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A
maior aproximação da Lua em relação à
Terra (cerca de 363 104 km) é chamada de peri-
geu e seu maior afastamento (cerca de
405 696 km) é chamado de apogeu. (não confundir
com a maior aproximação da Terra em relação ao Sol, que é cha-
mada de periélio, e seu maior afastamento, chamado de afélio).
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Atmosfera Lunar
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Existe água na Lua?
Os astrônomos acreditam não haver qualquer sinal de água na maio-
ria do solo lunar, uma vez que análises mostraram que a Lua é muito
deficiente em voláteis, ou seja, aqueles elementos e compostos que
evaporam em temperaturas relativamente baixas. Próxima à época
de sua formação, a Lua (assim como a Terra) foi intensamente bom-
bardeada por cometas e meteoroides que, certamente, adicionaram
pequenas quantidades de água à superfície lunar. No entanto, a inci-
dência da luz solar dividiu as moléculas de água em seus constituin-
tes básicos, hidrogênio e oxigênio. Como a gravidade da Lua é muito
fraca, esses elementos logo escaparam para o espaço.
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Distância à Terra (média) 384 400 Km
Diâmetro 3 474,8 Km
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Massa 7,347 x 10 Km (0,0123 vez a da Terra)
Densidade 3,3 g/cm3
Gravidade superficial 1,622 m/s2 (0,165 vez a da Terra)
Velocidade de escape 2,38 km/s
Período de rotação 27,3 dias
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Área superficial 3,793 x 10 km (0,074 vez a da Terra)
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A temperatura lunar
Na ausência de (praticamente) qualquer atmosfera, a superfície lunar ex-
perimenta extremos de temperatura muito maiores do que a superfície do
nosso planeta, embora a Terra e a Lua estejam, virtualmente, à mesma
distância do Sol.
Próximo do meio dia local, quando o Sol está no ponto mais alto do céu, a
temperatura do escuro solo lunar, na região do seu equador, pode se elevar
a valores acima do ponto de ebulição da água, 390 K (116,85 °C). Durante
a longa noite lunar, que dura duas semanas terrestres, a temperatura no
seu equador pode cair até valores próximos a 100 K (-173,15 °C) (K signifi-
ca Kelvin, uma medida de temperatura absoluta usada em física, enquanto
que °C significa graus Celsius). Este esfriamento extremo é um resulta-
do não somente da ausência de ar, mas também da natureza porosa do
solo poeirento que existe na Lua e que esfria, mais rapidamente, do que
um solo rochoso.
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Mapas da Superfície Lunar
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A
partir da revelação de Galileu, ficamos sabendo que a Terra não
era tão diferente dos objetos celestes. A descoberta de mon-
tanhas na Lua, mostrava que o nosso satélite era parecido
com o nosso planeta e não tinha a superfície suave e esférica
que o filósofo grego, Aristóteles, exigia para os corpos celestiais
perfeitos. A Lua, de modo algum, era o globo etéreo de cristal puro
imaginado por Aristóteles.
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A
pesar da utilização do telescópio, os astrônomos do século
XVII continuavam sem saber muito sobre o nosso satélite. A
prova disso é que, nos recém-construídos mapas lunares, que
surgiram com profusão, as partes escuras da superfície lunar
passaram a ser chamadas de “mare” (plural “maria”), pois imaginaram que
elas fossem mares, existentes na superfície lunar. Ao mesmo tempo, as
partes claras da superfície lunar foram chamadas de “terrae”, por suporem
que se tratavam de continentes.
O período de rotação da Lua é o mesmo que ela leva para percorrer sua
órbita em torno da Terra. Em virtude disso, ela sempre apresenta a mesma
face para nós. Dizemos então que a Lua possui uma “face oculta”, aquela
que nunca vemos no céu.
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S
omente em 1959, com a sonda espacial Luna 3, da (extinta) União
Soviética, é que foi fotografada a “face oculta” da Lua. As imagens
não eram de grande qualidade, mas serviram para nos dar uma
ideia de como era o lado, nunca observado, do nosso satélite na-
tural. Essas imagens são mostradas abaixo.
Hoje conhecemos bem mais a “face oculta” da Lua, como mostra a imagem
abaixo.
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C
om a melhoria da qualidade dos telescópios e, mais tarde, com
o lançamento de sondas espaciais, foi possível mapear toda a
superfície lunar. Em particular, isso foi feito pela sonda espacial
(militar) norte-americana, Clementine (em 1994) e, principal-
mente, pela sonda espacial Lunar, Prospector (em 1998), ambas da NASA,
Estados Unidos.
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Face Visível
Face Oculta
Polo Norte
Polo Sul
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Girando a Lua
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Ao olharmos para a Lua, claramente notamos que sua superfície é
Paisagem Lunar
marcada por crateras de impacto, pelo material ejetado como resul-
tado desses impactos (chamado “ejecta”), alguns vulcões (extintos),
colinas, fluxos de lava (já esfriados) e depressões de terreno preen-
chidas por magma (já esfriado).
• As “terrae”
A maior parte da superfície da Lua, cerca de 83%, está coberta por
muitas crateras (dizemos que a superfície é fortemente craterizada) e
consiste de rochas silicatos, ligeiramente coloridas, chamadas anor-
tositos. Estas regiões são conhecidas como “terrae” ou “highlands”,
palavra inglesa que significa “regiões montanhosas”.
Por terem se formado tão cedo na história lunar, as “terrae” são tam-
bém muito fortemente craterizadas, apresentando as cicatrizes, de
bilhões de anos, de impactos produzidos por fragmentos de corpos
interplanetários.
• As “maria”
As características lunares mais proeminentes são os chamados
“mare”, palavra latina que quer dizer “mar” (seu plural é “maria”).
No entanto, hoje sabemos que as “maria” não são, de modo algum,
bacias oceânicas. Certamente, o nome “mare” não representa o que
realmente existe na superfície da Lua, mas, por razões históricas, é
utilizado até hoje.
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E
las são planícies vulcânicas, depósitos de material lançado por
erupções, que ocorreram há bilhões de anos, e que parcialmente
preencheram enormes depressões chamadas “bacias de impac-
to”. Estas bacias foram produzidas por colisões de grandes peda-
ços de corpos interplanetários (asteroides ou cometas) com a Lua, em uma
época relativamente inicial da sua história.
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• Crateras
Ao olharmos para a Lua, usando telescópio, vemos que sua superfície está
coberta por crateras de impacto de todos os tipos.
Eddington
Reinhold
Reinhold Ejecta
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T
ambém pode ocorrer que o corpo
que impacta seja fragmentado,
antes de atingir o solo lunar. Neste
caso, a colisão sucessiva de seus
fragmentos irá formar uma cadeia de crateras,
que é conhecida como “catena”.
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Encontramos na superfície lunar crateras de impacto de todos os tamanhos.
A camada superior da superfície lunar é porosa. Ela está coberta por uma
camada de poeira bastante solta, formada por grãos finos, que são peque-
níssimos fragmentos de rochas despedaçadas. Essa poeira basáltica es-
cura, que vemos nas maria lunares, foi levantada em cada passo dado pe-
los astronautas norte-americanos, que pisaram em solo lunar. Suas botas
afundavam vários centímetros nessa poeira. Ela impregnou e voltou para a
Terra em todos os equipamentos trazidos por esses astronautas.
Essa poeira lunar foi produzida pelos inúmeros impactos, ocorridos ao lon-
go de sua história. Cada evento que levou à formação de uma cratera, gran-
de ou pequena, fragmentou as rochas da superfície lunar e espalhou estes
fragmentos em torno da região de impacto. Bilhões de anos de impacto fize-
ram com que a camada superficial da Lua fosse reduzida à partículas com,
aproximadamente, o tamanho de poeira ou areia que conhecemos na Terra.
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Rima Hyginus
Langrenus
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Gassendi
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Schiller
Aristóteles e Eudoxus
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Albategnius,
Alphonsus e
Arzachel
Cassini, Aristillus,
Autolycus e
Archimedes
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Rima Hyginus e
Triesnecker
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Aristarchus
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Aristarchus e
Herodotus
J. Herschel
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Kepler
Dedalus
Essa cratera está localizada
na face oculta da Lua.
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A Estrutura Interna da Lua
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A formação da Lua
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Para que a Lua pudesse permanecer em órbita em tor-
no da Terra, seria necessário que nosso planeta pos-
suísse, na época desse encontro, uma enorme atmos-
fera, extensa pelo espaço, tal que pudesse frear a Lua,
de modo a fazê-la entrar em órbita em torno da Terra,
nem colidindo e nem escapando definitivamente para
o espaço. Hoje sabemos que a atmosfera da Terra foi
formada depois da formação da Lua.
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Enormes quantidades de matéria teriam sido arrancadas do nosso planeta
devido a essa colisão. Esse material ficou circulando em torno do nosso
planeta e, aos poucos, devido à ação da força gravitacional, foi se aglutinan-
do até formar um novo corpo celeste em órbita em torno da Terra, ao qual
damos o nome de Lua. Desse modo, a maior parte do material que forma a
Lua teria sido arrancado do nosso planeta por essa poderosa colisão.
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Esta sequência de imagens nos mostra como isto pode ter acontecido.
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A estrutura da Terra começa
a se recompor. Parte do mate-
rial ejetado começa a se agluti-
nar devido à atração gravita-
cional, produzida pelas partí-
culas de matéria que estão no
espaço.
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Essa descrição é, sem dúvida, interessante. No entanto, até que
ponto podemos confiar nela? Análises da composição da Lua
mostraram aos cientistas que nosso satélite possui carência de
ferro. A Lua possui uma pequena região central de ferro que tem,
aproximadamente, 25% do tamanho do seu raio. No entanto, a
Terra possui uma grande região central de ferro que tem cerca de
50% do seu raio. Além disso, a composição da Lua é quase idên-
tica àquela apresentada pela crosta terrestre, embora apresente
uma grande carência de materiais voláteis. Isso se explica pela
energia envolvida em um processo de colisão como esses.
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O
s pesquisadores decidiram fazer simulações em supercom-
putadores. Simulando a colisão de um corpo, semelhante a
Marte, com a Terra, os cientistas obtiveram uma descrição
que mostra a viabilidade de que esta teoria seja correta, como
vemos abaixo. Esses cálculos mostraram que a colisão foi de raspão, o que
fez com que uma pequena porção do corpo colisor formasse um grande bra-
ço de material no espaço. Como consequência da colisão, a Terra ficou com
uma forma não mais esférica e sim assimétrica. Isso fez com que o material
lançado ao espaço se estabelecesse em uma órbita em torno do corpo de
maior massa (no caso, a Terra).
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A interação Terra - Lua
Quando a Lua foi formada, sua órbita a colocava a cerca de um décimo da
distância que hoje ela tem em relação ao nosso planeta. Lentamente, ela
foi se afastando de nós. Por causa da interação de maré, que existe entre a
Terra e a Lua, nosso satélite natural se afasta da Terra a uma taxa de, apro-
ximadamente, 38 milímetros por ano. Isso retarda a rotação da Terra em
cerca de 2 milissegundos por século. A cada 60 000 anos o dia na Terra fica
um segundo maior, a cada 4 milhões de anos ele fica um minuto maior e, a
cada bilhão de anos aumenta 4 horas. Vemos, portanto, que ao longo de mi-
lhões de anos, essas pequeníssimas modificações na distância terra-Lua e
o aumento do dia terrestre por cerca de 23 microssegundos a cada ano, se
somarão, resultando em mudanças significantes. Por exemplo, pesquisas
atuais indicam que, há cerca de 900 milhões de anos, o ano terrestre tinha
481 dias e 18 horas e, há cerca de 410 milhões de anos (durante o chama-
do período Devoniano da Terra), o ano possuía 400 dias e cada dia durava
21,8 horas. Na época em que os dinossauros dominavam a Terra, há cerca
de 65 milhões de anos, o dia tinha apenas 23 horas!
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Esse afastamento lunar também causará o fim dos eclipses. Vista da Terra,
a Lua está suficientemente afastada para ter quase o mesmo disco apa-
rente que o Sol. O tamanho angular (ou ângulo sólido) desses dois corpos
coincide porque, embora o diâmetro do Sol seja cerca de 400 vezes maior
que o da Lua, o Sol está cerca de 400 vezes mais distante de nós, do que
a Lua. Esses fatores permitem a ocorrência de eclipses totais e anulares
na Terra. À medida que a Lua se afastar de nós, esta relação de tamanhos
aparentes será rompida.
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Apêndice
O primeiro alvo das missões espaciais foi o nosso satélite natural, a Lua.
Inicialmente, foram apenas satélites artificiais, não tripulados, que visi-
taram a Lua.
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Os voos tripulados da missão Apollo à Lua
Em 1969, os Estados Unidos realizaram um grande sonho da humanidade:
a primeira viagem do ser humano à Lua. Essa foi a série de missões Apollo,
enviadas pelos Estados Unidos à Lua, que culminaram com o pouso de uma
espaçonave na superfície do nosso satélite natural. Pela primeira vez um
ser humano desembarcava em outro corpo celeste.
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Armstrong e Aldrin pousaram o módulo
lunar “Eagle” ,sobre a superfície da Lua,
no Mare Tranquilitatis, no dia 21 de julho
de 1969. Às 2:56 UTC, Armstrong pisou o
solo da Lua deixando a primeira pegada
de um ser humano, sobre a superfície do
nosso satélite natural.
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Além desses feitos, outros também se destacam, realizados tanto pelos
Estados Unidos como pela União Soviética. Entre eles citamos:
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No entanto, foi levado pelos Estados Unidos o primeiro veículo, não controla-
do remotamente, capaz de se locomover na superfície lunar. Isso aconteceu
pela primeira vez na missão Apollo 15. Veículos desse tipo foram utilizados
por todas as missões Apollo posteriores.
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Desafio
Tente identificar os vários acidentes lunares mostrados nesta imagem
da Lua.
Como ajuda, use o mapa lunar mostrado anteriormente nesse livrinho.
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Solução do desafio.
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