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Autista no Além

O autista é um ser que, por razões internas ou externas não "entrou" no mundo físico.

- Razões internas: são as da essência ou do Espírito: antes de entrar ou conectar-se com o


corpo, decide desistir, tem medo, sente-se incompetente para a experiência.

- Razões externas: são as dificuldades no parto, por parte da mãe ou em face de situações pós-
parto, como excesso de luminosidade, fórceps, demora ou pelo ambiente inadequado. Enfim
há vários fatores que podem levar o nascituro à "recolher-se".

Hellen Wambach, autora do livro Vida Além da Vida, realizou várias experiências com
adultos, regredindo-os à vida intra-uterina e constam nos relatórios dos pacientes, a percepção
e sensações conseqüentes de que a essência espiritual, antes do nascimento, permanece
agregada ou próxima do corpo em gestação, observando e sentindo os efeitos físicos e
emocionais tanto da mãe como das pessoas que ali se encontram.

Estas impressões são marcantes e podem ficar em nossa memória por toda a existência,
podendo também ser a causa de processos de autismo.

Vejamos as experiências da Dra. Hellen. Nessas, pelo que se vê, o ser/essência nada sofreu,
encarando com naturalidade e compreendendo todos processos, mesmo os mais dolorosos.

1º caso - Minha mãe não me desejava. Certa vez tentou abortar e fiquei irado por ocasião do
parto, porque ela pretendia divorciar-se do meu pai. Estou agora conscientizado de que parte
do meu carma consiste em aprender a amar minha mãe, de qualquer maneira.

2º caso - Ao me ligar ao feto, dava-me conta de que minha mãe estava assustada, de início,
posteriormente aceitou o processo com naturalidade.

3º caso - Foi uma experiência forte, não desagradável mas surpreendente, o meu nascimento.
Enviei mensagens à minha mãe para que ela encarasse tudo como sensação e não como dor.
Percebia, de forma clara, as atitudes das outras pessoas. Eu estava muito feliz por assumir
esta vida.

A partir da leitura desse livro e de algumas experiências realizadas em grupos holísticos e


espíritas eu introduzi em algumas vivências o exercício de retorno ao útero. Muitas marcas
em nosso corpo e alma tem origem no momento da concepção. Este período, o da gravidez e
do parto são fundamentais para a saúde física e mental da criança.

Pesquisadores realizaram o protótipo de um laboratório que simbolizava um útero e


colocaram autistas, neste ambiente. Ali, eles tinham contato com sons e sensações
semelhantes àquelas transmitidas pela mãe para o bebê quando este se encontra dentro do
útero, mergulhado no líquido amniótico. A experiência foi de completo êxito, pois as crianças
autistas apresentaram reações, tornando-se um pouco mais receptivas.

Realizei experiências semelhantes com um grupo de pessoas sensitivas e outras habilitadas


criando através de uma ação mental um útero materno. A resposta da criança autista foi
positiva. Envolvido nesse processo, Nick um garotinho autista de 7 anos conseguiu um nível
de comunicação satisfatório com o grupo e com o seu avô, que participava da experiência.
De tudo que já li até hoje, o livro Autismo, do prof. Hermínio Miranda é o mais completo.
Foi, aliás, a partir da leitura dessa obra que eu fiquei ainda mais interessando no assunto.

Ano passado, pesquisando assuntos para o Curso de Interpretação e Aplicação de Espiritismo


que organizei, li o livro Autistas do Além, psicografado por Nelson Moraes, autoria espiritual
de Eduardo, narrando o caso de Raul. É interessante e passo para vocês um resumo.

Raul deixara o corpo e aprisionara-se num processo obsessivo com a própria mãe. Espíritos
Superiores convocados para cuidar do caso elaboraram um relatório onde informavam que a
mãe, Elizete, zelara com excesso pelo filho e este vivera em seu tempo terreno num regime
de dependência que lhe enfraquecera o caráter. A tibiez e a falta de vontade predominavam
no temperamento do moço.

Em razão disso, na outra dimensão registrava com freqüência e nitidez o desespero da mãe
aqui na Terra.

Um dia, vigilantes espirituais não puderam mais conte-lo e ele se evadiu de onde estava para
se projetar no mundo físico, agarrando-se, como um menino medroso, à mãe.

Assemelhava-se a uma sombra irradiando ondas mentais e emocionais densas sobre o córtex
cerebral da mulher, estabelecendo verdadeira e estranha simbiose.

Naquela situação a intervenção para separar um do outro era perigosa. Afinal, ambos se
davam às mãos, espiritualmente, num consórcio energético intenso e dramático.

Espíritos coordenadores vão ao encontro de Elza, sua namorada, quando ainda habitava o
mundo físico. Ela se comprometera, durante o sono físico, a ajudar o ex-namorado.

Assessorada, vai ao encontro dele e com o coração nas palavras fala com Raul. Ele
estremece, parece ouvi-la, os laços afrouxam. O moço estava prestes a se desligar da mãe. No
entanto, esta pressente a situação e com medo de perder o filho querido, agita-se e acorda.

Acordada, Elizete ainda sente o perigo e sabe que pode perdê-lo. Uma onda de pensamentos
doentios a invade. É melhor morrer a perder o filho. A iminência de um suicídio põe em
sobressalto toda equipe socorrista.

Alteram a estratégia e recorrem a Julia, empregada doméstica de Elizete e que era médium,
atuando em um Centro Espírita próximo. Convocada, a mulher aceita o serviço de apoio.
Sintonizada vai até a patroa convidando-a a fazer uma oração e a ir ao Centro Espírita. Nada
consegue. A mulher não recebe com interesse o apelo da serviçal.

Arquitetam outro plano, novo e audacioso. Adoecer Elisa, a filhinha de Elisete, irmã de Raul.
Com a filhinha doente ela se sente culpada por abandonar a menina. Inconscientemente, abre
mão do apego ao filho desencarnado e esquece a idéia de suicídio.

Florinda, médium experiente do Centro Espírita, convidada pela empregada vai visitar Elizete
e nesse encontro a Equipe Espiritual consegue realizar o desligamento de Raul livrando-o da
mãe.
Desligado e sem uma condição satisfatória Raul entra num processo de Autismo, ausentando-
se de tudo e de todos. Neste estado é levado a sessão mediúnica para receber auxilio. O
universo de energias de amor que ele encontra no momento mediúnico acalenta-o. Sente-se
reconfortado, revigorado.

Sintonizado com a médium, Raul vê a ex-namorada oferecendo um universo de carinho e


compreensão que restaura suas forças e faz com que ele "volte" à vida.

Com o sucesso do empreendimento os Espíritos Coordenadores encaminham Raul para uma


estância localizada na dimensão extrafísica, acompanhado de Elza, a ex-namorada e
abnegada servidora.

O que posso dizer, disso tudo, é que a principal causa do autismo seja ele aqui na Terra ou na
dimensão espiritual pode ser o desarranjo no sentir, no querer e no doar-se.

Na verdade, o amor é uma força que todos possuímos. Apenas não temos aprendido a aplicá-
la. Encontramo-la desequilibrada nas paixões, perturbada no ciúme, transfigurada no ódio,
controvertida no egoísmo e sublimada nos anjos.

Como exercício, ofereço para vocês este, que significa um verdadeiro recomeço para que o
estágio terreno seja um tempo de paz e alegria em seu coração.

ÚTERO MATERNO - O recomeço

Respire e Inspire. Sinta-se envolvido por uma luz branca, fresquinha que te envolve e
conforta. Inspire mais uma vez, iluminando-se internamente.

Visualize sua mãe. Olhe-a com ternura e gratidão. Pense na beleza da vida. Está aí na sua
frente a criatura que você escolheu para lhe dar a vida.

Tenha coragem e inteligência para perdoar mágoas e amar intensamente esta criatura divina.
Sinta esta energia que te envolve. Deus está presente.

Agora, sinta-se diminuir. Você é um ponto de luz. Sinta-se abraçado, envolvido no corpo de
sua mãe.

Mergulhe no útero de sua mãe. É o seu renascimento.

Você está envolvido por uma água aquecida. Há sons em torno de você.

Ouça o bater do coração, o sangue circulando ao seu lado. Você está nascendo. Sinta-se
crescer. Os braços, as pernas, a cabeça.

Surge um canal à sua frente. Uma força. Um sopro movimenta seu corpo e você vai para este
canal.

Atravessando o canal, surge um campo de flores. Sinta o perfume das flores, o cantar dos
pássaros.
Abra os olhos. Você renasceu. Diga: Obrigado, Senhor. Pela vida e pelo corpo. Obrigado,
mãe.

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