Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DISLEXIA
Da identifica o precoce
interven o
Autoras
REFERÊNCIAS
MÁ IO
Ap e en ação
O E-Book intitulado Dislexia: da identifica ão precoce à interven ão foi um
material elaborado para auxiliar os profissionais da rea da sa de e da educa o que
atuam diretamente com a avalia o e a interven o de escolares com dislexia, de
forma a contribuir para a amplia o do olhar cl nico e educacional para al m do
diagn stico, ou seja, para uma pr tica com um olhar voltado para a identifica o
precoce, o diagn stico e a interven o, tanto precoce, como remediativa e
interventiva.
Este E-book objetiva abordar a tem tica dislexia em cinco cap tulos, sendo o
primeiro cap tulo destinado a discutir a identifica o precoce da dislexia, o segundo
cap tulo voltado para as quest es de avalia o e do processo diagn stico da dislexia.
O cap tulo terceiro objetiva definir e caracterizar os subtipos da dislexia, enquanto
que, o quarto cap tulo aborda a interven o. O quinto e ltimo cap tulo apresenta
indica es de leituras complementares para aprimorar e profundar o conhecimento
dos leitores sobre os temas aqui apresentados sobre a dislexia.
Desta forma, esperamos que este E-book possa contribuir para a pr tica cl nica e
educacional dos profissionais que atuam com estes escolares e assim, diminuir as
dificuldades dos disl xicos no contexto cl nico e educacional.
Boa leitura!
07
1.1 Modelo de Resposta à ntervenção O que é, Camadas e Objetivos
08
Ainda para Fletcher e Vaughn (2009), o objetivo em cada camada espec fico conforme abaixo
apresentado:
1ª Camada: Reduzir a incid ncia de dificuldades iniciais de leitura, realizando uma interven o
precoce e preventiva de forma coletiva dentro da sala de aula regular.
2ª Camada: O progresso do estudante monitorado com frequ ncia para determinar a efic cia
da interven o; a avalia o sistem tica realizada para determinar a fidelidade ou a integridade
com que a instru o e as interven es est o sendo implementadas.
3ª Camada: A avalia o e a interven o utilizam m ltiplas fontes de dados e pode incluir, al m de
medidas padronizadas, observa es feitas pelos pais e professores.
De acordo com autores (SCHNE DER; ROTH; ENNEMOSER, 2000; L PEZ-ESCR BANO; BELTR N
2009) os objetivos do RT s o:
Diminuir a incid ncia de falso-positivo (onde avalia es realizadas de forma imprecisa,
identificam uma crian a como tendo dislexia);
Diminuir a incid ncia de falso-negativo (quando identificam uma crian a com dificuldade
espec fica de leitura como sendo a aus ncia da dislexia);
Crit rio diagn stico da dislexia, ou seja, a falta de resposta interven o.
Portanto, para considerarmos o diagn stico de dislexia devemos considerar a presen a da
tr ade diagn stica conforme apresentada na figura 2 descrita por Santos e Capellini (no prelo):
PR ME RA
MAN FESTAÇÃO
Dificuldades de
Aprendizagem
CR TÉR O PR NC PAL
D AGNÓST CO CARACTER ST CA
Falta de Resposta Altera o na Flu ncia
nterven o de Leitura
09
CAPÍTULO
2
Avalia o
B sica
Velocidade de A alia o do
Leitura Escrita C lculo e
Processamento Processamento
Racioc nio
Auditi o e
Matem tico
Visual
Decodifica o Pro as de
Codifica o Nomea o
R pida
Aspectos
Motores
Compreens o
Aspectos
Te tuais
11
CAPÍT LO
A Disle ia caracteri ada por diferen as de processamentos indi iduais que acarretam
dificuldades no in cio da alfabeti a o, afetando a aquisi o da leitura, da escrita e da ortografia.
Podem tamb m ocorrer falhas nos processos cognitivos, fonol gicos e /ou visuais (RE D, 2016).
Estes processos cogniti os alterados no quadro de disle ia se referem a mem ria, a
recupera o da informa o, a elocidade de processamento, o gerenciamento de tempo, a
coordena o e a automati a o da informa o.
Disle ia
Fonol gica
Disle ia
Visual
Disle ia
Mista
13
Cada subtipo apresenta manifesta es di ersas, de acordo com a habilidade que est
comprometida, a seguir ser o descritas as manifesta es da disle ia de acordo com cada subtipo,
segundo Lo io, N t nen e Kujala (2010) e Bellocchi e colaboradores (2013).
14
CAPÍT LO
NTERVENÇÃO PARA
ESCOLARES COM D SLEX A
4.1 Efic cia e Efici ncia
Antes de iniciarmos o processo de inter en o com o escolar que apresenta a Disle ia,
necess rio le armos em considera o os crit rios para a remedia o de acordo com a Ame ica
P ch l gical A cia i (APA, 1999), a partir do S a da d f Ed ca i al a d P ch l gical Te i g
que preconi am o controle de efic cia e efici ncia terap utica (Quadro 2).
Quadro 2 Crit rios de efic cia e efici ncia terap utica de acordo com a Ame ica P ch l gical
A cia i (APA, 1999).
Assim sendo, a efic cia terap utica de e ser erificada por meio da aplica o de instrumentos
de a alia o em situa o de pr e p s-inter en o, enquanto que, a efici ncia terap utica se
refere ao acompanhamento sistem tico p s-inter en o. Ap s a erifica o da efic cia, as
medidas repetidas de a alia o de em ser reali adas no per odo de 3 meses, 6 meses, 9 meses e
1 ano, garantindo assim, a obser ncia da efici ncia.
ATENÇÃO!
16
4.2 Procedimentos de nterven o para Escolares com Dislexia
No quadro 3 ser o apresentados alguns procedimentos baseados em e id ncia cient fica para
inter en o precoce e no Quadro 4 procedimentos para inter en o com crian as com disle ia,
citados em sua ers o completa no Li ro Compreendendo a Disle ia (SANTOS; CAPELL N , no
prelo).
17
Quadro 4 - Procedimentos de nter en o para crian as com Disle ia
continua...
18
Quadro 4 - Procedimentos de nter en o para crian as com Disle ia
continua o
19
Reali ar o treino de leitura importante pois os escolares conseguem ler pala ras de forma
mais r pida a partir do aumento da frequ ncia de ocorr ncia da pala ra e a familiaridade com a
pala ra, formando assim o l xico mental ortogr fico e o reconhecimento visual direto, sem a
necessidade da reali a o da decodifica o propriamente dita (BALOTA;LAW; ZEV N, 2000).
- Como Fazer?
Como os Li ros da Cole o Estrelinha s o di ididos em n eis, de emos iniciar com os li ros do
N el 1.
Selecionamos um li ro, como por e emplo O Pato e o Sapo . A leitura de e ser feita pela(o)
terapeuta apontando uma pala ra por e (a pala ra apontada de e ser a pala ra que est sendo
lida, para a forma o de l ico isual).
Durante o treino de emos considerar tr s crit rios: ACERTO, ERRO E MODELO.
ACERTO: Quando a crian a l a pala ra de forma CORRETA sem a ajuda do terapeuta.
ERRO: Quando a crian a tenta reali ar a leitura mas comete algum erro, seja por substitui o,
adi o ou omiss o de fonemas. O terapeuta ao perceber isto, de e ler a pala ra corretamente e
solicitar para a crian a repetir esta pala ra imediatamente.
MODELO: Quando a crian a reali a ensaio articulat rio ou reali a leitura silabada, mas n o reali a
leitura ao n el da pala ra, ou seja, n o reali a a leitura da pala ra NTE RA, apenas ocorre a
tentati a de leitura. Neste momento a terapeuta de e interromper a crian a e falar a pala ra
corretamente imediatamente, antes que ela leia e crie um l ico de input isual errado sobre
aquela pala ra.
Voc de er contabili ar ao final de cada li ro, quantas palavras a crian a leu corretamente,
isto , as pala ras lidas sem a ajuda da (o) terapeuta, sem errar e sem receber o modelo.
20
b) E a a d Ma a S b ca
Pa a eali a e a e a gia, podem e ili ado o e o da Cole oE elinha, o o o
e o da e colha da (o) e ape a. Al m di o, de em e confeccionado ca e com a laba
da pala a e e o abalhada , e i ada do e o elecionado. O o do alfabe o m el
ecomend el.
-C a ?
A Manip la o Sil bica de e e eali ada em 4 momen o :
1 M : Reali a a lei a do e o elecionado j n amen e com a c ian a.
2 : A c ian a de e iden ifica a pala a e con enham a laba al o (e a laba
de e apa ece di e a e e no e o, pa a fa o ece a fo ma o do l ico de inp i al).
3 : Sepa a a pala a de aco do com a po i o em e a ilaba oc pa (come o, meio
e fim).
4 : mo a pa a a c in a ea ela ilaba podem apa ece em dife en e po i e
na pala a e e ando combinada com o a ilaba po el fo ma no a pala a
- n o: A laba CA e :
no come o da pala a CASA no meio de MACACO no fim de ARCA
CA SA PA F
CA F
21
c) T c ca d Ma a M a
E a cnica ili ada n o pa a melho a a comp een o e al, ma amb m pa a
e da o a in e i a li o e con e do lido em ala de a la pelo e cola . ma e celen e
cnica de in e en o pa a fo ma o de e ema de mem ia pa a a comp een o do e o.
- Ob : Po ibili a c ian a ap ende a anali a e a locali a a ideia cen al do e o, a o dem
do acon ecimen o do fa o e o fa o mai impo an e da e ia . E a cnica amb m em
po obje i o fo ma e ema de mem ia pa a a ap endi agem da mac oe a do e o, o
eja, pa a a c ian a pe cebe :
Si a o (come o)
Complica o (meio)
Re ol o (fim)
-C a ?
P imei amen e, a (o) e ape a j n amen e com a c ian a de e o e colhe m ema/ e o
pa a e abalhado. Ap eali a a lei a em o al a de e e o, a (o) e ape a de e ofe ece
m e ema emelhan e ao e ema abai o e pedi pa a e o e cola p eencha, da a
manei a, o e ema, elabo ando a im m e ema de ideia e c iando m a a a a a
d .
E : "C a V "
22
O Mapa Men al amb m pode e eali ado po a a , confo me o e emplo a eg i e
ili a o e o A gi afa de Sa ai a, Moojen e M na ki (2015), in e i ando a im, a ideia p incipal
de cada pa g afo.
E emplo:
Onde i e e o e e nome
1 ignifica
P
Ca ac e ica
2
P
Como i e no bando
3
P
Alimen a o
4
P
5 nimigo Na al
P
6 Defe a
P
23
d) T c ca d B a
E a cnica pode e ili ada an e , d an e e ap a in e en o, i o po ee a cnica
pe mi e e o e cola ap enda no a concei o e memo i e concei o j ad i ido .
-C a ?
A(o) e ape a j n amen e com a c ian a de e o e colha m ema e, logo ap , a c ian a
de e o gani a a a ideia ob e e e ema, podendo elaciona pala a com o ema
e colhido o eleciona o de enha imagen .
E : Tema - Cacho o
24
) T c ca da Ja a
E a cnica pode e ili ada em oda a in e en e com lei a de pala a , f a e o
e o . ma cnica de a lio pa a e o e cola de en ol a a fl ncia de lei a.
-C a ?
A (o) e ape a de e confecciona d a g a com ca olina o papel ca o, endo e
ma de e medi ap o imadamen e 6cm de al a e 21 cm de com imen o e a o a, 4 cm de
al a e 18 cm de com imen o.
A g a maio ( g a 1) e ili ada como a janela, po an o, de e e eali ado m co e no
meio da g a de ap o imadamen e 1cm ( amanho da le a ee no papel), en an o ea
eg nda g a (meno ) e ili ada pa a con ola a lei a da c ian a po meio da abe a da
g a, no en ido da e e da pa a a di ei a. A g a de e o e confeccionada como no
e emplo abai o:
R GUA 1
R GUA 2
A MOLA V RA
25
CAPÍT LO
ND CA ES DE LE TURAS
COMPLEMENTARES
ndicamo pa a complemen a e amplia o conhecimen o de c i o ne e E-book a lei a
do a o li o da Cole o Comp eendendo o T an o no da Ap endi agem.
Comp eendendo a Di le ia
(SANTOS; CAPELL N , no p elo)
27
REFER NC AS
AMER CAN PSYCH ATR C ASSOC AT ON.DSM- V-TR: Man al diagn ico e e a ico de an o no
men ai . Po o Aleg e, RS: A med, 2002.
AMER CAN SPEECH-LANGUAGE-HEAR NG ASSOC AT ON. Role and e pon abili ie of Speech-
Lang agem Pa hologi i h e pec o Reading and i ing in child en and adole cen e .
Di pon el em: < h p :// .a ha.o g/polic /p 2001-00104.h m> . Ace o em: 05 de maio de
2020.
BALOTA, D.A.; LAW, Ma k B.; ZEV N, J. D. The a en ional con ol of le ical p oce ing pa h a :
Re e ing he o d f e enc effec . Memo & Cogni ion, . 28, n. 7, p. 1081-1089, 2000.
BELLOCCH , S. e al. can ead i in o e e : Wha e e mo emen ell abo i o-a en ional
p oce e in de elopmen al d le ia. Re ea ch in de elopmen al di abili ie , . 34, n. 1, p. 452-460,
2013.
CAPELL N ,S.A.; GERMANO, G.D. Plano Te ap ico Fonoa diol gico (PTF) pa a emedia o
fonologia A ociada a Lei a e E c i a. Plano Te ap ico Fonoa diol gico (PTF ). S o Pa lo:
P -Fono, . 1, p. 223-228, 2015.
CERQUE RA CESAR, A.B.P.; GERMANO, G.D.; CAPELL N , S.A. P og ama de emedia o fonol gica
pa a e cola e de i co pa a di le ia (PROF RD). Ribei o P e o: Book o , 2018.
28
CERQUE RA CESAR, A.B.P.C.; SANTOS, B.; CAPELL N , S.A. Hi ia pa a o De en ol imen o de
Rima e Ali e a o: Coelho Con ado. Ribei o P e o: BookTo , 2019.
FLETCHER, J.M.; VAUGHN, S. Re pon e o in e en ion: P e en ing and emedia ing academic
diffic l ie . Child de elopmen pe pec i e , . 3, n. 1, p. 30-37, 2009.
FUCHS, L.S.; VAUGHN, S. Re pon i ene - o-in e en ion: A decade la e . Jo nal of lea ning
di abili ie , . 45, n. 3, p. 195-203, 2012.
JUNQUE RA, S. Cole oE elinha. 2a. ed.S o Pa lo: ED TORA AT CA, 1986.
29
L PEZ-ESCR BANO, C.; BELTR N, J.A. Ea l p edic o of eading in h ee g o p of na i e Spani h
peake : Spania d , G p ie , and La in Ame ican . The Spani h jo nal of p cholog , . 12, n. 1,
p. 84-95, 2009.
LOV O, R.; N T NEN, R.; KUJALA, T. Abno mal pa e n of co ical peech fea e di c imina ion in
6- ea -old child en a i k fo d le ia. B ain e ea ch, . 1335, p. 53-62, 2010.
MART NS, M.A.; CAPELL N , S.A.; BEGENY, J.C. Help -PB: P og ama de fl ncia de lei a pa a
e cola e ‒ Man al do n o . 1 ed. No h Ca olina - USA: Help Ed ca ion F nd, 2018.
PR -FONO. Plano Te ap ico Fonoa diol gico , ol. 1. Edi o a P -Fono, 2012.
PR -FONO. Plano Te ap ico Fonoa diol gico , ol. 2. Edi o a P -Fono, 2015.
SANTOS, B.; CAPELL N , S.A. Comp eendendo o T an o no de Ap endi agem: Comp eendendo a
Di le ia. Ribei o P e o: Book o , no p elo.
SANTOS, B.; CAPELL N , S.A. Comp eendendo o T an o no de Ap endi agem: Comp eendendo a
Di le ia. Vol 4. Ribei o P e o: Book o , no p elo.
SANTOS, B.; CAPELL N , S.A. P og ama de Remedia o com a Nomea o A om ica R pida e
Lei a PRONAR-LE. Ribei o P e o: Book o , 2018.
SANTOS, B.; CERQUE RA CESAR, A.B.P.; CAPELL N , S.A. Alfale ando: Conhecendo a Le a .
Ribei o P e o: BookTo , 2018.
SARA VA, R.A.; MOOJEN, S.; MUNARSK , R. A alia o da Comp een o Lei o a de Te o
E po i i o . 2 ed. Belo Ho i on e: Ca a do P ic logo, 2015.
30
SCHNE DER, W.; ROTH, E.; ENNEMOSER, M. Training phonological skills and letter knowledge in
children at risk for dyslexia: A comparison of three kindergarten intervention programs. Journal of
Educational Psychology, v. 92, n. 2, p. 284, 2000.
S LVA, C.; CAPELL N , S.A. Programa de nterven ão fonol gica para escolares no in cio do processo
de alfabetiza ão. Ribeirão Preto: Booktoy, 2019.
S LVA, C.; CAPELL N , S.A. Programa de Remedia ão Fonol gica: Proposta de nterven ão
Fonol gica para Dislexia e Transtornos de Aprendizagem. São Jos dos Campos: Pulso Editorial,
2011.
S LVA, N.S.M.; CREN TTE, P.A.P. Programa de nterven ão de Decodifica ão Fonol gica. Ribeirão
Preto: Booktoy, 2017.
31
Sobre as a oras
Fonoaudi loga. Livre Docente em Linguagem Escrita - FFC/UNESP - MAR L A - SP. Docente
do Departamento de Fonoaudiologia e dos Programas de P s-Gradua ão em Educa ão e
em Fonoaudiologia da Faculdade de Filosofia e Ci ncias - FFC/UNESP - MAR L A-SP.
Coordenadora do Laborat rio de nvestiga ão dos Desvios da Aprendizaem (L DA) do
Departamento de Fonoaudiologia - FFC/UNESP - MAR L A-SP. Bolsista de Produtividade
em Pesquisa do Conselho Nacional do Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico - CNPq.
Coordenadora do Departamento de Fonoaudiologia Educacional da Socidade Brasileira
de Fonoaudiologia (SBFa) Gestão 2020-2022.