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Pamiri-Masã (2º livro)

Revitalizando as culturas indígenas dos rios Uaupés e Papuri

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FOIRN - CERCI / ISA

São Gabriel da Cachoeira, AM, Brasil


2009
Pamiri-Masã (2º livro) Revitalizando as culturas indígenas dos rios Uaupés e Papuri
© FOIRN - CERCI

FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro


CERCI – Centro de Estudo e Revitalização das Culturas Indígenas de Iauaretê
ISA – Instituto Socioambiental/Programa Rio Negro

Autores
Guilherme Maia, Laureano Maia, Felix Vieira Garcia
Ilustrações
Gerson Gregório Góes Sodré e Felix Vieira Garcia
Organização
André Martini/ISA
Revisão
Ivo Fontoura
Projeto/Editoração
Vera Feitosa/ISA
Apoio

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Pamiri-Masã: revitalizando as culturas indígenas dos Rios Uaupés e Papuri (2º livro) /
Guilherme Maia, Laureano Maia, Felix Vieira Garcia; [ilustrações Gerson Gregório Góes
Sodré e Felix Vieira Garcia] ; organização André Martini. – São Paulo : Instituto Socioam-
biental ; São Gabriel da Cachoeira, AM : Federação das Organizações Indígenas do Rio
Negro, 2009.

1. Índios da América do Sul - Brasil - Cultura 2. Mitologia indígena - América do Sul


- Brasil 3. Papuri, Rio 4. Uaupés, Rio I. Maia, Guilherme. II. Maia, Laureano. III. Sodré ,
Gerson Gregório Góes. IV. Martini, André. V. Título.

09-03695 CDD-980.41
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil : Índios : Cultura 980.41
2. Índios : Brasil : Cultura 980.41
Este livro faz parte do projeto de medicina tradicional desenvolvido
pelo Centro de Estudo e Revitalização das Culturas Indígenas de Iauareté.
Apresentação
A origem do nosso mundo
É pertinente dizer, antes de
tudo, que o CERCI, Pâmi-Pir†,
tem sua origem ligada à idéia
de ruptura com o pensamento
Yuki-dika wi´i
etnocêntrico que ao longo do
tempo subestimou as culturas
indígenas, colocando-as numa
posição subalterna em relação à Mo´a wi´i
cultura nacional.
É a este princípio que está fortemente
ligada a Pâmi-Pir†, seja como concepção,
seja como atitude de buscar a transformação da
realidade. Pâmi-Pir† significa “canoa da futura humanidade”
ou “canoa de transformação”, representando a cultura
de todos os povos indígenas do Alto Rio Negro, mas
não só: alguns grupos indígenas, como os Pankararu

i´i
w
e outros do litoral afirmam estarem ligados a esta

pi
ya
viagem da Pâmi-Pir†.

Ba
Seguindo os mitos destes grupos indígenas, a CERCI
decidiu fazer desenhos para as crianças aprenderem
sobre sua origem nas escolas, principalmente sobre
esta grande embarcação que, movida pelas ondas do
grande rio, vinha trazendo riquezas e valores
dos povos das diversas culturas e línguas que
constituem a humanidade.
O CERCI tem, portanto, a missão de implementar
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uma rede de ações que efetivamente valorizem


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a arte e as manifestações culturais dos povos


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indígenas, fomentando a sustentabilidade


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econômica e afirmando, através da cultura,


A

a identidade étnica de cada povo.

Guilherme Maia – Presidente do CERCI


Os autores povoado para manter suas filhas que estudavam
na Missão Salesiana. Em Iauaretê foi catequista
e, posteriormente, ministro da Eucaristia, cargo
que ocupa até hoje.
No ano de 1997, junto com um professor da Es-
cola Rural de São Gabriel da Cachoeira, Eugenio
Muniz, decidiu fazer um centro de estudos que
valorizasse a cultura tradicional dos povos indí-
genas do Uaupés, pois achava que a cultura indí-
gena estava em desvantagem frente à educação
escolar. Com a morte do professor Eugênio, Gui-
lherme Maia assumiu a direção do Centro de Es-
tudos e Revitalização das Culturas Indígenas de
Iauaretê. Fizeram um projeto para o Projetos De-
monstrativos dos Povos Indígenas (PDPI/MMA)
Guilherme Maia, Ye’pa Suriâ, Tukano Oié por meio do qual construíram uma maloca que
Nasceu na Comunidade do Pato, Rio Papuri, serve de centro cultural. Também editaram dois
em 1936. Quanto tinha oito anos de idade seu livros sobre o surgimento da humanidade.
pai faleceu; foi levado pelo avô desana para sua
maloca no Igarapé Piatisa, na Colômbia. Quando Laureano Maia, A´kitó, Tukano Oié
tinha dez anos de idade, os padres montfortia- Nasceu na Comunidade de Pato, Rio Papuri, em
nos proibiram as práticas tradicionais dos povos 1939. Até os dez anos viveu com os pais na co-
indígenas da Colômbia, o que afetou a infância munidade de origem, onde aprendeu benzimen-
da sua geração. Em 1947, com onze anos, foi
internado na Missão Salesiana de Iauaretê onde
fotos: André Martini/ISA

recebeu educação missionária até seus dezes-


seis anos.
Após trabalhar nos campos de seringa, na Co-
lômbia, retornou para sua comunidade de Pato,
onde se casou e atuou como catequista, até se
tornar ministro da Eucaristia. Foi nesse período
que tomou contato com os conhecimentos xa-
mânicos de seu povo, através de seus tios par-
ternos. No ano de 1986, com o fechamento do
internato salesiano em Iauaretê, se mudou para o

-6-
tos, mitos e danças de seu grupo étnico. Com Voltando para Iauaretê, se casou e desistiu do
essa idade foi internado na Missão Salesiana de magistério. Nesse período procurou os coorde-
Iauaretê, onde recebeu educação formal até os nadores do CERCI para aprender mais sobre a
seus dezoito anos, quando decidiu ir trabalhar na cultura dos povos indígenas do Alto Rio Negro,
Colômbia. Lá trabalhou nos conhecidos campos pois havia perdido os pais muito cedo e sentia
de seringa, vivendo os desafios da dívida, mas que não conhecia muitas coisas. Disse que gos-
onde teve oportunidade de aprender novas dan- taria de ver as manifestações de seu grupo étnico
ças e cantos com um baya que conhecia seus Pira-tapuia e a valorização de sua língua.
pais e com outros povos indígenas que se encon- Foi convidado por Guilherme e Laureano para
travam na mesma situação. integrar a equipe da CERCI como secretário, cui-
Quando conseguiu voltar dos campos de seringa dando da organização e das finanças do proje-
para sua comunidade de origem, um de seus tios to do PDPI. Participou da elaboração deste livro
paternos, Virgulino Maia, reconheceu o talento do como narrador e desenhista.
sobrinho e lhe ensinou diversas formas de dan-
ças e cantos tradicionais, mesmo que não fosse Gregório Sodré, Tariana
mais possível usar os enfeites sagrados (Basá Nasceu em Iauaretê, na Comunidade de São
Busá), pois estes tinham sido tomados pelos mis- Miguel, em 1994. Era aluno da Escola Estadual
sionários salesinos. A primeira vez que participou Indígena São Miguel, em 2007, quando a direção
de um Kapi Waya foi em um concurso promovido reuniu uma turma de alunos para terem aulas com
pelo padre Antônio Scolaro, na Missão de Iaua- a equipe da CERCI. Gregório se destacou entre
retê. Posteriormente, com o fechamento do inter- esses alunos, mostrando coragem e interesse
nato salesiano e o crescimento do povoado de em aprender os conhecimentos tradicionais.
Iauaretê, decidiu construir sua casa e suas roças Foi convidado por Guilherme e Laureano Maia
na localidade, onde se casou e teve filhos. para participar na elaboração deste livro como
Assim se envolveu com o primo irmão, Guilherme desenhista. Representa a promessa de uma
Maia, na Coordenação do CERCI, como baya e nova geração que toma contato com a cultura in-
vice-presidente. dígena através de novos caminhos e modelos de
transmissão de conhecimentos.
Félix Vieira Garcia, Pira-tapuia Hoje é aluno da Escola Agrotécnica Federal em
Nasceu na comunidade de Taraquá, no Rio Pa- São Gabriel da Cachoeira, Amazonas.
puri, na década de 60. Estudou na Missão de
Iauaretê e, posteriormente, foi professor nas
Escolas Rurais Municipais, quando passou a se
preocupar com a reunião e transmissão dos co-
nhecimentos tradicionais para os mais jovens.

-7-
-8-
A’pêkõ ditarapi
toho wapã

wi’i
Dia miro p utipopi
h ú
mirõro u ipi whet
e
h uá
masa ba
ãpã.
maha nik
-9-
Beró ehapã
Dia bayari wi’i.

i’i ta
Bayari w
’s a ni k ãpã.
ba

- 10 -
Môã wi’i ehapa
siripia mas
a
wametip
a.

e na
Môã wi’ir is ia r opeo
re
mahs†se
h a n ikãpa.
ma

- 11 -
Tairo wi’ire
ehapa, nikirô
nisa.

i’ir e t ohapã
Tairo w m as ã Yumú ihki
te hã
we’kia masa ni’kãp
a Toho werã
nikiki
We’ki weror
Base tipâ o itãperi
Pupia, mip† Tipã, teré b
a á r a.
- 12 -
D ia A m
azon a
M a re m P a m ir i
it i p ã yukis i r e t e d ia s
B asesé or ã w i ’ i
m er a doh o p î
eha p ã .

á
Ehapã di i
Sorã wi’ k o wi’i
e r i rã i’i
Ba s eheripo baseri w
- 13 -
To karã
eha p ã
a ’ t i r i a ’ p ek ô
Na k
M a ni p ã

ia
A’pêkõ d
a
Ehara n
ikãpa
Masã n r iphi wi’i
Dia se â r i wi’i
h
Masa E ma s a
Pâ’ara pã.
bahua
- 14 -
Beró ehapã
D i a p ir õ
rak o Ti wi’ire
B asé n
ôh a p ã

a
Dia pirõr á masô
a ba huapõ Mamio y e ’p
etipó
Kore t wa m
ó
N u m io ma s ã Ye’pari

- 15 -
B e ró e
ha p ã
D i a w a h a t o w i’ i ar o
M a ’ p ã K a r o- K
Nika.
K a r i b u ti n a r e

ã
Tohó nik
Tiwi’ireta
wi
Ba’seri
nare
epã
Karo w
- 16 -
nikapã
Masã a m a ’mã
Dia bará wi’i B ar á n
Tise nipã.
Wi’i tiro o’tesebakapã

a
o w e r a bikir ropi
Toh Na situ a
ór a m a’má ê da mer
Po’ Siô p
t e bar a r é
Tipã

- 17 -
Ehapã be’koa wi’i Nata nipã
Pamiri masar Pamiri masare
e
Y´pikari ba’árã y’píkari babukãrã.
Nipa, tohera
Be’koa nipã

k oa wi’ireta
Dia be
b a h uapa
esé
Pîkõ bas ’s e s am
i
b a
Kumu
ó w e r o to tisa
To h a m e
ew
Bekoap
- 18 -
Na ehapata ê apõapê
oph
Natãt† wi’i U’pi aha
A’pôapoea Omoti m
nikãp†.

ã
Toho nik
Tipoeata
õ
Doe pîr ã
Wehêp
ãpi
Yãpî m ik ã sa.
Te kiti n
- 19 -
Beró ehapã
Oori wi’i
Oori wi’i
i’ i Na ba’sé seowekã
Newarore tiw
Añusé oori wapã
Wametipa nimá

ir i m asã
a m
Ti wi’íre p pirõ
O’paê S
e
ha n ikapa
ep†, seowe
s â
Toho w r i peo it ir i wi’i
o m
Nima o
oep† Añuro i o ho wer
o
u k , t
Wé y Wa’ãpa m etisa
asé w a
Nape b Oori wi
’i

- 20 -
To karõ Ti dia wi
’i
D ia p os a k a r ê nikiro e’t
Má ati p ã apã

Ti nikirôr
e
i a k a siapã
r
é k it i nisa, na ame t i nisa
Peh k i
r õ do ’kapi pe h é
a’se,
niki a, t é w i ’i c
wi’i nis sesé
masã k
urupa pehé ba
uk‰pa
- 21 -
Beró ehapa Baseriko wi´i n
ipã
Dia mômi wi´i Mômiña
pi´to Nisa ti wi´i.

e t a ba ´sepã
Ti wir
ik o weri ní Toho w
epã
Môm a mare o
wa m i s
ã p hutiat
Ba´sepã o Mir i
r o k a r a añur N ir ã ba ´sepã
Be

- 22 -
Ato nitiose wi´iseri
Ni´† kisare Miri k†a poari
Wi´i nip
Na ehapa Ti wi´i to ã
hap
D ia B us a â
w i´ i

t e bu´s a r e
Ba´sara - t ébiki
Te bik ir a
poorire
Ra t e
ba ´ s a ratira
a
Ba´sesam
- 23 -
Busa wi´i kãra
biri tipã te isa wi´i
dia im
wi´i ni
pã Toreta P
a r ip o ea ni m a .

y e ´ s e imisa
Amu
t oho nipã
Nir ã
s e s é nisa
B a
´s e s a mi.
Kumu ba
- 24 -
Mahami biritipã Pa´ka wi
´i
Té dia posa mapi Ba´serik
ów
Merê ôa i´i
Etapa dia merê ra ñ
oa.

wi´ i nipã
Ba´serik ó
a ´ s e r i wi´i
b
Heriporã imia nu
mia
phia wimara.
Mama

- 25 -
Merê paka wi´i
Kãra etapâ Dia diperi wi´i

a m e s iopa
i´i
Tiwi´íre d e
Na ipirir r o m era
e
Na ba´s pã
Tohó we
ñapa
Añuró tio
U´pirire.
- 26 -
Tokara etap
a
Dia wató wi´i N is a .
Dia ura wi´i
Pa´kasé wi´iseri

r a wi´ire
Ti wi´i u
or i wihapã
Ba ´ s a m a ´ s apeos
e
b
nimótikã ari
to nisa m

pamiri ma nimó kõatiro.
- 27 -
E ha
pa wai m a
Dia wai de
´yi wi
Yu´ti ´ i
Wame
ti s a.

ãhá
Ti wi´íre s
nikãpâ
sa
wai ba´
m ô ba ´sapã
bas a
a i p o ´r ã , yuki
w
ra
dika po´o ipã.
ba´sasé n
- 28 -
Na wa´mia´â ehapa
miri wi´i
Dia pa
Dia pe´ta wi´i e kurari nipã.
Nipetis

nisa
To´itãpa peri
r e i´ t ã
Tepa wi´áke
Nis a na
a i´t ãpa
Peri tip a.
De´ko nis
- 29 -
Ehapã Bua ba´mô ba´s
apã
D ia b u´ p Tó ná buá bu´p
ura w i ´ i upã
Te wi´ire na ba´sapã Wametisa bu´p
ura w
i´i.

i´ir e na e k â ti
Ti w
ú m a s apã
Bup ã te r é
a p
Na ba´s re nirã
Añu marî
ba ´ s a pã.
Toho

- 30 -
B u ´pu
ra w i ´ i
K ãra e ha p a Dia u´tika
wi´i.
mirôro

a
ir o b ahuap
Ti wi´ire m ioré etisa
imiré num Pi´to wam
w e a t e nipã Dia u´tika
We´tiro ´i.
To hé r o u´tikaya mirôro wi

- 31 -
Ehapa upitua w
i´i
Tigaré na akaro
Ti wi´ire bokapã U´pitua tipa.

a ná
Tiá u´pitu t ik a nisa
ka r o
Poóra a põ r a r é opa
Na niki pitua
Tohero u´ e tisa.
ñoã wa m

- 32 -
U p it u ñ o a Serã wi´i
Maha poari
K h a r a eha pa
ro Busatipã.
M a h a p hi k ô

o a r i b e´tori
áp
Te´é mah
a metisa é s e r ã r† nipã
pá w Añus
Ser a
´u s ãtipã
ari bu serapá
Mahá po Toho w e r o
u s é serã r † a.
Pe´sapã a
ñ Pi´su nos
- 33 -
ara
Serapá kh H e r is a
nererí wi´i nipã
d i a imisa
E ha p a
Ná ekãtiro nipã.
Ta´tia wi´i ná

Ti wi´i ná
a
Sãhâ nik e
i Ti di´tarar
Naye wer ar a
ia Waitu di´t
Imisa ta´t
a ba ´ s a phia kó Pi´suma
Ehapa, n ese
Dia amôy
Wi´i nipã .
Imisa wi´i
- 34 -
Waitu di´tara khara A´ko ñisa pito
Ehapa a´kosero wi´i Siro nisa.

Ti wi´ire
ma s ã
Pahara
Buhuapã
s iowa
dukudari i tõho
p a
Bok a pâ
upeosé wihi bat ipã.
um r i n
Batiriré é be ´ t o
umupeos
- 35 -
Peã´ã ehapa Ti wi´ire sãnikã
Yaiwa ma
sã Ba´sepã masã
P o e á wi ´i Do´toaré wi´i ni
pã.

o ´ k apã n a d ip oare
Ti wi´ir e b pikõr†
õri a n u m ia suti
I´piri phik temer
ar é y a k ó utira
Yai ñigi ô darep ã
ir i b e r okara baya umu

Te i´p a t e nipã
n a s iturure bu´sadar e e h
Mas ã
w e a te nipã.
nipã ar o
dité õate ki kati uk
- 36 -
Dia posá
poapa colombiapi
wamiã ehapa t o t o h a p ã p a m ir î
yukisi.

´ire
Poapa wi
kapã
Mahá ni
orã
Dia pirõ p
tima
Na wame Waikhãra
diaki
Na wame
por ã ni´i.
Dia p†r õ
- 37 -
A´kó ñisare Tokhara niapâ
Tohapã ye´hé
Masã ehãr† má
Uka wi´i
Te wa´pira wi´ip
i.

w a ´ p ira wi´i
i
Ye´hé wi´ i m a hamipã
ukis posá
pamiri y a d iá
´koñis
bi r ia pâ a
A m a zonas
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´ p é k õ wi´ipi
pahirimá a
- 38 -
nik a karore
a
né tiwi eh oháno hano.
´ s e r i o
nikarê wi
- 39 -
impressão e acabamento
Neoband Soluções Gráficas - São Paulo - SP, Brasil

tiragem desta edição:


1.500 exemplares

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