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O que é Às̩e̩ – Mago: A Ascensão e Vampiro:


A Máscara – Parte 2
17/10/2018

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> O que é Às̩e̩ – Mago: A Ascensão e Vampiro: A Máscara – Parte 2

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Mundo das Trevas

Vampiro: A
Máscara
Lobisomem: O
Apocalipse
Mago: A Ascensão
Changeling: O
Sonhar

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Mundo das Trevas

retomamos o artigo sobre o que é às̩e̩ (ou axé) no Mundo das Trevas. Como entramos
cada vez mais em campos mais específicos, o que trataremos a seguir pode ser
aplicado também em Vampiro: A Máscara, sobretudo quando tratamos de personagens
de origem afro-brasileira antes do Abraço, bem como de personagens que trabalham
com a vitae e linhas de feitiçaria vampírica. Sim, o que estamos tratando aqui também
pode cair como uma luva para certas interpretações de linhas de Taumaturgia,
aprendizado de Disciplinas e outras formas de compreensão da não-vida vampírica.

Leia aqui a primeira parte do artigo

Destaco, uma vez mais, que estamos dando um recorte específico, partindo de um
conhecimento mais ligado à Umbanda, sobretudo a Cruzada e a Omoloko. Certamente é
provável que existam mais interpretações, o que é perfeitamente de acordo com o
mundo punk-gótico com muitos tons de cinza que é o Mundo das Trevas.

Sei que originalmente prometemos que seriam 12 significados, mas novos vão surgindo
conforme o artigo é escrito, portanto, só no final saberemos, de fato, quantos serão
levantados.

4 – Às̩e̩: Santuário

Como um povo que, antes mesmo da Diáspora Africana, tinha valores ligados à terra em
que seus povos que antes eram diversos habitavam, é de extrema importância nos
cultos afro-brasileiros o local onde ocorrem seus rituais, cultos e cerimoniais, e onde são
feitas as oferendas. É comum o uso de termos diversos, como terreiro, barracão,
egbe/ilé (ou ilé axé), kwe, tenda, inso, cazuá (ou cazua), roça, sítio, batuque, entre
diversos outros nomes.

É o espaço que separa o secular, o humano, o mundano, do sagrado, pois é o local


onde é permitido o culto aberto a crenças, onde pode-se, uma vez mais, religar-se ao
seu Sagrado.

Assim, é perfeitamente possível a compreensão que, independente do nome que se dê,


o espaço onde há às̩e̩ (ou onde a fé é praticada e, por isso, acumula diversos
significados; espaço também onde a tradição é passada das gerações anteriores para
as novas) é o próprio Santuário onde ritos são praticados. É um espaço de fé/às̩e̩, de
aprendizado, de troca de conhecimento e de descobertas.

5 – Às̩e̩: Òrisà

Ao contrário do que a compreensão judaico-cristã de mundo faz parecer, a maioria dos


cultos afro-brasileiros não são politeístas. São, antes disso, monoteístas, uma vez que
acreditam na existência de um Poder Criador, que pode receber muitos nomes de
acordo com a tradição (Olódùmarè, Olórun, Nzambi, Tupã). A partir deste Criador, temos
a existência de Osala (Oxalá), que também recebe muitos nomes e diversas
interpretações, sendo em algumas tradições tratado como um nome genérico para
vários òrisà tratados como òrisà funfun, ou seja, associados à cor branca, ligados aos
mitos de criação e à humanidade.

A partir de Osala, temos diversas vibrações que correspondem a forças da natureza.


Assim, pode-se interpretar tanto os diversos Òrisà como vibrações, e não inteligências,
quanto o que ocorre em diversas tradições afro-brasileiras (incluindo em algumas linhas

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e Umbanda, mas também Candomblé e outros cultos) e que seria mais própria à
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ompreensão originária de África, que é a ideia de que os Òrisà seriam ancestrais de
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ovos africanos que, por sua história, foram alçados à divindade, trabalhando assim em

embremos, sempre, que não só não estamos falando de um “povo africano”, mas de
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maisorigem em África e que, por condições impostas pelos europeus,
ram obrigados a conviver nas mesmas comunidades quando no Brasil. Além disso, um
ulto vivo, ou seja, que possui diversos praticantes, está sempre em evolução, afinal,
Seja a primeira pessoa entre seus amigos a
curtir isso. ão existe um livro ou códice dessas crenças, elas estão baseadas na oralidade e
odem ser alteradas de acordo com conhecimentos compartilhados pelos Òrisà e guias
langeiros, variando conforme a fé.
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artindo desse princípio variado, mas não excludente, cada Òrisà trabalha em um
há cerca de 9 meses
oder. Assim, temos Òrisà que regem a comunicação e os caminhos, a ordem e a
isciplina, que é Èșù (Exu), cujo nome, em iorubá, significa “esfera”; temos os que
Hoje é dia de NOVIDADE!
gem o ferro, a guerra, a agricultura e tecnologia, Ògún (Ogum); e assim por diante,
Conheçam a AsterZine!
dos abaixo de Osala. Cada tradição afro-brasileira trabalhará com Òrisà diferentes, e
Assine a nossa zine e receba conteúdo
rá uma compreensão diferente do que eles são. É importante levar em consideração
exclusivo e inéditos para os jogos que
ue, dependendo da origem específica da religião praticada em um terreiro ou barracão,
você adora! https://www.catarse.me
remos Nkisi (ou Inquice) e Vodum também. Não explorarei mais a questão dos Nkisi
/asterzine u Vodum por estar claro, no momento em que escrevo, que é algo que foge do escopo
A AsterZine é uma revistaasdigital
minhasdefontes diretas de aprendizado.
jogos de RPG e outras publicações da
: Esferas
Aster Editora. A primeira edição é
gratuita e você pode baixar aqui:
é a própria energia vital, é a própria vida, que segue em uma linha contínua e liga
https://astereditora.com.br/product
do o que existe. Tudo o que existe possui existência e, assim, em algum grau, vida,
/asterzine01/... Ver maisainda que em uma escala evolutiva diferente; não melhor nem pior, apenas diferente,
estando os Òrisà e guias em estágios diferentes.
Leia também
É necessário lembrar que a divisão da Mágika em Esferas é uma convenção Hermética,
adotada tanto pelo Conselho quanto pela Tecnocracia, apesar da compreensão diferente
(e da variação de nomenclatura, que ocorre mesmo de Tradição para Tradição; não
ocorre na Tecnocracia pelo Paradigma da Facção de padronização do conhecimento).
Assim, não é verdade que povos diferentes, com origens culturais diversas,
necessariamente terão a mesma divisão da Tapeçaria da Realidade da mesma forma,
embora em um nível exista a diferenciação do tipo de às̩e̩ a que se está referindo em
dado contexto. Pode-se estar falando, então de às̩e̩ verde (plantas e sua energia/Vida,
Matéria, Mente ou Espírito, dependendo do efeito mágiko desejado), às̩e̩ vermelho
(sangue, carne/Vida, Matéria, Mente ou Espírito, ou mesmo Entropia ou Primórdio).

A diferença entre
os tipos de às̩e̩ se
dá mais no
contexto do uso da
palavra ou do
efeito mágiko
desejado, como
antes foi
pontuado. Isso
não significa que
tais crenças sejam
inferiores ou mais

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primitivas, são
apenas diferentes
das convenções
de origem
europeia. Os fieis
de cultos afro-
brasileiros são
perfeitamente
capazes de fazer
as correlações,
ainda que muitas
vezes, por uma
estratégia de
valorização de
cultos perseguidos
e de sua própria
ancestralidade
negra (e, em
alguns casos, também a de cultos de origem indígena), prefiram não fazê-lo, mas isso
varia de indivíduo para indivíduo, de culto para culto. Não querer fazer ou discordar não
significa não entender as relações feitas, apenas uma outra visão de mundo – ou seja,
estamos novamente falando de Paradigma, como aliás estamos falando este tempo
todo.

Aqui, já temos a compreensão de um tema polêmico e controverso para quem mantém


preconceitos e vê os cultos afro-brasileiros com a mente fechada:

7 – Às̩e̩: Sangue, Vitae, a própria Vida

Todas as culturas reconhecem que sangue é vida. É sabido por magos que o sangue
está sob a Esfera da Vida, e que é fonte de quintessência bruta. Vampiros, uma vez
desconectados da fonte da vida pelo Abraço, precisam do sangue de quem possui vida
para continuarem a existir e a interagir neste mundo. É o nosso sangue que nos liga com
os nossos antepassados, nossos ancestrais, e assim, às̩e̩ é também o próprio sangue
que corre nas veias de seres vivos. Para diversos cultos, a imolação sagrada de animais
é parte inerente da fé (às̩e)̩ de seus fiéis, e uma expressão legítima de sua própria
cultura.
Em nada isso difere, por exemplo, do consumo de peixes por cristãos em certas datas
festivas ligadas à sua religião, ao consumo de certas aves no Natal ou de pernil na noite
de Ano Novo. Estamos falando de cultura, de tradição, e num país diverso como é o
Brasil, seria absurdo pretender que todos os povos que compõem o país teriam a
mesma fé ou a mesma forma de culto ao seu sagrado.

Assim, em cultos afro-brasileiros, o às̩e̩ vermelho (sangue) é ofertado aos seus


ancestrais, aos Orixás, enquanto a carne é consumida pelos que participam daquela
comunhão com o Divino. Nada é perdido ou desperdiçado, pois o às̩e̩ é oferecido aos
Orixás, mas também consumido na forma de carne pelos que celebram a festividade ou
participam do culto; outros restos, como ossos, couro ou penas, também são utilizados e
aproveitados para fins diversos.

Não parece, portanto, estranho, que vampiros com essa origem cultural tenham uma
compreensão de que é assim que as coisas são, e que isso o ajude a compreender de
uma outra forma, longe dos cultos Cainitas (ou mesmo da Mãe Sombria) a sua própria
existência enquanto não-vivo, desconectada das crenças judaico-cristã que orienta o

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mainstream dos Amaldiçoados. Não significa que o vampiro não veja a si como
Amaldiçoado, dado que a angústia de sua não-vida também existe, apenas que ele
tenha uma compreensão diferente – embora diversos Membros possam ter uma visão
distorcida da forma de Sagrado que praticavam em vida.

No próximo artigo desta série, continuaremos a tratar dos muitos significados possíveis
de às̩e̩ para o Mundo das Trevas, para ajudar a galera a variar os antecedentes culturais
de seus personagens.
Até a próxima!

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Próximo Artigo: O que é Às̩e̩ –Parte 3 (em breve)

Fonte: Cultura oral


Imagens: James C. Lewis
Agradecimentos: Grupo Mage: The Ascension – Beyond Ascension #EleNao do
Facebook, que levantou o assunto, e Tenda de Umbanda Filhos de Pai Peri

Sobre Eva
Escritora, tradutora e revisora, macumbeira feminista, maga da Ordem
do Dado, colaboradora da Dragão Brasil, Oráculo do Livro dos
Espelhos e editora da Aster Editora.
Ver mais artigos de Eva

Defeito: Irmandade Antecedente: Mente


de Akasha Santuário

Maravilhas

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