ,6 0 ,6 3
Campos SalleSy M anuel Ferraz de, 36, 37,48,102, 156
C ardoso, Vicente Licínio, 94,95
C arneiro, Levi, 104, 121, 123, 124, 125, 126,127, 160, 325
Carneiro, M ário Tíbúrcio Gomes, 103, 104, 105, 107, 108, 109, 110, 113
Carneiro, Ribas, 103, 108, 109,115,120, 121,125, 127
C arone, Edgard, 111
Carvalho, Carlos Augusto de, 3 1 ,4 1 ,5 4 ,8 1
Carvalho, Ronald, 94
Cavalcanti, Amaro, 34, 35,5 1 ,5 4
C onstant Botelho de Magalhães, Benjamin, 94
Correia, M anuel Francisco, 30
Costa, Olegário, 118
Cruz, Godofredo, 120
Cruz, Oswaldo, 55
Elis, Alfredo, 78
Einstein, Albert, 92
134
V o k in u ' i ( ) I O A I 5 n , i P r i t n ( ‘ ir,i K c p ú b l i c . i
135
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
M
M achado, Francisco da C unha D eodato M aia, 4 8 ,5 1 ,6 3 , 79,80
Magalhães, T heodore, 62,81, 98
Magalhães, Valentim, 39,47
Malheiro, Agostinho M arques Perdigão, 21,39
M alheiros, Heitor, (pseudônim o do Visconde de Taunay), 24
M arinho, Saldanha, 19,20,153
M arques, João, 59
M attos, José C ândido de A lbuquerque Mello, 35, 36
M edeiros, A rnoldo de, 1 0 4 ,105 ,107 ,1 25
Mello, Figueira de, 125
Mello, Isaías Guedes de, 39,60
Melo, [Almirante] C ustódio José de, 31
M ello, U rbano Sabino Pessoa de, 21
M endes, Fernando, 83
Meníies de Almeida, Cândido, 111,125
M endonça, Carvalho de, 124
Menezes, Rodrigo Octavio Langaard de, 32, 39,61, 75,121, 124, 158, 321
Michels, Robert, 95
M iran d a Jordão, Edm undo, 113, 114, 119, 120, 127
M iranda, Francisco Cavalcanti Pontes de, 13,92,93,95,98,117,118,119,120
M ontezum a, Francisco Gé de Acaiaba e, 123, 129
M oraes, A ntônio Evaristo de, 1 3 ,9 7 ,9 8 ,9 9 ,1 2 4
M oraes, Justo, 105, 107, 112
M osca, Gaetano, 95
Moses, H erbert, 108,113
Mourão, João M artins Carvalho, 36,51,58, 5 9 ,6 2 ,1 0 0 ,1 0 1 ,1 0 5 ,1 0 7 ,1 0 8 ,
111,11 9,1 2 1 ,1 5 6 ,1 5 9 , 322
136 9àM
V b l i i n n . ' ■) ( ) lO A I'! n ,i P r i n u ' i i . i K u p ü h l i u i
737
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
s
Sam paio, Bittencourt, 70,89
Santos, D eodato Villela dos, 31, 33
Santos, Júlio, 104, 113, 118, 119
Sá, Francisco de Salles M eira e, 50,51
Seabra, José Joaquim , 5 0 ,5 3 ,5 4 ,5 6 ,7 7 ,1 5 4
Segóvia, Lisandro, 48,51, 77
Serrano, Jonathas, 94
Silva, Alfredo Bernardes da, 41, 91,97,103, 105,130, 160, 323
Silva, Ernesto Nascimento, 98
Silveira, Tasso da, 94
Simas, Hugo, 125
Souza, Inglez de, 66, 72,73,155, 317
Sodré, Azevedo, 60
138 m àM
V o liin ic •> ( ) K ) A I ! n , i I-*! i n u ' i r . i K i ' | ) L i l ) I i (
139
_____________ História c k
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
140 «4B
V o lu m e i ( ) l (.) AI > n a P n n i c i r a R c p ú i í l i i a
FONTES E BIBLIOGRAFIA
1. M A N U S C R IT O S
2. IMPRESSOS
9 á M 141
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
2.2 PERIÓDICOS
142 9àM
V o lu n u ' ) O l O A I ) 11,1 P t i n n ’iici K c p ú h l i i J
2.3 JORNAIS
2.4 MEMORIALISTAS
•Ál 143
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
2.5 OUTRAS
a s s o c i a ç ã o d o q u a r t o CENTENÁRIO D O DESCOBRIMENTO
D O BRASIL. Livro do Centenário (1500-1900). Rio de Janeiro: Im p ren sa
Nacional, 1900; 1901; 1902,3 v.
144 •4 B
V d iu n u ' J O l O A R n,i P r im c iic i R o p ú b l i t a
3. M E IO S D IG ITA IS
•Ai 745
_____________ Históría_da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
146 9Áã
( } I()/M 3 n.i l-’n i n r i i . i Ri p i i h l a a
BIBLIOGRAFIA
OBRAS DE REFERÊNCIA
ABREU, A lzira Alves, Beloch, Israel, L attm an-W eltm an, F ern a n d o &
Lamarão, Sérgio (coord.) .Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro pós-1930.Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2001.
SOUZA, J. Galante de. índice de bio-bibliografia brasileira. São Paulo: INL, 1963.
•à M 147
_____________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
LIVROS, A R T IG O S E IN É D IT O S
BUENO, Clodoaldo “Da Pax Britannica até a hegem onia norte-am ericana”.
Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 10 (20): 247, 1997.
148 9AB
V o lu m e 5 O l O A H n , i I ’ l ' i m c i r . i K c p ú b l i c <i
149
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
150 «41
V 'o lu n ti' i ( ) l O A B n.i I ’ r i n n ' i r . i
OLIVEIRA, João G ualberto de. História dos órgãos de classe dos advogados.
São Paulo: Bentivegne, 1968.
VENÂ NCIO FILHO, Alberto. Das arcadas ao bacharelismo. São Paulo: Ed.
#à# 151
_____________ História, da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Perspectiva, s.d.
152 ttài
V o lu n ic J O l O A l i n a 1’ r i n i c i i a R c p ú i i ü c a
ANEXOS I
BIOGRAFIAS DOS PRESIDENTES D O lO A B NA
I REPÚBLICA (1889-1930)
•á l 153
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
154
V tjk im í' ) ( ) l O A B n a P r i n u ' i r . i K ( ' |> ú Í ) I k .)
#à# 755
_____________ Históría_da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
756 QàM
V o lu m e > C) l O A B n . i I ’ r i n i e i i c i R c p ú l i i i c . i
757
_____________ Historia da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
158 ®AB
V o U m u ’ '> O K ) A B n u I ' u n K ’ u a K c p a l)li< -a
159
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
160
V o lu m e i ( ) l O A B n.i P r i n H ' i i . ) R c p ú b l i u
Nasceu em São João Del Rei, M inas Gerais. D iplom ou-se em 1892 pela
Faculdade de Direito de São Paulo. Tòrnou-se Professor de Direito Civil e depois
de Direito Penal na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Foi advogado do
B anco d o Brasil d e 1900 a 1905 e ficou responsável- p o r u m a das m ais
complicadas causas desse estabelecimento de crédito que foi a liquidação forçada
da Cia U nião Sorocabana e Itauana, com m uitos desdobram entos na época.
P articipou a convite do M inistro Esm eraldino B andeira n a elaboração dos
projetos do Código de Processo Civil e C om ercial e do Código de Processo
Penal para o D istrito Federal. Tam bém foi convidado pelo M inistro João Luiz
Alves para participar da elaboração do Código de Processo Civil e Com ercial, e
ju n tam en te com o M inistro A rtur Ribeiro integrou a comissão que preparou
u m antepro jeto do código, p adronizado para todo o pais. Foi M inistro do
Suprem o Tribunal Federal. Fez parte da Com issão encarregada de organizar o
Código do Processo Civil e Com ercial prom ulgado em 1924 e revogado por
u m novo Código de Processo Civil. Publicou diversos obras - Prescrição da Ação
Penal em \90AJntervenção Federal nos Estados e m 1906, A Cobrança de Direitos
Aduaneiros em Ouro em 1 9 2 1 ,0 Poder de Polícia do Estado e o respeito as sentenças
judiciais em 1926, A inconstitucionalidade da Lei do imposto sobre a renda em
1939, Livramento condicional em 1939, Livramento Condicional em 1939, Honra
e importância em 1941, Traição e espionagem em 1945, Limites entre os Estados
em 1950 e outros estudos jurídicos de valor publicado em revistas especializadas
e em jornais cotidianos. O cu p o u a presidência do lOAB p o r 3 vezes, e na últim a
gestão assum iu o cargo em 16 de abril de 1931.
161
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
762 #4#
V o lu m e ; ( ) l O A B na Prin n-n.t K c p u b l i i a
763
_____________ Hi<;tnria Ha
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
164
V o lu m e 3 O I Ü A I 5 n<i I ’ r i n i L ’ i r u K c p i i l i l i c . i
ANEXO II
Discurso da posse de Rui Barbosa, com o sócio,
no Instituto dos Advogados,
em 18 de maio de 1911
•Al 165
_____________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
' o Diário de Nolicias registra “Sr. p re sid en te, senhores, m in h a s senh o ras.”
' O Diário de Notícias e o Jornal do C om m ercio re g istra m “u n ic a m e n t e ”.
^ C u rio sa e ra ra a acep ção e m q u e Rui B arbosa e m p re g a o v e rb o “ d isp en sa r” c o m o in tran s itiv o , a qu i e em
o u tr o s textos. S eg un d o o Vocabulário d e Bluteau, o verbo significa “ d e te r m in a r ” e assim foi u s a d o p o r
C a m õ e s {Lusíadas V, 80,5).
766
V o lu m e i ( ) l O A B na l ^ i i i i i c i r j R c ))ü l)lic .i
^ Jornal d e o rie n ta ç ã o liberal, cuja criação foi p ro p o s ta p o r Rui B arbosa e m m a rç o d e 1869, q u a n d o e stu d a n te
de d ire ito e m São Paulo.
^ Loja m aç ô n ica d e relevo, à q u a l Rui B arb o sa, ain d a e stu d a n te d e direito e m São Paulo, foi a d m itid o em
ju lh o d e 1868.
* A n tô n io C arlos R ib e iro de A n d ra d a M a c h a d o e Silva, p ro fesso r de d ire ito c o m e rc ial n a F a c u ld a d e d e D ireito
d e São Paulo, q u e re n u n c io u à Loja A m é ric a q u a n d o esta a p r o v o u o p ro je to d e R ui d e lib e rta ç ã o dos
filhos das escravas,
' Trata-se d a lei q u e ficou c o n h ec id a c o m o Lei d o V entre Livre.
“ O Correio da M a n h ã n ã o registra vírgula d e p o is d e “p ersisten te”.
•áb 767
_____________ Historia da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
168
V o lu m e - 5 O K M B n u I’ r i n K M i . i R f p ú b l i c ,i
noções do sistem a que nela encarnei, em nom e da sua verdade elem entar, direi
que, m in is tro d o p re sid e n te da R epública, eu e n te n d e ria hav ê-lo tra íd o
referendando-lhe essa m edida.
Acertou ele de vir a lum e pelo Diário Oficial, no aniversário da ODnstituição
vigente. Fortuita o u intencional, a coincidência ressabe à m ais am arga ironia.
Ironia o u da m alícia de q u e m a engendrou, o u de u m dos m ais singulares
caprichos do acaso. Porque, se ao presidente da República assiste o direito de se
insurgir co n tra u m julgado, a título de que o Suprem o Tribunal “exorbitou das
atribuições que a C onstituição e as leis lhe assinalam ” com o se diz abertam ente
na m ensagem de 22 de f e v e r e ir o ,e n tã o o regím en am ericano está invertido
n o Brasil e substituído, neste pobre país, pela ditad ura do Poder Executivo.
E ste, a in d a m e s m o n a s re p ú b lic a s e u r o p é ia s e n a s m o n a r q u ia s
constitucionais daquele continente, onde a justiça n ão conhece da consti-
tucionalidade das leis, não pode reagir contra as sentenças que averbarem de
inconstitucionais o u ilegais os atos da adm inistração. Até aí já se estendia a
com petência judicial sob a m onarquia. Os cidadãos podiam argüir de ilegalidade
o u inconstitucionalidade, nos tribunais, os atos do governo d o im perador; e se
os tribunais os reconheciam incursos num a ou noutra, a decisão m an tin h a o
direito ofendido, autorizando a desobediência às m edidas arbitrárias da Coroa.
O que sob a C onstituição de 1891 lucrou em p o d e r a justiça, n ão foi a
atribuição de verificar a constitucionalidade nos atos do Poder Executivo: foi a
de p ro n u n ciar a inconstitucionalidade nos atos do C ongresso Nacional. Não
era n en h u m destes o que estava em jogo. Apenas se tratava de u m a resolução
do governo. A auto rid ade contra quem este se rebela, é, p o rtan to , a que os
m inistros de Sua M ajestade não poderiam contestar à m agistratura im perial.
N en hum chefe de Estado, presentem ente, nos Estados Unidos, se anim aria
a esta tem eridade. A ela foi arrastado Lincoln, há m eio século, m as durante o
grande eclipse da C onstituição am ericana, q uando, abalada a nação até os
fundam entos pela m aior guerra civil da história," o presidente da República
teve que assum ir os poderes de u m ditad or ro m ano, para salvar a U nião quase
perdida.
Trata-se da m ensagem d o presidente H erm es Rodrigues da Fonseca, dirigida aos m e m b ro s d o C ongresso Nacional,
sobre o habeas corpus concedido ao C onselho M unicipal d o Distrito Federal. [Nota 3 da edição de 1985.)
‘'T ra ta -s e d a G u e rra de Secessão n o rte -a m e ric a n a (1861-1865), em q u e se b a te r a m os exércitos dos 11 estados
sulistas c o n fe d erad o s, favoráveis à m a n u te n ç ã o d a escravidão d o s n e g ro s , e os federais d o n o rte , q u e
fo rm a v a m a U n ião e d e fe n d ia m a abolição d a escravatura. Pode-se c o n sid e ra r essa g u e rra c o m o a p rim eira
g u e rra m o d e r n a , pela im p o r tâ n c ia d e seu s efetivos, pela m o bilização d e to d o s os re c u rso s, peia utilização
das p o ssib ilid ad es in d u s tria is e pelas consideráveis baixas (617.000 m o rte s ).
769
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
770 •Ai
V o k in u ' > O lO A B na P r im ( 'ii\ i R c p ú h iic .i
ela. É um a evidência esta, que resulta necessariam ente da sua com petência,
inconcussa n o regím en, para negar execução às leis, onde lhes reconhecer o
vício de in co n stitu cio n alid ad e. Im p o r à justiça o dever de an u la r os atos
inconstitucionais d a legislatura, e, ao m esm o tem po, ad m itir à legislatura o
direito de conculcar, sob o pretexto de políticas, essas decisões da justiça, era
b u rla r-lh e , p ela m ais g ro sseira das c o n tra d iç õ e s, a a u to rid a d e , q u e tão
solenem ente se lhe proclam a com o a m elhor invenção e a salvação única do
regím en, entregue, sem essa garantia, ao m ais irresponsável dos absolutismos.
É o em que param os, n o Brasil, e o em que ficarem os, se a nossa apatia
nacional deixar am adurecer nas suas terríveis conseqüências esta revolução do
poder contra a nossa lei constitucional.
Juristas sois: não podeis ser insensíveis a este golpe de m o n ta n te na cabeça
do regím en. N ão era u m a dessas façanhas im aginárias do b raço de R oldão o u
Oliveiros, com q u e nos distraía, nas prim eiras leituras do colégio, a velha
crônica de C arlos M agno. Era o aniquilam ento d o regím en, ferido n o mais
vital dos seus órgãos. Estrem ecestes p o r ela, pela justiça aniquilada. Justiça e
foro são irm ãos. Levastes ao governo, digna, mas respeitosam ente, a expressão
do vosso pesar, a lição da vossa ciência, a reivindicação do no sso direito
incontestável.''*
Infelizmente, o protesto, pacífico e legal, endereçado pelas vossas consciências
às alturas do poder, soou entre o coro dos lisonjeiros e o silêncio dos cobardes,
com voz im p o rtu n a. Tanto pior, para os que não a so u b eram escutar com
agradecimento. Os governos podem ser transviados aos m ais ruinosos erros pelas
paixões que os desvairam, o u pelas facções que os exploram. Se os anim a a boa-
fé, ouvirão com serenidade a crítica independente, e terão assim a p o rta aberta à
salvação. Se, ao contrário, os assanha e desequilibra a censura, o m elhor dos
auxiliares do poder, quando sujeito às leis, é que se despenharam nos braços do
dem ônio da soberba, perdição de quantos lhe caem nas garras.
A m anifestação do vosso desagrado ante a calam idade que esm agara a
justiça brasileira, obedecia ao m esm o estrito'^ e ao m ais instante dos deveres
777
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
172
V o lu iiK ’ 5 C) IÜAB till I’ r im c iia Kopública
'* R H O D E S , Jam es Fo rd. H istory o f the U nited States fr o m the com prom ise o f 1850 to the fin a l restoration o f
h o m e rule at the so u th in 1877. N e w York; M ac m illan , 1910, v. 7 (187 2 -1 8 7 7), p. 27. [N o ta d e RB,
c o m p le m e n ta d a n a n o ta 4 d a e d iç ão d e 1985.)
''' Ver n o ta 16.
O T rib u n a l A rb itral d e G e n e b r a , re u n id o e m 1871-1872, resolveu a q u e stã o d o A labam a, célebre conflito
d ip lo m á tic o e n tre a In g la te rra e os E stado s U n id o s d u ra n te a G u e rra de Secessão, o c a s io n a d o p o r u m a
e m b a rc a ç ã o a r m a d a , o A la b a m a . O litígio se resolveu e m 1872, d e claran d o -se a In g la te rr a responsável
pelos c o rsário s c o n fe d e ra d o s (v e r n o ta 11) e c o n d e n a n d o -s e esse país a p a g a r u m a v ulto sa in d en ização
a o go v e rn o a m e ric a n o .
•àt 173
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
afinal, obteve o acolhim ento público e o voto do Senado. Todas essas individua
lidades rejeitadas, eram , entretanto, de marca bem alta. N e n h u m a delas se ins
crevia na classe das m ediocridades servis, recom endadas unicam ente pela sua
docilidade aos em preiteiros de situações, o u ao chefe de Estado.
A vacância assim provida - após esta série de tropeços era a de Chase, um dos
magistrados que presidiram à Suprema Corte com mais fulgor. As circunstâncias
em que se realizara a sua investidura nessa dignidade, debuxam u m episódio
caracteristicamente expressivo do contraste entre os costumes am ericanos e os
nossos, n o exercício, pelo governo, dessa função, entre todas m elindrosa e sagrada.
Falecera n a presidência daquele Tribunal o célebre T a n ^ , o im ediato a
Marshall, n a escala da grandeza e da fama entre os presidentes d a Corte Suprema.
M uitos jurisconsultos proem inentes na advocacia e na política lhe cobiçavam a
sucessão. E ntre eles, a tod os sobressaía Chase, ex -m in istro d o Tesouro no
gabinete de Lincoln. Antes de aberta a vaga, este lha p ro m etera m ediante um
dos seus amigos. Entre o com prom isso, p orém , e a m o rte de Taney, rom peu
Chase com o presidente, dem itindo-se do M inistério da Fazenda, n u m conflito
que deixou vivam ente ulcerado o ânim o de Lincoln. Perdendo a situação oficial,
o grande ex-m inistro das Finanças estava, ao m esm o tem po, sob a im inência de
ver a sua carreira inteiram ente perdida. Era natural que o presidente ofendido
lhe desfechasse o golpe de m isericórdia. Neste sentido m ano brav am os seus
amigos. Mas a sua honestidade estava acim a dos seus ressentim entos. Chase
era, aos seus olhos,^* u m a superioridade. “E ntre todos os grandes ho m ens que
eu ten h o visto”, dizia Lincoln, “Chase vale u m e m eio de qualquer deles’V^ e
este sentim ento lhe so b rep u jo u n o espírito a força das incom patibilidades
pessoais, que os separavam.
Eis aí com o se procede, onde há, nos hom ens que governam , o tem o r da
própria consciência e o respeito aos governados. O sentim ento am ericano, sobre
este ponto, recebeu expressão m ais feliz nas palavras de Rufus C hoate, em 1851,
à convenção constitucional de Massachusetts: “D ai-m e”, exclamava ele, “um
juiz independente, íntegro, capaz, e p ouco m e im portará depois, o com o andar
o resto da Constituição, o u o partido que o cupar o governo. O que sei eu, é que
esse governo será liberal” ^^
174 máB
V o liin u ' j ( ) l ( . ) A B n a P t i n u - i u t K ( ‘p u h l i C i T
175
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
776 mAB
V o liin ic J ( ) IO A I5 rui P r i n i ( ‘i i i i K c p ú h l i t a
•Al 177
_____________ História da
O rd e m d o sA d vo g a d o s d o B ra s il
178
V o lu m e 5 O l O A l i ti.i P i i m t ’ i i j K ( ' ] ) ú l j l i c ,1
mà# 179
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
180
V o lu m e 5 O lO A I ^ n u l^rinK M i.i Ix c -p ú b lit o
Eis as duas atitudes sociais frente a frente. De u m lado, o regím en que fazia
a n u l a r , p o r m eio de senatus c o n s u l t a s , os veredictos do júri, desagradáveis
ao trono; que m ultiplicava tribunais de exceção, cortes prevostais^^ e comissões
m ilitares extraordinárias, para julgar fatos “não previstos nas leis penais”, que
instituía a pena capital p o r simples decreto; que fuzilava, indefeso e injulgado,
n o fosso de Vincennes,^^ o d u q u e d ’Enghien. Do outro, os intrépidos patronos
da legalidade, que se bateram , rosto a rosto, com o absolutism o napoleônico,
p o r todas as vítim as das suas perseguições judiciais, desde mlle. de Cicé^^ até o
general M oreau;” que, em 1802, n a Inglaterra, pela voz fam osa de M ackintosh,
n o julgam ento de Peltier, arrastando à presença de u m jú ri b ritânico os feitos
do vencedor da Europa, levantaram o processo dos crim es do Im pério a um a
altura raras vezes igualada; que, enfim , no plebiscito de 1804, q u an d o apurados
na França 3.524.000 sufrágios, 3.521.000 se declaram pelo Im pério, apenas lhe
deram três dentre os duzentos votos colhidos em Paris, n o seio da O rdem dos
Advogados.
As liberdades da França expiraram com as deles, quando a loucura jacobina
m ergulhou a Revolução no Terror.^^ Sob a Declaração dos Direitos do H omem,
o mais im em orial desses direitos, o direito elem entar do acusado a u m patrono
desapareceu do processo crim inal. A lógica da guilhotina decretou então aque
le atroz sofisma: “La loi donne aux accuséspour défenseurs desjuréspatriotes; elle
rien d o itpoint a u x conspirateursT"^^ C om o corolário n atural desse novo código
de h um anidade, surgiu aquele conselho de assassinos, o Tribunal Revolucioná-
787
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
rio,-'^® arrem edilho m onstruosam ente m acabro da justiça, Mas essas form as de
sangue e m orticínio não apavoraram os advogados franceses. Alguns, e entre
eles Berryer pai, foram expor a sua vida naquele recinto de m agarefes mal-
am anhados em juizes, onde “o banco dos réus não se separava senão p o r um
vago limite dos seus defensores”.^^
C o n ta esse ilustre jurisprudente do século XVIII, nas suas Reminiscências,
com o, ao tem p o do julgam ento de Luís XVI, correu a conferência onde se
reuniram os m em bros da antiga O r d e m ,e n t ã o extinta, nos quais poderia recair
a escolha do infeliz m onarca, previam ente fadado à m orte, p ara deliberar sobre
as questões concernentes ao aflitivo e trem endo caso. O que en tre eles aí se
assentou foi que o sistema da defesa, logo às prim eiras frases do exórdio, se
traçaria nesta declaração heróica do advogado: “Trago à Convenção a verdade e
a m in h a cabeça; depois de m e escutar, disponha ela da m in h a vída."^'
C om esse regím en só e n tra em con fronto o da realeza dos B ou rbon s, em
N á p o le s, c h u m b a d o à e te rn id a d e d a in fâ m ia p elas c a rta s im o rta is de
Gladstone.^^ Mas, ainda aí, quer após a insurreição de 1821, q u e r depois das
lutas de 1848, n ão faltou às vítim as da inquisição policial a dedicação de
g e n e ro so s p a tro n o s , qu e pelo s d ire ito s delas se a v e n tu ra ra m aos m ais
assustadores perigos, invectivando o cetro o m n ip o te n te, ex p ro b ran d o -lh e a
” o T ribu na l R e v o lu cio n á rio foi u m trib u n a l d e exceção In s titu íd o pela C o n v e n ç ã o a 10 d e m a rç o d e 1793.
C o m p o s to d e 12 ju ra d o s , d e c in c o juizes e scolhidos p e la C o n v e n ç ã o e d e u m a c u s a d o r p ú b lic o , devia
ju lg a r to d o s os q u e am eaç a sse m "a liberdade, a u n id a d e , a in divisib ilid ad e d a R ep úb lica, a seg uran ça
i n te r io r e e x te rio r d o E sta d o ” o u fo m en tassem “c o m p lô s v is a n d o restab elecer a realeza”. O s ju lg a m e n to s
e ra m executórios e m 24 horas, s e m apelo n e m cassação. E m 3 1 de m a io d e 1795, o T rib un a l R evoluvionário
foi d e fin itiv am e n te s u p rim id o .
” ALLOU, R eg er & C H E N U , C harles. Grands avocats d u siècle. Paris: A. P e do ne, [s.d.], p. 22. (N o ta d e RB,
c o m p le m e n ta d a p e la n o ta 21 d a ed iç ão de 1985.]
“ Trata-se da a n tig a O r d e m d o s A dvogados franceses, ex tin ta em 1790, d u r a n te a R evolução, e restabelecida
n o im p é rio n a p o le ô n ic o , e m b o r a sujeita a restrições.
‘■‘ S e g u n d o SABATIER, M a urice.E tudesetdiscours. Paris;H a ch e tte , 39] I , p . J 16. (N o ta d e R B ,c o m p le m e n ta d a
pela n o ta 22 d a ed iç ã o d e 1985.]
O s B o u rb o n s , restau rad o s n o t r o n o e m N áp oles e n a Sicilia d e p o is d o C o n g re sso d e V ien a (1815), exerceram
o p o d e r d e fo rm a e x tre m a m e n te a u to ritá ria , d a n d o tra ta m e n to d e s u m a n o ao s seu s p re so s políticos. N o
o u to n o d e 1850, G la d sto n e (c o n s id e ra d o p o r algu ns o m a io r e sta d ista b r it â n ic o d o século XIX ) fez u m a
v ia g e m p a r tic u la r a N á p o le s e fic o u h o r r o r iz a d o c o m as c o n d iç õ e s e m q u e aí e r a m m a n tid o s os
p risio n e iro s. E m ju lh o d e 1851, p u b lic o u as du a s c o n tu n d e n te s C artas a lord A berdeen, e m q u e descrevia
0 q u e havia visto, e apelava ao seu p a r tid o p a r a qu e co n d en a sse tal in iq ü id a d e . D u r a n te to d o o reinad o
B o u rb o n (q u e d u r o u a té 1860), h o u v e in su rreiçõ es e rebeliões, m u ita s delas in s u â ã d a s pelos carb o n ário s,
q u e to m a r a m a titu d e s de cisiv a m e n te constitucio n alistas, c o n trá ria s ao g o v e rn o ab so lu tista . E m 1821,
c o n tra ria n d o a p o siçã o b ritâ n ic a e francesa, a Á u stria d e te rm in a a in te rv e n ç ã o d e forças eu ro p é ia s c o n tra
as am eaças à o r d e m e c o n firm a F e rd in a n d o IV (B o u r b o n ) c o m o m o n a r c a a b so lu to . E m 1848, a n o d e
g ra n d e s rev oluçõ es e m to d a a E u r o p a , h o u v e , n o c h a m a d o re in o d a s D u a s Sicilias, su b levaçõ es d e
in s p ira ç ão socialista e m op osiçã o fr o n tal ao r e i . ______________________________________ ________
782 #à#
V d iu in c O I O / \ l ) n,i R r p ú l i l i í <i
•àl 183
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
A esses dois “eles” que arrastavam Napoleão III em pessoa ao banco dos
crim inosos, n arra um a testem unha que houve n o auditório u m frêm ito p ro
longado. Era a visão do golpe de Estado, que assom ava sob o látego vingador, a
visão do golpe de Estado, que rasgara a Constituição, e, agora, sentado no tro
no, para ela apelava.“ Não são sem pre assim, senhores, os golpes de Estado?
C om os farrapos da Constituição ainda nas botas dos soldados, a festejam, dila-
cerando-a todos os dias, para ataviar depois com a sua invocação os atos que a
violam , e com bater ou perseguir em seu n o m e os adversários, qu e a sustentam .
O rsini atenta contra a existência do im perador. Estam os ain da em 1858,
com o im pério n o zênite da sua fortuna. Mas os advogados não desertam o seu
dever. O grande crim inoso de Estado, cuja sorte fatal era a guilhotina, tem por
defensor u m a das glórias da O rdem , e o seu discurso nessa ocasião foi o mais
radioso triu n fo oratório da sua vida. As testem unhas d a cena m agnífica nos
contam a im pressão com que a voz de lúlio Favre ressoou, elevando-se g radu
alm ente, ao deixar cair estas palavras fatídicas:
Os governos perecem pelas suas próprias culpas; e Deus, que, nos arcanos
da sua sabedoria, lhes conta as horas, sabe aparelhar aos que desconhecem as
suas eternas leis, catástrofes indivizivelmente m ais terríveis do que a explosão
das m áquinas de m orte engenhadas p o r conspiradores.
A esta predição inspirada, levantando-se no triste silêncio do recinto, os
m enos supersticiosos supuseram ouvir ecoar ao longe o tro a r^ do canhão, e en
trever o esboroam ento da dinastia imperial nas ruínas da invasão estrangeira!^^
N o terrível processo dos acusados de abril de 1835’°, nesse processo em
que a C âm ara dos Pares envolveu a sua jurisdição excepcional, já de triste n o
m eada pelo fuzilam ento do marechal Ney, n u m a atm osfera de pavor, tolhendo
184 m àM
( ) l(. )A[ 3 n a P r i m e i r a K c p ú h l i c a
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
186 m àM
V o I l iu h ' “> ( ) l O A I ) n.) r r i n i ( ' i i , i K i ‘ | ) ú h l i ( , a
antagonistas. A inda estavam sob o jugo da m etrópole, no século XVIII, bem antes
da revolução, as colônias inglesas da América do N orte, quando ali ocorreu a
tragédia então designada com o “a m atança dos súbditos de Massachusetts pelas
forças inglesas”.®’ Alvo d a indignação pública, os soldados acusados, à cata de
quem lhes pleiteasse a defesa, encontraram o am paro de dois hom ens de alta
em inência na advocacia, Adams e Quincy,®^ que depois tanto se elevaram na
política am ericana. O pai de Q uincy escreveu-lhe u m a instantíssim a carta,
exorando-o,®^ em nom e da afeição e obediência filial a não advogar a causa daquela
gente. O filho, porém , na resposta, submissa, carinhosa, mas firme, resistiu ao
progenitor, sem lhe faltar com o acatamento, declarando-lhe que, fossem quais
fossem as conseqüências, as regras da sua profissão e as obrigações d o seu
juram ento lhe não perm itiam abandonar os seus deveres de advogado.®**
M ercê de haverem e n c o n trad o quem com essa inteireza os soubesse
guardar, os soldados contra quem se levantara exacerbada a população inteira,
p u d eram ter o arrim o de u m a defesa respeitável. E qu an do é que a o rd em civil,
com as suas salvaguardas e garantias, deixou de ser a proteção m ais eficaz, segura
e estável aos direitos dos militares? Esses direitos perecem com a ru ín a das
instituições civis, que substitui a legalidade, abrigo de todas as classes, pelo
arbítrio dos m andões arm ados, tão funesto ao m erecim ento e à h o n ra entre os
seus cam aradas com o entre nós os paisanos.
Q uem foi, senão um governo militar, o que, entre nós, em 1892, lançou de
u m traço de pena à proscrição treze generais de m ar e terra?*^ E quem , senão u m
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
**Cf. BARBOSA, Rui. O bras completas. Rio de laneiro: M in istério d a E d u c a ç ão e C u ltu ra , 1956, v. 19 (1892),
t. 3 (T rabalhos ju ríd ico s). [N o ta 31 d a e d iç ã o de 1985.)
^ 'A lm ira n te E d u a rd o W an d e n k o lk e o u tro s . [N o ta 32 d a ed iç ão de 1985.]
Cf. BARBOSA, Rui. Obras completas. R io de Janeiro: M in isté rio d a E d u c a ç ã o e C u ltu ra , 1955, v. 24 (1897),
t. 3 (T rab alh os ju ríd ico s), p. 1. [N o ta 33 d a edição d e 1985.)
E n te n d e u Rui B arbo sa, e m p a re c e r d e 25 d e n o v e m b ro d e 1904,e ta m b é m o S u p r e m o T rib u n a l Federal, que
c o m p e te n te p a r a ju lg a r os im p lica d o s n o lev a n te de 14 d e n o v e m b ro d e 1904 e ra a Justiça m ilitar, m as
so b reveio a anistia de 1905, e x tin g u in d o -s e o p ro c e d im e n to já in s ta u ra d o . [N o ta 34 da edição d e 1985.)
T rad u z in d o : “A creditei [confiei] e disse.” Rui a p ro p ria , e tru n c a , o versículo 1 d o S a lm o 115 d a Vulgata:
“C re d id i, e tia m c u m lo c u tu s s u m : ‘Ego h u m ilia tu s s u m nim is.’” [“C ri, até m e s m o q u a n d o dizia: ‘F ui p o r
d e m a is h u m ilh a d o .’” ]. Ignora o c aráter concessivo d a o ra ç ão iniciad a p o r “etiarrt" p a ra a d a p ta r a passagem
bíblica ao te x to d e seu discurso, ao fim d o q u al repetirá a citação, ig u a lm e n te ad u lte ra d a.
O Correio da M a n h ã re g istra "n u n c a se s e p a ro u , nele, d o h o m e m d o p o lític o o a d v o g a d o ” ; o D iário de
N otícias registra; “n u n c a se se p a ro u , nele, d o h o m e m , do p o lítico o ad v o g a d o ”.
Refere-se Rui à o b ra de C harles de La c o m b e so b re Berryer, a q u i c itad a nas n o ta s 76 e 78.
188
V o lu m e .] (.) IOA.B n.i l ’ i in i ( , M i . i Rcpúhlit. a
189
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Esses dois nom es altíssim os, com os quais a G rã-B retanha e a França
em parelham n a h o n ra de haver dado ao m undo, talvez, os seus dois máxim os
oradores, são, justam ente, os mais insignes tipos da impavidez na arena judiciária,
do heroísm o sem m ancha nem m edo na defensão das causas m ais ameaçadas e
perigosas. Erskine patrocina a James HadHeld, réu de atentado contra os dias de
Jorge III, e a Thom as Hardy, e s m a ^ d o pela acusação de m aquinar a república na
Inglaterra, urdindo o tram a de um a rebelião, que se utilizasse, para vingar dos
desastres militares do país na guerra continental. É nesta lide que ele fala por sete
horas consecutivas, até que, m inguando-lhe o fôlego e forças, tem de se arrim ar a
um banco e falar de manso, com o em surdina, ao júri subjugado. As palavras mal
sussurravam. Mas de tal m odo reina a calada no recinto, que a todos os ouvidos
chega daquele tênue fio de voz, onde a inteligência lam peja tão viva, com o se a
eloqüência crescesse com o esmorecer do alento nos lábios do orador; e, quando
eles se cerram , ainda os acom panha a deslum brada expectativa do auditório.
Já se vê que a nossa profissão, a que tão dignam ente se personifica neste
Instituto, não nasceu para servir, para cortejar a m inistros o u presidentes, reis
ou congressos, para bater as palm as a atentados poderosos. “N esta sujeição,
quase geral de todas as condições”, dizia a seu respeito d ’Aguesseau, esta O rdem
tão antiga com o a m agistratura, tão nobre quanto a virtude, tão necessária
quan to a justiça, se distingue p o r um caráter que lhe é peculiar, e, sozinha entre
to dos os outros estados, se m an tém sem pre na ditosa e tran q ü ila posse da sua
independência.’*
H á mais de duzentos anos que o jovem advogado geral de Luís XIV, já em
cam inho da celebridade, que havia de coroar bem cedo a carreira do grande
chanceler, abria, em 1693, as audiências do parlam ento de Paris com essa apologia
da nossa independência. Ela bem m ostrava ‘'quantum a fam ulatu nostrum distat
ojficium”^ com o dizia Husson, no seu livro De advocato. E não m e posso capacitar
de que hoje, em franca encenação republicana, este nobre m ister diste m enos da
servil dom esticidade que nesses séculos de régio absoíutismo.
O u, ao contrário, nos teríam os degradado ao fam ulato, p o r não cingirm os
u m a espada nesta época de total o bum bram ento d o direito? Eu pod eria n o tar
que tam b ém nós tem os antigo foro d ’arm as, se o nosso oficio quisesse, com o os
ex-chefes de certas democracias, atravessar o oceano à cata de brasões, para ir
190 • à l
\'()lu in i' ( ) i ( ) / \ l 5 n,t I V i m i ' i r . i K r p u h l i c a
entron car a sua árvore de costado n a estirpe dos prim eiros reis de França, o u
dos antigos alm irantes genoveses.
P o rque, senhores, se não m en tem Q u in tilia n o e T ácito, Júlio C ésar
ilu stro u a eloqüência forense, antes de se afam ar nos cam pos da batalha,
dictator Caesar sum m is oratoribus aemulus,'°° e teria rivalizado com Cícero,
se não houvesse preferido co m p etir com Alexandre. De m o d o que, se esse
vem a ser, realm ente, com o alguns pretendem , “o m ais alto e n te n d im e n to que
tem h o n ra d o a nossa espécie”, com as arm as contende a to g a‘°‘ pela glória de
haver m erecido a estim a do seu gênio e an im ado o valor dos seus atos.
Se quiséssem os, senhores, tin g ir a im p o rtâ n c ia do nosso papel social
com u m m atiz de atu a lid a d e, n ã o nos faltariam d o c u m e n to s, e até m u i de
casa, p ara c o m p ro v a r q u e ta m b é m nós m Ü itam os, e tem o s d ireito à altivez
d o s q u e m ilita m . É o q u e n o ato da fu n d a ç ã o deste In s titu to , em 7 de
setem b ro de 1843,'°^ acentuava o conselheiro M o ntezum a, epigrafando com
o texto do C ódigo J u s tin ia n o ”*^ o seu m em orável discurso in augural, onde,
n u m a lin g u a g e m de s a b o r in c o n s c ie n te m e n te p ro f é tic o , o e lo q ü e n te
p an eg irista do tro n o entoava louvores aos “im p e ra n te s ilu strad o s, e q ue, à
im itação do an tigo H erm es T rism egisto, re ú n em em si o p o d e r e fo rtu n a de
u m m o n arc a, as luzes de u m sacerdote do S en hor, o saber e universalidade
de u m filósofo
Nesse expressivo tópico do nosso Corpus o im p era d o r rom ano,
que, seguram ente, p ara os entusiastas da sua corte, era o H erm es Trismegisto
daquele tem p o , depois de eq u ip a rar os lutadores do foro, cujos trabalhos
TACITUS, C o rn e liu s . A n«íi/í«m a t excessu d iv i augusti libri. The annals o f Tacitus. 1891, v. 2, livro X II, p. 3;
Q U IN T IL IE N . O euvres complètes. T r a d u c tio n de la C o llection P an c k o u ck e p a r M .C.V . Ouizille. N ouvelle
é d itio n revue a v ec le p lus g r a n d s o in p a r M . C h a rp e n tie r.P a ris: G a m i e r |s .d ,],t . 3 ,liv ro XI, p. 114. [Nota
d e RB, c o m p le m e n ta d a p e la n o ta 38 d a e d iç ã o d e 1985.] A frase “dictato r Caesar s u m m is oratoribus
a e m ulu s" p o d e ser tra d u z id a p o r : “o d ita d o r C ésa r [é] c o m p a rá v e l aos m a io re s o r a d o r e s ”. N a v erd ad e, a
referência a C ésar n a o b r a d e T ácito v em n o v o lu m e 2, livro XIII (e n ã o X II), p a rá g ra fo 3, p. 312; n a o b r a
de Q u in tilia n o v e m n o t o m o 3, liv ro X (e n ã o n o X I), p. 169 (e n ã o 114).
"" O D iário de N oticias registra “ c o m as a rm a s c o n te n d o a da to g a ” e o ]ornal do C om m ercio registra “com as
a rm a s c o n te n d o a to g a ” O Correio d a M a n h ã registra “c o m as a rm a s c o n te n d o ra s d a to g a ”. Evidentem ente,
o c o rre to é, c o m o o re g is tra m as O bras com pletas e a edição d e 1985, “c o m as a rm a s c o n te n d e a to g a ”
A 7 d e s e te m b ro foi o In s titu to in stalad o , n o Im p e ria l C olégio P e d ro II, m a s s u a c ria ç ã o é d e c o n sid e ra r-se
a 7 d e a g o sto de 1843. [N o ta 39 d a e d iç ão d e 1985.]'” O b ra ju ríd ica re d ig id a p o r o r d e m d o im p e r a d o r
J u stin ian o (? 4 82-565), o rg a n iz a n d o as leis p ro m u lg a d a s de sd e o i m p e r a d o r A d ria n o (76-138).
“ D iscurso R ec ita d o p elo Sr. C o n se lh e iro M o n te z u m a n a Sessão d e Instalação d o I n s titu to d o s A d vogados
e m 7 d e S e te m b ro de 1843”. Revista do In stitu to da O rdem dos A dvogados Brasileiros. R io d e Janeiro, abr./
ju n . 1862, v. ! , n ° 2 . p . 6 8 .
Literalm ente “c o rp o d a lei”, é o c o n ju n to das leis d e u m a na çã o , e sta d o o u cidade.
797
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
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V o lu m e 5 ( J l O A B n ,i P r i n i c i i d Ropúl>li(..a
•Ai 193
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
194 #à#
V o k in u ' i O l( )A I) n.t l ’ i i t n ( ‘ i i\i K c p u b l i c a
Refere-se Rui aos versos d o Inferno d e D a n te :“L asciateognisperanza voi ch'entrate." (“ Deixai to d a e s p e ra n
ça, ó vós q u e en trais.” ] {Inferno, III, 9).
Alighieri, D a n te. D iv in a cotnm edia. R ivedüta n el testo e c o m m e n ta ta d a G.A. Scartazzini. Leipzig: RA.
B n ro c k h au s, 1874, v. 1 - L’In f e r n o .II I, 4. (N o ta d e RB. c o m p le m e n ta d a p e la n o ta 44 d a e d iç ão de 1985.]
T rad u z in d o : “ M o veu ju stiça o m e u alto feitor"
' ‘■•Ver n o ta 90.
•41 195
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
196 •Al
V o lu m e i O lO A B iici l-’ i'in u 'tra R epública
ANEXO 111
Discurso da posse de Rui Barbosa, com o presidente,
no Instituto dos Advogados,
em 19 de novem bro de 1914
•A B 197
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Assim e m O I m p a r c ia l, o q u e n o s p a re ce a p alavra ad eq u ad a. N a R e v is ta d o S u p r e m o T r i b u / i a l F e d e ra i
co n sta “alta p e rs o n a lid a d e ”.
798
Volumo ( ) lOAB n.t l'rniic[ici Ixcpúblita
•Al 199
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
200 •Al
V o l u m e .3 O I O /M 5 n , i P r i m c i r . i K f p ú i i l i i d
consum ada, se enceta, para nós, para este Instituto, um a existência bastarda,
precária, irreal, a existência de um organism o n u m m eio a ele hostil e com ele
incompatível.
Os advogados, na Inglaterra, nos Estados Unidos, n a França, na Bélgica,
na Itália, em toda a parte, nunca deixaram de sentir esse laço de solidariedade
vital entre a sua classe e o governo da lei, a preservação das garantias liberais, a
observância das constituições juradas. Nem, ao elaborar a brasileira, os juristas,
os advogados que nela trabalhamos,'^^ e que, pela nossa preponderância na sua
com posição, não se exagerará, dizendo que a fizemos, nos desviam os da linha,
que a nossa educação jurídica nos traçava, que ela nos im p u n h a, m o stran do-
nos a associação inseparável do gênio do novo regim en, cuja carta redigíamos,
com u m a organização da justiça, capaz de se co ntrapor aos excessos do Governo
e aos das maiorias legislativas, uns e outros dez vezes mais arriscados e am iudados
nas repúblicas do que nas m onarquias, nas federações do que nas organizações
unitárias, no presidencialism o do que no parlam entarism o.
Se os críticos da nossa obra não se deixassem transviar, lançando ao sistema
as culpas da sua execução, e responsabilizando o m ecanism o pelos erros dos
m ecânicos incom petentes ou interesseiros, que o têm estragado, n ão se perderia
tantas vezes de vista a im ensidade incalculável do benefício, oom que dotam os
o país, definindo, organizando e protegendo com o definim os, organizam os e
protegem os a justiça federal.
Ainda não se notou, entre nós, onde tan tos censores têm surgido à obra
constitucional de 1890e 1891, que o Governo Provisório,'^'' n u m p o n to cardeal
a esse respeito, se m ostrou m uito m ais cuidadoso e previdente do que os autores
da C onstituição dos Estados Unidos. Estes, n o propósito de assegurarem toda a
in d ep en d ên cia à m ag istratu ra su p rem a da União, se lim itaram a declarar
vitalícios os m em bros da Suprem a Corte, com o os outros juizes federais, e a
proibir que se lhes reduzam os vencimentos. Em contraste, porém , com estas
duas m edidas tutelares, duas portas deixou abertas a C onstituição am ericana
ao arbítrio do Congresso Nacional contra a independência da judicatura federal,
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Toda a vez, p o r o u tro lado, toda a vez que a U nião receasse perder, na
segunda instância, u m a causa de relevância excepcional para a sua política ou
as suas finanças, já vitoriosa na prim eira, o Congresso Nacional, alterando o
regim en das apelações, e excluindo esse recurso n o gênero de casos, a que
pertencesse o da hipótese, inibiria o Suprem o Tribunal de en te n d er’^' no pleito,
e, destarte, firm aria com o definitivo o vencim ento já obtido pelo Governo, mas
ainda sujeito à revisão.
Destas d uas m an e iras de m a n ip u la r e torcer a ju stiça, h ab ilita n d o a
m ais p o d ero sa das d u as p artes a evitar ou ajeitar o trib u n a l su p re m o , nos
livrou 0 art. 56 e o art. 59 d a nossa C onstituição: o p rim e iro e stip u lan d o a
esse trib u n a l u m n ú m e ro de juizes, que a lei o rd in á ria n ã o p o d e m o d ificar;
o seg u n d o p rescrev en d o q u e para ele haverá recurso nas qu estõ es resolvidas
pelos juizes o u trib u n a is federais. C o m estas du as cautelas, p re m u n in d o a
ju stiça federal, n o Brasil, c o n tra dois gravíssim os perig o s, a q u e se acha
exposta na grande república da Am érica do N orte, reu n im o s, em defesa dessa
ju s tiç a , n a s u a in d e p e n d ê n c ia e n a sua p u re z a , c o n t r a as s e d u ç õ e s e
c o m p r e s s õ e s a d m i n i s t r a t i v a s o u le g is la tiv a s , to d o s os r e s g u a r d o s
h u m a n a m e n te possíveis.
Se, ainda assim, a n ão deixam os de todo isenta e inacessível aos manejos
dos partidos, às captações do poder, é que os m elhores sistemas de organização,
os preservativos m ais heróicos, os específicos m ais radicais n ão bastam , quando
0 caráter dos hom ens, mal escolhidos para as posições de alta confiança nacional,
voluntariam ente se oferece à contam inação, de que a lei em p e n h o u as mais
eficazes garantias em os abrigar. Mas, pelo m enos, tu d o o que estava ao alcance
dos construtores d o regím en, tu d o q uanto cabia nas possibilidades do seu
m ecanism o, tudo o que um a previsão avisada podia im aginar e com binar, tudo
se envidou, para que se não entregassem a um a entidade indefesa e dependente
os poderes de soberana m ajestade e grandeza confiados, nas federações do tipo
norte-am ericano, aos tribunais federais.
A evolução’^^ jurídica encerrada nesta m udança era, entretanto, difícil de
assim ilar ao nosso tem p eram en to e aos nossos costumes. O p o d er político é, de
sua natureza, absorvente e invasivo, m ais invasivo e ab so rv ed o r ain d a nas
C âm aras Legislativas do que n o Governo. As nossas tradições haviam -nos
e d u c a d o n o d o g m a d a s u p re m a c ia p a rla m e n ta r. E sta, a n o r m a inglesa
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o u tra coisa: absolver os m ais insignes culpados, dispensar na lei,''’’ justam ente
nos casos em que a sua severidade mais tinha a m ira, recolher ao coito da
im punidade os crim es m ais insólitos, mais desmarcados, m ais funestos.
G raças a essa ind u lg ên cia, aclam ada sem pre n a re tó ric a do s nossos
parlam entos, ainda n ão houve presidente, nesta dem ocracia republicana, que
respondesse p o r nen h u m dos seus atos. Ainda n en h u m foi achado com eter um
só desses delitos, que tão às escancaras cometem. A jurisprudência do Congresso
Nacional está, pois, m ostrando que a lei de responsabilidade, n os crim es do
chefe do Poder Executivo, não se adotou, senão para não se aplicar absolutam ente
nunca. Deste feitio, o presidencialism o brasileiro não é senão a d itad u ra em
estado crônico, a irresponsabilidade geral, a irresponsabilidade consolidada, a
irresp o n sab ilid ad e sistem ática do P oder Executivo. De m o d o que, co m a
irresponsabilidade inevitável da legislatura, os nossos republicanos, indiferentes
ao sistema da irresponsabilidade em todos os graus, em todos os ram o s e em
todas as expressões d o poder, só não querem irresponsável o Suprem o Tribunal
Federal.
Esse o terrível ditador, o d itad o r form idoloso, cuja so m b ra se projeta
sinistra sobre as instituições. C ontra os golpes desse, contra as suas m aquinações
abomináveis, contra os seus insidiosos assaltos à República, é que urge m eterm os
todos os escudos, organizando-lhe rigorosam ente a responsabilidade. Mas de
que modo? C o m o a C onstituição a quer? O rganizando-lhe a responsabilidade
nos limites do Código Penal? - Não. Instituindo u m a pavorosa n o m en clatu ra
de crim es novos, inom inados, absurdos, cuja capitulação legislativa aboliria
totalm ente a consciência da m agistratura, a sua independência profissional, as
garantias da sua vocação, reduzindo ao últim o dos tribunais o m aior de todos.
N e n h u m trib u n al, n o aplicar da lei, incorre, n em p o d e incorrer, em
responsabilidade, senão qu an d o sentencia contra as suas disposições literais,
ou qu an d o se corrom pe, julgando sob a influência de peita o u suborno. Postas
estas duas ressalvas, que nada alteram a independência essencial ao m agistrado,
contra os seus erros, na interpretação dos textos que aplica, os únicos rem édios
existentes consistem nas form as do processo, nas franquias asseguradas à defesa
das partes e, p o r últim o, nos recursos destinados a prom over a reconsideração,
a cassação ou a m odificação das sentenças, recursos que não se interpõem da
justiça para o u tro poder, m as se exercitam, necessária e intransferivelm ente,
den tro da p ró p ria esfera judicial de uns para outros graus da sua jerarquia.
Ver n o ta 3 ao te x to a n te rio r.
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ao ju g o e x tr a ju d ic ia l e a b s o lu ta m e n te p o lític o , d e u m a d as casas do
C ongresso? N ada m enos.
Primeiramente, notai. Cada u m dos poderes do Estado tem, inevita velmente,
a sua região de irresponsabilidade. É a região em que esse poder é discricionário.
Lim itando a cada poder as suas funções discricionárias, a lei, dentro nas divisas
em que as confina, o deixa entregue a si m esm o, sem outros freios além do da
idoneidade, que lhe supõe, e do da opinião pública, a que está sujeito. Em falecendo
eles, não há, nem pode haver, praticamente, responsabilidade nenhum a, neste
particular, contra os culpados. Dentro do seu círculo'^^ de ação legal, onde não
tem ingresso nem o C orpo Legislativo, nem a Justiça, o Governo pode adm inistrar
desastradam ente, e causar ao patrim ônio público danos irreparáveis. Em casos
tais, que autoridade o poderá conter, neste regímen? Por sua parte, o Congresso
Nacional, sem ultrapassar a órbita da sua autoridade privativa e discricionária,
p o d e legislar desacertos, loucuras e ruínas. O nde a responsabilidade legal, a
responsabilidade executável contra esses excessos? E, se os dois poderes políticos
se derem as m ãos u m ao outro, não intervindo, m oral o u m aterialm ente, a
soberania da opinião pública, naufragará o Estado, e a Nação poderá, talvez,
soçobrar. Nem por isso, contudo, já cogitou alguém de chamar, nessas conjunturas,
contra os dois poderes políticos, o p oder judicial. É que contra os desacertos deste
gênero, não se concebe o utra responsabilidade, senão a da conta que todos os
órgãos da soberania'^"' a ele devem.
N o u tra situação n ão se acham os trib u n ais e, co m particularidade, o
Suprem o Tribunal Federal, qu an d o averba de inconstitucionalidade os atos do
G overno o u os atos do Congresso.
Declarar, pois, inconstitucionais esses atos quer dizer que tais atos excedem,
respectivamente, a competência de cada um desses dois poderes. Encarregando,
logo, ao Suprem o Tribunal Federal a missão de pronunciar com o incursos no
vício de inconstitucionalidade os atos do Poder Executivo, ou do Poder Legislativo,
o que faz a Constituição é investir o Supremo Tribunal Federal na competência de
fixar a competência a esses dois poderes, e verificar se estão dentro ou fora dessa
com petência os seus atos, quando judicialmente contestados sob este aspecto.
Assim e m O Im parcial. A R evista do Suprem o Tribunal Federal registra “ D e n tro , no seu circulo".
Em O Im parcial esXà\ “so b eran ia n a c io n a l”. [N o ta 10 da ed iç ão d e 1985.)
Assim e m O Im p a r c ia l O s dois ú ltim o s p e río d o s fo r a m e m p a ste la d o s n a Revista do S uprem o Tribunal
Federal, ra z ão pela q u a l p re fe rim o s o tex to d o jorn al. Eis c o m o foi p u b lic a d o n a revista; “n e m p o r isso,
c o n t u d o , já c o g ito u a lg u é m d e c h a m a r , nessas c o n ju n tu r a s , d e s te g ê n e r o , n ã o r e c o n h e c e o u t r a
resp o n sa b ilid a d e , sen ã o a d a c o n ta q u e to d o s os órgãos d a so b e ra n ia a ele d e v em .”
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V o l i i n u ' .> O l O A l i n a P r i m e i r a Rc‘| ) ú l ) l i c . i
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_____________ H istória da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Assim e m O Im parcial, o q u e nos p arece a fo r m a c o rre ta . N a R evista do Sup rem o Tribuna l Federal não
c on sta a c o n ju n ç ã o “se".
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V o lu m e i ( ) l( ) A l i ita Pi i n i i - i r a [\i> ))úl)li( .1
•Al 277
_____________ História da
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e recebessem daqueles, para conter os quais ela foi especialm ente instituída,
u m a expiação exemplar. Um código em cujo sistema de processo e criminalidade,
inquisitoriam ente constituído, a integridade judiciária dos guardas suprem os
d a C onstituição se reduzisse a massa de pílulas com o sim ples drogas trituradas
n o gral dos interesses do poder.
N ão h á nada m ais lógico. A política, depois de ter erigido, a pedra e cal,
para as culpas de todos os seus agentes, a m ais am pla irresponsabilidade, criaria,
deste m o d o , para os que a C onstituição instituía'^^ com o su p rem o am paro
c o n tra tais excessos, a resp o n sab ilid ad e m ais severa, e em trib u n a l desta
re sp o n sa b ilid a d e arv o raria o co rrilh o d o Senado, a assem bléia do s m ais
acom padrados n o interesse pela absolvição desses crimes.
D eterm in o u a Constituição que dos excessos do Governo e do Congresso
Nacional julgasse em derradeira instância o Suprem o Tribunal Federal. Que
iríam os fazer agora? D eterm inaríam os que do acerto das sentenças do Suprem o
Tribunal Federal no exercício dessa m agistratura suprem a julgue em instância
revisora u m a das casas do Congresso Nacional. Era u m a alteração de n onada
n o regimen. T ão-som ente lhe viraríam os do avesso a C onstituição. Sacrifício
bem leve a troco do lucro obtido com arrasarm os a horrível ditadura judiciária.
Parece que esta é, realmente, a ditadura sob a qual o país se viu reduzir ao
estado atual, a petição de miséria; e, se dela não lográssemos ob ter salvamento
m enos que acaçapando a C onstituição debaixo da cam a dos chefes de partido,
valeria b em a p en a su je ita rm o -n o s a passar logo, sem co n stra n g im e n to s
constitucionais de espécie algum a, p o r essa transform ação total do regímen,
contanto que acabássemos com os truculentos ditadores do S uprem o Tribunal.
P o r que singularidades climatéricas seria que a justiça federal aqui viesse,
aqui,'“ a ser o po d er agressivo, o poder m inaz, o poder absorvente denunciado
pelos oráculos do republicanism o brasileiro?
N ão pensavam assim os grandes ho m ens de Estado, a cujo tino se deve a
C onstituição dos Estados Unidos. Se m anuseardes O Federalista, vereis como
H am ilton advoga ali essa autoridade extraordinária, que os patriarcas da grande
república entregavam à justiça federal sobre os atos do Congresso e do Executivo.
O Judiciário, observava o célebre am ericano, é o m ais fraco dos três ram os do
p o d er e, conseguintem ente, o menos propenso a usurpar, não tendo influência
algum a sobre a espada ou a bolsa pública, não podendo, assim, to m a r n en h u m a
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m àM 219
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Essa tirania era a que, nos Estados Unidos, m ais inquietara os patriarcas
do regímen, e, entre estes, ainda aos que m ais se distinguiam pelo radicalism o
da sua democracia.
C om batido tem os, dizia Jefferson [,o m aio r deles], tem os com batido, não
para estabelecer u m despotism o eletivo, m as para fu n d ar u m governo livre...
Ora, certo é que a opressão coletiva de m uitos déspotas pesaria co m tan to peso
q uanto o de u m só. Pouco faz ao caso que com os nossos sufrágios os elejamos.'”
Essa idéia tem se propagado hoje n o próprio continente europeu, havendo,
a té em F ra n ç a , u m a n o tá v e l c o r re n te d e o p in iã o , e n tr e p u b lic is ta s e
jurisconsultos, estadistas e m agistrados, cujos trabalhos reivindicam para a
justiça esse poder, que a C onstituição dos estados lhe reconheceu, e u m a
c o n ju ra ç ã o de in tere sse s n a p o lític a b ra s ile ira , h o je lh e q u e r s u b tr a ir
arrojadam ente.
N a C o n s titu iç ã o b ra sile ira essa asp ira ção tr iu n f o u em declaraçõ es
categóricas; e é contra esse triunfo, o m aio r do nosso direito político, da nossa
história constitucional, que se debatem agora o iliberalism o e o obscurantism o
da política brasileira em penhada em voltar à o m n ip o tén cia legislativa, em
recolocar o legislador acima da Constituição.
Recusando execução aos atos do Congresso N acional viciados claram ente
de inconstitucionalidade, a justiça federal não usa tão-som ente d o seu direito.
Este direito lhe resulta da com petência, que para tal lhe foi conferida. Mas, essa
com petência, form ulada perem ptoriam ente nos arts. 59 e 60 d a C onstituição
brasileira, não exprim e u m a faculdade: traduz u m dever, estrito e im perioso, o
dever capital dessa m agistratura n u m regímen de poderes limitados, a sua missão
específica do regím en federativo, onde, entre a U nião e os estados, entre a
soberania daquela e a autonom ia destes, era m ister u m árbitro co m alçada
inapelável no s conflitos constitucionais.
Erguida entre potestades tam anhas com o barreira insuperável às demasias
de parte a parte, a suprema justiça federal não poderia escapar sem pre ao embate
das irritaçõ es políticas, co n trariad as, o ra de u m lado, o ra de o u tro , pelo
arbitram ento dessa magistratura. De vez em quando u m a lufada mais violenta se
levanta contra ela. Por vezes o clamor político, ora dos governos, ora das maiorias,
ora das classes contrariadas, lhe sopra derredor com a rijeza dos vendavais. Mas,
a grande instituição, a mais liberal e, ao m esm o tempo, a mais conservadora do
regímen, vai atravessando com serenidade essas indem ências passageiras.
220 •à M
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222 #àm
V o liin ií.' I ( ) IO A I5 n.t P r in u M ia K t - p ú l i l i i d
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com o é a Federação» não pode m an ter a com unhão estabelecida entre estes,
sem u m grande conciliador judiciário, um tribunal, que lhes dirim a os conflitos.
O presidencialism o, p o r sua vez, não tendo, com o não tem , os freios e
contrapesos do governo parlam entar, viria a d ar na m ais trem en d a form a do
ab so lu tism o , n o a b s o lu tis m o tu m u ltu á rio e irre sp o n sá v e l das m aio rias
legislativas, das m ultidões anônim as e das m áquinas eleitorais, se os direitos
suprem os do indivíduo e d a sociedade, subtraídos pela C onstituição ao alcance
de agitações efêm eras, n ã o tivessem n a ju stiç a o asilo de u m sa n tu á rio
impenetrável.
Os que, no Brasil, resolvem os de não entregar esta b an d eira, os que
determ inam os de a sustentar contra tudo, os que n ão tem em os de errar, com
ela ab raçado s, os q u e esp e ram o s de a ver d o m in a n d o , afm al, a p o lítica
repubhcana, os que ju ram o s de a servir com toda a constância de um a convicção
quase religiosa, temos, para no-la alim entar e retemperar, a lição não desm entida
n u n ca em to d a a experiência hum an a, de que, em todas as espécies de governo
compatíveis com a nossa condição livre de hom ens, a necessidade fundam ental
está em o por u m sólido refreadoiro ao uso excessivo e caprichoso do poder.
“M eio único e só.” ‘^*
Ora, o meio único e só, até hoje descoberto, com o qual o povo pode op o r
a si m esm o esses freios, são os tribunais de justiça, criados p ara m ed ir a justiça
aos fracos e indefesos, assim com o aos fortes e poderosos, co m ân im o igual,
honesto e destemido.
C o m ‘^^ estas verdades certas e sem engano teçam os empreiteiros do serviço
oíicial os argum entos do costume. N ão serão, sequer, desses a que aludia o grande
pregador, “argum entos de grande boato, antes de se lhe to m a r o peso”.'^'* São
argum entos, cujo ressoar de ocos não dá nem m esm o para boato. O dia que
com eles no s em baraçássem os teríam os d esap ren d id o o q u e sabem os das
prim eiras letras em m atéria constitucional.
Mas, a ju stiça não po d e ser esse dique sério, que se q u e r às exorbitâncias
do s o u tro s dois poderes, às suas correrias n o te rritó rio d a in v iolabilidade
assegurado pela carta d o reg ím en , aos direitos nela d eclarad o s, se esses dois
o Im parcial n ã o re g istra esse p a rá g ra fo .
iJi Alfred P. TJie Judicial Power a n á the p o w er o f Congress in its relation to the U nited States Courts.
W ashing to n; m a r. 1912, p. 16. |N o ta d e RB, c o m p le m e n ta d a pela n o ta 37 da e d iç ão d e 1985.)
O im pa rcial registra “C o n t r a ”
O “gra n d e p r e g a d o r” é o P a d re A n tô n io Vieira. A citação, lig eiram ente alterad a p o r Rui, e n c o n tra -s e na
te rceira p a rte d o S e rm ã o d a P rim e ira D o m in g a d o A dvento: “a r g u m e n to v e rd a d e ira m e n te d e g ra n d e
b o a to , an te s d e se lh e to m a r o p e so ”.
225
_____________ Historiada.
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Cf. W ATSON. David K. The Constitution o f the United States: its history, ap plication a n d c o n struction . Chicago;
C allaghan, 1910, v. 2, p. 1.183,1.190 e 1.192. [N ota d e RB, c o m p le m e n tad a p e la n o ta 38 d a edição d e 1985.)
Cf. M Ü N S T E R B E R G , H u go . O b r a d t . . p. 106. (N o ta de RB.]
Idem , ibidem , p. 110. (N o ta d e RB.[
Idem , ibidem . (N o ta de RB.]
Cf. BONDY, William. The separation o f Governmental Powers in history, in theory, a n d in the Constitutions. New
York: C olum bia College, 1896, v. 5, n° 2, p. 62; GARNER, James W ilford. Introduaion to political science. New
York: A merican Book. 1910, p. 596, JNota d e RB, com plem entada p e la no ta 42 da ediçào d e 1985.]
226 •41
V o I lIIIK ' ,i ( ) K ) / \ | - 5 rui I ' l iiiHMi',) l \ c p u i ) l i ( ,)
•ál 227
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
]
O efeito d a interferência da justiça, m uitas vezes, não consiste senão etn
transformar, pelo aspecto com que se apresenta o caso, u m a questão po/ífica em
questão jwíí/ciíí/.
Mas a atribuição de declarar inconstitucionais os atos da legislatura envolve,
inevitavelmente, a justiça federal em questões políticas.^*^® É, indubitavelmente,
u m poder, até certa altura, político, exercido sob as formas judiciais. Q uando a
pendência toca a direitos individuais, a justiça não se pode abster de julgar, ainda
que a hipótese entenda^*" com os interesses políticos de mais elevada m o n ta /"
P a ra v e r q u e e s ta fu n ç ã o , p e lo m e n o s n o T rib u n a l S u p re m o , é,
substancialm ente e às vezes em inentem ente, política, basta refletir que política,
no m ais alto grau, é a fixação das relações constitucionais entre a U nião e os
estados, e, todavia, ao Suprem o Tribunal é que toca estabelecê-la/'^ Políticas
vêm a ser, indubitavelm ente, as questões suscitadas sobre o direito a cargos
políticos. E, não obstante, da com petência da justiça federal n a decisão de tais
controvérsias, ainda m esm o quando o título discutido seja o de governador de
estado, não m in g u am de todo arestos, n a jurisprudência am ericana.
Toda a história dos Estados Unidos, em sum a, está cheia da ação política
d a Suprem a C orte, ação exercida, é certo, sob a reserva severa das form as
judiciais, m as nem p o r isto m enos política, assim n a sua substância, com o nos
seus resultados. Esta ação, d o m in an d o a política m ed ian te a interpretação
constitucional q uanto aos direitos da União^'^ e aos dos estados, tem pendido
ora para estes, ora para aqueles, favorecendo, em certas épocas, a expansão da
autoridade nacional, e estreitando, n outros períodos, essa autoridade.
C em vezes já se tem dito que casos políticos, n o sentido em que se utiliza
esta qualificação, para excluir a ingerência d a justiça, vêm a ser os que o são
exclusivamente, e têm caráter de absolutam ente discricionários.^'’*
Cf. BEARD, Charles A . Am erican governm ent andpolitics. N ew York: M acm illan, 1915, p. 310 e 314; GARNER,
Jam es W ilford. O b r a cit., p. 606. [N o ta de RB, c o m p le m e n ta d a pe la n o ta 49 da e d iç ão d e 1985.]
Cf. V /ILLO U G H BY . V/este! W oo d b u ry . O b r a cit., v. 2. p. 1.009 e 1.011; W A TSO N . D avid K. O b r a c i t , p.
1.097. IN o ta d e RB, c o m p le m e n ta d a pela no ta 50 da ed iç ão d e 1985.)
Rui B arbo sa aí e m p re g a o v erb o “e n te n d e r” n a acepção d e "c o n te n d er, altercar".
Cf. Cases a rgued a n d decided in the S u p rem e C o urt o f the U nited States. Jam es E. Boyd, Plffs. in Err. v. T h e
State o f N e b raska, ex eel. Jo hn M. Thayer, N ew York: Law yer’s E dition , 1901. Livro 36, v, 143 U.S., ref.
135-186, p. 103-118; W illiam S. Taylor a n d Jo h n M arshall. Plfss. in Err., v. J. C. B eckam , Dft. in Err. New
York: Law yer’s E ditio n, 1900. Livro 44, v. 178 U. S. ref. 548-610, p. 1.187-1.213; B A LD W IN , Sim eon.
O b r a cit., p. 48-49. [N o ta de RB, co m p le m e n ta d a pela n o ta 51 d a ed iç ã o d e 1985.)
A ssim e m O Im parcial, o q u e nos p a re ce a fo r m a m ais a d e q u a d a . A R evista do S u p rem o Tribunal Federal
registra “restabeJecê-Ja".
O Im pa rcial registra “d o m in a n d o a po lítica q u a n to aos dire ito s d a U n iã o ”.
Cf. BONDY, W illiam . O b r a cit., p. 62. [N o ta de RB.)
228
V o lu m e 3 O i O A B na P rin x 'ii\T K c p ú l ) l i( n
Mas, ainda no aplicar deste critério, sob qualquer das duas form as em que
ele se enuncia, convém proceder com o m aior tento; porque u m a e outra, quando
não utilizadas com a devida atenção, nos podem equivocar sobre as verdadeiras
divisas, que estrem am o territó rio político do judicial.
Emergências haverá, e tem havido, na América do Norte, em que a Suprem a
C orte se tenha visto obrigada a conhecer de questões meramente políticas. Em
tal caso estão as de duplicatas de governos estaduais/'^ M as p o r quê? Porque
na espécie em litígio se suscita controvérsia acerca de um direito precisamente
definido na lei.
Q u an d o tal discussão, com efeito, surgir entre particulares n u m litígio
travado sobre a subsistência legal de contratos, que se houverem celebrado sob
as leis de u m desses governos/"^ lícito n ão é ao T rib u n al abster-se de se
p ro n u n ciar sobre u m a questão, que ele evitaria com o política, se debaixo de
o utro p o n to de vista ali se suscitasse.
P o r outro lado, ainda em relação ao exercício de funções discricionárias
p o d e caber a interferência judicial, ensinam os m estres d a ju risp ru d ên c ia
a m e ric a n a , se d elas ''a b u sa r clara e g ro sseira m en te” o p o d e r, a q u e m
c o m p e t i r e m . Dar-se-á essa hipótese, quando, por exemplo, a pretexto, em nom e
o u so b a co r de exercer atrib u içõ e s tais, o G o v ern o o u o C o n g resso as
ultrapassarem , p erp etran d o atos, que, evidentem ente, nelas não caibam.
A in d a q u a n d o se tra te de p o d e re s to ta lm en te discricionários, o de
q u e n ã o c o n h e c e m os trib u n a is , é do m odo co m o tais p o d e re s , u m a vez
ex isten tes, são ex ercid o s, n as raias q u e lhes tra ç o u a eles a lei. M as da
alçad a in c o n te s tá v e l d o s tr ib u n a is será entenderem ^'® n a m atéria , p ara
e x a m in a r d u a s q u e s tõ e s , se fo re m le v a n ta d a s: a d a e x is tê n c ia desses
p o d e re s e a d a su a ex ten são , c o m p a ra d a co m o ato c o n tro v e rs o . Se a
a u t o r i d a d e in vo c a u m a a tr ib u iç ã o in e x is te n te , ou e x o r b ita d e u m a
e x i s t e n t e , e m b o r a d is c ric io n á ria d e n tro d o s seus lim ite s , n ã o p o d e a
ju s tiç a re c u s a r o s o c o rro legal ao d ire ito , d o in d iv íd u o o u d o E stad o ,
q u e p a r a ela apelar.
•àt 229
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
230 mAB
V o lu m e I ( ) I ( ) / \ I 5 n ,i P i i m i ' i r a l \ ( ’| ) ú l ) l Í L a
0 Im p a rc ia l re gistra “à vontade".
Em O Im p arcial está: " c o n tra m in a r”. [N ota 59 da edição d e 1 9 8 5 . ) ___________
231
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
232 m àB
V o iu n ic j O lO A B na P rin tc ira K e p ú h lic .i
ANEXO IV
Estatutos do Instituto dos Advogados
233
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
R e v is t a d o In s t it u t o d o s A dvogados B r a s il e ir o s
(Edição fac-similar da Revista do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, ano I e II,
1862,1863) A n o XI, 1977, n ü m h r o esp e cial.
234 9àM
V o lu m e 3 O lO A B n a P rim e ir a R e p ú b lic a
A Tiso M T M â M m n
b m a t v y m
»0
236 «A t
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
•Al 237
_____________ História da.
O rd e m dos A d w g a d o s d o B ra s il
p m â U i N t5 n i A i o n 1844
238
Volume 3 O lOAB na Primeira República
REG M EN TO ESTERN O
M
in rm iT irro
DM
ADVOGADOS BRASIUmOS
TITULO 1
DA MATKICJLk I QOAMO.
•à » 239
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— l i —
240 9Á B
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
— 1» -
TÍTULO IL
•àl 241
_____________ Históaa da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
242 •Al
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
243
_____________ História d&
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— - 16 —
TITULO III.
244
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
17 -
•àl 245
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 18 —
246 •Al
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
— 19 —
TITULO IV.
247
_____________ História d&
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
D u m ero d e m e m b ro s que c o m p a r e ç t o ; as d o c o n s d ib o d i r e c t o r ,
presentes c in c o m e m b n x , in c lu s iv e o p r e s i d e n t e .
e s te iH io
Art. 34. Nas discussões, nenham membro poderá foliar
mais de duas vezes sobre cada objecto, salvo sendo relator de
commissâo, cujo parecer se discuta,ou o membro que tiver fei
to i proposta em discussio, os quaes poderáõ ter a paiarra
naais uma vez. Todos porém pódem obter uma vez a palavra
para alguma explicação.
Fias questões de ordem ninguém poderá foliar mais de uma
vez.
Art. 35. Os membros do instituto, tendo obtido a paiavra
do presidente, follaráò de pé e podei o-hão fozer sentados por
enfermidade.
Art. 36. Todas as vezes que por tres membros for pedido
ao presidente que consulte se a questão está sufificientemenle
discutida, assim o deverá fazer ; e o que for resolvido se exe
cutará.
Art. 37. Nas sessões geracs do Instituto, o presidente não
votará senão havendo empato, em cujo caso terá voto.
Art. 38. OuerMi.lo o presidente tomar parlo na discussáo
deixará a cadeira a quem competir, e nào a tornará a occupar
senáo depois de votada a inateria em cuja discussão tiver en
trado.
TITULO V.
ÜOS FUNDOS DO IN S T IT IK ».
248 9Ál
V o lu m e 3 O lO A B n a P rim e ir a R e p ú b lic a
— 2i -
TITULO VI.
DISPOSIÇÕES GEKAES.
249
_____________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
250 •AB
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
~ 23 —
#à# 251
_____________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
252 9á I
V o lu m e 3 O lO A B n a P rim e ir a R e p ú b lic a
A C T o s DO p o r i s n e x e c i t ( v o . (fgi
D E C I Í E K ) iV, 7830 — m 2 8 d e s e tk m b r o o e í8 8 0 .
S llIS Ü S
s a m m w :
DA O R f i À H l Z i ç X o E l^ I M R O ir < S T lT Ü T O
3?
* ? 'f advogados
•Al 253
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
59á A G IO S D O P O D E R E X E C O T IV O .
CAPITULO II
D O (J ü v r u n o do in ô T i t ü t o
SecçM I
Da ajsfmbíéa geral
A r t . 4 . “ T o d o s 08 n e g o c i o s s â o t r a t a d o s e r a assem bléa'
g eral, o re so lv id o s p o r p lu ra lid a d e de v o to s dos t n e m b r ^
p re sen te s, com oxeepçâo d a q u eííes o b jecto s c o m m e H i W a o
c o n s e i h o ’d i s c i p l i n a r .
ParagfHpbo uniflo. Compt*te-lhe : ,
1.® P r o m o v e r p o r to d o s o s m e i o s , j á p e l a s rlia c n s & e s o ra e s,
j á pe la i m p r e n s a , 0 o s t u d o d a j n r i a p r u d e u c i a e d ir e i t o em
g era i.
%.'> N o in t'n r o c o n s e l h o i l i s r i p l i n a r e q u a e s q u e r c o r a m i s :
d e c^ tracler e s p u c ia l.
N e n h u r a i n e m i t r o p ó d e e s c u s a r so d o s o r r i r o l o g a r ^
c o m m is s ã o p a r a q u e é n o m e a d o , s a l v o p o r J u s ta c a u ? a appro*,
r a d a pe la a ss e tiib íé a o u n o c a s o d ô r^^ íe iç S í).
3 . “ V o t a r a n n u a l m e Q t e , n o m e z d e N o v e m b r o , o o rg a m e
d a re c eita e despeza p a ra o a n n o s e g u in t e , do J a n e iro a L
zorabro.
4.® T o m a r c o n t a d a p e s t ã o e c o n o m ic » d o c o n s e l h o a i s c i ^
nar.
J u l g a r c o m o t r i b u n a l d e 1.* e 2.* i n s t a n w a .
254 •ái
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
S c c rã ú I f
Do ftiiiselho disciplinar
255
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
CAPITULO III
DAb SHSSUBS
256 •Al
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
• U a '0 3 DO l-ODEH u x m j T i v o .
b memhr.
° »M W dm
CAPITULO IV
Secção l
Dos diroilos
Som Bi^
3," Ser votado :
% sA d !% ig % 5 % S ellõ
""
w: " " " """""^ ™ -
w 1» »^UTo
■^•" 1’rojior candidatos.
t..' ■■— •
257
______________ Histnria da
O rdem dos Advogados do Brasil
r
ACTOS do PODER EXECUTIVO.
S rC {ã o I I
üas obrigaçSpa
t\s.
Art. 14. Ao membro do instituto cumpre :
1 .“ Exercer a proflssSo de advogado com honra, civilidade.
6 aplidào. . . , ....
2.° Cultivar o estudo da jurjsprudencia o direito e m :
Não referir actos da vida privada aos articulados
quaesfixier nrrazoados, salvo si o exigir o defeso da
depois de prévia informação escripio da parte. .
4.® Obe^cfir ãs deliberações da assembléa geral B n§ Qf’f ;
dens dü coiisellio disciplinar. -•
5." Observar rielmenio estes estatutos. ,...
O.» Satisfazer ;t joía do vinte mil réis anles da posso, assim
como a nionsalidade do dous mil réis desde quo entrft o®,
oxorciciü.
CAPITIXO V
Secfão l
Da? penas
258
V o lu m e 3 O lO A B n a P rim e ir a R e p ú b lic a
l\. v'.
3, ' Viicm iuíriujfir qualquer disposição destes estatutos.
Ari. Í7. Incorre cm advertencia :
' ÓÁ,
1.® Quem faltar a seis scssòfi.s consecutivas sem causa mo
tivada, lenha embora sido multado na forma do n. i do
ari. Í6.
2.® Q u e m d e i x a r d e p a g a r as m e n s a l i d a d e s por espaço de
spis n ip z c s, p .m ho ra { i n t e r i o r m e n t e m u l t a d o .
3 ' Quem injuriar a quolqtior membro do Institulo.
Art. i8. Incorre em suspensão :
J.® Qaein faltar a nove sessòcs fion-seculiva<, sem causa
niniivaíla, embora anteriormente multado e advertido.
i." Quetu deix.ar dc pagar as mcnsaUdades por espaço de
iiove mezos, embora anteriormente multado e advertido.
As riiensalidade.s são devidas duronteo tempo da suspensão.
3.® Quem praticar alguma violência contra membro do
liulilato.
Ari. 19. Incorre em caneellomento:
L ” Qncm faltar a doze sessões consecutivas, som causa mo-
iivada, embora anteriormente muliacJo, advenido e suspenso.
z “ Qnem deixar de pagar as mensalidades por espaço
(lii doze mezes, embora anteriormente multado, advertido e
SUS{)fltl?0.
^1." Quom roincidii’ nas infrac(;ocs dc injuria e violência.
4. " Quem compromoti(?r, seja como fòr, n dignidade da
1'Volissau.
0 ." ^uem não dcsempenlior lioiicsiamente os deveres do
‘*'‘11 ministério.
Secfâo I I
Do processo c julgamenlo
259
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
CAPITULO VI
DISl'OSlgOKS fiKR.AES
260 «41
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
p a n i g r a p h o unico. Nesta s e s s à o f a rá o e lo g io d o s m e m -
jjj'05 fíillecidos d u r a n t e o a n n o q u e m p e lo p r e s i d e n t e f ô r
nomeado. &
A r t . 30. Constando o fallecimonlo df= algum membro do
[pítiinto, deelara-se em acta que a notícia é recebida com
yez.'r.
Art. 31. 0 membro do Instituto que aceitar cargo ju d i
ciário 00 administrativo do qualquer natureza, será conside
rado membro eitraordinarlo.
\ o raso de renuncia, srt novamente proposto póde ser read-
miltido.
Art. NSo ha soasiio desde 15 de Dezembro até 15
io Fuvfneiro, e nem nas férias da Paschoa o do Espírito
3aiito.
Art. UJ. 0 Instituto publicará uma revista mensal. Em ins-
rnccSos espociacs marcará o pi-ogramma de sua pablicação
I w encargos da commissâo Incuraljida do sua redacçSo.
Art. 34. Kicam revogadas as dlsposiçSes em contrario.
Hio de Janeiro, 6 de Março do 1877.—Joaquim S a ld c n h a Ma-
ihiio, i^KSiáenle.—ÜT. Jose da Silva Costa, secretario.
I Barão HomemdeMello.
261
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
262
V o lu m e 3 O lO A B n a P rim e ir a R e p ú b lic a
— 233 —
Assembléa Geral
SESSXO O R D IN A niA .
CAPITULO. T
DO I N ST I TU TO E S E U OBJECTO.
263
_____________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
— 234 —
I III N a imprensa.
CAPITULO II
DA DIRBCÇXO.
264 «▲B
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
— 235 —
265
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 236 —
0 A P i 'n j i . 0 III
DAS S E SS 0 E S .
266
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
— 237 —
267
_____________ História da
O rd e m dos Advogados d o B ra s il
— 238 —
268 9A»
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
— 239 —
CAPITULO IV
DOS MRMBROS DO IX S T IT C T O .
í
/
'I
269
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 240 ^
270
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
^ 241 — 1
I
pagando de u m a só vez SOifOOO, so estiverem quito;?
com a thesouraria. . \
A rt. 15. A interrupção da j«‘ofiss5o de advo- j
gado por incom patibilidade, suspende os direitos c '
obrigações do sooio effectivo.
Art. 16. Os membros correspondentes não estao
sujeitos a contribuioSo pecuuiaria uígumu, assistin-
do-lhes os direitos declarados nos ns. 4, 5, 8 e 9
do nrt. 13; e achandc-30 accidcntalm ente n a Côrte,
podcrsTo tom ar parte nas discussOos scientificas,
CAPITULO V
D A REVLSTA.
277
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 242 —
CAPITULO V I ,
DISPOSIÇÕES &E RA R S.
272 9àM
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
— 243 —
Assembléa Geral
? ? F ,S S Ã O ORDINÁRIA.
Assembléa Geral
SESSÃO OBDINARIA.
273
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 244 —
Assembléa Geral
SB fiS Ã O ORDINARIA.
/
V
274 9AB
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
— 245 —
275
_____________ História, da.
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
REGULAMENTO
DO
CAPÍTULO I
276
V o lu n u ' > O l O A H n a P r i n u ’ ira R e p ú lo lic .t
2) A assistência j udiciária;
I Em sessões
II Em conferências,
III Na imprensa.
CAPÍTULO II
Da direção.
#à# 277
______________ História_da_____________________________________
Ordem dos A dvo g ad os d o B ra s il ^
6 ) Redigir a revista;
5) Rubricar a ata:
278
V o k in u ' O lO A l^j n .i I’ r i n x ' i i . t R i ' p u l i l i c o
%k% 279
_____________ HistQria_da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
280 •àB
V o l u m e .5 ( ) IO A I3 n a I’ lin u M ia K c p ú h lic c i
CAPITULO III
Das sessões.
•àl 281
_____________ História da.
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
282 9AB
V o l u m e ,) (.) l O A H n . i P r i n K M t a R c p ú i j i i t . i
CAPÍTULO IV
•ài 283
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
284 9áM
V o l u m e .5 O l O A l í Hct Pi i m ( ' i i c i K o p ú l ) l i c a
•ái 285
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
CAPÍTULO V
Da Revista.
CAPÍTULO VI
Disposições Gerais.
286
VolLimi' í (.) lOAB I1-) i’ tiniL'ira K cpúhliiti
REGIMENTO INTERNO DO
Das Sessões
m àM 287
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
288
V o lu H H ' .> U IO A 13 n<i l ' i i m r i t j R c - p ú b l i i .1
•àl 289
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
290
V o lu n u < ) K ) A I ) n . t r r i m c i i . t I s r p i i h l i c ,i
291
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Dos Membros
Art. 9°. Membros efetivos, que por mais de seis meses deixar
de satisfazer os seus compromissos para com a tesouraria,
incorre na sanção de eliminação.
292
V o lu m e ) ( ) l O A l ) n . i P riiiK'ii'ci l \ f | ) i i b l i ( . a
•àB 293
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
294 •Ál
V o lu m e ) ( ) ( O A ( i n .i Pi í n i r í i M f ú ' ] H i l ) í i ( .)
•áB 295
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
Da revista.
Disposições Gerais.
296 •Al
V o lu n u ' ! ( ) lO A H n ,i P i i m c ir . i K u p ú b l i c a
DE 24 DE DEZEMBRO DE 1889
•41 297
_____________ Historiada.
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
298 •Al
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
1
ESTATUTOS
APPB0VAD08
'
299
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
300
Volume 3 O lOAB na Primeira República
ESTATUTOS
C APITULO *1
' -'M'
Do Instituto e seu fim
A rt. 1? 0 Instituto da Ordem dos Ad
vogados Brazileiros, definitivamente con
stituído em 7 de Agosto de 1843 e instai-
lado um niez depois nesta capital, é «ma
associação de advogados graduados em
sciencias juridicas.
A rt. 2? Tem por fim :
§ 1? O estudo do direito no seu mais
amplo desenvolvimento, nas suas appli-
cações praticas e comparação com os di
versos ramos da legislação estrangeira.
§ 2? A assistência judiciaria.
301
______________ Historia da
I O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
CAPITULO I I 1
i
Dos membros do Instituto
A rt. 5? 0 Instituto compôr*se-lia de
membros em numero illimitado e dividi
dos em cinco c la ss e s : effectivos, cor
respondentes, honorários, benemeritos e
estagiarios.
302
Volum e 3 O lOAB na Primeira República
•àB 303
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
_ 4 —
304
Volum e 3 O lOAB na Primeira República
305
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
- O -
CAPITULO I I I
Da posse e matricula
A rt. 16. A posse dos membros effecti
ves e dos estagiarios consiste no seu
'comparecimento pessoal na séde do Ins*
titiito, prestação nas mãos do presidente
-^0 seguinte compromisso :
« Prometto cum prir com lealdade os
deveres de membro effectivo (ou estagia-
rio) do Instituto da Ordem dos Advoga
dos Brazileiros » e assignatura do re s
pectivo termo, que será lavrado pelo 1?
Secretario em livro para esse fim desti
nado.
§ 1? Deve te r logar, sob pena de ca
ducidade da proposta, dentro de 30 dias
•contados da data da expedição do officio
do 1? Secretario participando a approva-
■ção, salvo justo motivo allegado do qual
tom ará conhecimento o Instil uto.
§ 2? 0 proposto que não tom ar posse
no prazo referido não poderá sel-o de
novo dentro de um anno contado da data
•6m que tiver caducado a proposta.
V o lu m e 3 O lOAB na Primeira República
307
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— tl —
do diploma acadêmico e por ultimo a
idade.
A rt. 20. Não será contado p ara a a n
tiguidade dos membros effecfcivos o tempo
em qne estiverem na classe dos avulsos.
CAPITULO IV
- í) -
309
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— IO —
310 9A I
V o lu m e 3 O lO A B na P rím e íín R c p ú b l/c a
- 11 —
311
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
- l Ê -
CAPITULO V
Das penas
£5!“ -•SK
A n. 3 3 . S e râ o a d v e r tid o s os m e m -'
^ ,^ m ^ d o p r« d d e .k q .e ,h /m .
A rt. 34. Serâo elim inados:
mm
312 #à#
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
- 13 -
D a d ire c ç ã o
313
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
— l í —
314 m àM
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
315
_____________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B r a s il
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— 17 —
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O rd e m dos A d vo g a d o s d o B r a s il
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— —
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O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
- no
CAPITULO VII
Das eleições
A rt. 5;{. As elei(;õe.s dos menibroa da,
directoiia, vicfi-presidentes, snpplentes
dos í^ocretarios e das commisHões perm a
nentes terão lugar na ultim a sessHo de
cada anno, d o s termos do a r t. 3H, ou
para preencher as vagas que se dei ein.
A r t. 54. Serão íeit-as por escrutiuio
s ec re to , considerando se eleitos som ente
os que obtiverem m aioria ab so lu ta d e v o
tos dos prf-.sentes.
§ l- Al nenhum dos votados conse
g u ir maioria absoluta, íar-se-lia 2? es-
crntinio no qual entrarão os mais vota
dos eni numero correspondente ao duplo
fios cargos a preencher e se considera
rão eleitos os (jue obtiverem maioria re
lativa, empossaiido-se logo os presentes
e os outros apenas compareçam,
§ No caso de em pate no 2? escrn-
tinio p re v alec e rá a idade,
3" .Serão eleitos em um a cédula: o
p re sid e n te e vice-presidente; em outra'
320 9AB
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
CAPITULO VIII
Das sessões
A rt. 55. As sessões do Instituto se
rão ordinarias, ^xtraordinarias e solem-
nes.
§ lY As ordinárias terão lugar, ao
menos, uma vez por semana, designando
0 presidente o dia na primeira de cada
trim estre.
§ 2? As extraordinarias se effectua-
rão quando convocadas nos termos do
§ T. do a rt. 33.
§ 3? As solemnes se realizarão annual-
mente no dia 7 de Agosto para comme-
morar a fundação do Instituto e quando
321
_____________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
CAPITULO IX
322 #4 #
V o lu m e 3 O IO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
r
m ^ iü i ~
CAPITULO X
Das conferencias
A rt. 61. 0 membro do Instituto que
qiiizer fazer conferencia apresentará por
escripto ao Instituto a questão ou these
sobre que dissertará e, approvada esta, o
pre>iidente convocará para tal fim uma
sessão extraordinaria, que será publica.
CAPITULO XI
Da revista
A rt. 62. A revista será publicada
sob 0 titulo—R evista do Instituto da
Ordem dos Advogados Brazileiros.
323
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
CAPITULO X II
Disposições geraes
A rt. 66. Nenhum membro effectivo
podeiá fazer parte de mais de uma com*
missão permanente, salvo si uma for de
assistência judiciaria. Si for eleito para
mais de uma optará.
§ Uiiico. Os vice-pre.sidentes e sup-
plentes dos secretários poderão ser elei
tos membros de qualquer commissâo e
as exercerão, salvo quando substituivem
o presidente e os secretários por mais de
um mez.
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
m á» 325
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— —
Disposições transitórias
A rt. r 0 Regimento Interno será
modificado pela commissão de policia de
Accordo comestes e sta tu to s e s u je ito á de
liberação do Instituto.
Art. 2? Approvados estes estatutos,
proceder-se-á a eleição do 2? orador e
bem assim á das connnissões cujo num era
de membros íbi reduzido de 5 a 3.
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
R K G IM E N T O IN T E R N O
A P I ’B O V A D O j
327
______________ História da.
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
328 9ÀM
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
R e g im e n to Interno
le ii
Tap. MODELO—Jo»é <V>res A Ctaavc»— M. V, Inhaúma, M
R IO D K J A N E IR O
329
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
330 9áB I
i
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
ESTATUTOS
.
Onj>ií ulo 1
DO I N S T I T C T Ü Ü S K U S F IN S
A rt. 1 — O In stitu to da Ordem dos Advogados
B rasileiros, com séde n:i Capital F ederal, é um a asso-
% ciação de bacharéis e düiiture» em direito exerçam
' ou te n h am exercido a advocacia.
Parag-rapho uníco—Ü in stitu to tem por fim :
. 1? O estudo de direito pátrio e das reform as que
^ devam ser intro<)u%i(la& ciii nossa legislação ;
2? A assistência ju d iciaria ;
^ 3® A defesa dos intcrcaacs da classe dos advo-
. gfados.
A r t. 2— P a r a realizar os seus fins o In s titu to
deverá :
1? D iscutir aasumptos jurídicos em sessões, era
confereucias e ua im prensa, p o r meio d e rcv lsta pro-
p r ia ;
2? R epresentar aos podcrea públicos sobre leis,
p ro je cto s ou regfulamentos de interesse g eral ou sobre
p rovidencias a adoptar p ara a boa adm inistração da
ju stiç a e a defesa da classe dos adv o g ad os;
3® R esponder a consultas dos poderes públicos;.
4" M an ter um a bibliotheca;
331
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il □
— 6 —
C ftp iiitio n
D O S M EM B R OS DO I N S T I T U T O
332 •à M
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
ÜA P O S S E E IN S C R IP Ç Ã O DOS M EM B R OS
DO I N S T I T U T O
•ài 333
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 8
334 ttàB
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
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DOS Ç IR K I T O S B^DEVPTRES DOS M EM BROS
P O IN B T IT O T O
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
- 10 —
DA EIvIMINAÇÃO DOS M E M B R O S DO
TNSTITITTO
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— 11 —
§ 1? A s eliminüçOes de que tratam x>s ns. 2 e 3
do a rt. 24 sómente serâo decretadas por proposta do
Çoosel^o da O rdem , discutida e approvada pelo Ins-
j ^ t u t o , pelo voto de dons terços dos membros pre-
sntes, em escrutiüio secreto. ,
§ 2° Q uando constar da of«5em do dia a discus
são ou votação de m ateria rcícreiite ao u . 2 ou ao ti. 3
do art. 24, na fórnia do paraf^raptio an terior, a Secre
ta ria convocará todos oa membros effectivos commu-
Tiicando-lhes que se terá de deliberar sobre a eliminação
do socio nom inalm ente indicado.
& 0«pit\\lo VT
i DA D IR E C T O R IA E DAS COMMISSÕES
f A rt. 2<j— A D ire-loria do In stitu to conipSc-se
5 do P resid e n te, 1“ e 2“ Secretários, Orador, e T hesou-
^ reiro, eleitos na penúltim a c empossados n a ultima
vf sessão ilc; cada anno.
L. A rt. 27 — Além da D irectoria, serão eleitos dous
F V icc-P resid en tes, dous supplentes para cada Secre-
tario e quatrocomiiiiss5es perm anentes denom inadas:
Central de A ssistência Judiciaria, de L egislação e
Í .4 Ju stiç a , de Redacção da R evista e de Syndicancia.
§ 1? A eleição p ara os cargos acima referidos
far-se-á da mesma fórma que a da Directoria.
§ 2<> Cada commissão perm anente compor-se-á
£ de tre s membros, salvo a de Ju stiça e L egislação,
que te rá seis c a de A ssistência que terá dous.
‘ § 3" Cada commissãü será presidida por aquelle
dentre seus membros que fór mais antijfO, salvo
* a de A ssistência, que obedecerá ao disposto no art.
; 7? § 1® do D e c . 2457, de 8 ds Fevereiro de 1897.
^ A rt. 28 — O Presidente é orgam official do Ins-
y; tituto e compele-lhe :
337
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
12
■’ 1? P re sid ir as aesstÕes ;
2?. R epresentar o Institu to como pessoa ju rídica
em ju iz » e fóra dclle, tlâo podeudo, perém , transig-ir,
renunciar direitos, HÜetiar ou hyp'othecar os bens so-
ciaes, sem autorização do Instituto;
3? Cotivociir sess6cs vxtraordínarias, quandn ji
gfar conveniente ou llic fôr requerido por membros
efifectivos, em numero não inferior a sete, os quaes
deverão m utivar o pedido, indicando o assum ptu a
trata r;
4” K ubricar a áttq^ dcspachar o expediente fc de-
sig-nar as m atérias da ordem do dia ; '
a: N om ear as commissões especiaes, bem como
substitutos ao Thesoureiro ou aos membros d as cora-
missOcs eleitas, quando impedidos, ou n3o com pa
recerem ás scssAes. ou no raso dc va^a, até que seja
esta prcRnchida;
6". Nomear os em pregados do In s titu to , por pro
posta do 1? Secretajio ou do T h eso u reiro , e m ar
car-lhes os vencimentos, ouvindo sobre estes o T h e
soureiro;
7? A utorizar a s despczas extraorítínarias cuja
necessidade for dem onstrada pelo T h esoureiro.
A rt. 2 9 — O P resid en te e os dous V ice-Presi-
dentes constituirão o Conselho da Ordem dos Advo
gados, com as seguintes attribuiçííes :
1" R epresentar aos poderes públicos ou aos tribu-
naes, acerca dc providencias que interessem á classe
dos advogados ou á dignidade do excrcirio da p r o
fissão ;
2? ■ Privativam ente, propór, precedendo, ou nâo,
requerim ento de alg u m dos membros do In s titu to , a
eliminação de que trata o art. 25 ns. 2? e 37:
3? Decretar a eliminação dos membros do In s ti
tuto na hypothese prevista pelo a rt. 25 n. 1 ;
338
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— 15 —
341
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 16 —
DAS S E S S Õ E S
DOS P R O JE C T O S , T H E S E S E P R O P O S T A S
342 m àM
V o lu m e 3 O lO A B n a P rim e ir a R e p ú b lic a
— 17 —
DAS C O N F R R E N C IA S
A r t. 49 — Os membros do Instituto que quizerein
fazer conferencias ou os jurisconsultos que forem p ara
esse ü m convidados pela Mesa do In stitu to submetterJlo
previam ente á approvação do Presidente o assum pto
sobre que disscrtarem
§ 1" As conferencias terão logar cm sessOes extra-
o rd in arias, que poderão ser publicas.
§ 2“. As' conferencias versarão sobre assum ptos
que se relacionem com os fins do In stitu to .
O a p itu lo -X
T)A R E V I S T A DO I N S T I T U T O
A r t. SO A R evista se rá publicada sob o titulo
— lieoista iJo InHituto da Ordem dou Advogados Braai-
letrot.
A r t. 5 1 A R evista será d irig id a pela Com-
missão a que se refere o a rt. 40 e d istribuida g ra tu i
ta m e n te a todos oa membros do In stitu to .
A rt. 52— O preço da assig n atu ra será estabele
cido pela commissâo, ouvido o T h esou reiro.
343
______________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
^18 —
Oupilulu X I
D IS P O S IÇ Õ E S fiR R A E S
344 m àM
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
; _ i9 —’
D IS P O S IÇ Õ E S T R A N S I T Ó R IA S
m áB 345
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1
— 20 —
346 •41
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
S E RECIMENI
DO
MÔTITUTO DA ORDEM
DOS
«i
A D V O G A D O S B RA SILEIR O S
( FUNDADO EM 1843 )
o o x o o
RIO D E JA N E IR O
Off. G raph, da L ivraria Francisco Alves
1917
"i--. i---
•áB 347
___________ História da
Ordem dos Advogados do Brasil
348 9àM
V o lu m e 3 O lO A B n a P rim e ir a R e p ú b lic a
ESTATUTOS
349
_____________ Historia da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
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351
______________ História da.
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
\ " , p '
— 8 —
352 m àM
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— 9 —
« ▲I 353
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— lu —
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— 13 — ,'
357
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il ]
;}. — 14 —
t-
, Instituto como co rp oração , salvo as dc
homenagem p o r fallecim ento de seus
mem bros ou de jurisco n su lto s nacionaes
c estrangeiros.
P aragrap h o unico. T odavia, o In s
tituto p o d e rá fazer-se re p re se n ta r em
quaesquer assembléas ou solem nidades
de caracter scientifico oo literário, bem
como em festas nacionaes.
Art. 23. Os saldos das receitas serão
em pregados em apólices ou titulos da
divida publica, salvo deliberação con
tra ria do Instituto.
Art. 24. Os m em bros do Instituto não
respondem sub sidiariam en te pelas ob ri
gações contrahidas, ex p ressa ou tacita-
mente, em nome deste.
Art. 25. No caso de extincção do
Instituto será o seu p atrim ô n io tra n sfe
rido, de p re fe re n c ia, á associação na
cional que fô r designada p o r elle, e p ro
mova fin s analogos ou id ên ticos aos
seus, ou, em falta desta, a estabeleci
mento de ensino ju ríd ic o .
358 #à#
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ira R e p ú b lic a
359
______________História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
16
R o d r ig o O c t a v io ,
P re sid e n te .
T a r o in o R ib e ir o ,
í.® S e c r e t a r i o .
CASTRO N u n e s ,
2.® S e c r e t a r i o .
360 9àM
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
R E G JM E M T O
DO
COMSELMO DA ORDEM
E statutos
•àl 361
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
362 «▲I
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ira R e p ú b lic a
ESTATUTOS E REGIMENTOS
DO
INSTITUTO DA ORDEM
DOS
AD VO G A D O S BRASILEIROS
(F U N D A D O EM 1843)
•àl 363
_____________ História da
Ordem dos Advogados do B r a s i l
364 SAI
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
ESTATUTOS
365
______________História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 6 -
!
^ 7 —
367
______________ H istoriada
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
8 —
368
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ira R e p ú b lic a
í .
provação da p ro p o sta; si esta fô r a mes
ma, a (Io diploma acadêmico; n por u l
timo, a id a d e .
§ 3 " Será deduzido da antiguidade
; dos membros effectives o tempo em que
i estiverem na categoria de avulsos.
' A rt. 10. Serão eliminados do Insti-
I tu to :
1." Os membros effectives que deixa
rem de cum prir, durante seis mezes, os
seus compromissos para eom o Insti
tu to .
2." Os de qualquer categoria contra
quem decretar essa penalidade o Con
selho da Ordem;
3." Os de qualquer categoria que
houverem desacatado aljrum membro do
In stitu to .
Art. 11. A administração do In sti
tu to compete ao Presidente, dois vice-
presidentes, 1" e 2" secretários, orador,
thesoureiro e bibliothecario.
§ 1." A eleiíjão da directoria será
feita na ante-penultima sessão ordinaria
de cada anno.
§ 2.** Nessa mesma sessão serão eleí-
•àl 369
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 10 —
370 m àM
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r _ II _
•àl 371
______________ Historia da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
— 12 -
372 «41
1
Volume 3 O lO A B na P rim e ira R e p ú b lic a
- 13 —
373
______________História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
V'
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f - 15 —
•àl 375
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
_ 16 -
Disposições transitórias
376 9AB
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17
377
378
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
íS m U TO S E REEIMEmOS
DO
INSTITUTO DA O R D E M
DOS
A D V O G A D O S B R A SIL E IR O S
I. A. B.
b i b l i o t e c a
i
R IO B B JA N E IR O
T y p o g . do J o r n a l , d o C o m ic b s c z o
R o d rig u e s & C .
379
______________ História d a
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
380
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
•á B 381
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
382
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
p a r a a b o a ad m ln lstraç& o d a ju s tiç a e d e fe
s a d a c la ss e d o s a d v o g ad o s;
3 * — re s p o n d e r a c o n su lta a dog p o d e re s
p u b ll« 0 9 ;
40 — o u v ir e r e g is ta r a» c o m m u n lca g õ e s
q u e s e u s a sso c ia d o s e n te n d a m o ffe re o e r s o
b r e q u e s tõ e s d e in te re ra e g e ra i;
6 * — m a n t e r u m a b ib llo th e c a ;
[ 6 “ — p a tr o c in a r o s pobres, no civ el e n o
f c rim e , n o s te rm o s d a lei.
( A r t . S* — C ad a I n s titu to filia d o a e râ
' In s c rip to n o I n s títu to d a O rden. d o s A d v o g a
d o s B ra sile iro s, e m liv ro d e re g is tro c o ta to d a s
a s in d ic a ç õ e s p re c is a s , organizando-s© a rc h iv o
e sp e c ia l d o s d o c u m e n to s r e s p e c t i v e .
A r t . 4® — C ad a I n s t i tu t o filia d o e n v ia rá
r e g u la r m e n te a o I n s titu to d a o r d e m d o s A d
v o g a d o s B ra s ile iro s :
J a) o s e s ta tu to s e re g im e n to s In te rn o s , e
i aufts m odiflcaçO es;
b ) o q u a d r o d e todoe oa se u s socloa, com
IndicaçSx) d o s e sc rip to rlo s, ou re sid e n c ia s, e
-* n o tic ia d a s n o v a s a d m issõ e s e exclusO ea;
c ) c o p ia d a s a c ta s d a s s u a s se ssõ e s e dos
p rln c ip a e s tr a b a lh o s a p re s e n ta d o s ;
d ) d o is e x e m p la re s d e c a d a u m a d e s u a s
I p u b llc a g õ ea ;
9 á M 383
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
e ) in fo rm a c S e s e r e la to rlo s re g u la ro s so»
Jbre a leg isla çã o , a d m in is tra ç ã o d a J u s tiç a , e
a s n o v a s publicagO es Ju ríd ic a s no E s ta d o r e s
p e ctiv o ;
f) aa Inform açC es qu« lh e fo re m so lic ita
d a s pelo I n s t i tu t o d a O rdem doa A d v o g ad o s
B ra sile iro s o u re q u is ita d a s p e lo C o n se lh o D i
r e c to r .
A r t . 5® — O I n s titu to d a O rd em d o s A d
v o g a d o s B ra sile iro s re m e tte râ . r e g u la r m e n te
a o s In s titu to s filia d o s:
a ) 0 Q uadro d e todoa o s so cio s a h i a d -
m lttld o s, com in d ic a ç ã o doa e sc rip to rio s ou
re sid e n c la a , e n u tic la d a a n o v a s a d m iss õ e s e
exclusO es;
ti) d o is e x e m p la re s d ç c a d a u m a d e s u a s
p u b lic a ç õ e s e, m a is, ao p re g o do c u s to r e s
p ectiv o , q u a n to s c a d a I n s t i tu t o filia d o r e q u i
s ita r, com a p re c is a a n te c e d e n c le ;
c ) n o tic ia d o s a c to s e d e lib e ra ç õ e s so b re
a o rg a n iz a ç ã o do I n s titu to , o u q u e i n te r e s ,
se m a a lg u m I n s t i tu t o filiad o ;
d ) a s in fo rm a g õ e s q u e q u a lq u e r I n s t i t u
to filiad o s o lic ita r.
A r t . 6 ’ ^ 0 3 I n s t i tu t o s filia d o s s e rã o
e x im id o s d e q u a lq u e r c o n trib u iç ã o p a r a o
384
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 9 —
•Al 385
______________História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
386
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 11 —
s u a s c a te g o ria s , em um q u a d ro e x p o sto na
S e c r e ta r ia .
5 1.0 — Á. in sc rip c ã o f a r - s e h a n a ordem
de a n tig u id a d e d a posse.
5 2®, — H a v e n d o m a is d e u m a posse n a
m e s m o d ia , r e g u la r á a d a ta da. approvag& o
d a p r o p o s ta ; s e e e ta fOr a m esm a , a do d i
p lo m a a ca d em lcfi; e p o r u ltim o , a Id a d e.
§ 3». __ S e ra d eduzido d a a n tig u id a d e dos
m e m b ro s e ffe c tlv o s o tem p o em q u e e stiv e re m
n a c a te g o ria d e a v u ls o s .
A r t . 15® — Os süCílos c o n trib u irã o p a r a o
I n s t i tu t o d a O rd e m d o s A d v o g ad o s B ra sile iro s,
ou p a r a o I n s titu to filiado, e m q u e e s tiv e re m
e x e rc e n d o o d ire ito d e v o to n a h y p o th e s e d a
s e g u n d a p a r te do a r tig o 17.
A r t . 16® — Os soclos d o I n s t i tu t o d a O r
d e m d o s A d v o g a d o s B ra sile iro s, e de q u a lq u e r
d o s I n s t i tu t o s filia d o s, q u a n d o p r e s e n te s na
sé d e d e a lg u m d o s o u tro s In s titu to s , g o zarão
d e todoe o s d ire ito s e re g a lia s de s u a c a te
g o ria , se n d o , p o ré m , o d e v o to a p e n a s em
q u e s tõ e s d e d o u tr in a ou d e in te re s s e g e ra i.
A r t . 17“ — T e r ã o tam b e m o d ire ito plen o
de v o to , e m o u tro I n s titu to q u e n ã o o d e s u a
In sc rip c ã o p e rm a n e n te , q u a n d o a h i in s c rip te s
p o r m alfl de 3 m ezes c o n tín u o s. (P a ra ca e f -
387
,_______________ Historiada
I O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 12 w.
388
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
—. 13 —
I f e it a n a a n te - p e n u ltlm a s e ss ã o o rd in a rla de
( cada anno.
' A r t . 21 — N e s s a mesm a, s e s s ã o se rã o
( e le ito s do is s u p p le n te s p a r a ca.it* s e c r e ta r io .
I A r t . 22 — S e rã o ig u a lm e n te e le ito s pelo
( I n s t i tu t o o s seu g m e m b ro s que, n o s term o s
d a lei, f a r ã o p a r te <3a C om m issão C e n tra l d o
i A a a is te n c la J u d ic ia r ia n e s t a C a p ita l,
i A r t . 23 — A s com m issO es p e rm a n e n te s
: s e r ã o a s e sta b e le c id a s e re g u la d a s pelo re g i
m e n to In te m o e e le ita s p o r do is a n n o s, n a
a n te - p e n u ltim a sessã<> o rd ln a rla do a n n o c o r
re s p o n d e n te .
P a r a g a r p h o unico. — N ã o p o d e rá s e r r e e
le ito o m e m b ro d e c om m lasão p e rm a n e n te
QUo, d u r a n te o p e rio d o p a r a q u e fOr eleito,
n e n h u m p a re c e r, m e m o ría ou co m m u n íca d o
h o u v e r, a p re s e n ta d o , n e m p ro fe rid o c o n fe re n -
clft so b re a s s u m p to Inclu id o n o o b jec to da
c o m m issã o r e s p e c tiv a .
A r t . 24 — A a d m in is tra ç ã o d o I n s t i
tu to , s u p p le n te s e co m m lssõ es p r e s ta rã o c o m
p ro m is so e to m a rã o p osse n a p rim e ira seasão
o r d ln a r la do a n n o s e g u in te a o d a eleição, o u ,
d ep o is d isso , p e r a n te o P re s id e n te .
A r t . &5 — O P re s id e n te 6 o o rg ã o o ffi
cial, do I n s titu to , d irig e -lh e os tr a b a lh o s e o
389
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
• í-
390
Volume 3 O lOAB na Primeira República
— 15 —
te , srerã.0 pelo P r e s id e n te c o n v o c a d a s a s se s-
s 5 e 3 e x tr a o r d in a r la s p re c is a s para, ta l d is
c u ssão .
A r t . 28 — A s funcçO es d o s d e m a is
^m em bros d a a d m in is tra ç ã o s e r ã o d e fin id a s
n o R e g im e n to I n t e r n a .
A r t . 29 — p a i-a Que o In stltra to p o ssa
fu n o c lo n a r é m is té r a p re s e n ç a pelo m enoS
d e s e te d e s e u s m e m b ro s e ffec tlv o s, o u de
doze, q u a to s e p ro c e d a a v o ta ç ã o so b re c o n
c lu s ã o d e d o a itrin a, sa lv o o d isp o sto n o R e g i
m e n to I n t e r n o p a r a c a so s e sp e c la e s.
A r t . 30 — O C onselho S u p e rio r s e r á c o n
s titu íd o v ita lle la m e n te p o r to d o s o s m e m b ro s
d o I n s t i tu t o , d e q u a lq u e r c a te g o ria , q u e e s
t e ja m se rv in d o , o u h a ja m serv id o , com o se u
P r e s id e n te a u V le e -P re sid e n te , e bem a s s im os
P re s id e n te s d o s I n s t i tu t o s d o s E s ta d o s , ao
te m p o d e s u a filia ç ã o ao I n s t i tu t o d a O rdem
d o s A d v o g ad o s B ra s ile iro s e os q u e lh e e s u e .
c e d e re m n e sse s c a rg o s , e m a u a n to s u b s is tir a
(ilfa ç ã o .
I 1®. — E s a e C o n se lh o elegerá, o se u P r e
s id e n te . te n d o com o f u n c ç io . p o r in ic ia tiv a
p r o p r i a o u d o I n s titu to , o u p o r p ro v o c a ç ã o
d e q u a lq u e r do s s e u s m em b ro s, o u d e q u a l
q u e r dos m e m b ro s do I n s titu to , a d e íe e a d a
391
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 16 — .
d ig n id a d e , do p re stig io e doa I n te re s s e s d a
c la ss e d o s a d v o g ad o s.
i 2*. — A o C onselho S u p e rio r c o m p e te
tam Tjem c o n fe rir a n n u a lm e n te a m e d a lh a d e
b ro n z e, p rêm io T e ix e ira d e F r e ita s , e m r e -
c o m o e n sa doa m a is a lto s se rv iç o s c r e s ta d o s á
c u lt u r a Ju ríd ic a do P a i* .
13®. — O P re s id e n te e ffe c tiv e do I n s t i tu t o
a e r a o re la to r, p e r a n te o C o n se lh o , d a s q u e s
tõ e s a u e e e te n h a m o rig in a d o n o I n s titu to ,
e x ce p to q u a n to a o c a r e c e r so b re s s c o n ta s
do T h e s o u re lro .
§ 4 « — o C onselho o rg a n iz a r á s e u r e
g im e n to in te rn o , q u e serSi « jjp ro v a d o »el<j
In sitltu to .
i 5*. — Os p a re c e re a d o C onselho d e v e rá o
a e r su b a c rlp to s no m ín im o p o r t r e s d e se u e
m e m b ro s n â o d iv e rg e n te s .
16®. — O C onselho s e r á p rév lam en t© o u
v id o so b re q u a lq u e r p ro p o s ta q u e a c a r r e t e
a lie n a ç ã o d e beng do p a trlm o n lo do I n s titu to .
A r t . 31 — Ao C onselho D ire c to r ilo I d-
B tituto, co m p o sto d(y P re s id e n te d e ste e m e x e r
cício, e doa dos E sta d o s , te n d o com o s e c re
ta r io o S e c re ta rio G e ra l, o o m p ete :
1 — p ro m o v er, o r ie n ta r e c o p rd e n a r a
acflão c o lle ctlv a á e to d o s oa I n s titu to s p a ra
392 9àM
Volume 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 17 —
•àl 393
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
A r t . 32 — O C onselho D ire c to r eo r e u n ir á
a o m en o s u m a vez p o r trlm a ^ tre , « s e m p re
que conv o cad o e x tr a o rd in a ria m e n te p e lo
P re s id e n te do I n s titu to d a O rd e m d o s A àv « -
g a d o s B ra sile iro s, o u p o r c in c o d e a eu a
m e m b ro s.
í 1®. — A c o n v o ca çã o e x tr a o r d ln a r la s e rá
fe ita com a a n te c e d e n c la de 15 d ia s pelo
m enoa, e eg u n d o a u rg ê n c ia do a s s u m p to a
tra ta r.
§ 2 » — Os P ro a ld e n te s d o s I n s titu to s , q u e
n ã o p u d e rem to m a r p a r te n a re u n iã o do Coa*
sellio D ire c to r, p o d e rã o f a z e r- s e r e p r e s e n ta r
p o r o u tro soclo — de p re f e r e n c ia In sc rip to
p e rm a n e n te m e n te no m esm o I n s t i tu t o .
A r t. 33 — C om o o rg ã o d e p u b lk ld a d e o
I n s t i tu t o m anterft, u m “ B o le tim ” , a c a rg o da
s u a IM rectorla, ou de c o m m issão e sp e c ia l n o
m e a d a pelo P re s id e n te .
A r t . 34 — O I n s titu to p o d e rá a c c e lta r a u
x ílio s o fficia es e p a rtic u la re s , b e m com o en.
c a rg o s q u e v ise m o p ro g re sso d & le t r a s j u
ríd ic a s.
A r t. 3 í — O I n s titu to n ã o em lttir& ju iso
so b re QuestÕe@ d e in te r e s s e p riv a d o .
A r t . 3-6 — N ã o p 6d e s e r o b je c to d e d e li
b e ra ç ã o q u a lq u a r p ro p o s ta q u e v is e m anifes»
394
V o lu m e 3 O lO A B n a P r im e ir a R e p ú b lic a
19
395
_____________ Historia da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
20
396 «▲B
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 21 —
p a r a a r e fo rm a do re g im e n to in te r n o a o I n s
t it u t o .
IH sp o a ição tr a n s itó r ia
O s e s t a t u t o s a n te rio r e s h a v ia m sid o r e
g is tra d o s , p e la inscrlpçlúo n . 937 a o s 23 d e
M aio d e 1918, n o C a rto rio do 1.* O fficio d o R e
g is tro e sp e c ia l d e titu lo a e d o c u m e n to s d e s ta
c a p i t a l ; a s a lte ra ç B e s c o n s ta n te s d a s d e lib e ra -
QÕes t<m iadas e m se ssõ e s d e 27 d e D ezem b ro
d e 1928 e 4 d e D ezem b ro d e 1930, a tte n d iâ a a
n a p r e s e n te re d ac çã o , fo ra m a v e rb a d a s aoa 12
d e F e v e r e ir o d e 1931 & m a rg e m d a a ílu d íd a
in s c rlp ç ã o .
397
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
398
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
ESTATUTOS
E
AT^EXOS
:
-------
R I O DE J A N E I R O - 1950
í
•àl 399
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
400
V o lu m e 3 O lO A B n a P r im e ir a R e p ú b lic a
ESTATUTOS
TÍTULO I
D* organização do fnstttuto
CAPÍTULO I
D o s s e u s fin s
•ál 401
______________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
— 4 —
C A P ÍTU LO n
D o s m e m b r o s d o I n s t i tu t o
402 màM
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
—' .
_ 5—
CAPÍTULO m
D a a d m issã o
403
______________ História da
O rd e m d o s A dvo g ad os d o B ra s il
6 —
404
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 7 —
CAPÍTULO IV
D os d ire ito s
CAPÍTULO V
Zfog d e ve re s
•41 405
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 8
D a s p e n a lid a d e s
406 Aà#
V o lu m e 3 O lO A B n a P r im e ir a R e p ú b lic a
— 9 —
TÍTULO U
Da Diretoria
C A p fru io I
D a o r g a n iza ç ã o e c o m p e tê n c ia
m àM 407
______________ Historia da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
— 10 —
408 •41
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 11 —
‘í.
9àM 409
______________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
— 12 —
410 #àm
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 13 —
•ál 411
______________História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 14 —
C A P ÍTU LO n
I
D a s c o m issõ e s ,
• • I
:--------------------------------------------------------------- 1
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- II
1
412 9 A I
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 15 —
A rt. 25. Sâo doze as comissões permanentes:
1/^ Direito Constitucional.
2.® Direito Frivado.
3* Direito Penal.
4.» Direito Internacional (Público e Privado).
6* Direito do Trabalho e Previdência Social.
6.* Direito Administrativo.
7.^ Direito Fiscal.
8.* Direito Processual Civil.
9.^ Direito Processual Penal.
10.® Ensino Jurídico.
11.*^ Assistência Judiciária e Organização Judiciária.
12." Admissão de Sócios.
§ 1.® As comissões perm anentes serão constituidas por
5 membros.
§ 2.® Às comissões perm anentes compete estudar as ques
tões suscitadas no Instituto, ou no seio delas, conforme a es
pecialidade de cada um a; e à de Admissão de Sócios d ar pa
recer sôbre os trabalhos apresentados, opinando quanto ao
valor intelectual e a idoneidade moral dos propostos.
A rt. 26. As comissões funcionarão oom a presença de
mais de m etade dos seus membros e deliberam por maioria
dos presentes.
§ 1.° As comissoes, um a vez nomeadas, reunir-se-âo, sob a
presidência do mais antigo de seus componentes como mem
bro do Instituto, para eleger o respectivo presidente, o qual,
em suas faltas ou impedimentos, será por aquele substi
tuído.
§ 2.® Quando as comissões funcionarem em conjunto,
presidirá à reunião o presidente mais antigo como membro
efetivo do In stituto .
§ 3.® Os membros efetivos do Instituto podem assistir às
reuniões das comissões, e, com permissão delas, debater os
assuntos em estudo, oferecendo, por escrito, esclarecimentos,
sugestões, emendas, ou substitutivos, que acompanharão os
pareceres enviados à Mesa.
§ 4.0 Os pareceres devem ser apresentados à Mesa, den
tro de trin ta dias após o recebimento da proposição afeta
413
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 16 —
TTTULO m
Da» ses»e««
C A P ÍTU LO I
D a o rd e m d o s fr a b a ltio s
414
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 17 —
415
______________ História da------------------------------------------------------------ !
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s i l ___________________________________________________________________________ j j
D a s VTOposições
416 •Al
V o lu m e 3 O lO A B n a P r im e ir a R e p ú b lic a
— 19 —
D a s d isc u ssõ e s
•áb 417
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 20 —
418 9A I
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 21 —
C A P ÍTU LO IV
D a s d e lib e ra ç õ es
419
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
: — 22 —
proceder-se-á à votação das conclusões de cada parecer em
conjunto.
-■ § 1.° Salvo preferência, concedida pelo Instituto, as v o
^ tações de substitutivos ou de emendas do plenário conside-
rar«se-ão prejudicadas, com a aprovação das conclusões do
respectivo parecer.
§ 2.” Salvo deliberação, em contrário, do Instituto, a re
jeição das conclusões de parecer não im pedirá sejam subme
tidos a votos os substitutivos ou emendas que lhe hajam sido
apresentados.
§ 3.® No caso de preferência para a votação de substi
tutivos, ou emendas, e pareceres, o In stitu to deliberará, se a
preferência adotada prejudica a votação da proposição pre
terida .
A rt. 36. Só por manifestação do In stitu to poderá ser
adl£ula a deliberação de proposição incluída em ordem do dia.
A rt. 37. Qualquer proposição, incluída ou não, em
ordem ào dia, poderá ser imediatamente discutida ou votada,
se 0 Instituto conceder urgência p ara êsse fim.
§ 1.® Não será permitido requerim ento de urgência para
discussão ou deliberação, relati^mmente a:
a ) questão puram ente doutrinária;
b ) indicação sôbre questão apenas doutrinária;
c) eliminação de membro do Instituto;
: ã) reconsideração de deliberação;
i e ) colocação de retrato ou busto n a séde do Instituto;
f ) homenagem a pessoa viva;
g ) rompimento de laços de filiação com qualquer insti
tu to .
§ 2.® Será considerada urgente, independente de delibe
ração prévia, toda proposição que tenha por fim garantir
direitos Individuais, assegurar a ordem jurídica e defender
.^ princípios gerais de direito, atingidos ou n a im inência de
serem afetados, por atos do poder público.
A rt. 38. E’ permi^do a qualquer membro do Instituto,
presente ou ausente a qualquer deliberação, fazer, por es
crito, declaração de voto, justificada ou não, a qual não afe
ta rá 0 resultado da v o tad o .
420 @Á#
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
í
' _ 23 —
TÍTULO IV
i Do Conselho Superior
f
QàM 421
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 24 —
422
V o lu m e 3 O lO A B n a P r im e ir a R e p ú b lic a
— 25 —
a) advertência particular;
b) censura pública;
c) suspensão do Instituto por tempo não superior a um
ano.
§ 1.® O Conselho Superior poderá, de ofício, aplicar qual
quer dessas penas independente de queixa, pela notoriedade
das circunstâncias, sempre depois de ouvido o interessado
no prazo de cinco d ias.
§ 2.® O presidente do Conselho Superior comunicará aos
tribunais e juizes do Distrito Federal as penas disciplinares
impostas a qualquer membro do Instituto.
I 3.® P ara cada caso, sôbre que tenha o Conselho de se
m anifestar, o presidente nom eará relator ou comissão, que
promoverá, p ara seu perfeito esclarecimento, todas as dili
gências que julgar convenientes, no prazo máximo de 10
dias.
§ 4.° A nomeação de relator, ou de comissão, poderá
ser feita, pelo presidente, antes de convocado o Conselho, de
sorte que, quando este se reunir, conheça logo do parecer do
relator ou da respectiva comissão.
§ 5.*' Com o relatório e todos os elementos de aprecia
ção, o Conselho resolverá pela maioria absoluta dos membros
presentes.
§ 6.® Salvo a hipótese do a rt. 41, é necessária a pre
sença de doze membros para as votações do Conselho Su
perior.
§ 7.° Se não houver, p ara a reunião, q u o r u m legal, nova
convocação será feita, podendo o Conselho resolver as ma
térias de sua ordem do dia, com a presença de sete membros,
salvo a hipótese do a rt. 41.
§ 8.® As resoluções e pareceres do Conselho serão assi
nados pelos membros presentes à reunião, além do Presidente,
do relator e do secretário.
§ 9.° O voto vencedor ou vencido do membro do Conse
lho, que não assinar a resolução, será declarado para os de
vidos efeitos.
•Â M 423
_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
— 26 —
TÍTULO V
Po Conselho Diretor
C A P ÍTU LO I
D a o r g a n iza ç ã o
c a p ít u l o n
424 •Al
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
•Al 425
______________ História da
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
— 28 —
426 9AB
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
29 —
C A P ÍTU LO m
D o p r e s id e n te d o C o n se lh o D ire to r
TITULO VI
427
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
i -■ •
!
i
— 30 —
TÍTULO VII
Oas «ielçdes
428 9àM
V o lu m e 3 O IO A B n a P r im e ir a R e p ú b lic a
— 31 —
TÍTULO VIII
Do órgão d* publicidade
•àl 429
______________Historia da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il ]
«
— 32 —
TITÜLO IX
430 9ÁI
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e im R e p ú l> lic a
— 33 —
•àl 431
______________ História d a
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
f _ 34 —
TÍTULO X
De patrimônio tocial
432
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
— 35 —
TÍTULO XI
A m o ld o M e d e iro s d a F o n se c a , Presidente.
CândicU) d e O liv e ira N e to , i.<> Secretário.
R u b e n s F e r r a z , 2." Secretário.
E d m u n d o L in s N e to , 4.® Secretário.
H é sio F e r n a n d e s P in h e iro , Suplente, servindo
de Secretário da sessão.
433
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
434
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
ANEXOS
AVISO DE 7 DE AGOSTO DE 1843
A p r o v a o s E s ta tu to s d o I n s t i t u t o d o s A d v o g a d o s B ra sile iro s
H o n ó r io H e r m e to C a rn e iro L eão.
A p r o v a o r e g im e n to in te r n o d o I n s t i tu t o
• ▲I 435
______________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
M a n o e l A lv e s B ra n c o -
C o n c e d e a o s m e m b r o s d o I n s t i t u t o d o s A d v o g a d o s B ra sile i
ro s, n e s ta C ô rte , o u s o d e v e s te ta la r e a fa c u ld a d e d e
te r e m a s s e n to , n o e x e rc íc io d e s e u o fíc io , d e n tr o d o s c a n
celo s d o s T rib u n a is .
436 m àM
V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
_ 39 —
l ía n o e l A n to n io G a lv ã o .
M a n o e l P in to d e S o u z a D a n ta s .
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______________ Históría_da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B r a s il
A r th ur da S il v a B íh n a r d e s .
J o ã o L n i s A lv e s.
G b t ü l io V arg as.
O sio a ld o A r a n h a .
438 9 à »
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e iia R e p ú b lic a
EX PRESIDENTES DA lOAB
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______________História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
440 9àM
Volum e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
A ufeasfo lE A ztvzso
1 8 9 6 /1 9 0 0
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______________ Historiada_____________________________________
O rd e m dos A d vo g a d o s d o B r a s il __________________________________________________________________
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V o lu m e 3 O lO A B n a P r im e ir a R e p ú b lic a
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_____________ Histórla_da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
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_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
7. Rui Barbosa
Presidente do Instituto da O rdem dos Advogados Brasileiros (1914-1916)
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446 •Ál
V o lu m e 3 O lO A B na P rim e ir a R e p ú b lic a
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______________ História da_____________________________________
I O rd e m dos A d vo g a d o s d o B r a s i l ___________________________________________________________________________
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V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
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_____________ História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
M t U t A B t f t M aB IO PI b Á F b íIH I
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O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
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O rd e m dos A d vo g a d o s d o B ra s il
M o n ro e . P réd io d o se n a d o n a 1* R epública.
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V o lu m e 3 O lO A B na P r im e ir a R e p ú b lic a
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História da
O rd e m dos A dvo g ad os d o B ra s il
A venida C e n tra l, h o je A venida Rio B ranco, ap ós a re fo rm a P e reira Passos. V ê-se o T e a tro M u nicip al,
M u se u d e Belas A rtes e o u tro s p ré d io s c o n stru íd o s n o in ício d o século XX.
456 • ▲I
V o lu m e 3 O lO A B na Primeira R e p ú b lic a
Sede d a O A B e lOAB.
F onte: Livro O A B O D e s a fio d a U to p ia .
•ái 457
3«nM M«dê • AS • PeoW F«r (S9) 222.3060
wim.piHoQL6om.br
Cem íümm fomscKtos
Em 1888. em decorrência da reforma estatutária realizada pelos
associados da instituição, mudou-se o nome de lA B - Instituto dos
Advogados Brasileiros - para lO A B - Instituto da Ordem dos
Advogados Brasileiros.
Este terceiro livro, portanto, com o subtítulo de O lO A B NA
PRIMEIRA REPÚBLICA, reporta-se ao período compreendido
entre a Proclamação da República e a Revolução de 30. Nele se
encontra registrada a atuação do lO AB, nos termos da mudança
estatutária imposta em 1888, até a data da criação da Ordem dos
advogados Brasileiros, ou seja, até 18 de novembro de 1930, por
força do art. 17 do decreto 19.408. publicado na referida data. cuja
instituição mais tarde passou a denominar-se, até hoje. ORDEM
DOS ADVOGADOS DO BRASIL.