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9 Rotinas de trabalho, procedimentos

A NR-10 trata dos Procedimentos de Trabalho no seu item 10.11. O texto a


seguir tem como referência essa Norma e o manual de treinamento da Comissão
Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico do Estado de São Paulo.
Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados em
conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com descrição
detalhada de cada tarefa, passo-a-passo, assinados por profissional que atenda ao que
estabelece o item 10.8 da NR-10 (NR- 10, 10.11.1).
Procedimento de trabalho pode ser definido como sendo a seqüência de
operações ou atos a serem desenvolvidos para a realização de um determinado trabalho,
com a inclusão dos meios materiais e humanos, instruções e orientações técnicas de
segurança e as possíveis circunstâncias que impeçam a sua realização. Na descrição
passo-a-passo, toda a seqüência de operações (tarefas) necessárias ao trabalho terão de
ser descritas com detalhamento e discriminação das medidas e orientações técnicas de
segurança pertinentes.
Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de serviço
específicas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o tipo, a data,
o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados (NR-10,
10.11.2).
Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de
aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais, medidas
de controle e orientações finais (NR-10, 10.11.3).
O objetivo é o alvo que se pretende atingir, o campo de aplicação é o limite ou
situação para o emprego do documento, a base técnica é a fundamentação e
embasamento técnico adotado, as competências e responsabilidades são a indicação das
atribuições e responsabilidades em todos os níveis envolvidos, as disposições gerais são
a distribuição organizada dos assuntos tratados no documento, as medidas de controle o
coletivo das ações estratégicas de prevenção destinadas a eliminar ou reduzir, sob
controle, as incertezas com capacidade potencial para causar lesões ou danos à saúde
dos trabalhadores e ao patrimônio, na atividade e ambiente objeto da análise.
Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e saúde e a
autorização de que trata o item 10.8 da NR-10 devem ter a participação em todo
processo de desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT), quando houver (NR- 10, 10.11.4).
A autorização referida no item 10.8 da NR-10 deve estar em conformidade com
o treinamento ministrado, previsto no Anexo II desta NR (NR-10, 10.11.5).
Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em condições de
exercer a supervisão e condução dos trabalhos (NR-10, 10.11.6).

9.1 Instalação desenergizada

De acordo com a norma, item:


10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas
liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência
abaixo:
a) seccionamento;
É definido como a ação destinada a cortar a alimentação de toda ou de uma parte
determinada de uma instalação elétrica, separando a de qualquer fonte de energia
elétrica, por razões de segurança.
Sendo realizado através da abertura de um dispositivo de manobra mecânico
que, na posição aberta, assegura uma distância de seccionamento, que é a distância de
isolamento entre os contatos abertos.

Figura 84: Seccionamento na linha de distribuição para atuação do profissional.

a) impedimento de reenergização;
Esta medida tem por objetivo impedir que a medida de seccionamento, já
realizada, seja anulada por um fechamento intempestivo ou acidental do dispositivo de
seccionamento. Podendo ser realizado por um bloqueio, ou mecânico, elétrico,
pneumático ou físico. Quando não for possível a utilização de bloqueios, deverão ser
adotadas outras medidas que garantam uma proteção equivalente.
b) constatação da ausência de tensão;
A verificação da ausência de tensão se faz por meio de equipamento adequado,
para comprovar que não há tensão naquela parte da instalação elétrica. Sendo realizada
a verificação em todas as partes vivas da instalação elétrica no lugar onde se vai realizar
os trabalhos.

Figura 85: Constatando a ausência de tensão.

c) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos


condutores dos circuitos;
Este tipo de manobra, protege os trabalhadores da exposição a diferenças de
potenciais perigosas, originadas por defeitos, erros ou situações que podem transmitir
ou induzir nas instalações tensões imprevistas.

Figura 86: Exemplo de instalação de aterramento.


d) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada
(Anexo II);
A instalação das proteções é realizada a distância, com o auxílio de bastões de
manobra e por trabalhadores autorizados a trabalhar com instalações energizadas.

Figura 87: Exemplo de proteção de elementos energizados.

f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.


Devem ser utilizados placas, cartazes ou outros elementos de sinalização
indicando a proibição de manobras destes equipamentos. Caso seja necessário, deve-se
inserir na sinalização dados que permitam a identificação do responsável, tais como,
data e hora de sua execução e telefone de contato.

Figura 88: Exemplos de identificação.

10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização


para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos
abaixo:
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
Para que o processo de reenergização seja eficaz é muito importante que a
empresa tenha um procedimento escrito para o trabalho de reenergização e ainda, que
esta tarefa seja realizada por trabalhadores treinados neste procedimento.
b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no
processo de reenergização;
Portanto só devem estar na zona de trabalho, durante o processo de
reenergização, os trabalhadores envolvidos neste processo e com todas as medidas de
proteção coletivas e individuais.
Todos os demais devem estar fora da zona de trabalho, que é uma zona onde os
riscos envolvidos neste processo estão controlados.

Figura 89: Zona de risco e zona controlada.

c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções


adicionais;
A remoção de todos os aterramentos temporários é de suma importância, em
especial quando foi instalado mais de um conjunto de aterramento. O esquecimento
pode provocar o curto-circuito e o aparecimento de ar elétrico na instalação.
É importante ressaltar que após esta fase os trabalhadores envolvidos neste
processo devem adotar todas as medidas de proteção coletivas e individuais
determinadas na análise de risco para os serviços em instalações energizadas.
Figura 90: Queimadura gerada por arco elétrico.

Figura 91: Queimadura gerado por arco elétrico.


d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
Nesta etapa a sinalização de impedimento de reenergização é removida, pelos
trabalhadores envolvidos no processo de reenergização e dada a destinação determinada
no procedimento de bloqueio e sinalização da empresa.
e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.
Nesta etapa final, o restabelecimento da tensão na instalação, quando então são
religados todos os dispositivos de seccionamento na sequencia estabelecida no
procedimento de trabalho. Muito importante lembrar que o risco maior existe neste
momento, uma vez a instalação submetida a intervenção não está isenta de erros
humanos e materiais durante estes trabalhos.
10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e 10.5.2
podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das
peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e
mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o
mesmo nível de segurança originalmente preconizado.
Esta norma reconhece que podem existir razões, em função das peculiaridades
de cada situação, para que as medidas constantes das alíneas apresentadas possam ser
alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas. Mas impõe a condição para a alteração
das medidas que o nível de segurança originalmente preconizado seja mantido. Estes
itens é focado no risco de reenergização acidental.
A alteração de qualquer medida deste conjunto de procedimentos e mesmo assim
mantendo o nível de segurança só possível nas seguintes situações:
 Alterar a medida de controle – quando o risco for limitado;
 Substituir a medida de controle – quando o risco for diferente do normal;
 Ampliar a medida de controle – quando o risco for maior que o normal;
 Eliminar a medida de controle – quando o risco não existir.
Um exemplo de aplicação deste item é o apresentado em várias normas e
regulamentos e países europeus, a eliminação do aterramento temporário em instalações
elétricas prediais de baixa tensão. Como neste caso as instalações são radiais e os
grupos geradores estão ligados no painel geral de baixa tensão, praticamente não há
risco de reenergização acidental.

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10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas
com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que
estabelece o disposto no item 10.6.
São exemplos de tais situações:
 O serviço de desenergização estabelecido no item 10.5.1, enquanto todos
os passos não forem terminados a instalação não é considerada energizada, logo durante
a desenergizaçaõ a instalação deve ser considerada energizada e os trabalhadores devem
usar todas as medidas de proteção coletiva e individual até o ultimo passo da
desenergização;
 O serviço em instalações com equipamentos antigos onde não é possível
a aplicação de algumas medidas, tais como, bloqueio e aterramento temporário.

9.2 Liberação para serviços

Antes de iniciar qualquer atividade, o responsável pelo serviço deve reunir os


envolvidos na liberação e execução da atividade e:
• Certificar-se de que os empregados envolvidos na liberação e execução dos
serviços estão munidos de todos os EPIs necessários;
• Explicar aos envolvidos as etapas da liberação dos serviços a serem executados
e os objetivos a serem alcançados;
• Transmitir claramente as normas de segurança aplicáveis, dedicando especial
atenção à execução das atividades fora de rotina;
• Certificar de que os envolvidos estão conscientes do que fazer, onde fazer,
como fazer, quando fazer e porque fazer.
10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados
em conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com
descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados por profissional que atenda
ao que estabelece o item 10.8 desta NR.
O termo procedimento é definido como uma sequencia de operações a serem
desenvolvidas para realização de um determinado trabalho, com a inclusão dos meios
materiais e humanos, medidas de segurança e circunstâncias que impossibilitem sua
realização. Este desenvolvimento de um procedimento é uma tarefa de planejamento de
um trabalho, que vai ser realizado por um ou mais trabalhadores.

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10.11.2 Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de ordens de
serviço especificas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo, no mínimo, o tipo,
a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho a serem adotados.
Ordem de serviço é mandato formal do empregador para o empregado para a
execução de um serviço bem definido e especificado. A ordem de serviço ao referenciar
o procedimento de trabalho determina a forma de realizar o trabalho, mas também as
medidas de controle e a competência que devem ter os trabalhadores para a realização
do serviço.
Portanto esta ordem tem a função administrativa como, por exemplo, verificar
quem fez o serviço, quantos trabalhadores e o tempo gasto, mas também tem uma
função de segurança do trabalho.
A ordem de serviço deve ser aprovada por um trabalhador autorizado. O
eminente dá a ordem em nome do empregador, portanto a escolha do profissional que
aprova a ordem de serviço é de extrema importância.
10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo,
campo de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais,
medidas de controle e orientações finais.
Este item complementa o item 10.11.1 determinando a estrutura do documento,
estabelecendo um conteúdo mínimo.
10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e saúde e a
autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo processo de
desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho - SESMT, quando houver.
A obrigatoriedade e a composição do SESMT são definidas pela NR-4, as
empresas que estão desobrigadas do SESMT, devem envolver pessoal como
conhecimento de segurança para estas atividades, em especial para a elaboração dos
procedimentos de trabalho.
10.11.5 A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade com o
treinamento ministrado, previsto no Anexo II desta NR.
A NR-10 criou os treinamentos de segurança e colocou-os como pré-requisitos
para a autorização dos trabalhadores que entreveem em instalações elétricas.
10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em
condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos.

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Uma equipe supõe um grupo de trabalhadores, mas um grupo organizado para
que o trabalho seja feito com competência e segurança. Pressupõe uma liderança (que
possa exercer a supervisão e condução dos trabalhos) para que todos caminhem na
mesma direção.
Sempre que tiver mais de um trabalhador, é preciso que alguém decida do rumo
quando houver dúvida, e este é o líder do grupo.
10.11.7 Antes de iniciar trabalhos em equipe os seus membros, em conjunto com
o responsável pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar e
planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender os
princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço.

Figura 92: Planejamento.

Este item trata de uma atividade importante onde se verifica:


 A existência de procedimentos de trabalho;
 A conformidade da analise de risco, que foi elaborada para a
determinação das medidas de controle que estão contempladas no procedimento, com a
instalação onde serão realizados os trabalhos;
 A adequação do passo a passo do procedimento;
 A adequação da competência dos trabalhadores, com a estabelecida no
procedimento;
 A adoção das medidas de controle previstas no procedimento.
10.11.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das
tarefas e a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a segurança e
a saúde no trabalho.

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Esta alternância pode ser vista de duas formas:
 Quando um funcionário é usado para fazer o trabalho de outro, por
exemplo, durante as férias ou nos finais de semana;
 Quando um funcionário realiza atividades diferentes ao longo da sua
jornada de trabalho.

9.3 Sinalização

A sinalização de segurança consiste num procedimento padronizado destinado a


orientar, alertar, avisar e advertir as pessoas quanto aos riscos ou condições de perigo
existentes, proibições de ingresso ou acesso e cuidados e identificação dos circuitos ou
parte dele. É fundamental que esteja documentado e que seja conhecido por todos os
trabalhadores (próprios e prestadores de serviços).
Nas instalações e serviços em eletricidade, deve ser adotada sinalização
adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao
disposto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as
situações a seguir: (NR-10, 10.10.1)
• Identificação de circuitos elétricos;
• Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
• Restrições e impedimentos de acesso;
• Delimitações de áreas;
• Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de
movimentação de cargas;
• Sinalização de impedimento de energização; e
• Identificação de equipamento ou circuito impedido.
Os materiais de sinalização constituem-se de cone, bandeirola, fita, grade, placa,
etc.

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Figura 93: Exemplo de placas de advertências.

Além das sinalizações gerais, a NR 10, estabelece algumas orientações


relacionadas com as sinalizações como:
10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização
adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao
disposto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as
situações a seguir:
A NR-26 tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de
trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança,
delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a
condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos.
a) identificação de circuitos elétricos;
No caso dos condutores, a identificação deve ser feita tal forma que qualquer
condutor isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar utilizado como condutor de
fase deve ser identificado de acordo com essa função.

Figura 94: Exemplo de identificação.

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b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
Esta sinalização não é padronizada por regulamentos ou normas técnicas
brasileiras, portanto as empresas devem ter a sua própria padronização, para atender a
alínea b do item 10.10.1 e a alínea 10.1.5 da NR-10.

Figura 95: Exemplo de sinalização.

c) restrições e impedimentos de acesso;


As áreas onde existem restrições ou impedimento de acesso, por exemplo, onde
as medidas de proteção contra choques por contato diretos forem omitidas, devem ser
sinalizada indicando que o acesso é exclusivo a trabalhadores autorizados a intervir em
instalações elétricas.

Figura 96: Exemplo de restrição.

d) delimitações de áreas;
Estas delimitações de áreas consiste em marcar seus limites com o uso de fitas
ou correntes. Sendo que estes elementos devem ser de cores vermelha ou amarela com
lista preta, ou fosforescente, durante a noite se complementa com luzes autônomas e
intermitentes como sinal de atenção.
Em qualquer situação podem ser acompanhadas de bandeirolas ou cartazes com
indicações expressas.

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Figura 97: Exemplo de sinalizações para delimitações.

e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de


movimentação de cargas;
Quando for necessário para a proteção dos trabalhadores, as áreas de circulação
de veículos deverão estar delimitadas claramente mediante faixas contínuas de uma cor
bem visível, preferivelmente branca ou amarela, considerando a cor do solo.

Figura 98: Exemplo de sinalização.

f) sinalização de impedimento de energização;


A sinalização de impedimento de energização complementa a sinalização dos
travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos, prescrita na
alínea b deste item.

Figura 99: Exemplo de sinalização.

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g) identificação de equipamento ou circuito impedido.
Como a sinalização de impedimento de energização tratada na alínea anterior, a
sinalização de identificação de equipamentos ou circuito impedido complementa a
sinalização dos travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e
comandos, prescrita na alínea b deste item.

Figura 100: Exemplo de identificação de circuito impedido.

9.4 Impesção de área, serviços, ferramentas e equipamentos

As inspeções regulares nas áreas de trabalho, nos serviços a serem executados,


no ferramental e nos equipamentos utilizados, consistem em um dos mecanismos mais
importantes de acompanhamento dos padrões desejados, cujo objetivo é a vigilância e
controle das condições de segurança do meio ambiente laboral, visando à identificação
de situações perigosas e que ofereçam riscos à integridade física dos empregados,
contratados, visitantes e terceiros que adentrem a área de risco, evitando assim que
situações previsíveis possam levar a ocorrência de acidentes.
Essas inspeções devem ser realizadas, para que as providências possam ser
tomadas com vistas às correções. Em caso de risco grave e iminente (por exemplo,
empregado trabalhando em altura sem cinturão de segurança, sem luvas de proteção de
borracha, sem óculos de segurança, etc.), a atividade deve ser paralisada e
imediatamente contatado o responsável pelo serviço, para que as medidas cabíveis
sejam tomadas.
Os focos das inspeções devem estar centralizados nos postos de trabalho, nas
condições ambientais, nas proteções contra incêndios, nos métodos de trabalho
desenvolvidos, nas ações dos trabalhadores, nas ferramentas e nos equipamentos.
As inspeções internas, por sua vez, podem ser divididas em:
• Gerais (realizadas anualmente, com o apoio dos profissionais do SESMT e
Supervisores das áreas envolvidas);

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• Parciais (realizadas nos setores seguindo um cronograma anual com escolha
prédeterminada ou aleatória);
• Periódicas (realizadas com o objetivo de manter a regularidade para uma
rastreabilidade ou estudo complementar de possíveis incidentes);
• Através de denúncias;
• Cíclicas (realizadas com intervalos de tempo pré-definidos);
• Rotineiras (realizadas em setores onde há a possibilidade de ocorrer
incidentes/acidentes);
• Oficiais e especiais.
Antes do início da inspeção deve-se preparar um Check List por setor, com as
principais condições de risco existentes em cada local e deverá ter um campo em branco
para anotar as condições de riscos não presentes no Check List.
Trata-se de um roteiro que facilitará a observação. É importante que o
empregado tenha uma visão crítica, para observar novas situações (atitudes de
empregados e locais) não previstas na análise de risco inicial.
Não basta reunir o grupo e fazer a inspeção. É necessário que haja um padrão,
onde todos estejam conscientes dos resultados que se deseja alcançar. Nesse sentido, é
importante que se faça uma inspeção piloto para que todos os envolvidos vivenciem a
dinâmica e tirem suas dúvidas.
As inspeções devem perturbar o mínimo possível às atividades do setor
inspecionado. Além disso, todo encarregado/supervisor deve ser previamente
comunicado de que seu setor passará por uma inspeção. Chegar de surpresa pode causar
constrangimentos e criar um clima desfavorável.
Sugestão de Passos para uma Inspeção
1º passo) Setorizar a empresa e visitar todos os locais, fazendo uma análise dos
riscos existentes. Pode-se usar a última Análise Preliminar de Risco (APR) ou a
metodologia do mapa de risco como ajuda;
2º passo) Preparar uma folha por setor de todos os itens a serem observados;
3º passo) Realizar a inspeção, anotando na folha de dados se o requisito está ou
não atendido. Toda informação adicional sobre aspectos que possam levar a acidentes
deve ser registrada;
4º passo) Levar os dados para serem discutidos em reunião diretiva, propor
medidas de controle para os itens de não-conformidade, levando-se em conta o que é
prioritário;

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5º passo) Encaminhar relatório referente a inspeção citando os setores, as falhas
detectadas e a sugestões para que sejam regularizadas;
6º passo) Solicitar regularizações e fazer o acompanhamento das medidas de
controle implantadas. Alterar a folha de inspeção, inserindo esse item para as novas
inspeções;
7º passo) Manter a periodicidade das inspeções, a partir do 3º passo.
Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e
adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante
procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores.
Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva
forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser
adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades
desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR-6 (NR-10, 10.2.9.1).
As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo
contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas (NR-10,
10.2.9.2).
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou
em suas proximidades (NR-10, 10.2.9.3).
Nos locais de trabalho, só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e
ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as
características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as influências
externas (NR-10, 10.4.3).
Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico
devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de
acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes (NR-10,
10.4.3.1).
As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de
funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados
periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de projetos
(NR-10, 10.4.4).
Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com
materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes
elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as especificções do

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fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente (NR-10,
10.7.8).
É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados
sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas
de controle contra os riscos elétricos a serem adotados (NR-10, 10.13.2).
Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e
serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas (NR-10,
10.13.3).
Cabe aos trabalhadores: (NR-10, 10.13.4)
a) Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser
afetadas por suas ações ou omissões no trabalho;
b) Responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições
legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e
saúde; e
c) Comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações
que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

9.5 Documentação de instalações elétricas

A NR-10 trata da documentação de instalações elétricas no item 10.2 –


Medidades de Controle e 10.14 – Disposições Finais. O texto a seguir segue essa
Norma.
Em todas as intervenções nas instalações elétricas, devem ser adotadas medidas
preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas
de análise de risco, de forma a garantir a segurança, saúde no trabalho (NR-10, 10.2.1).
As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da
empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do
trabalho (NR-10, 10.2.2).
As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das
instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de
aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção (NR-10, 10.2.3).
Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e
manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem
10.2.3, no mínimo: (NR- 10, 10.2.4).

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a) Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de
segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de
controle existentes;
b) Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o
ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
d) Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,
autorização dos profissionais e dos treinamentos realizados;
e) Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de
proteção individual e coletiva;
f) Certificações dos equipamentos, dispositivos e acessórios elétricos aplicados
em áreas classificadas; e
g) Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas
de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.
As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema
elétrico de potência devem constituir prontuário com o conteúdo do item 10.2.4 e
acrescentar ao prontuários os documentos a seguir listados: (NR-10, 10.2.5)
a) Descrição dos procedimentos para emergências; e
b) Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual.
As empresas que realizam trabalhos em proximidades do Sistema Elétrico de
Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”, “c”, “d” e “e”, do
item 10.2.4 e alíneas “a” e “b”, do item 10.2.5 (NR-10.2.5.1).
O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atualizado
pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer
à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade
(NR-10, 10.2.6).
Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações Elétricas devem
ser elaborados por profissional legalmente habilitado (NR-10, 10.2.7).
A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente à disposição
dos trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas, respeitadas as
abrangências, limitações e interferências nas tarefas (NR-10, 10.14.4).
A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposição
das autoridades competentes (NR-10, 10.14.5).

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