Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPA_singles.indd 2 20/05/2014 00:37:31
3
ÍNDICE
brasil
6 CONJUNTURA
Nem tão bem, nem
tão mal: a indústria
automobilística brasileira
está passando por um
período de ajustes.
Foto: Divulgação Ford
36 ENTIDADES
4 Fora,
EDITORIAL 40 SUSTENTABILIDADE
baixo astral!
29 CONSTRUÇÕES METÁLICAS
Wtorre entrega ciclopassarela em SP. Estruturas 43 AUTOPEÇAS
12 PROCESSOS
A diferença entre aplainadoras,
metálicas e aços galvanizados foram utilizados
na obra.
44 OOPINIÃO
desempenadeiras e endireitadeiras custo Brasil tira a competitividade
da empresa nacional
Foto: Divulgação
METAL MECÂNICA
18 A análise de falhas: Parte 1
46 Brasil
VISÃO
em marcha à ré
ENTREVISTA
24 Tecnologia com sensibilidade 47 CLIPPING
ambiental
assamos por um momento particularmente mesmo período do ano passado, e os da Gerdau, também
especial na vida brasileira e nas nossas vidas no primeiro trimestre, cresceram 175%.
em particular. Não que tudo o que vivemos No entanto, há um inconsciente coletivo de negatividade
hoje seja novidade, porém há algo diferen- pairando no ar na boca de quase todas as pessoas. Está difícil
te que deve ser considerado. De um lado, se encontrar pessoas cuja resposta seja “está tudo bem!”. É notório
analisarmos matematicamente os números que a maioria dos brasileiros está totalmente desapontada com
disponíveis, veremos que a situação, de um modo geral os rumos políticos do país e com as inúmeras denúncias de si-
em quase todos os setores da economia, é pelo menos tuações e inacreditáveis valores envolvidos em desmandos,
parecida aos anos anteriores – não há nada absurdamen- desvios e corrupção. Há ainda todos os problemas de educa-
te diferente. Por exemplo, a indústria automobilística, que ção, saúde e outros que são permanentes em nosso país.
é um parâmetro forte para o Brasil, divulgou É certo também que todo cidadão de bem
seus números relativos ao período entre janei- está incomodado com esta situação, e com o
ro e abril e mostrou um recuo próximo de 5%, desejo de fazer o possível para tudo mudar.
que era perfeitamente previsível ante a retira- Não falo aqui de nomes, candidatos ou parti-
da de alguns subsídios fiscais como IPI. Mas a dos, mas da postura da sociedade civil contra
mesma Anfavea divulgou que foi o segundo tudo isso. Não adianta mudar A, B ou C, se não
melhor mês de abril em toda a história da enti- houver a criação de mecanismos totalmente
dade desde a sua criação e ela ainda mantém apartidários, que pensem primeiramente no
a expectativa de crescimento no número de Brasil e nos brasileiros, com mudanças de filo-
emplacamentos em relação ao ano passado sofia, de comportamento e de atitudes.
na casa dos 2% a 3%. Com certeza, dada à importância des- No entanto, podemos mudar já o nosso comportamen-
se setor no cenário econômico, o atual momento de difi- to e o planejamento em relação ao nosso futuro. Se quiser-
culdades e incertezas será rapidamente substituído por um mos construir um ambiente mais favorável para nossas vi-
novo período de prosperidade. das é tempo de dar um basta no pessimismo e encararmos
Já nas estatísticas do setor de distribuição de aço, os as situações como elas realmente estão, e trabalharmos
números mostram que as distribuidoras apontaram no para a melhora do quadro, dentro de nossa casa, de nossa
trimestre para um crescimento de 12,3% nas vendas em empresa, de nosso ambiente. Fora, baixo astral!
relação ao ano passado. Também nos chega a notícia de Creio que cabe a nós a construção de nossos próprios
que os resultados da CSN, no primeiro trimestre deste cenários.
ano, apresentaram um crescimento acima de 220% ante o Boa leitura!
EXPEDIENTE
Coordenador Geral: Henrique Is- Projeto Editorial: Grips Editora/ refletem necessariamente a opinião
liker Pátria/Diretora Executiva: Edição de Arte / DTP: Ana Carolina dos editores.
Maria da Glória Bernardo Isliker/ Ermel de Araujo
TI: Vicente Bernardo/Administrati- TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Capa: Criação: André Siqueira
vo: Supervisora: Maria Rosangela Fotos: Divimec Rua Cardeal Arcoverde 1745 – conj.
Edição 102 - ano 15 - Maio 2014 de Carvalho/Editor e Jornalista Impressão: Ipsis Gráfica e Editora 111 – São Paulo-SP – CEP 05407-
Siderurgia Brasil é uma publicação Responsável: Henrique Isliker Pá- 002 – Tel.: +55 11 3811-8822
de propriedade da Grips Marketing tria - MTb-SP 37.567/Entrevistas DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA A EMPRE- grips@grips.com.br
e Negócios Ltda. com registro defi- e Reportagens: Marcus Frediani SAS DO SETOR E ASSINATURAS www.siderurgiabrasil.com.br
nitivo arquivado junto ao Instituto - MTb:13.953 e Ricardo Torrico/ A opinião expressada em artigos Proibida a reprodução total ou par-
Nacional de Propriedade Industrial Comercial: Supervisor: Márcio técnicos ou pelos entrevistados são cial de qualquer forma ou qualquer
sob nº 823755339. Machado de sua total responsabilidade e não meio, sem prévia autorização.
rise? Não, segura- principais montadoras do país quência dos fracos resultados de
mente esse não é de janeiro para cá – e que acen- março, obtidos por meio de uma
o caso do momen- deram a luz amarela no setor de conjunção nada virtuosa de um
to atual vivido pela siderurgia – seria “acomodação”, mercado interno retraído, aliado
indústria automo- face um quadro conjuntural de à queda de exportações em to-
bilística brasileira. estagnação de mercado. dos os segmentos de veículos:
Na verdade, o termo mais corre- Em março, a Associação Na- carros e comerciais leves, cami-
to para definir a correta motiva- cional dos Fabricantes de Veí- nhões e ônibus. No dia 9 de maio,
ção das notícias sobre cortes de culos Automotores (Anfavea) as tais quedas foram acentuadas
pessoal, programas de demissão anunciou que a produção do ainda mais com a divulgação dos
voluntária, férias coletivas e de setor teve queda de 8,4% sobre resultados de abril da indústria
subsequentes quedas de produ- o mesmo período de 2013, para automobilística feitos pela enti-
ção e vendas veiculadas pelas 789,9 mil unidades, como conse- dade, dando conta de um recuo
de 1º de julho. Ainda segundo alentadora para o setor. “O fatura- de impactos. “E há, também, a
ele, o setor aguarda também a mento medido é em valores no- questão da Argentina, principal
conclusão das negociações do minais, sem desconto da inflação destino das exportações brasilei-
governo brasileiro com a Argenti- ou variação cambial, em relação ras de veículos e de autopeças,
na, sobre o acordo entre os dois ao mesmo período do ano pas- que enfrenta uma séria e prolon-
países referente à exportação. “Es- sado, não significando, portanto, gada crise. Além disso, o déficit
tamos na tratativa essa questão crescimento real. Além disso, os comercial de autopeças não para
com o governo brasileiro, bem dados foram projetados no final de aumentar, o que pode signi-
como a da seletividade do crédi- de fevereiro e as circunstancias fica perda de participação de
to. O governo está negociando do ano têm variado com rapidez, mercado das autopeças nacio-
com setor bancário. Estamos tra- infelizmente para o lado nega- nais em relação às autopeças im-
balhando para que isso ocorra o tivo, significando que essa esti- portadas, cuja previsão para este
mais rápido possível”, concluiu. mativa será certamente revisada, ano é de saldo negativo de US$
considerando-se também as já 10 bilhões”, destaca Butori.
ENQUANTO ISSO, NO SE- anunciadas paradas de produção Para que tudo isso não pro-
TOR DE AUTOPEÇAS... das montadoras”, afirma Paulo voque abalos severos no nível de
A teoria da relatividade na Butori, presidente da entidade. emprego, o Sindipeças tem con-
comparação de fontes e dados Ainda segundo ele, outros fa- versado com o governo para que
ganha força, só que na di- tores desdouram a construção de seja criada maior flexibilidade
reção inversa, quando se uma visão mais otimista de futu- nas relações de trabalho, como
Foto: Companhia de Imprensa
AUSÊNCIA DE DIÁLOGO
Verdade seja dita, o vigoroso
crescimento da indústria automo-
bilística brasileira ao longo dos
últimos anos talvez tenha sido,
realmente, a mola propulsora do
atual momento de estagnação
– ou de readequação, como titu-
lam alguns analistas econômicos
que preferem pegar mais leve
Foto: Robson Sousa
Foto: www.freeimages.com
Blank tensões de memória do material
provocados durante o enrola-
Defeito advindo do processo mento na laminação. Isso aconte-
Blank
de laminação conjugado com o ce em todas as bobinas durante o
rolamento. enrolamento, porque a superfície
Rua Dez, 66, Jardim Riacho das Pedras I Contagem I MG I CEP 32250-090 I Telefone: (31) 3396-8400
www.centrasa.com.br I centrasa@centrasa.com.br
2.2 Desempenadeira
(straightener)
interna da bobina é submetida a t Relativamente, de grandes diâ- Características:
uma tensão de compressão, en- metros para suportar a flexão. Figura 1: t Os rolos de trabalho são peque-
quanto a externa, a uma peque- t Capacidade de 10% a 20% Removendo e nos e suportados por vários ro-
orientando as
na tensão de tração. do escoamento plástico do los mancalizados ao longo de
tensões internas
material. sua superfície transversal.
2.1 Aplainadora (flattener) Figura 2: Forma t O espaçamento entre rolos
Características técnicas: Características operacionais: construtiva e são diminutos.
possibilidades de
t Rolos de trabalho mancali- t Possuem somente a capaci- ajustes
t O número de rolos é relati-
zados na extremidade por dade de remover a memória vamente maior (9 . . . 21).
rolamentos. do material (coil-set) e, talvez, t Capacidade de 50% a 70%
t Número de rolos pequenos reduzir o abaulamento trans- do escoamento plástico do
(3 a 7). versal (cross-bow). material.
t Normalmente designados
para larguras estreitas (me-
nor do que 900 mm), entre-
tanto também usam-se em
maiores largura.
t Este equipamento (straighte-
ner) possui maior precisão do
que a aplainadora (flattener).
Características operacionais:
t Remove a memória do mate-
rial (coil-set), o abaulamento
transversal (cross-bow) e talvez
um pouco das ondulações la-
terais (edge wave) e a flamba-
gem central (center buckle).
t Os rolos permanecem para-
lelos durante o trabalho de
materiais próximo do limite
do equipamento.
t Designado para uso em ma-
teriais finos, entretanto tam-
Foto: www.freeimages.com
2.3 Endireitadeira (leveler) Figura 4: Garantia com a espessura de trabalho (9 . t São equipamentos construí-
Características técnicas: de eliminação de . . 21+) com espaçamento defini- dos com diâmetro de rolos de
tensões residuais
t Os rolos de trabalho são peque- do em função das características trabalho específicos para um
nos e suportados por vários ro- do material processado. range determinado de espes-
los mancalizados ao longo de t Capacidade de 50 a 80% do sura de diferentes materiais.
sua superfície transversal. escoamento plástico do mate-
t Os rolos de apoio (backup-rolls) rial processado. 3. Tension Leveler – Informati-
superiores são ajustáveis verti- t Normalmente designados para vo extra
calmente e individualmente larguras maiores de materiais. Características técnicas:
para provocar o abaulamento t São equipamentos com caracterís- t Os rolos de trabalho são peque-
ou curvamento dos rolos de ticas construtivas de alta precisão. nos e suportados por vários ro-
trabalho (work-rolls). los mancalizados ao longo de
t Normalmente, os superiores Características operacionais: sua superfície transversal.
são ajustáveis manualmente t Remove a memória do mate- t Normalmente rolos interme-
e os inferiores, através de um rial (coil-set), o abaulamento diários são montados.
sistema eletromecânico ou Figura 5: Índice de transversal (cross-bow), on- t Uma grande amplitude de
planicidade I Units
eletrohidráulico com monito- conforme as normas:
dulações laterais (edge wave), distância entre rolos, com
ramento digital de precisão. ASTM A-578 ou EM flambagem central (center bu- poucos rolos de trabalho (ti-
t O número de rolos é compatível 485-3 e 4: 2000 ckle) e combinações. picamente cinco).
*Claudio
*Cl di Flor Fl é engenheiroh i me-
cânico e diretor presidente da Divimec
Tecnologia Industrial S. A., fabricante
de máquinas e equipamentos para o
beneficiamento de metais a partir de
bobinas, localizada no município de
Glorinha (RS).
www.divimec.com.br
18 RA S IL N O 102
S IDERUR GIA B R MA
A I O /201
0 4
quentemente, uma restrição na entre uma boa resistência mecânica Figura 2. formas, mas na maioria dos casos,
plasticidade (ductilidade) do metal. e uma razoável capacidade de de- Efeito na curva a origem destas está vinculada a
tensão versus
Podem ser empregados mecanis- formação plástica. Mesmo assim, es- concentradores de tensão.
deformação de um
mos especiais de controle micro- truturas e componentes metálicos aço HSLA (0,08%C; Concentradores de tensão pro-
estrutural para se minimizar os efei- falham, fraturando-se em várias si- 0,65%Mn; movem um aumento localizado da
tos da perda da ductilidade com o tuações o que incita em um estudo 0,030%Nb) pela tensão aplicada no componente.
aumento da resistência mecânica. mais profundo dos mecanismos de introdução de um A máxima tensão (σmáx.) que surge
concentrador de
Tais técnicas implicam na obtenção fratura, abordado nos dias de hoje pela presença de um concentra-
tensões (entalhe
de metais com diferentes níveis de pela Mecânica de Fratura. mecânico com dor de tensão pode ser relacionada
tenacidade já que esta propriedade O conceito básico emprega- raio de 0,30mm) à tensão aplicada externamente
depende, simultaneamente, da re- do na Mecânica de Fratura é que em corpos de (σ0) por meio de medições experi-
prova de tração
sistência e da plasticidade[6 e 7]. o material apresenta concentra- mentais de tensão (extensometria
prismáticos.
dores de tensão severos (trincas), ou outros), por análises numéri-
Figura 3.
4. MECÂNICA DE FRATURA cuja propagação é definida por cas (elementos finitos) ou através
Os três possíveis
A grande aplicabilidade dos me- um balanço entre a energia libe- modos de abertura de ábacos. De uma forma geral,
tais é oriunda dos seus altos valores rada pelo carregamento mecânico de uma trinca. empregam-se valores do fator de
de tenacidade, os maiores dentre os e a energia absorvida na deforma- Figura 4. concentração de tensão (Kt) para
materiais de engenharia. Esta maior ção plástica ao redor da trinca. As Interpretação do descrever a amplificação da tensão
tenacidade é oriunda da conciliação trincas podem se originar de várias campo de tensões pelo concentrador:
ao redor de um
concentrador de (Eq. 1)
tensões carregado
no modo de Onde: σmáx. representa a máxima
abertura I (Figura tensão presente na região do con-
4) conforme centrador de tensão; Kt é o fator de
descrito pela
concentração de tensões e σ0 a ten-
Equação 2. A ponta
do concentrador são aplicada no componente (fora
de tensões (trinca) do concentrador de tensões).
σx σy está situada O efeito de um concentrador de
sempre no meio da tensões intenso pode ser observa-
lateral esquerda
das figuras. As
do pela curva tensão-deformação
cores vermelhas mostrada na Figura 2. Apesar do
Foto:: www.freeimages.com
20 RA S IL N O 102
S IDERUR GIA B R MA
A I O /201
0 4
Outros Ñ
6,0 15,2 5 27
ferrosos
ficar a tenacidade do material na muitos deles substitutos dos aços. Figura 6. 6. CONCLUSÕES
presença de um concentrador de Adicionalmente, surgiram aplica- Correlação Falhas são eventos que ocor-
entre os níveis
tensões intenso (trinca). A esta ca- ções novas e cada vez mais sofisti- rem devido as mais diversas ori-
de plasticidade
racterística dos materiais, dá-se o cadas, exigindo um maior nível de (%Alongamento) gens, mas muitas associadas pela
nome de tenacidade a fratura e os confiabilidade na aplicação dos e resistência conciliação de condições mecâni-
valores de KIc tornaram a forma materiais. Apesar de não terem (Limite de cas e metalúrgicas adversas. É de
mais popular de quantifica-la. contribuição exclusiva, estes dois Resistência) primordial importância a compre-
de diversas
cenários estiveram e ainda estão ensão dos mecanismos básicos
categorias de
5. O PAPEL DO AÇO intimamente ligados às duas prin- metais e valores para a ocorrência de uma falha e
A amplitude de resistência cipais causas de falhas em com- de tenacidade neste sentido a Mecânica de Fra-
mecânica que o aço pode apre- ponentes e/ou estruturas: a fratura KIc turas é essencial, pois através dela
para diferentes
sentar varia entre os valores de 1. Desvios na fase de projeto, é possível correlacionar defeito
categorias de
um material polimérico (plástico) construção ou operação da metais[8]. (trinca), carregamento mecânico
até de um material cerâmico (de estrutura ou componente. (tensão) e propriedade do material
100 a 2.000MPa). Nenhum outro Um material de alta tenaci- (tenacidade à fratura) para esboçar
material, além do aço, apresenta dade à fratura apresenta me- o cenário onde a falha ocorreu. O
uma amplitude tão grande desta nor probabilidade de falhar desafio torna-se maior especial-
propriedade. Além disso, o aço é o mesmo quando ocorrem al- mente quando novas aplicações e
material de engenharia que apre- terações na configuração ini- novos materiais surgem.
senta o maior valor de tenacidade cial da sua aplicação, como o
à fratura entre todos os materiais surgimento de trincas. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
existentes (de 30 a 300 MPa×m½), 2. Aplicação de um novo pro- – COLANGELO, V.J.; HEISER,
apresentando uma combina- jeto ou material. Em muitas F.A., Analysis of metallurgical fail-
ção entre resistência mecânica e aplicações a tenacidade e ures, Wiley, London, 1987.
[2]
plasticidade superior aos demais a tenacidade à fratura são – WULPI, D.J., Understanding
metais, como mostra o gráfico da características muito impor- how components fail. ASM Inter-
Figura 6. tantes à aplicação, mas nem national, Materials Park, 3rd Edition,
Entretanto este tipo de com- sempre são consideradas ou 2013.
Foto: www.freeimages.com
[3]
portamento não era tão óbvio quantificadas de maneira – MORAIS, W.A.; A Condução
ao longo do século 20, período a refletir a real necessidade de uma Análise de Falhas. In: GODE-
durante o qual houve muitos de- que a aplicação requer por- FROID, L.B.; CANDIDO, L.C.; MORAIS,
senvolvimentos e aplicações dos que simplesmente não fo- W.A.; Análise de Falhas, ABM, São
novos materiais de engenharia, ram percebidas como tal. Paulo. Cap. 9, 2012.
22 RA S IL N O 102
S IDERUR GIA B R MA
A I O /201
0 4
[4] [8]
– SACHS, N.W.; Pratical plant – MATWEB – Material Proper- Sabesp, técnico da Superintendên-
failure analysis - A guide to under- ty Data. Disponível em http://www. cia de Gestão do Programa de Re-
standing machinery deterioration matweb.com/search/PropertySear- cuperação Ambiental da Baixada
and improving equipment reliabil- ch.aspx Acesso em: 26/02/2014. Santista (TBT). e-mail: mvogoncal-
ity. CRC - Taylor & Francis, Boca Ra- ves@sabesp.com.br
ton, 2007. 8. AUTORES
[5]
– ENGEL, L.; KLINGELE, H.; An Willy Ank de Morais André Varvello Nunes
atlas of Metal Damage. Wolfe Scien- Mestre e doutorando em enge- Engenheiro mecânico e mes-
ce Books,1981. nharia metalúrgica e de materiais, trando em engenharia mecâni-
[6]
– MAGNABOSCO, A.S.; Resis- engenheiro metalurgista, técnico ca pela Unisanta. Engenheiro da
tência Mecânica × Conformabilida- em metalurgia. Professor adjunto Transpetro. e-mail: andre.varvello@
de. Módulo 5, Cap.3 p. 481-500. In: na Faculdade de Engenharia da gmail.com e andre.varvello@petro-
MORAIS, W.A.; MAGNABOSCO, A.S; Unisanta e consultor técnico na Ins- bras.com.br
NETTO, E.B.M.; Metalurgia física e pebras. e-mail: willyank@unisanta.
mecânica aplicada. 2a Edição. São br e willyank@inspebras.com.br Celso Sacchetta Filho
Paulo: ABM, 2009. Engenheiro industrial mecânico
[7]
– MORAIS, W.A.; Análise das Marcus Vinícius de Oliveira e mestrando em engenharia me-
relações entre as características dos Gonçalves cânica pela Unisanta. Gerente de
aços e sua tenacidade. 65o Con- Engenheiro civil e mestrando operação na Bohler Técnica de Sol-
gresso Anual da ABM, Rio de Janei- em engenharia mecânica pela Uni- dagem. e-mail: Celso.Sacchetta@
ro, jul. 2010. santa. Engenheiro de projetos na voestalpine.com
Tecnologia com
sensibilidade ambiental
O engenheiro Carlos Zuleta, responsável pela área de pesquisas & desenvolvimentos da empresa SCP –
Serviços e Comércio Ambiental, explica as etapas e vantagens da extração dos metais (ferro- zinco) pelo
processo de extração por solvente (SX) com o reuso do acido clorídrico do banho de decapagem.
iderurgia Brasil – com menor quantidade de ferro, de que, certos reagentes químicos
Em que consiste esse que volta para a decapagem. Na orgânicos (extratantes) possuem
processo? etapa de reextração, a solução or- um alto grau de afinidade seletiva
Eng. Zuleta – Em gânica carregada com ferro (RFe) se com determinados íons metálicos,
geral, as soluções de mistura com outra solução aquosa com os quais formam compostos
decapagem são con- (RFe+H2O), que reextrai o ferro dei- organometálicos.
sideradas exauridas quando o áci- xando o orgânico limpo, que volta
do clorídrico diminui sua concen- para a etapa de extração (HR), e SB – Qual é o principio da reação?
tração em 75-85%, e o conteúdo de assim sucessivamente. A solução Eng. Zuleta – A extração
metais aumenta até 150-250 g /l. O aquosa de reextração vai se con- do ferro de soluções clorídricas
conteúdo de metais na solução de centrando nas sucessivas etapas usando um solvente seletivo (HR),
decapagem exaurida depende do de reextração (Fe+H2O) até 20-25%, extraindo o composto organome-
método de origem da planta e da sendo utilizada como coagulante tálico RFe. A extração do metal se
decapagem aplicada. Nas soluções no tratamento de água e efluentes. dá pela substituição da camada
de decapagem exaurida de aço, o de hidratação da espécie metáli-
banho contém zinco, ferro, traços SB – Como funciona o processo ca neutra presente na fase aquo-
de chumbo, cromo, outros metais de extração por solvente (SX)? sa, ocorrendo a seguinte reação
pesados (max. 500 mg/l) e ácido Eng. Zuleta – A extração por FeCl3 + HR = RFe + H + 3 Cl. Por
clorídrico. O processo consiste ba- solvente (SX) é um dos processos essa se demonstra que a extração
sicamente em extrair os metais por mais efetivos e econômicos para e transferência do ferro do aquoso
extração por solvente, mantendo purificar, concentrar e separar os (banho) para o orgânico implica
sempre uma concentração ade- metais com valor agregado que uma regeneração estequiométrica
quada segundo os conceitos de se encontram em solução. Fun- do acido clorídrico, que é recircu-
operação de cada empresa e a volta damentalmente, a SX é uma ope- lado para o banho de decapagem.
do ácido clorídrico sucessivamente ração de transferência de massas
ao sistema. Na etapa de extração, num sistema de duas fases líquidas. SB – Quais são as características e
temos uma solução orgânica (HR) Também é chamado de troca iôni- vantagens do sistema de extração do
que será misturada com a solu- ca líquida e se baseia no princípio ferro por extração por solvente com
ção aquosa acida. Após a mistura, pelo qual um soluto (íon metálico) regeneração do acido clorídrico?
as fases se separam pela diferença pode distribuir-se em certa propor- Eng. Zuleta – 1) Atende aos
de densidades, ficando na parte ção entre dois solventes imiscíveis, preceitos de produção mais limpa,
superior a solução orgânica (RFe) um dos quais é usualmente água norteadora dos processos indus-
contendo o ferro/zinco extraído e, e o outro, um solvente orgânico triais no século XXI, uma vez que
na parte inferior, a solução aquosa, que seja imiscível (não solúvel) na reduz drasticamente o volume de
agora com o ácido regenerado e água. Isso é possível devido ao fato efluentes e resíduos gerados no
24 S IDERU R GIA
GI A BRA S IL N O 10
B RA SIL 1022 MA I O/2011 4
processo e, também, pode elevar de decapagem ou, no momento ção por volume tratado com bom-
significativamente o retorno eco- de pegar a amostra, saber quantas bas, solvente etc.?
nômico do processo; 2) Os banhos horas o banho trabalhou. Desta Eng. Zuleta – Os custos com
de decapagem não serão descarta- forma podemos dimensionar o manutenção são baixos e depen-
dos, adicionando apenas a reposi- sistema para uma extração pro- dem da manutenção preditiva e
ção de ácido clorídrico perdido por porcional da quantidade de ferro preventiva do sistema. No processo
arraste mecânico e evaporação; 3) que deve sair por hora, de forma contínuo, as bombas e agitadores
O fato anterior também significará a manter a concentração de ferro teriam um consumo de energia de
a não adição de inibidor nem aditi- sempre no nível aceitável segundo aproximadamente 25 kW/hora/m3
vo; 4) Sem descarte de banho, não critério da empresa e assim realizar e, no processo batelada, de 18,75
haverá tratamento na ETE; 5) Sem o balanço de massa. kW/hora/m3. O consumo do sol-
tratamento, não ocorrerá o pro- vente é apenas uma reposição por
cesso de operação e geração de SB – Quais são as opções de perda no arraste mecânico, que na
lodo; 6) Sem geração de lodo, não tamanho? prática estaria entre 0,01 e 0,02 l/
haverá descarte de lodo classe I tó- Eng. Zuleta – As opções de ta- m3. O consumo de Cl para oxidar
xico; 7) Sem descarte de lodo, não manho são: um grama de Fe (II) para Fe (III) é de
haverá custo de frete e disposição Batelada cíclica: Modelos SX- 0,63 g de Cl.
final em um aterro industrial; 8) É Fe-B100 e SX-Fe-B200 – A batelada
sabido que, mesmo sendo envia- cíclica completa de troca iônica SB – Em resumo, qual seria a rela-
do para um aterro industrial, o ge- liquido-liquido de extração de fer- ção custo-benefício final do processo?
rador continua sendo responsável ro do banho de decapagem, com Eng. Zuleta – A relação custo-
pelo resíduo gerado; 9) Na retirada recuperação do acido clorídrico. benefício resulta das seguintes van-
do ferro do banho de decapagem, Estes modelos estão dimensiona- tagens: 1) Rápido retorno de inves-
haverá um produto com valor agre- dos para tratar 100 e 200 l/hora, timento; 2) Redução significativa
gado, o cloreto férrico, que pode montado em skid, plataforma em no consumo de ácido; 3) Redução
ser usado na própria ETE ou em ou- PP para controle elétrico, vazamen- total do consumo de neutralizantes
tras unidades, e também pode ser tos e transporte. A área aproximada (soda) no tratamento de efluente;
vendido para terceiros (preço por necessária para implantação do sis- 4) Design compacto integrando-se
kg entre R$ 0,50 e R$ 2,00); 10) No tema é de 2 m x 2 m. nas instalações existentes (aproxi-
caso de se terceirizar o tratamento Continuo automático: Modelo madamente 2 m x 4 m); 5) Elimina-
e o descarte, o custo aumentaria SX - Fe–C – O contínuo automático, ção dos tanques de estocagem; 6)
por ter que pagar o serviço, perder com vazões de 100 ate 1.000 litros/ Balanceamento permanentemente
o subproduto recuperado (cloreto hora, inclui um controlador lógico na parte química; 7) Produção de
férrico) e, principalmente, por ter programável (CLP), com entradas e cloreto férrico para transformá-lo
que continuar comprando ácido; saídas digitais, que gerenciará todo num produto de valor agregado,
11) No conjunto, a implantação do o funcionamento do processo ex- muito usado no tratamento de
sistema ocorrer dentro do conceito tração, reextração, oxidação, circu- efluentes; 8) Menor consumo de
e princípios de uma busca contínua lação. Inclui também a utilização água; e 9) Não gera lodo.
de tecnologias de menor impacto de uma interface homem-máquina
ambiental com viabilidade técnica (IHM) operacional, com mensagens
e econômica. de falhas, alarmes e ainda seleção
de acionamentos manuais. A área
SB – Como saber qual é o tama- necessária para implantação do
nho do equipamento que um de- modelo SX-Fe-C1000 ou 1.000 l/
Foto: www.freeimages.com
que certos reagentes químicos Quando separar? – Quando, cial e, assim, ser eximido de
orgânicos (extratantes) possuem de todos os elementos presentes, responsabilidade ambiental
um alto grau de afinidade seleti- só alguns são de interesse. como geradora deste resíduo.
va com determinados íons metá- Quando recuperar? Quando Assim, um determinado ma-
licos, com os quais formam com- reciclar? – A recuperação e a re- terial só será recuperado se o seu
postos organometálicos. ciclagem de resíduos ou de seus preço de venda puder ser me-
Por este motivo, a principal constituintes que apresentam al- nor ou igual ao preço de merca-
aplicação da Extração por Sol- gum valor econômico são as for- do ou, então, se for mais barato
ventes se encontra na separação mas mais atraentes de solução dos recuperá-lo que transportá-lo ou
seletiva de metais e na posterior problemas de tratamentos e dis- dispô-lo adequadamente.
obtenção destes, por intermédio posição final, tanto para os empre-
de um processo adequado. sários como para os órgãos oficiais. Algumas aplicações:
Quando concentrar? – Quan- Em termos práticos, a recuperação t Separação cobalto-níquel
do se precisa recuperar metais de ou reciclagem de um resíduo de- t Extração de zinco
minerais, resíduos etc. de baixa pende de três condições: t Separação do cobalto de
concentração, ou seja, pobres do t Disponibilidade do produto manganês
elemento de interesse. no mercado. t Recuperação de ácidos car-
Quando purificar? – Quando t Custos de transporte, trata- boxílicos fenol e etanol
a pureza implica um melhor pre- mento e/ou disposição. t Separação do nióbio do tântalo
ço e a utilização do metal cresce t Passar o resíduo de passivo t Extração de ácidos minerais.
significativamente. ambiental a produto comer- t Recuperação de estanho
Dagan Peças
Corte Reto
Corte Angular
Furações
Roscas
Forno para Fresagem
Tratamento Térmico: com barras de até 14m
normalização, Usinagem em geral
recozimento
Dagan Tubos
e alívio de tensões.
!"#!
com e sem Costura
Consulte-nos! NBR 5580 e NBR 5590
(11)2088-7810
www.dagan.com.br
CRCC dagan@dagan.com.br
Empresa Certificada
BNDES Av. João Bassi, 524
Guarulhos | SP
ções de descarte. solução orgânica com o ferro ex- temas tratamento de efluentes, reu-
t Cobre, níquel e cromo de re- traído e, na parte inferior, a solu- so de água e recuperação de me-
síduos em estação de trata- ção aquosa ácida com menos ou tais, pelos processos eletroquímicos
mento de esgotos (ETE). nenhum ferro para ser reciclado e extração por solvente.
t Separação e recuperação de (ácido limpo). www.scpambiental.com.br
Wtorre entrega
ciclopassarela em SP
O projeto proporciona maior mobilidade e segurança aos ciclistas que circulam pela
região do Parque do Povo, em São Paulo.
M A IO
MA I O /2
/ 2 01
014
014 S ID
SID
I D ER
E RU
ERU
R UR
URG ASS ILL N O 1100 2
GII A B RAS
RA
RA 29
Trimestre positivo
para as siderúrgicas
Usiminas, CSN e Gerdau anunciaram resultados favoráveis no primeiro trimestre de 2014,
em comparação com períodos passados.
30 S ID
I D ERU
ER R G A S I L N O 110 2
GI A B RA MA
A I O /201
/22 01
0144
Grandes desafios
para as empresas
José Osvaldo Bozzo*
inglês que significa: International que a empresa deverá passar a bui para que, se não apropriado
Financial Reporting Standards. apropriar seus registros de for- de forma correta, os mesmos não
Traduzido para o português quer ma a apresentar, por exemplo, os estarão refletindo fidedignamen-
dizer Normas e Padrões Interna- custos atuais, de acordo com a te aquilo que deveria. Já o IFRS
cionais de Contabilidade. manutenção do seu capital físico, mantém o capital em unidades
Na realidade, o IFRS veio tra- em todos os níveis de inflação e de poder de compra constante,
zer à contabilidade uma maior deflação, bem como a manuten- motivando a equalização dos re-
transparência nas demonstra- ção de capital em unidades de cursos investidos na sociedade.
ções financeiras. Ou seja, com- poder de compra constante. Quando – Tais práticas muda-
provar a evolução e incremento Essa demonstração irá contri- ram a partir de janeiro de 2010.
dos negócios das companhias. É buir para que a manutenção do Desde então, os critérios contá-
uma ferramenta que faz refletir capital financeiro em unidades beis brasileiros devem convergir
uma verdadeira visão contábil/ monetárias nominais possa refle- para as IFRS, normas e padrões
financeira das empresas. tir exatamente o seu poder aqui- internacionais de contabilida-
Transparência – Um dos pres- sitivo. Um exemplo disso são os de a ser aplicadas para todas as
supostos importantes para a ado- custos dos empréstimos, os juros companhias que estão sujeitas
ção do IFRS é mostrar ao público pagos ou recebidos, inúmeras às normas regulamentadas por
alvo a forma como os registros outras despesas ou receitas que lei federal no Brasil. Isso, porque
contábeis foram efetuados e se afetam diretamente a conta de a Lei nº 6.404/76 (Lei das S/A) foi
os mesmos atendem às normas resultado e, consequentemente, alterada pelas Leis nº 11.638/07 e
internacionais. Isso implica dizer as patrimoniais. Tudo isso contri- nº 11.941/09. O Conselho Federal
A união da tecnologia européia com a flexibilidade brasileira The European technology and the Brazilian flexibility
gerando melhores resultados em Produtividade e Qualidade. creating better results in Productivity and Quality.
A reindustrialização exige
uma visão de cadeia
O Brasil só conseguirá ter uma indústria forte e competitiva se, além de ter uma taxa
de cambio de equilíbrio, desenvolver uma visão de cadeia produtiva.
Daniele Pestelli*
á um certo consenso se que mais 100 milhões de tonela- fornecedor local e nem cliente para
entre os principais das de capacidade deverão entrar comprar o seu produto. A importa-
economistas brasi- em operação nos próximos anos. ção de um produto do seu cliente é
leiros de que, sem Para termos uma ideia da magnitude tão perniciosa quanto a importação
uma taxa de câmbio deste desequilíbrio, o excedente do produto que a sua empresa fabri-
de equilíbrio, dificil- é mais de doze vezes a capa- ca. A importação do primeiro apenas
mente o Brasil conseguirá escapar cidade instalada do parque demora mais para ser percebido.
do aprofundamento do processo siderúrgico brasileiro. Os países asiáticos, que nos úl-
de desindustrialização que já esta A competitividade da siderurgia timos 40 anos se tornaram o gran-
em curso tem alguns anos. A taxa de brasileira é a base para a competiti- de sucesso industrial, têm uma
câmbio mais competitiva, mais de- vidade da nossa cadeia metal-mecâ- visão e uma atuação equilibrada
preciada, é condição imprescindível nica. Nós só teremos uma indústria da cadeia produtiva, buscando
para a competitividade da indústria, metal-mecânica competitiva se tiver- sempre a produção e exportação
mas não é condição suficiente para mos uma siderurgia competitiva – e de maior valor agregado. Esse mo-
tornar a indústria brasileira nova- vice-versa. Uma cadeia produtiva só delo começou na década de1970
mente competitiva. A apreciação do é competitiva se todos os elos dessa com os japoneses, que foram su-
real por longos períodos foi a maior cadeia forem competitivos. A robustez cedidos pelos coreanos e, mais
responsável pela crise da nossa in- de uma cadeia é como uma corrente recentemente, pelos chineses. Na
dústria, mas não foi a única. A crise de aço: ela é determinada pelo elo era japonesa, eram as grandes tra-
de 2008 colocou um freio no pro- mais fraco da corrente. Não adianta ders japonesas que coordenavam
cesso de crescimento das principais termos muitos elos fortes e poderosos a atuação das suas cadeias produ-
economias do mundo e provocou se na mesma cadeia tivermos alguns tivas: vendiam e financiavam tanto
um enorme desequilíbrio entre a elos fracos. A corrente irá se romper os produtores japoneses quanto
capacidade de produção mundial, e a cadeia não irá capturar toda a sua os seus clientes pelo mundo afora.
que vinha em expansão e tem certa potencialidade de negócios. Os coreanos se desenvolveram
inércia de ajuste e a demanda por O setor empresarial brasileiro não industrialmente e internacionalmen-
esses produtos, que sofreu uma fre- tem uma visão muito clara da im- te com forte participação de seus
ada brusca e ainda hoje ensaia uma portância da cadeia produtiva e, se conglomerados, os chaebols, que
recuperação tímida. tem, não a pratica. Cada um está pre- permeavam toda a cadeia produtiva
Atualmente, o mundo tem ca- ocupado com o seu elo (produto), com empresas próprias ou com parti-
pacidade ociosa para a quase tota- seu mercado, sua rentabilidade, sua cipações acionárias ao longo de toda
lidade dos produtos, se analisarmos proteção tarifária etc., não se preocu- a cadeia e, com isso, coordenavam e
Fotos: www.rgbstock.com
a economia global. No segmento de pando e não se solidarizando com os controlavam as cadeias produtivas.
produção de aço, hoje existe uma seus fornecedores e seus clientes. No A China é a máquina de produ-
capacidade excedente de mais de curto prazo, pode fazer sentido, mas ção do mundo atual, que além de
580 milhões de toneladas e estima- no longo prazo, ele poderá não ter toda a expertise absorvida de seus
36 S ID ERU
R U R GIA
GI A BRA
G S IL N O 102
B R SIL 10 2 MA I O/2
O /201
011 4
MA I O/2
O / 01
0144 SID
ID
D EERU ASILL N O 10
RU R G I A B RAS
AS 1022 37
lorizada em torno de 30%, coinci- de críticas de consultores ligados e, com isso, agregam mais valor e
dentemente o mesmo percentual ao setor financeiro e de parte da mais emprego.
da proteção adicional concedida às imprensa especializada. Podemos Temos que ter em mente que
montadoras pelo programa Inovar- discutir se a capitalização foi feita os recursos são limitados. Pode ser
Auto. Ou seja, só as montadoras da forma adequada, se deveria ter muito simpático dizer que as deso-
estão trabalhando com uma taxa sido feita de outra maneira, mas nerações deveriam ser horizontais ou
de câmbio de equilíbrio. Além do não deveríamos abrir mão de que gerais, mas temos que ter em mente
seu produto ter a proteção de uma o BNDES tenha recursos suficientes que a ciência econômica só existe
taxa 30% maior, o seu Imposto de para financiar as cadeias produti- porque existe escassez e, por isso, de-
Importação é o dobro do imposto vas e com o menor custo possível. veríamos priorizar os produtos que
das suas matériasprimas. Conceder crédito subsidiado num sofrem concorrência dos produtos
A proteção desequilibrada dos país onde as taxas de juros são es- importados. Desonerar produtos que
elos de uma cadeia produtiva pode- corchantes pode não interessar aos não sofrem concorrência dos impor-
rá se mostrar inútil como defesa da banqueiros nacionais, mas é es- tados só vai gerar aumento do lucro
indústria brasileira e, simplesmente, sencial para o setor industrial, pois, para a empresa produtora, porque,
deslocar as importações de um elo apesar de subsidiado, o custo no num mercado de preço livre e sem
para outro. Traduzindo, reduzimos a Brasil é ainda muito maior do que concorrência, o preço máximo é o
importação de automóveis, mas au- no exterior. Devríamos discutir as que o mercado está disposto a pagar
mentamos as importações de peças prioridades de tal crédito. Entende- – não tem nada a ver com o custo ou
e de transformados de aço. Em ou- mos que ao invés de escolher cam- com o nível de imposto.
tras palavras, aumentamos os custos peões, deveríamos direcionar estes Enfim, as políticas de defesa co-
para os consumidores de automó- créditos para as cadeias produtivas mercial e de crédito, e as desonerações
veis e os lucros das montadoras, que o país pretende fortalecer. fiscais devem ser concebidas dentro
mas não defendemos a indústria de O mesmo raciocínio deveria ser do conceito de cadeia produtiva, e
transformação como um todo. feito para as desonerações fiscais devem permear toda essa cadeia. O
Os acréscimos do imposto impor- que foram executadas de maneira Brasil não pode ter a pretensão de
tação deveriam ser melhor distribuí- pouco discutida ao longo dos últi- achar que pode ter uma indústria tão
dos ao longo da cadeia, respeitando mos anos, mas que são importantes diversificada num ambiente de eco-
os limites da OMC, entre os 12% do para a competitividade da indústria nomia mais aberta. Devemos analisar
aço e os 35% do automóvel, para os nacional. Deveríamos concentrar as quais cadeias podem ter diferenciais
elos da cadeia entre as siderúrgicas e desonerações nos produtos trada- competitivos, para garantir que elas
as montadoras. Os setores intermedi- bles e, mais especificamente, em tenham condições isonômicas com
ários só vão fazer novos investimen- produtos das cadeias produtivas os concorrentes internacionais.
tos em aumento de produção, ga- que têm potencial de competiti-
nhos de eficiência e em inovação se vidade internacional, que o Brasil
esse capital novo a ser investido tiver quer defender e desenvolver.
uma remuneração adequada. Caso O Reintegra, programa de in-
contrário, ele vai explorar ao máximo centivo às exportações, está tem-
o investimento antigo, mas não vai porariamente suspenso e, no nos-
Foto: Divulgação
para investimentos que, no Brasil, mesmo percentual para exporta- Sicetel, presidente da Fitas Indústria e
é muito mais elevado que no ex- ções de produtos primários e para Tecnologia S/A e do Sindicato Nacio-
terior, apesar do crédito subsidiado exportação de produtos que so- nal da Indústria de Trefilação e Lami-
pelo BNDES, que vem sendo alvo frem maior processamento no país nação de Metais Ferrosos (Sicetel).
38 S IDERU
ID EERU
RU
URG B A S IL N O 102
GI A BRA 10 2 MA I O/2
O /201
0144
01
Painel completo da
sucata ferrosa
Um estudo da FGV apresenta informações inéditas sobre o comércio
atacadista de sucata ferrosa no Brasil.
s empresas de co- elaborado pelo Grupo de Econo- da a 1,5 milhão de pessoas, desde
mércio de sucata fer- mia da Infraestrutura e Soluções a coleta, seleção, preparação, até
rosa vendem men- Ambientais da Fundação Getúlio a distribuição de materiais metáli-
salmente cerca de Vargas (FGV), a pedido do Institu- cos. Desse grupo, de 600 mil a 800
300 mil toneladas do to Nacional das Empresas de Su- mil são catadores, independentes
produto, comprado cata Ferro e Aço (Inesfa). ou reunidos em cooperativas e
das indústrias, ferros-velhos e coo- Segundo o economista Gesner associações. Pouco mais de 5.000
perativas de catadores. Esse volume Oliveira, ex-presidente do Conse- empresas realizam o comércio da
é negociado quase totalmente no lho Administrativo e Defesa Eco- matéria-prima.
mercado interno. Cerca de 57% das nômica (Cade), professor da FGV e Os associados do Inesfa são
empresas comercializam apenas no um dos autores do levantamento, responsáveis por 47% de toda a
mercado nacional e 43% delas tan- ainda existe “muito desconheci- sucata preparada no país. Desse
to internamente como no exterior. mento sobre a importância do total, perto de 10% das empresas
Esses dados fazem parte do estu- segmento de sucata para a econo- analisadas respondem por cerca
do inédito Painel de Indicadores mia do país”. O setor garante ren- de 65% do total das receitas do
Setoriais para o Comércio Ataca- setor. Em valores brutos, essa
dista de Sucata Ferrosa, receita é de R$ 1,34
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
bilhão por ano. A pesquisa apon- é tratada como commodity, com O uso da sucata apresenta
ta a insatisfação das empresas cotação internacional, e é nego- inequívocas vantagens ambien-
com os preços: 52% das associa- ciada com valores de 30% a 40% tais em pelo menos cinco di-
das afirmaram não estar satisfei- mais altos do que no Brasil. Con- mensões. Em primeiro lugar, sua
tas, já que os valores em geral forme o Inesfa, o país exporta atu- utilização nos fornos da siderur-
são inferiores àqueles pagos pelo almente apenas 3,5% do volume gia acarreta menor consumo de
mercado internacional. Um dado da sucata consumida no mercado energia e combustível. Em se-
que chama a atenção no estudo interno. As exportações de sucata gundo, gera menores emissões
é a consolidação do setor nos úl- do Brasil representam menos de de gás carbônico, óxidos de en-
timos anos. “Há um processo de 0,01% do total mundial. xofre e nitrogênio, monóxido de
concentração do setor, com em- Entre os incentivos governa- carbono e material particulado.
presas de maior porte adquirindo mentais disponíveis hoje estão os Em terceiro, diminui a geração
empresas menores. A consolida- leilões de veículos antigos, uma de resíduos, como escória e re-
ção permite mais escala e maior fonte importante de sucata ferro- fratário, devido ao menor des-
capacidade de investimento”, diz sa para o setor. Segundo o estu- gaste de refratário. Em quarto,
Gesner Oliveira. do, 52% das empresas ouvidas na a reciclagem de sucata ferrosa
No Brasil, a participação da pesquisa acreditam que os leilões gera economia do espaço em
sucata na produção de aço bruto de veículos fortalecem o setor, aterros, o que aumenta sua vida
oscila hoje entre 26% e 28%, bem garantem o abastecimento, além útil, em linha com a Política Na-
abaixo da média mundial, de cer- de proporcionarem benefícios à cional de Resíduos Sólidos.
ca de 45%. No exterior a sucata sociedade, de forma geral. www.inesfa.org.br
implicações do cus- têm sido bastante acanhadas no Na esteira dos impostos vem a
to Brasil são muitas, sentido de reduzir carga tributária. burocracia fiscal – fruto de uma le-
mas sua raiz é basica- Recentemente, o senado aprovou gislação fiscal complexa e ultrapas-
mente um conjunto uma medida provisória que visava sada, com mais de 3.200 normas
bem conhecido à desoneração da folha de tributárias que exigem do setor
de fatores que Na esteira dos pagamento de alguns seto- privado uma estrutura descomu-
atrapalham a competitivida- res. Na prática, entretanto, a nal. No ano passado, um estudo
impostos vem
de das empresas e emperram medida gerou uma redução do Banco Mundial identificou que
o desenvolvimento do país. a burocracia de apenas 0,5%, em média, no Brasil uma empresa chega a
Entre eles, os mais impactan- fiscal – fruto de no preço final de produtos e gastar 2.600 horas por ano no pro-
tes parecem ser a exagerada serviços. Isso indica que não cessamento de tributos. Em países
carga tributária, a legislação uma legislação se deve esperar do governo desenvolvidos, o tempo gasto é de
fiscal complexa e ultrapassada, fiscal complexa e muito mais do que redu- apenas 179 horas. Mais um detalhe:
a excessiva burocracia admi- ções pontuais, como do IPI são necessários cerca de 200 fun-
nistrativa e tributária, além da ultrapassada para determinados setores. cionários para atender às normas
precária infraestrutura logística A propósito, essas medidas fiscais no Brasil, enquanto empresas
em todo o país. Podemos somar a se mostram protecionistas para as norte-americanas de mesmo porte
isso o alto custo do dinheiro (taxa empresas de tais segmentos. É o re- necessitam de apenas quatro. Em
de juros e spread bancário), infla- conhecimento, pelo estado, de que estudo recente, a Fiesp revela que
ção em alta e mão de obra pouco esses setores não conseguem com- essa carga tributária e a excessiva
qualificada. Como resultado, temos petir com os importados devido à burocracia fiscal são responsáveis
o custo-Brasil” – que nada mais ineficiência sistêmica. por metade do custo Brasil. Con-
é senão o custo extremamente Não é difícil compreender a fal- tribuindo um pouco menos – sem
elevado de produtos domésticos, ta de vontade política do governo deixar de ser importante – surge a
quando comparados com similares para uma ampla reforma tributária, ineficiência da infraestrutura, que
importados vendidos aqui, ou mes- já que esses recursos são usados penaliza todos os setores da econo-
mo com produtos nossos quando para manter a máquina do gover- mia – do industrial ao agronegócio
colocados em outros países. Em es- no e financiar projetos – alguns, é e o setor extrativista. Com pouco
tudo recente, a Fiesp identifica esse certo, importantes para melhorar investimento, capacidade deficien-
custo como sendo 38% a mais em a competitividade do país e outros te de gestão, e foco no curto prazo,
relação a países emergentes e 30% tantos mais populistas, visando é difícil imaginar que os problemas
a mais quando comparado a países manter a governabilidade e a elegi- de infraestrutura possam ser resol-
desenvolvidos. bilidade. Infelizmente, o que sobra vidos dentro de cinco, seis, ou oito
Um dos fatores que mais im- é mal direcionado e mal gerido. anos. Geralmente, são projetos com
pactam o custo Brasil e o ambiente Escândalos de superfaturamento cerca de dez anos de maturação
de negócios é a alta carga tributária estão por toda parte, assim como e que, por isso, acabam saindo do
Foto: www.freeimages.com
– uma das mais vultosas do mun- casos e mais casos de nepotismo foco do governo.
do, que penaliza tanto as empresas e de funcionários fantasmas que Pode-se concluir que os princi-
como os consumidores. Pode-se constam da folha de pagamento pais fatores que compõem o custo-
dizer que as ações do governo sem nunca terem atuado na pasta. Brasil são sistêmicos e dependem
Foto: Divulgação
menos no curto prazo. Portanto, do Sul e China, essas virtudes foram
sobra para empresas e empresários fomentadas, coordenadas ou in-
brasileiros a missão de atuar sobre centivadas pelo governo, podemos
fatores que estão a seu alcance, no inventar um novo modelo em que
sentido de reduzir custos e aumen- o principal fator de competitivida-
tar a competitividade. Vale a ressalva: de está nas empresas e na capaci- *Enio Feijó é consultor e especia-
por mais que se tenha alta eficiência dade individual. Na opinião de Mi- lista em melhoria contínua, instrutor
operacional, sempre é possível atu- chael Porter, consultor e professor do Six Sigma Academy & Company
ar em variáveis internas e descobrir da Harvard Business School, a pros- (USA), professor de gestão da quali-
processos que podem nos dar um peridade de um país é criada, não dade do CEA (Centro de Estudos Au-
pouco mais de eficiência e nos tor- herdada. Ela não deriva das rique- tomotivos), da FEI e FGV. Atuou como
nar mais competitivos. zas naturais, do número de traba- diretor de qualidade e implementa-
Focar na capacitação e no de- lhadores ou do valor de sua moeda. ção de Six Sigma na Ford América
senvolvimento dos colaboradores Outrossim, é função da capacidade do Sul e foi diretor e fundador do Six
é uma forma de fomentar a melho- de inovar de suas empresas. Sigma Institute (Brasil).
Brasil em marcha à ré
Há uma clara percepção de involução no tocante a aspectos que envolvem civilidade,
instituições públicas e gestão governamental.
Marcos Cintra*
ão é apenas na econo- 10 mil para o contribuinte brasileiro mais relevante para o governo? Arris-
mia que o Brasil está e esse dinheiro tem como destino o co a afirmar, categoricamente, que o
andando para trás. Isso país de Fidel e Raul Castro. O que efeti- tal “rolezinho” é apenas uma das con-
ocorre também na vamente cada médico cubano recebe sequências da indecente educação
gestão pública, onde equivale a US$ 1.245 por mês. pública no Brasil. Há também as gan-
o aparelhamento e o A educação também é outra ver- gues denominadas “black blocs”, que
uso político patrocinado pelo gover- gonha. O país ficou entre os últimos imitam iniciativas parecidas em outros
no arrebentaram com a Petrobras, colocados no Pisa, o programa que países e que, de modo selvagem, des-
empresa que já foi um ícone nacional. avalia a qualidade de ensino em várias troem veículos, lojas e bens públicos
O país está importando gasolina mais nações. Além disso, ainda há mais de em nome de algo que eles mesmos
cara no exterior e não ajusta o preço 30 milhões de brasileiros em situação não sabem definir exatamente.
internamente. Esse desalinhamento de analfabetismo funcional e, em 12 Seria lamentável se o país estives-
gera perdas que limitam a capacidade anos, o número de jovens com idade se patinando em relação aos pontos
de investimento da estatal, que tecni- entre 15 e 17 anos fora do ensino mé- citados. Mas, a situação é ainda mais
camente está falida. Além disso, há a dio saltou de 7,2% para 16,2%. grave e preocupante porque há uma
nebulosa negociação de uma refina- Na ética, o retrocesso tem a ver percepção de involução no tocan-
ria em Pasadena, nos EUA, que gerou com o julgamento envolvendo os te a aspectos envolvendo civilidade,
um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão ‘mensaleiros’. Parte do Superior Tribu- instituições públicas e gestão gover-
para a petroleira. nal Federal (STF) livrou da prisão po- namental. O Brasil está andando em
Na saúde, a situação também é líticos corruptos da cúpula petista. A marcha à ré.
de penúria. O SUS repassa valores irri- condenação em regime fechado, no *Marcos Cintra é doutor em Eco-
sórios por procedimentos médicos e, ano passado, foi um marco na histó- nomia pela Universidade Harvard
segundo o Conselho Federal de Me- ria do país e indicou que algo pode- (EUA) e professor titular de Economia
dicina, entre 2005 e 2012, foram redu- ria começar a mudar no Brasil, mas, a na Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi
zidos quase 42 mil leitos hospitalares nomeação de novos membros da- deputado federal (1999-2003) e autor
na esfera pública brasileira. Em relação quela instituição pela presidência da do projeto do Imposto Único. É tam-
aos médicos, a impressão popular é república fez imperar novamente a bém subsecretário de Ciência e Tecno-
que há falta deles, mas o país tem mais impunidade que tanto macula a so- logia do Estado de São Paulo.
médicos que o mínimo recomendado ciedade brasileira. www.facebook.com/marcoscin-
pela Organização Mundial da Saúde Em termos de ordem pública, há traalbuquerque
(OMS). O problema é sua má distribui- a vergonhosa baderna promovida
ção, situação que o governo, dema- por grupos de desocupados que se
gogicamente, quer resolver trazendo acham no direito de agredir pesso-
profissionais de Cuba, cujo idioma os as e promover furtos e roubos em
pacientes não entendem, para atuar shopping centers e em parques públi-
em unidades de saúde onde faltam cos. Soou como deboche saber que
Foto: www.freeimages.com
Foto: Divulgação
46
CLIPPING www.siderurgiabrasil.com.br
M & T Peças e
03/06 a 06/06/14 São Paulo/SP Sobratema (11) 3259-6688 www.mtps.com.br
Serviços
Fispal
03/06 a 06/06/14 São Paulo/SP BTS Informa (11) 3598-7878 www.fispaltecnologia.com.br
Tecnologia
Enersolar 16/07 a 18/07/14 São Paulo/SP Cipa Fieras Milano (11) 5585-4355 www.enersolarbrasil.com.br
Mec Show 22/07 a 25/07/14 Serra/ES Milanez & Milaneze (27) 3434-0619 www.mecshow.com.br
Congresso
12/04 e 13/08/14 São Paulo/SP Instituto Aço Brasil (21) 3445-6307 www.acobrasil.org.br
Brasileiro do Aço
Reed Exhibitions
Fenasucro 26/08 a 29/08/14 Sertãozinho/SP (16) 2132-8911 www.fenasucro.com.br
Alcantara Machado
IBP - Instituto
Rio Oil & Gas 15/09 a 18/09/14 Rio de Janeiro/RJ Brasileiro de www.riooilgas.com.br
Petroleo
Diretriz Feiras e
Expomac 24/09 a 27/09/14 Curitiba/PR (41) 3075-1102 www.expomac.com.br
Eventos
Hannover Fairs
Mercopar 30/09 a 03/10/14 Caxias do Sul/RS (11) 3521-8000 www.mercopar.com.br
Sulamérica
Reed Exhibitions
Fimmepe 21/10 a 24/10/14 Recife/PE (11) 3060-5035 www.mecanicanordeste.org.br
Alcantara Machado
Reed Exhibitions
Sucroeste 28/10 a 31/10/14 Goiânia/GO (11) 3060-5035 www.ffatia.com.br/Sucroeste/Home
Alcantara Machado
BioTech Fair 29/10 a 31/10/14 São Paulo/SP Cipa Fieras Milano (11) 5585-4355 www.bioenergia.net.br
Feiras Delfim
Feipetro 11/11 a 14/11/14 Salvador/BA Marketing e (71) 3014-2054 www.multifeirascongressos.com.br
Congressos Ltda.
Feira de mineração
com bons resultados
O volume de negócios fechados nos estandes,
ou a partir dos contatos feitos, entusiasma os expositores da
Sul Metal & Mineração 2014.
ntre os dias 28 de primeiro mundo”. Fez críticas a Em sua fala o governador pau-
abril de 2 de maio ausência de um projeto político lista Geraldo Alckimin ressaltou
e patrocinada pelas consistente voltado para o agro- a importância do evento para o
principais entidades negócio e que esta medida deve Brasil e as novas iniciativas de seu
ligadas ao agrone- ser tomada imediatamente. governo em favor do setor.
gócio, realizou-se na A cerimônia de abertura con-
cidade de Ribeirão Preto a 21ª tou com a presença do ministro da BALANÇO FINAL
edição da Agrishow. Segundo agricultura Neri Geller, represen- No encerramento da feira,
destaque do presidente da feira, tando a presidente Dilma Roussef, Maurilio Biagi Filho, que está se
Maurilio Biagi Filho, na sessão de inúmeras autoridades políticas e despedindo da presidência da
abertura “Se outros setores tives- empresariais entre os quais mi- feira neste ano, anunciou que
sem o mesmo desempenho da nistros de estado, deputados, o o público visitante ultrapassou
agricultura, teríamos já superado governador do estado do Mato 160 mil pessoas e os negócios
as desigualdades e poderíamos Grosso e o ministro do desenvolvi- devem ter atingido a casa dos
ser considerados um país de mento agrícola do Zimbábue. R$ 2,7 bilhões. Não tinha ainda
consumo de aço seria ainda maior nas (*) Dados Preliminares. Fonte: Aço Brasil
Indústria de máquinas
não acha seu caminho
Com quedas significativas no consumo aparente e na produção, a indústria nacional de
máquinas e equipamentos prevê um ano com desempenho inferior ao de 2013.
aturamento – Em valor 5,4% superior ao do mesmo perí- tações impediram uma queda ainda
março de 2014, o odo de 2013. Eliminando o efeito cam- maior no faturamento do setor.
faturamento da in- bial, ou seja, considerando o câmbio No mês de março, o mercado
dústria de máquinas médio do primeiro trimestre de 2013, nacional importou US$ 2,339 bilhões
e equipamentos foi esse resultado passa a ser 14% inferior. em máquinas e equipamentos, o que
de R$ 5,699 bilhões, A média anual da participação significou um crescimento de 6% so-
o que significou uma elevação de das importações no consumo na- bre o mês anterior e uma redução
5,8% sobre o mês anterior. Em rela- cional de máquinas e equipamen- de 10,2% sobre março de 2013. No
ção a março de 2013, o faturamento tos saltou de 48% em 2008 para período de janeiro a março, as impor-
caiu 16,5%. O faturamento acumula- 76% em março de 2014. tações totalizaram US$ 7,544 bilhões,
do do primeiro trimestre de 2014 foi Balança comercial – Em março, valor 3,3% menor que o do primeiro
de R$ 16,319 bilhões, valor 9,5% infe- as exportações do setor atingiram US$ trimestre de 2013, o que confirma a
rior ao do mesmo período de 2013. 1,013 bilhão, valor 35% inferior ao do redução do ritmo dos investimentos
Consumo aparente – Em março, mês anterior, mas 5,9% ao de março industriais no Brasil.
o consumo aparente de máquinas e de 2013. Os principais destinos das Em março, o déficit da balança
equipamentos no mercado interno exportações brasileiras de máquinas e comercial de máquinas e equipa-
(produção menos exportações mais equipamentos em março de 2014 fo- mentos atingiu US$ 1,326 bilhão,
importações) foi de R$ 8,809 bilhões, ram, por ordem de importância, Amé- valor 14,5% superior ao do mês ante-
valor 6,5% superior ao do mês anterior, rica Latina (32,2%), Estados Unidos rior. No entanto, esse valor foi 19,6%
mas 12% inferior ao de março de 2013. (27,3%) e Europa (20,6%). Segundo a menor do que o déficit registrado em
No período de janeiro a março, o con- Abimaq, apesar da queda registrada março de 2013.
sumo aparente foi de R$ 27,275 bilhões, em março sobre fevereiro, as expor- www.abimaq.org.br
EMPRESAS E NEGÓCIOS
ARCELORMITTAL E BEKAERT
INVESTEM NA AMÉRICA LATINA
A ARCELORMITTAL AÇOS LONGOS e a BEKAERT investem em uma fábrica
de produtos trefilados para a produção de Dramix® na Costa Rica que faz parte
do acordo anunciado em dezembro de 2013 entre as duas empresas. Parceiras
na região desde 1975, as empresas concluem o acordo neste mês, que esta-
belece troca de participações nos respectivos negócios, no Brasil, no Equador
e na Costa Rica, sem envolver recursos financeiros. As fibras de aço Dramix®
são produzidas a partir de aço trefilado, tendo como matéria-prima o fio-máquina, e são usadas para reforçar o concreto, subs-
tituindo completamente a armadura tradicional em pisos e pavimentos industriais, radiers, revestimentos de taludes e túneis.
Também podem ser empregadas em capas de compressão de lajes pré-fabricadas.
Na Costa Rica, onde a ArcelorMittal produz anualmente 370 mil toneladas de aços longos para as indústrias de construção civil,
manufatura e agropecuária, o acordo envolve apenas os negócios da área de trefilados. Exclui, portanto, a produção de aço,
100% sob o controle da ArcelorMittal. Os lotes iniciais serão beneficiados a partir de fio-máquina produzido pela ArcelorMittal
Monlevade, em Minas Gerais (Brasil), e posteriormente pela ArcelorMittal Point Lisas, situada em Trinidade & Tobago. No Equa-
dor, a ArcelorMittal terá 27% de participação na Ideal Alambrec, trefilaria sob o controle da Bekaert.
www.arcelor.com.br
56 I L N O 102
S IDERUR GIA BRA S IL MA I O/2014
Foto: Divulgação
o Prêmio Aperam South America 2012, pelo trabalho de análise comparativa para desenvolvimento de
aços especiais usados para produção de petróleo em águas profundas, elaborado em conjunto com a
equipe do INT, incluindo pesquisadores dos laboratórios de Ensaios de H2S, CO2 e corrosividade (LaH2S)
e de Caracterização de Propriedades Mecânicas e Microestruturais (LCPM).
www.int.gov.br
Luiz Remondini, foi dos & Comerciais ocorreu no período de 1º a 5 de abril, em São Paulo.
uma grande conquis- Em 2013, as exportações brasileiras de autopeças totalizaram US$ 9,85
ta para a empresa bilhões, 6,9% inferiores às registradas no ano anterior. As importações,
que sempre se preo- por outro lado, cresceram 18,3% e chegaram a US$ 19,75 bilhões. O
cupou com o bem-estar de seus colaboradores e, prin- déficit, de US$ 9,89 bilhões, foi 61,9% superior ao de 2012. As previsões
cipalmente, em oferecer produtos e serviços de acordo do Sindipeças para este ano são de um saldo negativo
com o padrão de qualidade exigido, buscando sempre de US$ 10,02 bilhões, 1,3% superior ao registrado
a satisfação de seus clientes. “É o reconhecimento da nos doze meses anteriores. “Ações como o Projeto
qualidade da atuação da Extretec, que vai garantir, atra- Comprador podem ajudar o país a reverter o da-
vés do monitoramento dos seus processos, a melhoria noso déficit na balança comercial de autopeças”,
contínua do nosso Sistema de Gestão da Qualidade”, afirma Antônio Carlos Bento, conselheiro do Sindi-
afirma Remondini. peças responsável pela área de feiras e eventos.
www.extretec.com.br www.sindipecas.org.br
Revista Agrimotor..............................................................................................................................................................................................................................................39
,ELBQE REÛ6NCĝÛSELÛDEÛREQÛUIRSNÛOAQAÛREQÛKELBQADNÛ
w w w.cedisa.com.br
Rodovia BR 101, km 10 – Laranjeiras – Serra - ES – CEP 29167-183
Telefone: (27) 2123 3233