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orquestra
Consultor de empresas e professor convidado da Fundação Getúlio Vargas
Alexander Baer destaca que as organizações precisam 'afinar' melhor seus
profissionais e instrumentos de trabalho para sobreviver e crescer
Baer conta que Peter Drukcer, o pai da Administração, já em 1988, dizia que as
empresas do próximo século deveriam ser como as orquestras, que atuam em
perfeita sintonia. Ele lembra que em uma orquestra não se toleram falhas. "Não
há uma segunda chance, errou, errou. Podem até repetir a apresentação, mas
o erro fica. As empresas e os profissionais, pela competitividade existente, não
têm uma segunda chance", diz. Ele acrescenta que todo desenvolvimento tem
que buscar efetivamente o aprimoramento para o alcance da plena sintonia. E
sintonia, como explica Baer, é sinônimo de excelência. E conquistá-la exige
diálogo, um trabalho de equipe.
Os elementos fundamentais que um líder e uma empresa têm que usar para
chegar à sintonia plena são: ritmo, pulsar do colaborador é a energia que ele
usa; melodia, o talento individual deste colaborador; e harmonia, no caso o
talento coletivo e integrado.
Baer conta que nos anos marcados por instabilidade no País, por causa da alta
inflação, os departamentos da área financeira ganharam destaque nas
empresas. Posteriormente, com o Plano Real, ganharam visibilidade os
departamentos de vendas e marketing e, em seguida, foi a vez dos
departamentos de recursos humanos. No entanto, agora as empresas vivem o
momento em que todos os setores trabalham - ou deveriam trabalhar - de
forma sistêmica, mais integrados - e aqui cabe mais uma vez a analogia com a
integração existente em uma orquestra. "Essa é grande sacada".
Somente gerindo todos os setores para que eles operem em sintonia, uma
empresa avança com segurança. Como Baer explica, quando uma orquestra
recebe aplausos sentados, em pé e o pedido de "mais um", então tem
reconhecido o trabalho de excelência. Da mesma forma, o resultado de uma
grande organização depende das pessoas levarem adiante a marca da
empresa, através da famosa propaganda boca a boca. Ele ressalta que no
marketing tradicional, quando um cliente era mal atendido, ele falava para 12
pessoas, e que quando era bem atendido, repassava a apenas 5, o que hoje
não se aplica. É preciso ter ainda mais cuidado. "As pessoas vão direto para a
rede social, onde o alcance é bem mais amplo tanto para o bem quanto para o
mal".
Proatividade
Também é preciso haver visão moderna, o que inclui capacidade de mudança -
e isso serve tanto para empresas quanto para profissionais. "Existe risco para
todos, mas se não arriscar, nada acontece".
SEMELHANÇA
"[para empresa] a partitura funciona como planejamento estratégico nas mãos
do líder, assim como as partituras individuais dos integrantes da orquestra são
como os planos de ação de cada funcionário"
ALEXANDER BAER
Consultor e professor da FGV
PARA LEMBRAR
O professor Baer esteve em Maringá a convite da Unicesumar, para o
lançamento de novos cursos de pós-graduação na área de gestão e negócios.
Em suas palestras, Baer utiliza a plateia como sua orquestra. O objetivo é fazer
com que os participantes percebam que transferir a prática do meio musical
para o organizacional pode ajudar a vencer desafios.