EXCELENTÍSSIMA DOUTORA MARIA VIRGINIA ANDRADE DE FREITAS CRUZ RELATORA DA QUARTA

TURMA RECURSAL DO SISTEMA DE JUIZADOS ESPECIAIS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA

Processo: 0004430-98.2019.8.05.0103

GLEIDE DURVAL DA SILVA, já qualificado nos autos do processo supracitado, por seu advogado
subfirmado, em que contende com COELBA – COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA.,
vem respeitosamente perante V.Exa., por meio de seu advogado, opor os presentes:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO POR ERRO MATERIAL

com fundamento nos artigos 48 da Lei nº 9.099/95 c/c 1.022, inciso III do Código de Processo Civil, pelas
razões a seguir expostas, para fins de corrigir o Erro Material do Acórdão do evento nº 71, requerendo seja
o presente recurso conhecido e provido.

1. DA TEMPESTIVIDADE DOS EMBARGOS

Inicialmente, mister se faz demonstrar a tempestividade dos presentes embargos de declaração,

haja vista ser uma das condições de admissibilidade do incidente recursal.

A Lei nº 9.099/95 no seu artigo 49 dispõe, in verbis:

Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente,

no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

A embargante foi intimada do Acórdão guerreado 31/03/2020, conforme consta no evento nº 75.
Todavia, em função da pandemia global de COVID-19, o Tribunal de Justiça da Bahia suspendeu todos os
prazos processuais até o dia 30 de abril de 2020, conforme registram os Decreto nº 211, de 16 de março
de 2020 e os Ato Conjunto nº 003 e 005.

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 Assim, o início do prazo para a interposição de recurso se deu no dia 04/05/2020, logo, o prazo
final de cinco dias úteis encerra-se em 08/05/2020.

2. DA SINOPSE DOS FATOS E DO ERRO MATERIAL DA DECISÃO EMBARGADA

Trata-se de RECURSO INOMINADO interposta pela Embargada (COELBA) contra a sentença

de evento nº 34 prolatada pela MM. Juizo da 1ª Vara do Sistema dos Juizados da comarca de Ilhéus/BA
que, nos autos da Ação de Obrigação de Fazer com pedido de Indenização por Danos Morais, que
JULGOU PROCEDENTE OS PEDIDOS autorais.

Ao apreciar o Recurso Inominado da Embargada, esta nobre Corte decidiu, por unanimidade,
CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, mantendo integralmente a sentença de piso,
in verbis:

Realizado julgamento do Recurso do processo acima epigrafado, a QUARTA TURMA,

decidiu, por unanimidade de votos, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao
recurso interposto, mantendo a sentença impugnada pelos seus próprios
fundamentos, condenando a parte recorrente ao pagamento das custas processuais,
sem honorários advocatícios, por estar desassistida por patrono.

Apesar do costumeiro acerto com que atua esta ilustre Corte, bem como o refinado senso de
justiça e diligência com que a Relatora proferiu o seu voto. Ocorre, todavia, que esta Turma incorreu no ERRO
MATERIAL de considerar que o RECORRIDO ESTÁ DESASISTIDA DE ADVOGADO, QUANDO, EM
VERDADE, A PARTE AUTORA/EMBARGANTE CONSTITUIU SEU PATRONO NO EVENTO Nº 53, logo
após ser intimada para oferecer contrarrazões ao Recurso Inominado do Réu, vejamos:

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 Vale registrar, por oportuno, QUE OS PATRONOS CONSTITUIDOS PELA EMBARGANTE
ESTÃO DEVIDAMENTE HABILITADOS COMO OS ADVOGADOS DA REQUERENTE, SENDO OS UNICOS
CAUSÍDICOS HABILITADOS COMO TAL:

Ademais, cumpre observar que os patronos constituídos atuaram ATIVAMENTE NO

PROCESSO, INCLUSIVE, APRESENTANDO TEMPESTIVAMENTE CONTRARRAZÕES AO RECURSO
INOMINADO OFERADO PELO EMBARGADO, CONFORME CONSTA NO EVENTO Nº 53,
ESPECIFICMENTE NA PETIÇÃO DE Id. 84669250 - Pág. 138:

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 Notadamente, ao julgar o presente recurso a nobre Turma Recursal indeferiu a condenação em
honorários sucumbenciais com base em UMA PREMISSA FALSA E INEXISTENTE, qual seja a
INEXISTENCIA DE PATRONOS REPRESENTANDO A RECORRIDA. Circunstância que evidencia o ERRO
MATERIAL, haja vista que o entendimento esposado na decisão embargada não condiz com os
elementos constantes nos autos.

Desta forma, para que se dê o justo deslinde à presente demanda torna-se forçoso trazer ao
conhecimento desta Colenda Turma, o ERRO MATERIAL referente a EXISTÊNCIA DE PATRONOS
REPRESENTANDO A RECORRIDA, consequentemente, imperioso se faz a CONDENAÇÃO DA
EMBARGADA AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS DE SUCUMBENCIAIS, conforme estabelece o art. 55
da Lei nº 9.099/95.

3. DOS PEDIDOS

Ex positis, a Embargante vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, requerer que:

a) A Seja CONHECIDO E PROVIDO O PRESENTE RECURSO, para que esse douto juízo, resolva
o ERRO MATERIAL reconhecendo a existência de patronos assistindo a Recorrida, bem como
condenando a Embargada ao pagamento aos honorários advocatícios.

Nestes Termos, Pede Deferimento.

Ilhéus (Ba), 06 de maio de 2020.

______________________________________
Danilo Torres de Queiroz
OAB/BA nº 35.872

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