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ENGENHARIA CIVIL E COMPUTAÇÃO - 1º Período/2016

APOSTILA 1

Neste estudo, trataremos de algumas estratégias de leitura e discutiremos o processo de

produção de alguns gêneros específicos que se relacionam à produção de conhecimentos.

1. ESTRATÉGIAS DE LEITURA PARA ESTUDO E PRODUÇÃO DE

CONHECIMENTO: o Esquema e o Resumo1

Objetivo: produção de esquema e resumo de texto lido, com finalidade de estudo.

Vamos agora conhecer (e depois, aplicar) algumas estratégias que podem contribuir para
uma leitura significativa. Essas estratégias podem e devem ser aplicadas nas diversas
leituras que você fará aqui na academia. Elas são muito úteis e poderão lhe render “bons
frutos”!!!!

Diante de um texto para estudos, é interessante que você se prepare para sua leitura.
Observe, com atenção, as dicas que serão expostas a seguir. Como já dissemos antes, o
LER é uma ATIVIDADE, portanto é necessário que você se “envolva” com essa atividade,
com disposição e muita AÇÃO. Afinal, o TEXTO é lugar de INTERação, é o “encontro”
dos interlocutores implicados no processo de comunicação: o autor do texto e você –
leitor.

a) Corra os olhos no texto todo, procurando responder:

 Qual é o seu tamanho e quanto tempo você gastará para lê-lo?
 Do que ele se trata?
 veja o título geral e os subtítulos
 veja que palavras mais se repetem
 atente para as saliências textuais, isto é, o que vem destacado,
numerado.
 como o assunto é tratado neste texto que está lento?
 veja em quantas partes ele se subdivide
 veja o tamanho relativo de cada subparte (há alguma destacadamente
maior ou menor do que as outras? Por que será?)
 dê uma lida na introdução e na conclusão

quanto maior for o texto a ser lido e mais difícil e desconhecido for o assunto a ser
estudado, mais esta estratégia é recomendável
 o que você sabe sobre esse assunto?

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Texto adaptado de: COSTA VAL, M. Graça. Trabalhos de Síntese: esquema, resumo e resenha. (Módulo II – 2a
série). Programa - Piloto de Inovação curricular e Capacitação de Professores do Ensino Médio. Belo Horizonte:
SEE-MG, 1997.

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 o que a leitura desse texto poderá lhe acrescentar?

b) Leia o texto todo, de uma “vezada” só, procurando assinalar apenas:

 Os pontos que geraram dúvidas, discordância, “incômodo”;
 Uma ou outra ideia que parecer realmente nova e importante.

Se o texto a ser lido não for longo, pode-se fazer uma primeira leitura global e
ininterrupta. Quando se trabalha com textos maiores e mais difíceis, pode ser bom
fazer uma leitura que vá parte por parte, para se evitar cansaço e dispersão. Nesse
caso, pode ser útil a elaboração de esquemas ou resumos parciais, que poderão
facilitar a compreensão e memorização do texto todo. Ou seja, pode-se usar a
cada parte o mesmo tipo de estratégia que se vai usar aqui para um texto curto.

c) Depois da leitura global é possível que:

 pelo menos algumas dúvidas ou discordâncias tenham se dissipado;
 a importância de alguma ideia que lhe impressionou tenha sido
relativizada e
 outras questões lhe pareçam, agora, mais importantes.

Por isso é que recomendamos que você não assinalasse muita coisa na primeira
leitura. Seu texto poderia estar, agora, todo amarelo de marca-texto, ou cheio de
marcas que você já não faria.
d) Agora, então, releia o texto parte por parte,
 assinalando as subdivisões de cada parte e
 assinalando a ideia central ou as palavras-chave de cada subparte.
e) Com essas marcas, está fácil montar um esquema que registre a sua leitura deste texto.
 Avalie se é melhor (mais claro para você, no futuro) seguir a ordenação dada
pelo autor do texto, ou se é mais produtivo (mais sintético, mais econômico,
mais claro) dar ao seu esquema outra ordenação, por exemplo, que reúna em
um só item desdobramentos de uma mesma ideia dispersos no texto original.

f) Em seguida, passe para o papel o ESQUEMA, que, certamente, já está na sua cabeça e
“marcado” no texto a ser resumido.
 Atente para a disposição visual e os recursos coesivos, que deverão sinalizar,
para você mesmo, no futuro, a articulação das ideias do texto lido.
g)Última dica:
 Avalie seu esquema em termos de fidelidade ao texto lido e de funcionalidade
(ele poderá ser útil para você no futuro? Se você o consultar daqui a um ano,
ele servirá para recuperar a leitura que você fez hoje?).
A partir desse esquema, é fácil produzir um RESUMO: outro gênero textual.
 O que foi dito sobre as etapas de elaboração de um esquema vale também
para o resumo. É necessário agora transformar o texto esquemático que já está
pronto em texto “discursivo”.

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h) Como podemos caracterizar um resumo?
“O resumo do texto é, na realidade, uma síntese das ideias e não das palavras do texto.
Não se trata de uma ‘miniaturização’. Resumindo um texto com as próprias palavras, o
estudante mantém-se fiel às ideias do autor sintetizado”. (SEVERINO, 1992, p.102)
 SISTEMATIZAÇÃO
Procuramos mostrar que fazer um esquema e/ou resumo pode ser também um
bom método de estudo e memorização, porque requer um esforço deliberado de
compreensão do texto lido e de registro coerente dessa compreensão.
Como o nosso mundo pretende “rapidez” e perfeição, propusemos técnicas mais
próximas do fazer real, efetivo da maioria das pessoas, ao invés de seguirmos
obedientemente as velhas instruções de manuais de pesquisa bibliográfica.

Lembretes importantes:
ESQUEMA:
 é a reelaboração do plano de um texto;
 pode ser definido como um resumo não redigido;
 geralmente é utilizado para textos curtos, pois os longos prestam-se mais a resumos;
 um texto pode ser esquematizado valendo-se da técnica de sublinhar;
 a partir de um esquema podemos elaborar um novo texto, mais curto que o original:
o resumo
RESUMO:
 é a redução fiel de um texto, mantendo suas principais ideias, SEM a presença de
comentários ou julgamentos, pois é uma compactação, uma síntese e NÃO uma crítica;
 Há três macrorregras básicas para resumir um texto:
1ª) A regra do apagamento: consiste em manter proposições básicas e eliminar as
secundárias: as explicações, exemplos etc.
2ª) A regra da generalização: consiste na substituição de uma série de nomes de seres,
propriedades e de ações por um único ser, propriedade ou ação mais geral.
3ª) A regra da construção: podemos substituir uma sequência de proposições, expressas
ou pressupostas, por uma proposição que seja inferida delas, através de associações de
seus significados.

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Veja o exemplo abaixo:

A) Leia o texto e observe o que foi sublinhado:
Tradicionalmente, diz-se que várias são as formas de conhecer: o mito, o
senso comum, a ciência, a filosofia, a religião e a arte. Diz-se também que essas
formas diferem de acordo com a postura do sujeito frente ao objeto. Essa postura
distinta gera diferentes enfoques e metodologias. A ciência pode estruturar seu
saber por meio do método científico, ou tem como eixo básico a experimentação e
a formulação de hipóteses. A filosofia procura conhecer através da reflexão
rigorosa, sistemática e radical, numa abordagem globalizante. A religião, através
da fé busca dar sentido transcendente ao mundo e à vida humana. A arte,
principalmente por meio da intuição e da sensibilidade, propõe sua leitura de
mundo, sua forma de conhecê-Io e interpretar esse conhecimento. O senso
comum é resultante das várias formas de conhecimento amalgamadas na herança
do grupo cultural ao qual pertencemos e das experiências de cada um de nós. Já
o mito é repleto de componentes imagéticos e arquetípicos, que conectados
imprimem significado ao mundo
(SÁTIRO, Angélica e WUENSCH, Ana Miriam. Pensando melhor: iniciação ao filosofar. São Paulo: Saraiva,
1997. p. 351). Texto adaptado.

B) Agora, observe o ESQUEMA desse texto:

Esquema
As diversas formas de conhecer diferem de acordo com a postura
do sujeito.
Eis as formas de conhecer a realidade:
1) Ciência  estrutura o saber por meio do método científico
2) Filosofia  conhece pela reflexão
3) Religião  dá sentido à vida pela fé
4) Arte  interpreta o conhecimento pela intuição e
sensibilidade
5) Senso comum  resultado da herança e das experiências
6) Mito  dá significado ao mundo através dos símbolos e
imagens
C) Desse esquema, pode-se chegar ao seguinte RESUMO:
Resumo
As formas de conhecer diferem de acordo com a postura do sujeito. A
ciência estrutura o saber por meio do método científico; a filosofia conhece pela
reflexão; a religião dá sentido à vida pela fé; a arte interpreta o conhecimento
pela intuição e sensibilidade; o senso comum é resultante das diferentes
experiências e o mito dá significado ao mundo através dos símbolos.

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PONHA EM PRÁTICA AS IDEIAS DISCUTIDAS:

a) Leia o fragmento abaixo:

As funções dos meios de comunicação de massa

"Quatro funções básicas têm sido convencionalmente atribuídas aos meios de

comunicação de massa: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à
difusão de notícias, relatos, comentários etc. sobre a realidade, acompanhada, ou não
de interpretações ou explicaçõees. A segunda função atende à procura da distração, de
evasão, de divertimento, por parte do público. Uma terceira função é persuadir o
indivíduo – convencê-lo a adquirir certo produto, a votar em certo candidato, a se
comportar de acordo com os desejos do anunciante. A quarta função – ensinar – é
realizada de modo direto ou indireto, intencional ou não, por meio de material que
contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos,
planos, destrezas etc."
(Samuel Pfromm Neto apud Soares & Campos, 1978, p.111. Adaptação.)

b) Sublinhe as ideias-chave e monte seu esquema:

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c) Faça, agora, o resumo das IDEIAS desse texto:
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b) Exercite sua capacidade de selecionar palavras importantes, destacando-as.

Após destacá-las reconstitua o texto a partir das palavras selecionadas
reescrevendo com as suas próprias palavras. Dê um título para o seu texto:

Nenhuma criança trabalha porque quer. Mas porque é obrigada. Prova

disso é que só as pobres entram precocemente no mercado de trabalho. No
Brasil, três milhões de menores entre 10 e 14 anos saem de casa todos os
dias para garantir o próprio sustento e, muitas vezes, o da família. Alguns
nunca entraram numa escola. Outros tiveram que abandonar os livros antes
do tempo. Jogados nas ruas ou em atividades insalubres, a maioria tem o
destino traçado. De uma ou outra forma, está condenada. Não terá direito
ao futuro.
Entre a multidão de trabalhadores mirins, encontram-se cerca de
cinqüenta mil em situação desumana e degradante. São os catadores de
lixo. Eles disputam com cães, porcos, ratos e urubus o que os outros jogam
fora. A partir dos três ou quatro anos, os menores acompanham os pais aos
aterros sanitários para catar a sobrevivência. O resultado de um dia de
labor sob sol ou chuva é parco. Rende de um a seis reais.
Na tentativa de pôr fim a esse quadro dramático, o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), em conjunto com o Ministério do Meio

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Ambiente e a Secretaria do Desenvolvimento Urbano, lançou a campanha
Criança no Lixo Nunca Mais. A meta é erradicar o trabalho dos catadores
mirins até 2002. Para chegar lá, 31 instituições governamentais e não
governamentais fornecerão orientações a prefeituras de 5.507 municípios
sobre elaboração de projetos e formas de buscar recursos para
implementá-los. A meta é ambiciosa. Ninguém imagina que seja fácil atingi-
la. O desenvolvimento de um programa com semelhante dimensão deve,
necessariamente, envolver a União, os estados, os municípios, além de
parcerias com a iniciativa privada e a população em geral. Acima de tudo,
exige vontade política.
O governo está convocado a estabelecer políticas eficazes para atrair às
escolas as crianças agora lançadas no mais abjeto dos infortúnios — a
disputa de alimentos com os abutres. Há caminhos abertos nesse sentido.
Um deles é a garantia de renda mínima para as famílias em estado de
pobreza absoluta, incapazes de alimentar os filhos e, ao mesmo tempo,
mantê-los no colégio. Nenhum esforço de tirar o menor do labor diário dará
resultado se não for assegurado o sustento do núcleo em que ele vive.
Outro caminho é a reciclagem educacional dos pais para que possam
comparecer ao mercado de trabalho em condições de disputar empregos
dignos.
Não há tempo a perder. São 50 mil brasileiros que pedem socorro.
Clamam por saúde e educação. A sociedade espera que a iniciativa do
UNICEF prospere. Espera, sobretudo, que o governo faça a sua parte. O
amanhã se constrói a partir de hoje. E a perspectiva é de que nossos filhos e
netos herdem um país melhor. A existência de uma multidão de meninos
buscando a sobrevivência no lixo constitui mau presságio. Sugere que
poderá não haver nenhum futuro. É indispensável e urgente modificar, para
melhor, o cenário.
Correio Braziliense. Brasília, 19 jun. Editorial.

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REFERÊNCIAS
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São
Paulo: Parábola Editorial, 2007.

COSTA VAL, M. Graça. Trabalhos de Síntese: esquema, resumo e resenha. (Módulo II – 2a série).
Programa - Piloto de Inovação curricular e Capacitação de Professores do Ensino Médio. Belo
Horizonte: SEE-MG, 1997.

KÖCHE, Vanilda Salto net al. Prática textual: atividades de leitura e escrita. 2. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2006.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da Fala para a Escrita: atividades de retextualização. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 2001.

PÁDUA, Elisabeth Matallo Marchesini. A resenha de textos. In: CARVALHO, Maria Cecília M.de
(org.).Construindo o saber – Metodologia científica: fundamentos e técnicas. 11 ed. Campinas,
SP: Papirus, 2001.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 18. ed. São Paulo: Cortez –
Editores Associados, 2000. 252p.

http://publicidade20071.files.wordpress.com/2008/05/resenha-aula.pdf. Acesso em 30.01.2009.

http://andersoneves.blogspot.com/2008/10/resenha-temtica-objetos-de-aprendizagem.html.
Acesso em 30.01.2009.

http://www.microsoft.com/brasil/educacao/parceiro/objeto_texto.mspx#EVB. Acesso em
30.01.2009.

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