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Ambientação

“ Dez anos se passaram desde os acontecimentos de TES: Skyrim quando o Dovahkiin


derrotou Alduin o Devorador de Mundos, primogênito de Akatosh, e misteriosamente o
sangue do dragão sumiu. Os Greybeards entraram em seu silêncio sepulcral novamente e
o povo começou a duvidar dessa figura que cada vez mais se tornava distante, atingindo o
estatuto de herói lendário e desaparecido. A Guerra Civil entre o Império e os Rebeldes
quebrou Skyrim, muitos soldados de ambos os lados morreram e Ulfric foi morto no Cerco
de Windhelm pelas mãos de um legionário sob comando de ninguém menos que General
Tullius. Mesmo com o fim da guerra as tensões políticas não cessaram, tanto no âmbito da
plebe como na alta sociedade de Skyrim, Cyrodiil e dos famigerados Altos Elfos da Aldmeri
Dominion. Os Altos Elfos da Aldmeri Dominion cada vez mais enchem as principais capitais
de Skyrim. São tempos incertos. “

Urag Out-Dushnikh

Urag Out-Dushnikh já estava cansado. As luas do dia de Morndas já estavam altas nos
céus fazendo companhia para as inúmeras estrelas. As nuvens eram poucas e a brisa era
forte. O jovem orcish caminhava por entre as montanhas sob domínio de Markath. De
tempos em tempos examinava o território à procura de algo, como se temesse que sombras
se protuberassem de cantos escuros e o devorassem num ataque sombrio, e disto nem
mesmo Malacath o ajudaria. Carregava uma túnica com adereços de ferro forjado
rudemente nos ombros e nas canelas, uma mochila de couro animal surrada e um pedaço
de madeira na mão como um peregrino religioso.

“ Esta altura da noite deveria estar eu à dormir sob as estrelas em Dushnikh-Yal, talvez
conversando com a anciã sobre mais alguma história antiga dos Altos Elfos enquanto o
Grão-Orc copulava com mais alguma de suas concubinas. “ Pensou o jovem orc, cuspindo
no solo em maldição e não pode deixar de olhar para trás, de súbito, como se temesse que
o tal estivesse atrás dele com sua espada em mãos, pronto para abrir-lhe o estômago e ver
do que ele era feito afinal.

Urag Out-Dushnikh não tinha tal nome a toa, fora expulso do forte de Dushnikh-Yal algumas
luas atrás por não seguir o Código de Malacath e tentar a sorte com uma das esposas do
mesmo. Era um jovem orc na flor da idade, bem diferente para o tipo que se espera de um
orc. Era suposto lutar desde cedo, correr, escalar, gritar e honrar Malacath mas não Urag.
Desde sua fase infante optava por ouvir as estórias da Anciã da tribo e observar a mesma
enquanto supostamente se conectava com outras “coisas” menos mundanas e comuns e
isto simplesmente fascinava o rapaz. Já em sua fase mais madura saqueara um cadáver de
um Bretão tolo o suficiente de se aproximar do forte e o mesmo utilizava uma arma tão
mortal quanto o aço orcish, e o rapaz achara tal arma, livros. Óh sim, livros, mas não livros
comuns. Livros de magia! Do tipo que magos pomposos de Winterhold leêm até
desmaiarem em noites longas.

Tal como os ladinos da Guilda dos Ladrões o rapaz surrupiara dois dos livros encontrados
na mochila do Bretão e passou a estudá-los por noites, o que se demonstrou ser uma tarefa
mais que complicada dada seu limitado conhecimento na língua comum, todavia,
encontrara suporte na mente da Anciã e tal o ajudara, o por quê era difícil definir e talvez
nem mesmo Urag soubesse dizer se não fosse uma prosa dada a ele dias antes de ser
expulso quando usou de magia. Ele havia sido expulso por ser promíscuo com a mulher
errada foi-lhe dito, todavia, não foi tal fato a única força motriz, veja bem, quando o irmão
mais novo do Chefe Orc é pego fazendo magias, magias de restauração em combate contra
ursos montanheses isso levanta inimizades e conflitos, o fato promíscuo fora apenas a gota
de vinho que restava e um líder forte não poderia permitir traidores das tradições até
mesmo se viessem de sua própria linhagem sanguínea.

Urag parou então sua caminhada por entre as montanhas e tomou abrigo em uma grande
pedra, reservando um local “protegido” ousou sacar seu mapa desenhado em couro velho e
examiná-lo. Estava à quilômetros de sua antiga morada, de fato, mas não o suficiente, sabia
que seu irmão poderia enviar batedores orcs para até mesmo em Whiterun se preciso
fosse, sua alternativa era buscar abrigo no extremo leste da província, ou no extremo
noroeste, talvez até mesmo atravessar a fronteira. Não havia nada para o rapaz naquela
terra de costumes desagradáveis, deveria seguir em frente tal como Anciã lhe instruíra e
deveria começar sua jornada, trilhar seu próprio caminho, até mesmo sob o possível olhar
inquisidor de Malacath.

Enquanto se perdia em meio a pensamentos geográficos um estalido de galho ecoou logo à


sua frente e com um soco de desespero da realidade retornou à si e deparou-se com um
lobo a rosnar e ladrar. Seus dentes eram ferozes, sua pelagem castanha, seus olhos,
insanos. Cada pata se movimentava com uma leveza, elegância e agressividade sem igual.
Sua boca espumava. Uma mordida e adoeceria. Urag então ergueu-se lentamente e
apertou seu pedaço de pau com tanta força que pensou ter ouvido a mesma estalar e
ceder. A criatura avançou. Num segundo o jovem orc agarrou sua “arma” com suas duas
mãos verdes escuras e atingiu a boca do animal que caiu para o lado com choramingos
animalescos, todavia, não se deteve a avançou.

As presas de Urag estalaram com o impacto quando o lobo lançou-o contra o chão,
mordendo seu bastão com ferocidade sem igual. Abocanhava, balançava, rosnava, babava,
ladrava e repetia o processo uma, duas, três, quatro vezes… Seus braços franzinos - para
um orc - já ardiam de cansaço, deveriam reagir e rápido, afinal, lobos raramente andavam
desacompanhados. Num súbito de raiva, instigou o bastão contra o fucinho da criatura e
chutou-a, conseguindo recobrar sua postura ereta. - Não tenho escolhas, afinal. Maldito. -
Exclamou, erguendo sua mão esquerda no momento em que o lobo se aproximava com
uma corrida que indicava apenas sua ânsia por carne e sangue, e num instante, um jato de
gelo protuberou-se da palma verde de Urag atingindo o solo, a pedra e por fim a criatura
que correu em meio à choramingos quando foi atingida pela magia de destruição.

- Não podes… - Proferiu, largando seu objeto de madeira enquanto realizava movimentos
coordenados com as mãos, terminando por realizar um círculo com ambas. Num instante,
um dois e três pequenos espigões de gelo voaram em direção ao canino. O primeiro e o
terceiro foram projéteis malditos, todavia o segundo estilhaçou no lombo do lobo e o matou.
- Hei de comer esta noite. - Disse, tomando o bastão e correndo até o cadáver semi
congelado. Era um movimento arriscado, deveria comer apenas a carne dos ossos para
evitar contrair Rockjoint e deveria congelar o cadáver e transportá-lo para longe dali para
evitar ser pego pela possível alcatéia que o mesmo integrava e até mesmo outros
predadores ou salteadores humanos, e assim fez. - Estou perto de Gloomreach,
conseguirei algum abrigo nas cavernas montahosas da área. - Planejou, congelando o
animal, amarrando-o com uma corda de linho entrelaçado retirado de sua mochila de couro
surrado, sem tardar para carregá-lo partiu à passo apressado.

Sastia Corvinus

O sol de Middas brilhava em Solitude de forma esplêndida! Nuvens eram inexistentes e tudo
que aliviava a alta sensação solar era a forte brisa advinda da costa onde inúmeros navios
mercantes passavam. Blue Palace transbordava de nobres e comerciantes que negociavam
com Alto-Rei de Skyrim, Brunwulf Free-Winter. Um herói de guerra e de família prestigiada
de Windhelm que ascendera a tal posto graças ao Conselho do Rei feito pela antiga Jarl
Elisif após a queda de Ulfric Stormcloak. Alguns diziam pela província que o Free-Winter era
mais diplomata do que Skyrim necessitava mas o mesmo batalhava com punho de ferro no
trono com auxílio do velho General Tullius e de agentes da Aldmeri Dominion - o que
apenas tornava seu reinado mais complicado nas capitais mais fervorosas e adeptas ao
estilo antigo Nórdico, todavia, muitos diplomatas e nobres leais ao Império diziam que
Skyrim não colapsara graças ao Free-Winter (e também ao Império).

Solitude era a capital menos atingida pelas dificuldades econômicas e sociais de Skyrim e
também, aquela que mais concentrava aliados do Império e da Aldmeri Dominion. Sastia
Corvinus era uma jovem imperial ambiciosa, filha de um nobre que adquirira seu título
elevado na Guerra Civil quando liderou um segmento legionário nas terras de Riften. Era
comum não ser tão respeitada e estimada como nobres de linhagens mais antigas e
“honradas”.

Seus cabelos eram negros como a noite, sua pele morena, seios pequenos, quadris largos
para o biotipo e maçãs protuberantes no rosto. Seus olhos pretos captavam muitas coisas
juntamente com sua mente. Vestia um vestido azul acompanhado de sapatos finos e uma
gargantilha de prata simples. Caminhando pelas ruas de Solitude acompanhada de dois
servos armados foi em direção ao Colégio de Bardos, distribuindo lisonjeiros à plebe e
breves conversas de forma carismática e doce. Geralmente se tratava sobre o cotidiano da
capital, sobre uma execução recente ou sobre algum festival que se aproximava à cada
semana que se passava o que apenas contribuía para sua imagem pública.

Não demorou para atingir a renomada instituição de cantores de epopeias e baladas que
se espalhavam por toda Skyrim e que também mantinham vínculos com instituições
parecidas por toda Tamriel, tudo graças ao apoio de Brunwulf e outros nobres como a
jovem Corvinus que apoiavam a cultura nórdica antiga e que se orgulhavam da mesma.
Logo que adentrou no edifício de pedra, argamassa e ferro foi recebida por um servo. -
Saudações meu caro, tenho uma reunião com Mestre Olemar, diga que a srta.
Corvinus está a espera. - Declarou de forma gentil, com um sorriso encantador e olhos
fortes e até mesmo predatórios. O servo fez um reverência e sumiu pelos corredores da
instituição, deixando-a acomadada num elegante assento. - Podem dar uma volta se
assim desejarem, hei de tomar um tempo com ele. - Indicou, e os homens assentiram,
sumindo de sua vista. Após ficar completamente sozinha, observando o ambiente com suas
diversas estantes de livros, mesas, instrumentos e servos a mesma foi abordada por um
Alto Elfo de pele levemente amarela, olhos violeta e cabelos negros longos.
- Senhorita Corvinus, peço perdão pela demora pois alguns bardos requisitaram uma
audiência surpresa para tratar da recomposição de uma antiga balada nórdica
fragmentada! - Exclamou com grande excitação, tal qual era esperado de um Mestre
Bardo. - Poderíamos ir até minha sala para tratar dos negócios, sim? - Convidou o
homem com um aceno de mão cortês após beijar a mão da dama. A mulher sorriu e
assentiu, ambos dirigiram-se até o local virando em alguns corredores e subindo escadas
de pedra. O ambiente era quente, confortável e agradável com som de cantorias e
instrumentos. As janelas abertas captavam brisas marítimas que driblavam as muralhas
maciças da cidade e também o pio majestoso de pássaros carentes por atenção humana.

- E então Mestre Olemar, falemos de negócios, primeiro os mais preocupantes. -


Declarou, sentando-se numa cadeira vaga e dobrando as pernas enquanto se ajustava à
cadeira como uma verdadeira dama.

- Óh… Sim, claro… Enviei mensageiros aos meus bardos mais confiáveis e astutos
presentes nas capitais de Skyrim, aparentemente Windhelm tem se mostrado
bastante infeliz com a situação atual da província e o movimento Argoniano das
docas tem causado grande reboliço aliado à insatisfação irritante e até histórica dos
Elfos Negros. Whiterun tem borbulhado com rumores de culto à Talos e Battle-Born’s
e Grey-Mane’s tem se dividido novamente como sempre, todavia, falam de pelejas
entre as famílias e uma família acusa à outra levianamente, mas… - Interrompeu sua
fala, receoso, a mulher lançou-lhe um olhar capaz de paralisar um guerreiro.

- Mas o que? Prossiga, por favor. - Ordenou, mexendo um anel em seu dedo anelar
direito.

- Houve um conflito entre alguns membros da família Grey-Mane e dois agentes rasos
da Aldmeri Dominion e um julgamento público foi instaurado para decidir tal questão,
foi dito a mim que um agente morreu e outro permaneceu gravemente ferido. -
Realizou uma pausa, engolindo um seco. - Os agentes da Dominion aqui em Solitude
souberam de tal acontecimento e tem ficado bastante revoltosos, Arcantos Alto-
Agente da Aldmeri Dominion emitiu uma carta oficial exigindo a captura dos Grey-
Mane’s para serem julgados em Solitude por seus crimes que infrigem a paz Imperial
e Aldmeri, alguns outros agentes de considerável poder até alegam que tal
acontecimento fere diretamente o Trato da Torre Ouro-Branco. Tal fato não demorará
para se espalhar por Skyrim e… - Continuou, entretanto Sastia ergueu a mão em
protesto.

- Seus bardos na Embaixada Thalmor citaram especificamente toda a família Grey-


Mane, pode me assegurar isto? - Perguntou, olhando um ponto fixo e perdido da sala
como se estivesse a matutar algo em sua mente.

- S-sim… Disseram-me toda a família. - Assegurou.

- A família Grey-Mane é uma das mais antigas famílias nórdicas de Whiterun e um clã
poderoso com aliados em Dawnstar, Morthal, Windhelm e Winterhold... - Divagou,
retornando a si por um momento. - Continue… - E o homem não hesitou em fazê-lo.
Tevyrelos

Estava uma nevasca maldita no extremo norte de Winterhold. Apenas passos apagados na
atmosfera ecoavam na imensidão branca e gélida daquele fim de mundo. O Elfo Negro
denominado Tevyrelos caminhava de forma calma e sem dificuldades, surpreendentemente!
Sua túnica negra com capuz estava envolta numa aura vermelha que derretia qualquer floco
de neve ousado o suficiente para lhe açoitar o corpo. Seus olhos vermelhos varriam o
cenário, buscando padrões no horizonte que indicassem um ilha, e aparentemente tal ideia
não era vã pois se direcionava com propriedade e determinação, não desviando-se em
círculos como era comum. Seus cabelos brancos esvoaçavam na vastidão da nevasca
enquanto o mesmo pronunciava palavras irreconhecíveis em forma de murmúrios. Seria
noite? Dia? Mal saberia dizer dado a nevasca e o ambiente de tal forma como estava, só
sabia que deveria chegar em seu destino.

As palavras estranhas e dualísticas soavam em sua mente como martelos batendo numa
bigorna. Acostumara-se a muito tempo com suas companheiras desconhecidas. Às vezes,
as vozes não passavam de murmúrios sem sentidos em línguas estranhas, todavia, com
seus estudos no Colégio de Winterhold décadas atrás conseguira desenvolver certo
entendimento, e especialmente após visitar os níveis inferiores do Colégio numa
coincidência que decidiria seu destino. - Não existem coincidências, estou correto? -
Falou sozinho, como se esperasse uma resposta de seu(a) observador anônimo e
sobrenatural.

“ Seus ancestrais mortos… Destinados a uma vida miserável sob a tutela de um povo
inferior que é controlado por uma corja que se diz superior… HAHAHAHAHAHA, ÓH
MINHA CRIANÇA… “ Este era um dos pensamentos que entendera mais rapidamente após
seus estudos e este sempre o visitava em seus sonhos, como se pudesse envenenar a
mente do mago renegado, não que precisasse de fato… Seus sonhos por si só já eram
sombrios em seu tempo de aprendiz no Colégio e apenas pioraram com os anos.

Subitamente, um lobo saltou da nevasca e aninhou-se ao lado do Elfo Negro. Tevyrelos


tocou-lhe a testa e fechou os olhos, algo interno parecia acontecer entre os dois e num
segundo momento o lobo desfez-se numa torrente de eletricidade e ectoplasma, era uma
conjuração. Após o corrido, alterou sua rota, continuando sua andança aparentemente sem
destino sensato.

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