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Agricultura Sustentável

Desmatamento na agricultura

A produção de alimentos é um dos maiores desafios do mundo moderno. A agricultura


hoje produz alimentos para uma população estimada em 6,5 bilhões de pessoas em
todo o planeta.

O crescimento populacional excessivo tem feito com que o ser humano consuma
quase tudo aquilo que o planeta tem para oferecer. Com uma população tão grande, é
quase utópico imaginarmos uma produção de alimentos suficiente e sem impacto
algum. 

Produtos cotidianos como carne, soja e óleo de palma já são acusados por provocar
imensas perdas nas florestas tropicais do mundo. Esses produtos também são
frequentemente ligados à ocorrência de queimadas, apesar de existirem leis locais
para proteger essas florestas.

Um novo relatório da organização ambiental sem fins lucrativos Forest Trends  


concluiu que entre 63% e 75% do desmatamento global entre 2000 e 2012 ocorreu
para abrir caminho para a agricultura comercial. Dessa porcentagem, de acordo com
os autores, de 36% a 65% era ilegal, resultado de licenças fraudulentas, técnicas
destrutivas de ocupação do espaço ou outras atividades proibidas formalmente, mas
frequentemente ignoradas por governos locais. O valor do comércio internacional
desses produtos é de US$61 bilhões anuais aproximadamente.

O Paraguai, por exemplo, perdeu 2,4 milhões de hectares (5,9 milhões de acres) de
suas florestas entre 2000 e 2012, e estima-se que 79% disso se deva à conversão das
áreas a agronegócios, principalmente para plantações industriais de feijão de soja,
afirma o relatório. Sem ações fortes por parte de nações que produzem óleo de palma,
carne, soja e outras culturas agrícolas, a proliferação de ambiciosos compromissos de
desmatamento zero feitos por empresas como a Wilmar International Ltda,
provavelmente não conseguirão salvar as florestas tropicais do mundo.
“O problema é que essas empresas, se decidirem ser sustentáveis e legalizadas, terão
que competir com empresas que sequer são legalizadas”, comenta ele. “O diferencial
de preço é imenso, então é mais difícil persuadir empresas a se tornarem legalizadas
se elas tiverem problemas competindo com empresas ilegais”, alerta Lawson.
As principais empresas envolvidas nessa conversão em locais como o Brasil ou a
Indonésia são muito grandes, frequentemente são empresas listadas em bolsa de
valores com centenas de milhões de dólares e equipes imensas de advogados”, alerta
Lawson.

“O agronegócio também é insustentável do ponto de vista social porque expulsa os


pequenos agricultores do local", afirma Sergio Schlesinger, do Fórum Brasileiro de
Organizações Não-governamentais (Fbons).

Os impactos causados pela agricultura são muitos, mas é possível reduzi-los.

Informações divulgadas pela Embrapa e por um estudo do WWF mostram que a


expansão da agricultura e da pecuária no país pode ser feita sem necessidade de
desmatar novas áreas na Amazônia e no Cerrado.
Segundo a Embrapa, 170 milhões de hectares de pastagens no país já estão
degradadas ou em processo de degradação. E segundo o WWF, 70 milhões de
hectares podem ser destinados, sem prejuízo, à exploração agrícola.
Há uns 20 anos a Embrapa e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência vêm
dizendo que só na Amazônia há mais de 20 milhões de hectares já desmatados e sem
aproveitamento econômico. Se fossem utilizados, só aí se poderia dobrar a produção
agrícola e da pecuária no país.
O problema está em que outros estudos mostram ser três vezes mais barato desmatar
ilegalmente uma área na Amazônia e depois aproveitá-la para pasto ou cultivos, do
que comprar legalmente uma gleba ( terreno próprio para cultivar ), pagar impostos e
custos sociais.
Essa é a questão que os governos terão de resolver: como impedir o desmatamento e
promover o aproveitamento de áreas que já foram ilegalmente desmatadas.

Fontes:
http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/agronegocio_e_o_maior_responsavel_pelo_desmata
mento_ilegal.html

http://tvcultura.cmais.com.br

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