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BELO HORIZONTE / MG
2018
MARIA INÊS BONIFÁCIO PEREIRA
BELO HORIZONTE / MG
2018
PEREIRA, Maria Inês Bonifácio. MÉTODOS DIFERENTES NA
ALFABETIZAÇÃO: As várias técnicas utilizadas na aprendizagem da leitura e
escrita. Belo Horizonte: IPEMIG/ FACEL, 2018. Especialização em Alfabetização
e Letramento.
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….5
2. OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO...........................................................6
2.1. Métodos sintéticos......................................................................6
2..1.1. Método Alfabético........................................................6
2.1.2. Método Fônico...............................................................7
2.1.3. Silabação........................................................................8
2.2. Métodos analíticos......................................................................8
2.2.1. Palavração......................................................................9
2.2.2. Sentenciação..................................................................9
2.2.3. Contos...........................................................................10
3. A ABORDARGEM CONSTRUIVISTA E OS VÁRIOS MÉTODOS...............11
4. CONDERAÇÕES FINAIS..............................................................................14
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................16
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6. INTRODUÇÃO
Este artigo visa fazer uma discussão sobre a utilização, por parte de
professores alfabetizadores, de atividades distintas dos vários métodos de
alfabetização, criando um sincretismo metodológico sobre a égide da abordagem
construtivista. Para a realização do trabalho tornou-se essencial caracterizar o
métodos e apontar seus sucessos ou insucessos na aprendizagem das
competências da leitura e da escrita. Para este intuito, foi feita pesquisa
bibliográfica qualitativa, buscando autores que discorressem sobre a temática.
Foram definidos objetivos e formuladas questões que nos guiaram durante
o estudo. Como objetivo principal foi elencada a meta de reconhecer a
importância que os docentes dão ao conhecimento da existência de diferentes
métodos de alfabetização; além de compreender as diversidades metodológicas
e como as utilizam no exercício profissional, identificando vantagens e
desvantagens na utilização dos diferentes métodos.
Desta forma, definiram-se como questões de estudo:
1. Qual a importância de os docentes serem conhecedores dos diferentes
métodos, e saberem as diferentes estratégias implícitas aos mesmos?
2. Como cada método contribui para a construção de conhecimentos em
leitura e escrita?
3. Quais são as facilidades e/ou dificuldades da utilização em simultâneo
de diferentes métodos e estratégias na prática pedagógica?
Ao fim do estudo foi possível inferir que a questão dos métodos de ensino
da leitura e escrita têm que ser constantemente discutidos, pois facilmente se
percebe que os alfabetizadores, mesmo aqueles que dominam um método
especifico, lançam mão de vários procedimentos diferentes para vencer alguma
etapa da alfabetização.
Portanto, podemos dizer que são estas muitas atividades de métodos
diferentes que podem dar suporte ao professor na construção das habilidades
necessárias para a alfabetização e o letramento. Então, desta forma não existe,
na prática, um método cem por cento eficaz, a interiorização da leitura e escrita
por parte dos alfabetizandos se dá depois de muito esforço e de muita pesquisa
dos alfabetizadores.
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2.1.3. Silabação
O método silábico se utiliza das sílabas como unidade-chave que depois de
combinadas formam palavras, frases. Comumente, o ensino começa pelas
vogais e, em seguida é introduzido o padrão silábico (consoante + vogal). A
junção das vogais e consoantes se faz como no método fônico; cada
combinação de consoantes e vogais introduzida em lições separadas e com elas
são formadas que servem para fixação do padrão silábico em estudo.
Geralmente nesse método, são utilizadas imagens para facilitar a memorização e
fixação das sílabas. No método silábico, inicialmente, se desenvolve a mecânica
da leitura e as habilidades de compreensão desenvolvidas posteriormente
quando o estágio mecânico já se encontra em fase adiantada. (MORTATTI,
2006).
O fundamento desse método são as sílabas que se constituem em
unidades sonoras que os ouvidos percebem e discriminam claramente,
favorecendo, dessa maneira, a ortografia. Segundo Cagliari (2003), é adequado
à língua portuguesa pela consistência silábica da mesma. É dada também como
vantagem do processo silábico a apresentação das lições isoladamente e os
pequenos textos sem relação entre si, favorecendo uma relativa flexibilidade ao
professor que pode promover as adaptações necessárias.
Como desvantagem do método silábico, apresentam-se: a ênfase dada
às silabas e colocações das palavras em coluna o que poderá levar a leitura sem
pronunciar com clareza as silabas e o uso de palavras fora da experiência pode
ser de difícil compreensão para a criança. Já como vantagens apresenta-se: a
sua adequação à língua portuguesa pela consistência silábica da mesma; as
lições isoladas e os pequenos textos dão ao processo relativa flexibilidade,
podendo o processo promover as adaptações que se fizerem necessárias.
(CAGLIARI, 2003).
2.2.1. Palavração
A utilização desse processo constitui um passo avançado no sentido de
empregar um método mais global no ensino da leitura, desviando do enfoque
puramente mecânico para outro com maior apelo à compreensão. O estímulo
usado como ponto de partida são as palavras que, depois de fixadas, são
decompostas em sílabas, chegando-se, em muitos casos, até os fonemas. Com
as sílabas formam-se novas palavras que serão apresentadas para as crianças,
isoladamente ou em frases.
Como o próprio nome indica, o método da palavração toma como unidade
inicial as palavras, que são memorizadas por meio de repetitiva visualização. Só
depois a atenção é dirigida às sílabas, letras e sons. Segundo os defensores
desse método, a vantagem de começar pela palavra é que ela é considerada, ao
mesmo tempo, unidade da língua e do pensamento.
Segundo Mortatti: Diferentemente dos métodos até então habituais, o
método da palavração baseava-se nos princípios da linguística e consiste em
iniciar o ensino da leitura pela palavra, para depois analisá-la a partir dos valores
fonéticos das letras. Por essas razões, Silva Jardim considerava esse método
como fase científica e definitiva no ensino da leitura e fator de progresso social
(MORTATTI, 2006, p. 6).
Em função da insatisfação com o método alfabético, desde o século XVII
alguns pedagogos começaram a utilizar o método global. A ideia subjacente não
se baseava em conhecimentos psicolingüísticos, mas na importância atribuída à
motivação, por isso tais métodos partiam de frases escritas com palavras
conhecidas pelos alunos. Algumas variantes do método global admitem a
focalização progressiva em unidades menores: palavras, sílabas e até grafemas.
O método Paulo Freire, por exemplo, é herdeiro dessa tradição, e baseia-se no
que chama de palavras-chave. (MACIEL, 2007).
2.2.2. Sentenciação
O método da sentenciação segue uma lógica parecida, mas começa com a
análise pela frase. O método enfatiza a sentença como unidade que, depois de
reconhecida e compreendida globalmente, será decomposta em palavras e,
finalmente, em sílabas. Um outro procedimento é a estratégia de comparar
palavras e isolar elementos nelas reconhecidos, para ler e escrever palavras
novas.
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Braslavsky (1988) descreve o método da frase com um significado similar
ao método de sentenciação, destacando que nele se faz o uso de um grupo de
palavras com sentido desde o começo da alfabetização. Segundo a autora, o
ponto de partida são atividades de expressão oral das crianças, cujos
enunciados são simplificados em orações simples e escritos em faixas de
distintos tamanhos, exibidas na sala de aula para que as crianças possam
ilustrá-las, conservando-as numa certa ordem. Essas frases podem depois ser
consultadas para que as crianças encontrem novas palavras e combinações.
Como principais desvantagens desses métodos, apontam-se as falhas na
aprendizagem de palavras novas, se os professores mantêm a simples
visualização, sem incentivar a análise e o reconhecimento de partes da palavra.
Atualmente, é comum a utilização, nas classes de alfabetização, de palavras
estáveis, como os nomes próprios, nomes de personagens, expressões de
parlendas e outras mais frequentes, que posteriormente podem ser usadas para
análise e comparação de segmentos menores como letras, sílabas e palavras.
2.2.3. Contos
Segundo Frade (2007), esse procedimento se fundamenta num todo
significativo – o conto – em que as sentenças são ligadas pelo sentido, em
grandes unidades de pensamento. Nesse processo, há grande preocupação as
habilidades de compreensão, pois utiliza histórias em seqüência que garantem
suspense, ação e antecipação de conhecimentos. Ele favorece também o
desenvolvimento das áreas da linguagem: audição, linguagem falada e escrita.
Para aplicar bem o Método Global do conto, o promover com interesse,
eficiência e dedicação, as atividades próprias à natureza da fase que vai
desenvolver, o professor, ao passar de uma fase para outra, deve verificar a
devida prontidão. (MORTATTI, 2006).
No caso do método de contos, os materiais didáticos trazem uma sequência
de contos, com sentidos complementares, para serem trabalhadas ao longo do
ano. Como o método da sentenciação tem como principais objetivos desenvolver
no aluno a capacidade de compreensão, além de treiná-lo na habilidade de
antecipar e seguir sequências de ideias, relacioná-las entre si e memorizá-las.
Com histórias e contos, a leitura é estimulada como fonte de informação e de
prazer. Posteriormente, o texto é analisado nas unidades linguísticas menores.
A principal desvantagem apontada é que, muitas vezes, a aplicação dos11
métodos analíticos negligencia o desenvolvimento da capacidade de ler palavras
novas e deixa em segundo plano a exploração de textos diferentes dos utilizados
durante o processo de alfabetização (MAGALHÃES, 2005, p. 7). No entanto,
foram se tornando diferentes os modos de processo do método, dependendo do
que seus defensores consideravam o todo, a palavra, ou a sentença, ou a
"historieta". Nessa metodologia são respeitados os postulados da psicologia,
partindo-se sempre do mais simples para o mais complexo. Em síntese, esse
método acentua o aspecto da compreensão, as palavras que a criança lê ativam
esquemas da sua memória que a auxiliam na compreensão do seu significado.
Dessa forma a criança consegue fazer a integração das palavras lidas em
contextos do mundo real.
4. CONDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste estudo pudemos perceber que na tentativa de inserir as
crianças no mundo das letras, os alfabetizadores buscam atividades do vários
métodos de alfabetização existentes. Ao caracterizá-los foi possível discutir quais
as vantagens e desvantagens de cada um deles e oferecer uma sugestão de
qual caminho tomar para esta difícil tarefa.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEMLE, Miriam. Guia Teórico do Alfabetizador. 15. ed. São Paulo: Ática,
2001.
MAGALHÃES, N. Conhecer a história dos métodos de ensino para
alfabetizar no presente. Letra A – O jornal do Alfabetizador. Centro de
Alfabetização, Leitura e Escrita. Faculdade de Educação/UFMG, Belo Horizonte,
ago/set., 2005, p. 6 a 9