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RELATÓRIO DO LABORATÓRIO DE

SISTEMAS MECÂNICOS II

Tubo de Pitot

Relator:
Sandro Alves Ferreira ON081115
Processos de Produção - 2ºsem.

Destinatário:
Profº Dr. Waldemar Bonventi Jr.

CEETEPS – Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 1


Faculdade de Tecnologia de Sorocaba – Processos de Produção
Sinopse

Este relatório visa descrever o ensaio realizado no laboratório Sistemas Mecânicos II, no qual se trata de medir
a velocidade de um fluído em uma tubulação usando o Tubo de Pitot, propondo-se a conclusão de fatos com
os dados obtidos pelo ensaio.

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Introdução
O Tubo de Pitot é um instrumento utilizado para a medição de velocidades de escoamentos, tanto
interno quanto externo, para líquidos ou gases. O instrumento foi apresentado em 1732 por Henry de
Pitot - “A idéia deste instrumento era tão simples e natural que no momento que eu o concebi, corri
imediatamente a um rio para fazer o primeiro experimento com um tubo de vidro”, (Benedict, 1984).
Os conceitos básicos necessários para o entendimento e para o uso do Tubo de Pitot estão associados
às pressões do escoamento, as quais são introduzidas na seqüência, através das definições e das
figuras.
Pressão Estática – é a pressão real ou a pressão termodinâmica que atua no fluido. Pode também ser
definida como a pressão acusada por um sensor que acompanha o fluido, com a mesma velocidade
deste. É medida através do uso de um pequeno orifício executado na parede da tubulação ou de outra
superfície alinhada com o escoamento, tendo-se o cuidado de que esta medição altere o mínimo
possível o movimento do fluido.
Pressão Dinâmica – é a pressão decorrente da transformação da energia cinética do fluido em pressão,
através de uma desaceleração isentrópica do mesmo.
Pressão Total, de Impacto ou de Estagnação – é a soma da pressão estática com a pressão dinâmica. A
sua medição é feita através de uma tomada de pressão voltada contra o escoamento e alinhada com as
linhas de corrente, de forma a receber o impacto do fluido.

Objetivo
Descrever os procedimentos para encontrar a vazão e a variação transversal da velocidade do fluido no
Sistema Hidráulico do Laboratório de Sistemas Mecânicos.

Importância do Assunto
Em muitos casos necessita determinar a velocidade de escoamento do fluido em alguns pontos de uma
região. Apesar de ser impossível a obtenção da velocidade num ponto, pode-se determinar a
velocidade média numa pequena área ou volume através do Tubo de Pitot.
O tubo de Pitot é empregado para medição de velocidades principalmente em escoamento de gases
como, por exemplo, na aviação.
Os tubos de Pitot colocados nos aviões têm normalmente elementos de aquecimento para evitar que os
orifícios fiquem obstruídos com o gelo.

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Parte Teórica
Funcionamento do Tubo de Pitot
Uma das extremidades do Tubo de Pitot é colocado a face da corrente que sente a pressão total,
enquanto que a pressão estática é medida através de pequenos orifícios da parede do tubo externo. A
diferença entre a pressão total e a pressão estática chama-se pressão dinâmica, que é a pressão
decorrente da transformação da energia cinética do fluido em pressão. Isto é, com a pressão dinâmica
pode-se obter a velocidade do escoamento em um ponto de medição qualquer.
No laboratório é utilizado o Manômetro Diferencial de Pressão

:
Ponto 1- Pressão Estática Ponto 2 – Pressão Total

Para a montagem acima, a velocidade obtida através da equação:

Fórmulas

Equação de Pitot:

Onde:
v = velocidade (m/s)
k = Constante que depende da geometria do Pitot
Δp = diferença de pressão no manômetro (N/m2)
ρ = densidade do fluido (Kg/m3)

Equação do manômetro diferencial de Hg

Onde:

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Δp - diferença de pressão, dado em Pa
Hg = 13600 Kg/m3
ρH2O = 1000 Kg/m3
g = 9,8 m/s2
Δh - diferença de altura do manômetro, dado em metros (m)

Temos então:
Δp = (ρHg – ρH2O) . g . Δh
Δp = (13600 – 1000) . 9,8 . Δh
Δp = 123480 . Δh

Equação para Vazão

Onde:

Q = vazão (m3/s)
A = área (m2)
v = velocidade média (m/s)

Parte Experimental

O tubo de Pitot pode ser posicionado em 10 divisões, que vão de um lado do tubo, passando
pelo centro, até outro lado.
Essas posições seguem a norma PTC – 11 1946 USA. As distâncias entre cada posição é tal
que a área entre elas seja de mesmo valor.
Devido à inclinação com que o Pitot é posicionado, as velocidades antes e depois do centro
serão diferentes, por exemplo, a velocidade nas paredes do tubo, na posição 1 é diferente da
posição 10.

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Para as divisões temos os seguintes valores:
Posição (i) Valor em mm
(centro como
referência)

1 -37,5
2 -32,6
3 -27,6
4 -21,4
5 -12,3
centro 0
6 12,3
7 21,4
8 27,6
9 32,6
10 37,5
Devido à geometria to tubo de Pitot utilizado em nosso experimento, fica definido que o valor
para k é 1.

Procedimentos
1. Fechar todas as válvulas ou registros
2. Ligar o sistema moto-bomba
3. Abrir lentamente e seqüencialmente os registros, no sentido do fluxo do fluído
4. Sangrar os manômetros, retirando da tubulação as bolhas de ar que poderão atrapalhar na
realização das leituras.
5. Efetuar as leituras nos manômetros diferenciais de mercúrio, para cada posição na escala Tubo
de Pitot e calcular a velocidade do fluído nessa posição.

Equipamentos utilizados:

 Módulo Hidráulico
 Tubo de Pitot - Prandtl
 Manômetro Diferencial de Mercúrio

Cálculos
1. Calculamos a diferença entre as alturas h1 e h2 do manômetro (Δh);
Δh=h1-h2

2.Com esse valor podemos calcular a diferença de pressão (Δp);


Δp = Δρ. g. Δh [Pa]

3.Com esse valor podemos calcular a velocidade para cada posição (v);

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4.Com as velocidades de cada posição calculadas podemos achar a velocidade média (ῡ);

5.Calculamos a área do tubo;


Área do Tubo = π x D2/4

6.Com esses valores (A,v) calculamos a vazão (Q).


Nota: Para uma melhor observação podemos multiplicar o valor de Q encontrado por 1000
para ter a vazão em (l/s) – litros por segundo.

Q = ῡ x A (m³/s) e (L/s)

Unidades

M.K.g.S: 1 [Pa] = 1[N/ m²]


Q [L/s]= [ dm³/s]

Resultados
Calculamos os valores Δh, Δp e v e colocamos os resultados em tabela:
Δh = h1 –h2
Δp = 123480 . Δh

Δp
Posição H1 (m) h2 (m) Δh (m) (N/m2) v (m/s)
1 0,225 0,115 0,11 13582,8 5,21
2 0,235 0,105 0,13 16052,4 5,67
3 0,245 0,1 0,145 17904,6 5,98
4 0,25 0,095 0,155 19139,4 6,19
5 0,255 0,09 0,165 20374,2 6,38
Centro 0,26 0,085 0,175 21609 6,57
6 0,255 0,09 0,165 20374,2 6,38
7 0,245 0,1 0,145 17904,6 5,98
8 0,235 0,105 0,13 16052,4 5,67
9 0,225 0,12 0,105 12965,4 5,09
10 0,22 0,125 0,095 11730,6 4,84

Colocamos os valores de posição e de suas respectivas velocidades representadas em um gráfico: O


eixo x representando as posições de 1 a 10 e o centro, e o eixo y representando os valores de
velocidade.
Podemos definir se a vazão é laminar ou turbulento, observando o gráfico

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Laminar – perfil parabólico
Turbulento – perfil achatado

Perfil Parabólico
(EscoamentoLaminar)
Perfil Uniforme
( Escoamento Turbulento)

Perfil de Escoamento

7,5

6
Velocidade (m/s)

4,5

1,5

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Posição

Velocidade média:
v = 5,82 m/s

Área do tubo:
O tubo possui Ø3”, em metros temos o valor de 0,0762 m
A= π.d2
4
A= 0,00456 m2

Vazão:
Q = 0,00456 m2 . 5,82 m/s
Q = 0,0265392 m3/s

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Multiplicando por 1000 para obter l/s, temos:

Q = 26,54 l/s

Efetuados todos os cálculos, também podemos verificar se a vazão era laminar ou turbulenta,
calculando a razão entre v (velocidade média) e vmax. Esse valor deve estar entre 0,5 e 1,0.

0,5 (laminar) ≤ ῡ/Vmáx < 1,0 (turbulento)


v = 5,82
vmax = 6,57

A razão entre eles é de 0,885, ou seja, Turbulento.

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Conclusão

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Bilbliografia

 TUBO DE PITOT

www.poli.usp.br/d/pme2333/Arquivos/Experiencia%20Tubo%20de%20Pitot.pdf

Acesso: 21/11/2008 – (16:30hs)

 MEDIÇÃO DE VAZÃO

www.ucs.br/ccet/demc/vjbrusam/inst/aula_10.pdf

Acesso: 22/11/2008 – (9:30hs)

 TUBO DE PITOT

www.geste.mecanica.ufrgs.br/pss/medterm/pitot.pdf

Acesso: 18/11/2008 – (10:00hs)

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