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ADAPTAÇÃO CURRICULAR
Adaptações e práticas curriculares voltadas ao atendimento das diferenças individuais dos educandos
Objetivos específicos
•• Refletir sobre a importância da adaptação curricular como prática a ser introduzida nas
salas de aulas regulares da educação básica, contribuindo para a consolidação de escolas
inclusivas abertas às diferenças e as necessidades de todos.
•• Apresentar o conceito e os fundamentos da adaptação curricular como importante
ferramenta de apoio à inclusão educacional
•• Evidenciar a definição, amparo legal, critérios para a construção, utilização, avaliação e
registros da adaptação curricular
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................13
MAPA MENTAL................................................................................................................................................................14
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................15
INTRODUÇÃO
A inclusão escolar representa hoje um dos grandes desafios postos para a políticas públicas e para
os sistemas de ensino, necessitando a criação de respostas concretas a serem implementadas na
realidade educacional, pois os documentos legais afirmam a educação como direito de todos sem
nenhuma forma de discriminação.
Dessa forma, o acesso ao ensino está universalizado, mas é preciso avançar nos aspectos de per-
manência e oferta de qualidade da aprendizagem que atenda as peculiaridades de todos os alunos,
sendo fundamental a flexibilização do ensino e a inserção de práticas pedagógicas que promovam
de fato a educação inclusiva.
Portanto, desejamos que você possa ampliar os conhecimentos sobre a educação inclusiva e a
adaptação curricular, visando a garantia da percepção sobre a flexibilização do ensino como forma
de atender as necessidades de cada aluno e em específico daquele que possua algum tipo de defi-
ciência.
A ideia da inclusão está fundamentada na “universalização dos direitos humanos e presume uma
sociedade democrática, na qual todos possam exercer sua cidadania e em que vigore o respeito e
a valorização da diversidade humana” (idem).
No que tange à educação, a inclusão volta-se à construção de uma escola para todos, isto é, que
garanta no mesmo ambiente a peculiaridade da aprendizagem de cada um, superando formas ho-
mogêneas e únicas de ensino e criando práticas diferenciadas que possibilitem respostas concretas
às necessidades dos alunos no decorrer do processo de escolarização.
Destarte, é preciso que os objetivos educacionais sejam flexibilizados por meio de adaptações de
atividade que considerem as necessidades de cada um durante o processo de escolarização e à me-
dida em que os objetivos forem atingidos, novas adaptações devem ser realizadas simultaneamente
ao processo de aprendizagem.
Nessa mesma direção, Aranha (2009) acrescenta que o termo adaptação traz a ideia de flexibiliza-
ção, pois refere-se à alterações e modificações tanto no ensino, quanto no currículo em função das
necessidades dos alunos.
Para a autora as adaptações curriculares “são respostas educativas que devem ser dadas pelo siste-
ma educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e, dentre estes, os que apresentam neces-
sidades educacionais especiais” (ARANHA, 2000, p. 8).
Aranha (2000, p. 8) acrescenta que as adaptações podem incidir sobre: “o acesso ao Currículo; a
participação integral, efetiva e bem-sucedida em uma programação escolar tão comum quanto
possível; a consideração e o atendimento de suas peculiaridades e necessidades especiais”.
Lopes (2017, p. 10) corrobora com essa perspectiva e destaca que a adaptação curricular é uma das
estratégias “da educação inclusiva que procura contribuir para a inclusão daqueles que apresentam
dificuldades durante o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, daqueles que por razões diver-
sas estão em desvantagem educacional”.
Estas visões estão sintonizadas com a Declaração de Salamanca (1994) que afirma que o “currículo
deveria ser adaptado às necessidades das crianças, e não vice-versa. Escolas deveriam, portanto,
prover oportunidades curriculares que sejam apropriadas a criança com habilidades e interesses
diferentes.” (UNESCO, 1994, p. 08).
Atenção
As adaptações curriculares são estratégias de garantia da permanên-
cia de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas e
possuem amparo legal no Brasil, estando explicitadas nos Parâmetros
Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares, documento disseminado pelo MEC em 1999.
Nesse documento as adaptações curriculares são definidas como “possibilidades educacio-
nais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize
a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculia-
ridades dos alunos com necessidades especiais. Não um novo currículo, mas um currículo
dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos”
(BRASIL, 1999, p.33). Assim, as adaptações requerem planejamento e práticas pedagógicas
que precisam de fundamentação e critérios que deliberem o que, como e quando o aluno deve
aprender. Também deve ser prevista a organização do ensino e a forma de avaliação.
Saiba mais
Para ampliar sua visão sobre o tema assista “Adaptações curriculares”
acessando o link: https://www.youtube.com/watch?v=vKM28ZIN07c
dificações menores, de competência específica do professor. Elas constituem pequenos ajustes nas
ações planejadas a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula”.
A autora esclarece que na Espanha, país que inspirou os documentos nacionais, as adaptações de
grande porte são nomeadas de adaptações significativas e as de pequeno porte de não significativas.
Tanto as adaptações de grande ou de pequeno porte podem ocorrer em três níveis distintos do
planejamento educacional: 1 - Plano Municipal de Educação e Projeto Pedagógico do Município e
da escola; 2 - Plano de Ensino do professor; 3 – na Programação de Ensino do professor (ARANHA,
2000, p. 10).
Aranha (2000, p. 13) destaca que “há várias modalidades de Adaptações Curriculares de Grande Porte,
definidas pelos elementos curriculares nos quais se inserem” e dentre elas estão: adaptações de aces-
so ao currículo; adaptações de objetivos; adaptações de conteúdo; adaptações do método de ensino e
da organização didática; adaptações de sistema de avaliação; e adaptações de temporalidade.
Dessa forma, a escola deve detectar a necessidade de “equipamentos e recursos necessário para o
aluno e solicitar, junto à direção da escola, a aquisição dos mesmos, adaptar materiais de uso co-
mum em sala de aula, adotar sistemas alternativos de comunicação, para os alunos que apresentam
dificuldade ou impossibilidade de se comunicar oralmente, etc” (LEITE, 2008, p. 21).
Assim, “o professor pode priorizar determinados objetivos para um aluno, investir mais tempo, e/
ou utilizar maior variedade de estratégias pedagógicas para alcançar determinados objetivos, em
detrimento de outros, menos necessários” (LEITE, 2008, p. 24).
Nesse sentido “a partir da adaptação dos objetivos, segue-se a adaptação de conteúdos, que envol-
ve a priorização de áreas ou unidades de conteúdos, a reformulação da sequência de conteúdos, ou
seja, da ordem com que cada conteúdo é abordado, ou ainda, a eliminação de conteúdos secundá-
rios” (LEITE, 2008, p. 24)
A quarta Adaptação Curricular de Grande Porte, a de Método de Ensino e Organização Didática, se vol-
ta à adoção de métodos específicos de ensino, organização diferenciada da sala de aula e composição
do número de alunos, visando a boa qualidade de ensino, de convivência e de aprendizagem.
A quinta modalidade, diz respeito as Adaptações da Temporalidade que “refere-se aos ajustes rea-
lizados quanto ao tempo (aumento ou diminuição) previsto para a aprendizagem de determinado
conteúdo” e regulam o tempo de permanência do aluno em uma série, sempre respeitando a sua
faixa etária (LEITE, 2008, p. 25).
As adaptações de pequeno porte ou não significativas, de competência dos professores, como expli-
citado anteriormente, são estratégias de ajustes no planejamento e nas ações desenvolvidas na sala
de aula e ocorrem no âmbito dos objetivos e dos conteúdos quando se deseja eliminar os menos
importantes ou secundários, centrando atenção nos considerados básicos e fundamentais, como
por exemplo, o desenvolvimento das habilidades de leitura, de escrita e de cálculos.
Elas podem ser direcionadas também para a introdução de atividades alternativas ou complemen-
tares aquelas dirigidas aos outros alunos, bem como inserção de materiais de apoio e ampliação
do tempo de realização das atividades propostas. Ainda, pode-se quando necessário, alterar as
técnicas e os instrumentos de avaliação.
Nesse contexto, as adaptações curriculares de pequeno porte ocorrem em dois níveis: no nível co-
letivo da sala de aula e no nível individual, de cada aluno.
As adaptações realizadas com a turma da sala de aula devem considerar a heterogeneidade dos
alunos, pois cada um deles aprende de forma distinta, sendo errôneo por isso ofertar aulas, tempos
educativos e atividades iguais para todos.
De acordo com Leite (2017, p. 16) as adaptações que se referem ao primeiro nível implicam “na organi-
zação da sala de aula, nas atividades em geral que serão ministradas para a turma” e acrescenta que:
rigorosamente seguidos para não se correr o risco de tornar precário o ensino que
estará sendo ministrado aos alunos que delas possam necessitar (LEITE, 2017, p. 16)
Nesse contexto, no nível individual as adaptações curriculares configuram-se como respostas edu-
cacionais específicas de acordo com as necessidades de cada um dos alunos, mas só devem ser
adotadas na medida em que as adaptações em grupo não forem suficientes para auxiliar a apren-
dizagem.
Pense comigo
O que é o Programa Educacional Individualizado (PEI) e como deve ser
realizado?
De acordo com Sassaki (2003) o Programa Educacional Individualizado (PEI) consiste em um plano
que se fundamenta no paradigma da Educação Inclusiva onde o aluno é considerado como um su-
jeito único e singular. Isto porque todos os seres humanos são diferentes e essas diferenças devem
ser respeitadas e valorizadas.
Pletsch e Glat (2013) destacam que o PEI é um instrumento estudado e utilizado recentemente no
Brasil, mas bastante aplicado em diversos países como nos Estados Unidos, em Portugal, na Bélgi-
ca, no Reino Unido, entre outros, integrando o processo de escolarização de alunos com deficiência.
Dessa forma, o Plano Individualizado de Educação (PIE) adaptado por Romeu Sassaki (2003) a ser
implementado no início do ano na escola, tem inspiração no modelo norte-americano Northern Cali-
fornia Coalition for Parent Training and Informationé (Coalizão do Norte da Califórnia para Treina-
mento de Pais e Informação), pois nos Estados Unidos ele é composto por ações integradas aos planos
das escolas para os estudantes com deficiência, sendo obrigatório e exigido pela política federal.
Esse programa possui seis áreas de habilidades: habilidades acadêmicas que inclui leitura e escrita,
matemática, etc.; habilidades da vida diária que se refere às atividades de cuidados pessoais, orga-
nização de pertences, de locomoção, etc; habilidades motoras, psicomotoras e de atividade física
como coordenação viso ocular, equilíbrio, natação, correr, andar de bicicleta etc.; habilidades sociais
relacionadas às atitudes e comportamentos interpessoais; habilidades de recreação e lazer, como
passeios e jogos; e habilidades pré-profissionais e profissionais, como uso de ferramentas e seguir
instruções, etc.
Para cada área deve ser definido as metas e facilidades que o aluno apresenta e que são necessárias
à compreensão dos conteúdos, e ainda, a metodologia, os recursos e a avaliação que devem ter
como princípio a menção de situações importantes para o seu desenvolvimento.
Nesse programa, algumas informações são fundamentais e dentre elas destacam-se: os níveis de
desempenho; os objetivos propostos e mensuráveis; as estratégias de adaptações curriculares pro-
postas; readequação da avaliação e o período para o desenvolvimento (LEITE, 2008).
Destarte, para que as adaptações sejam efetivas é preciso atentar para esses critérios que deverão
ser considerados antes e durante sua construção, na sua aplicação e posteriormente como instru-
mento de ensino e aprendizagem.
Para Vygotsky (2010) o bom aprendizado é aquele que adianta o desenvolvimento, tracionando-o,
já que “o processo de desenvolvimento progride de forma mais lenta e atrás do processo de apren-
dizado; desta sequenciação resultam, então, as zonas de desenvolvimento proximal” (VYGOTSKY,
2010, p. 102).
Assim, as adaptações coletivas são mais produtivas do que as individuais, pois elas possibilitam
trabalhar na zona proximal de desenvolvimento, já que os grupos e duplas devem ser organizadas
com alunos que possuem níveis distintos de desenvolvimento, que auxiliem e colaborem com os
colegas atuando como mediadores da resolução de problemas.
Nesse contexto, “as zonas de desenvolvimento proximal, também, colocam-se como ferramentas
pedagógicas fundamentais para a construção de novas aprendizagens e novos níveis de desenvol-
vimentos reais” (LOPES, 2017, p. 22).
Ressalta-se, as atividades diversificadas se diferem das adaptações, pois grande parte delas confi-
guram-se como tarefas que servem apenas para deixar os alunos ocupados, sendo descontextua-
lizadas e não significativas. Elas não conseguem ativar a zona de desenvolvimento proximal e nem
desenvolver novos níveis de desenvolvimento real.
O segundo critério que os professores devem considerar para o desenvolvimento das adaptações cur-
riculares, após a identificação das dificuldades e potencialidades do aluno, é a reflexão sobre o currí-
culo oficial e os materiais que são previstos para cada série, como os livros didáticos e apostilas.
O terceiro critério refere-se à elaboração das atividades de adaptação curricular e dos materiais
que exigem do professor reflexão, organização e preparação das atividades e as sequências de
aprendizagens.
Essa fase de elaboração é fundamental para que o professor organize as intervenções e mediações
que serão realizadas juntos aos alunos, incluindo arranjos de grupos ou duplas com níveis distintos
de desenvolvimento, propiciando que os mais avançados possam colaborar com os que apresentem
dificuldades.
Também deve promover sua autoavaliação visando repensar e reorganizar o processo de ensino e
as adaptações propostas, verificando se elas de fato contribuíram para avanços na aprendizagem e
desenvolvimento dos alunos com dificuldades.
Por fim, é preciso refletir sobre o processo de avaliação, pois ela indicará se as adaptações curricu-
lares surtiram os resultados desejados.
Entretanto, é preciso que a própria avaliação seja adaptada para que possa cumprir a sua função de
inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Lopes (2017, p. 24) ressalta que se durante um período o professor utilizou atividades curriculares
adaptadas “será preciso construir avaliações também adaptadas, compatíveis com as atividades e
Neste contexto, a avaliação adaptada direciona-se à análise das contribuições ou não nas aprendi-
zagens e no desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais ou
específicas e consequentemente a sua reorganização.
Aranha (2000) destaca que a avaliação tradicional tem foco no resultado da aprendizagem, secun-
darizando o processo e a avaliação inclusiva propõe o movimento contrário, pois se avalia primeiro
como o ensino se deu ou se ele não aconteceu e somente depois se verifica como aconteceu e se
não houve a aprendizagem.
Além disso, na avaliação inclusiva, o aluno tem um papel participativo e não passivo como na tra-
dicional, onde recebe os conceitos ou notas que classificam seu aprendizado como satisfatório ou
insatisfatório, sempre pelo professor.
Ela possibilita, ainda, um diálogo horizontal com o professor para que este possa conhecer os
empecilhos presentes no processo de ensino e aprendizagem a fim de superá-los a partir da sua
reorganização.
Leite (2017, p. 25) afirma que as avaliações inclusivas expressam momentos privilegiados para a
construção de aprendizagens e desenvolvimento novos tanto para os professores, quanto para alu-
nos, pois:
Aranha (2000, p. 14) evidencia ainda, que as adaptações curriculares podem ser categorizadas
como: adaptações curriculares de acesso ao currículo e as adaptações nos elementos do currículo
ou propriamente ditas.
pretende utilizar para trabalhar com os alunos. Elas dizem respeito aos recursos
que alguns alunos com necessidades educacionais especiais/específicas podem
requerem, tais como: intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para os alunos
surdos; materiais com letras ampliadas para os alunos com baixa visão; materiais
em Braille para os alunos cegos; elevador, rampa e banheiro adaptado para os
alunos que utilizam cadeira de rodas; dentre tantos outros materiais e recursos que
podem contribuir para que esses alunos possam primeiro ter acesso ao currículo
(ARANHA, 2000, p. 14).
Nesse sentido, para atender a necessidades especiais de estudantes com deficiência visual ou com
baixa visão, é preciso promover o acesso ao currículo, alterando a organização e estrutura da escola
para facilitar a mobilidade e prevenir acidentes, o que demanda por exemplo, o reposicionamento
de extintores em locais mais alto, instalação de piso e corrimão nas escadas, etc.
máquina braile, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado, softwares educativos em
tipo ampliado, letras de tamanho ampliado, letras em relevo, com textura modificada,
material didático e de avaliação em tipo ampliado e em relevo pranchas ou presilhas
para prender o papel na carteira, lupas, computador com sintetizador de voz e
periféricos adaptados, recursos óticos, bolas de guizo, etc (ARANHA, 2000, p. 14)
Para os alunos com deficiência auditiva, é preciso organizar salas voltadas ao treinamento auditivo
e da fala, equipamentos voltados à comunicação e participação nas atividades e vida escolar, além
de “treinadores de fala, tablado, softwares educativos específicos, etc. provisão de ensino da Língua
Brasileira de Sinais tanto para o aluno com deficiência auditiva, como para o professor do ensino
comum, e também para as crianças da sala que o quiserem (ARANHA, 2000, p. 14).
Com relação ao atendimento das necessidades especiais dos alunos com deficiência física é preciso
algumas mudanças na estrutura da escola como a inclusão de rampas, elevadores, barras de apoio
em banheiros, alargamento de portas, etc, além da aquisição de instrumentos que possam contri-
buir com a comunicação e a participação do aluno como: carteiras adaptadas; andadores, etc.
Também é preciso a aquisição de materiais de apoio pedagógico como presilhas para papel ou
pranchas, suporte para caneta, sinalizadores, além de:
Ainda, é preciso organizar espaços como “ateliê, laboratórios, bibliotecas, etc., e ter aquisição de
materiais e equipamentos que facilitem o trabalho educativo: lâminas, pôsteres, murais, compu-
tadores, softwares específicos, etc” para atender as necessidades especiais de alunos com altas
habilidades ou superdotação.
Aranha (2003) acrescenta que as adaptações nos elementos do currículo são ajustes dos conhe-
cimentos previstos na organização curricular do ano ou série, e necessários ao aprendizado dos
alunos com necessidades especiais.
Todo esse processo de adaptação curricular deve ser documentado e registrado pelos professores
por meio dos planos de ensino ou semanários, dos diários de sala, dos portfólios de classe, das
atividades de adaptação curricular, etc.
Os elementos discutidos, avaliação diagnóstica, currículo oficial, preparação das atividades, apli-
cação das atividades adaptadas, avaliação e registro e documentação, devem ser articulados e ser
considerados norteadores do processo de construção das adaptações curriculares, sendo flexíveis e
abertos às mudanças para revisões, complementações e inovações das práticas educativas.
É nesse sentido, que Sassaki (2003) enfatiza que a construção de escolas inclusivas requerem a par-
ticipação e esforços de todos para: eliminar barreiras do ambiente; mudanças de atitudes frente aos
preconceitos, estigmas ou qualquer forma de discriminação; inserir formas alternativas de comu-
nicação como código e sinais; transformação metodológica, flexibilização de métodos e práticas
educativas; e aquisição e adaptação de instrumentos, materiais e recursos pedagógicos).
Por fim, um dos aspectos fundamentais para a efetivação das escolas inclusivas é a formação per-
manente e continuada de professores, pois sem ela dificilmente haverá mudanças significativas no
âmbito escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As adequações curriculares são consideradas estratégias necessárias e viáveis para que os alunos
que apresentem necessidades educacionais especiais, com ou sem deficiências, possam ter oportu-
nidades efetivas de aprendizagem e de uma educação de qualidade.
Elas devem flexibilizar o currículo, promovendo ajustes na prática pedagógica adequando o proces-
so de ensino e de aprendizagem aos que apresentem necessidades especiais e currículo proposto
para o ano/série frequentado.
Para tanto, é fundamental que os professores sejam formados e possam identificar as dificuldades
e potencialidades de cada aluno, e frente às necessidades educacionais, planejar as adequações na
sala de aula, e quando detectada a necessidade, elaborar um programa educacional individualiza-
do, levantando as habilidades acadêmicas, da vida diária, motoras, sociais, de recreação e lazer, e
profissionais, definindo metas, metodologia, recursos e avaliação para cada uma delas.
Esse plano deve conter informações sobre os níveis de desempenho do aluno, os objetivos, as estra-
tégias de adaptações curriculares propostas e a adaptação da avaliação.
Ressalta-se, que a educação inclusiva ainda representa um grande desafios para a escola, professores
e gestores, mas é imprescindível que se avance nas propostas e projetos voltados à inserção total de
todos os alunos para que essa educação seja de fato uma realidade e que a escola finalmente possa
acolher as diferenças e respeitar a diversidade e singularidades presentes na sociedade e na escola.
MAPA MENTAL
REFERÊNCIAS
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