Você está na página 1de 11

ANHANGUERA EDUCACIONAL

4º SEMESTRE DE DIREITO

NOELIA F. PEREIRA DA SILVA RA: 1901383539


RAPHAELA GOMES NOGUEIRA RA: 1901423658

DIREITO PENAL
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

RIO VERDE MT – MS
2010
NOELIA F. PEREIRA DA SILVA (noelia-pg@hotmail.com) RA: 1901383539
RAPHAELA GOMES NOGUEIRA (phaela_ytsat@hotmail.com) RA: 1901423658

DIREITO PENAL
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

RIO VERDE MT – MS
2010
Os crimes são classificados de diversas maneiras, ora porque se atenta à gravidade do
fato, ora à forma de execução, ora ao resultado, etc.
A gravidade do fato é classificada por dois sistemas: o tricotômico, que classifica as
infrações penais em crimes, delitos e contravenções; e o dicotômico (adotado por nossa
legislação), o qual classifica as infrações em crimes e contravenções, encarando crime e delito
como sinônimos.
A distinção entre crime e contravenção reside na espécie de sanção cominada à infração
penal: o art. 1º da LICP reza que ao crime é cominada pena de reclusão ou de detenção e de
multa; à contravenção é cominada pena de prisão simples, e/ou multa ou apenas esta.1

Crime Comum (do latim delicta communia:"delitos comuns") é aquele que pode ser
praticado por qualquer pessoa, penalmente responsável, que lesa bem jurídico do cidadão, da
família ou da sociedade. Ex: roubo, furto.

Crime próprio, que é aquele que só pode ser cometido por uma determinada categoria
de pessoas, pois pressupõe uma particular condição ou qualidade pessoal do agente.
O peculato, por exemplo, só pode ser praticado por funcionário público. Da mesma forma, no
crime de omissão de notificação de doença, o sujeito ativo deve ser médico.2

Crime de mão própria ou de atuação pessoal é todo aquele que só pode ser
praticado pelo autor direto da infração. Em princípio não admite co-autoria ou mesmo a co-
participação através da instigação ou orientação.3 É crime comum, ou seja, não exige uma
qualidade especial do agente. O crime de mão própria só pode ser cometido pelo sujeito em
pessoa, ou seja, pelo autor direto da ação. Ninguém os comete por intermédio de outrem.
Somente poder ser praticado pelo próprio agente, mas admite a participação (art. 29 do
Código Penal). Exemplo: o crime de falso testemunho, falsidade ideológica. Os crimes de
mão própria não se confundem com crimes próprios.4

Crime de dano está estampado no Código Penal Brasileiro mais especificamente em


seu artigo 163: Art. 163 CP – Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheira:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Existe ainda uma peculiaridade no
crime de dano, ou seja, quando o agente comete o crime com a intenção de lucro, citando
como exemplo um concorrente que, intencionalmente, venha a danificar bem alheio,
incorrendo assim as penas do artigo ora citado. O que deve ser observado principalmente é a
vontade do agente em lesar coisa alheia, trazendo prejuízo a outrem5. Exemplo: furto, dano
etc.

Crime de Perigo é um crime cuja prática se basta com a conduta do agente, sem que
seja necessária a verificação de um resultado espaço-temporalmente distanciado da ação, ou
seja, sem que seja necessária a efetiva lesão do bem jurídico tutelado. Distingue-se, assim,
dos crime de dano, no qual é necessária a efetiva lesão de um bem jurídico. Importante
problematizar ainda a existência dos crimes de perigo abstrato e concreto. Ambos continuam
não exigindo: a efetiva lesão do bem juridicamente protegido pelo tipo para se consumarem;
nem o dolo de dano, ou seja, a intenção dirigida finalisticamente para lesionar. Contudo, nos
crimes de perigo abstrato a prática do comportamento (comissivo ou omissivo) tipificado já é
1
http://www.carula.hpg.ig.com.br/penal5.html
2
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_comum
3
http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=1186
4
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_de_m%C3%A3o_pr%C3%B3pria
5
http://buenoecostanze.adv.br/index.php?option=com_content&task=view&id=8255&Itemid=27
suficiente para que haja a consumação, o que desrespeita flagrantemente o princípio da
lesividade e os postulados garantistas. Os crimes de perigo concreto, por seu turno, exigem a
verificação ex post da efetiva situação de perigo a que foi submetida o bem, sem a qual não há
crime. Exemplos de crime de perigo são dirigir embriagado e o abandono.6

Crime material é aquele em que a lei descreve uma ação e um resultado, e exige a
ocorrência deste para que o delito se consume. Pode ser citar como exemplo o crime de
estelionato, em que a lei descreve uma ação, qual seja, "empregar fraude para induzir ou
manter alguém em erro", e um resultado, qual seja, "obter vantagem ilícita em prejuízo
alheio" (art. 171 do Código Penal). Assim, o estelionato só se consuma com a obtenção da
vantagem ilícita visada pelo agente.7

Crime formal no Direito Penal Brasileiro ocorre quando a intenção do agente é


presumida de seu próprio ato, que se considera consumado independentemente do resultado,
como por exemplo, a falsidade de moeda, ainda que o objeto do delito (a moeda falsa) não
venha a circular. Crime formal é aquele (crime) que se considera consumado independente do
resultado naturalístico, isto é, não exige para a consumação o resultado pretendido pelo agente
ou autor. No crime formal o tipo (descrição do crime feita pela lei penal) menciona o
comportamento e o resultado, mas não exige a produção deste último para a sua consumação8.

Crimes de mera conduta são crimes sem resultado, em que a conduta do agente, por
si só, configura o crime, independentemente de qualquer alteração do mundo exterior (embora
isso seja questionável, porque, na invasão de domicílio, típico crime formal, a presença do
agente altera o mundo exterior e poderia ser considerada um resultado). A figura muito se
assemelha à dos crimes formais. A diferença seria que nos crimes formais há resultado, que,
no entanto, nem precisa ocorrer para configurar o crime. Seguindo orientação de Grispigni,
Damásio distingue do crime formal o crime de mera conduta, no qual o legislador descreve
somente o comportamento do agente, sem se preocupar com o resultado (desobediência,
invasão de domicílio). Os crimes formais distinguem-se dos de mera conduta - afirma
Damásio - porque "estes são sem resultado; aqueles possuem resultado, mas o legislador
antecipa a consumação à sua produção". Crimes de mera conduta: não produz resultado algum
(exemplos: invasão de domicílio, desobediência).9

Crime comissivo é o que exige segundo o tipo penal objetivo (descrição abstrata de
um comportamento), em princípio, uma atividade positiva do agente .10 É o praticado por meio
de ação, por exemplo, homicídio (matar), na rixa (art. 137) será o “participar”; no furto (art.
155) o “subtrair”; na violação de correspondência (art. 151) o “devassar” etc. Os crimes
comissivos se subdividem em comissivos propriamente ditos e comissivos por omissão.

Crime omissivo é o praticado mediante inação (abstenção de comportamento), é o que


objetivamente são descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina,
consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer
resultado naturalístico. Para a existência do crime basta que o autor se omita quando deve

6
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_de_perigo
7
http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/847/Crime-material
8
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_formal
9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crimes_de_mera_conduta
10
http://www.carula.hpg.ig.com.br/penal5.html
agir, por exemplo, art. 135 do CP (deixar de prestar assistência).11 Os crimes omissivos
subdividem-se nas seguintes categorias12:
Crime omissivo próprio – não existe o dever jurídico de agir, e omitente não responde
pelo resultado, mas apenas por sua conduta omissiva (arts. 135 e 269 do CP). Dentro dessa
modalidade de delito omissivo tem-se o crime de conduta mista, em que o tipo legal descreve
uma fase inicial ativa e uma fase final omissiva, por exemplo, apropriação de coisa achada
(art. 169, parágrafo único, II). Trata-se de crime omissivo próprio porque só se consuma no
momento em que o agente deixa de restituir a coisa. A fase inicial da ação, isto é, de
apossamento da coisa, não é sequer ato executório do crime.13
Crime omissivo impróprio – (ou comissivos por omissão, ou comissivos-omissivos), a
omissão consiste na transgressão do dever jurídico de impedir o resultado, praticando-se o
crime que, abstratamente, é comissivo. A omissão é forma ou meio de se alcançar um
resultado (no crime doloso). Nos crimes omissivos impróprios a lei descreve uma conduta de
fazer, mas o agente se nega a cumprir o dever de agir. Exemplos são o da mãe que deixa de
amamentar ou cuidar do filho causando-lhe a morte; do médico ou da enfermeira que não
ministra o medicamento necessário ao paciente, que vem a morrer; do administrador que
deixa perecer animal ou deteriorar-se a colheita.14

Crime instantâneo é o que se completa num só momento. A consumação se dá num


determinado instante, sem continuidade temporal. Exemplo: homicídio, em que a morte
ocorre num momento certo.

Crime permanente é o que causa uma situação danosa ou perigosa que se prolonga
no tempo. O momento consumativo se protai no tempo. Exemplos: sequestro ou cárcere
privado (art. 148), plágio ou redução a condição análoga à de escravo (art. 149) etc. Nesse
crime, a situação ilícita criada pelo agente se prolonga no tempo. Assim, no sequestro,
enquanto a vítima não recupera sua liberdade de locomoção, o crime está em fase de
consumação. O crime permanente se caracteriza pela circunstância de a consumação poder
cessar por vontade do agente. A situação antijurídica perdura até quando queria o sujeito.
O crime permanente apresenta duas fases: a de realização do fato descrito pela lei, de natureza
comissiva; e a de manutenção do estado danoso ou perigoso, de caráter omissivo. E se
subdivide em crime necessariamente permanente e crime eventualmente permanente.15

Crime instantâneo de efeitos permanentes é o que se consuma em um dado instante,


mas seus efeitos se perpetuam no tempo (homicídio). A diferença entre o crime permanente e
o instantâneo de efeitos permanentes reside em que no primeiro há a manutenção da conduta
criminosa, por vontade do próprio agente, ao passo que no segundo perduram,
independentemente da sua vontade, apenas as consequências produzidas por um delito já
acabado, por exemplo, o homicídio e a lesão corporal.16

11
MIRABETE, Julio Fabbrini. FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal, parte geral. ed. 24. rev. e atual.
São Paulo: atlas, 2006. p. 119.
12
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, parte geral. vol.1.ed. 29. rev. e atual. São Paulo: saraiva, 2008. p. 190.
13
CAPEZ, Fernando. Direito Penal, parte geral. vol. 1. São Paulo: saraiva, 2010. p. 287-288.
14
MIRABETE, Julio Fabbrini. FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal, parte geral. ed. 24. rev. e atual.
São Paulo: atlas, 2006. p. 119-120.
15
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, parte geral. vol.1.ed. 29. rev. e atual. São Paulo: saraiva, 2008. p. 191-
192.
16
CAPEZ, Fernando. Direito Penal, parte geral. vol. 1. São Paulo: saraiva, 2010. p. 288.
Crime a prazo ocorre nas hipóteses em que a qualificadora depende de um
determinado lapso de tempo (129, § 1° CP: mais de 30 dias).17

Crime principal é o que existe independentemente de outros. Exemplo, furto.

Crime acessório é aquele que para ser configurado depende da prática de outro delito
que com ele se filie. O crime acessório pressupõe a prática de outro crime que lhe dá conteúdo
e justificativa. Ex.: receptação e favorecimento. Assim, no furto e posterior receptação, o
primeiro é principal, o segundo, acessório (ou de fusão).18 19

Crime simples é o tipo básico, fundamental, que contem os elementos mínimos e


determina seu conteúdo subjetivo sem qualquer circunstância que aumente ou diminua sua
gravidade. Há homicídio simples (art. 121, caput), furto simples (art. 155, caput) etc.

Crime qualificado é aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta circunstância que
agrava sua natureza, elevando os limites da pena. Não surge a formação de um novo tipo
penal, mas apenas uma forma mais grave de ilícito. Chama-se homicídio qualificado, por
exemplo, aquele praticado “mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo
torpe” (art. 121, § 2º, I); denomina-se furto qualificado o praticado “com destruição ou
rompimento de obstáculo à subtração da coisa” (art. 155, § 4º, I).

Crime privilegiado existe quando ao tipo básico a lei acrescenta circunstância que o
torna menos grave, diminuindo, em consequência, suas sanções. São crimes privilegiados, por
exemplo, o homicídio praticado por relevante valor moral (eutanásia, por exemplo), previsto
no art. 121, § 1º, o furto de pequeno valor praticado por agente primário (art. 155, § 2º).20

Crime complexo é aquele que atinge vários bens jurídicos penalmente tutelados
(direitos ou interesses individuais ou sociais de extrema relevância, por isso penalmente
protegido, já que o Direito Penal é a "ultima ratio"), é a fusão de vários crimes contidos num
mesmo tipo penal. Latrocínio (roubo + homicídio), extorsão mediante sequestro (extorsão +
sequestro), extorsão mediante sequestro qualificado pelo resultado morte (extorsão +
sequestro + homicídio) são exemplos notórios de crimes complexos.21 O crime complexo
apresenta-se sob duas formas: crime complexo em sentido lato (um crime, em todas ou
algumas das hipóteses contempladas na norma incriminadora, contém em si outro delito
menos grave, necessariamente. O legislador acrescenta à definição de um crime fatos que, por
si mesmos, não constituem delito.) e crime complexo em sentido estrito (é formado da reunião
de dois ou mais tipos penais. O legislador apanha a definição legal d crimes e as reúne,
formando uma terceira unidade delituosa – subsidiariedade implícita).22

Crime progressivo é aquele que ocorre quando o agente, para praticar crime de maior
ofensa a um bem jurídico, ou seja, para alcançar um resultado mais gravoso, pratica uma
ofensa de menor intensidade, que é o crime meio para se chegar ao crime fim, progredindo do
mais brando ao mais grave.
17
http://www.google.com.br/search?aq=f&sourceid=chrome&ie=UTF-8&q=crime+a+prazo
18
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, parte geral. vol.1.ed. 29. rev. e atual. São Paulo: saraiva, 2008. p. 194.
19
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_acess%C3%B3rio
20
MIRABETE, Julio Fabbrini. FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal, parte geral. ed. 24. rev. e atual.
São Paulo: atlas, 2006. p. 120-121.
21
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_complexo
22
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, parte geral. vol.1.ed. 29. rev. e atual. São Paulo: saraiva, 2008. p. 195.
Exemplos: para o agente praticar o crime de homicídio, pratica-se, necessariamente, o delito
de lesão corporal; homicídio qualificado pela tortura, para se chegar ao homicídio qualificado
pela tortura é preciso passar pelo delito de tortura etc.23
Progressão criminosa - é aquela realizada mediante dois atos, dois movimentos, ou
seja, quando o agente inicia um comportamento que configura um crime menos grave, porém,
ainda dentro do mesmo inter criminis, resolve praticar uma infração mais grave, que
pressupõe a primeira. A diferença básica entre crime progressivo e progressão criminosa se
relaciona diretamente com a questão de dolo. No crime progressivo o agente, desde o início,
tem a intenção de praticar um crime mais grave, mas, para concretizá-lo, passa pelo menos
grave. Na progressão criminosa o agente inicialmente queria o resultado menos grave, mas,
no "meio do caminho" muda de idéia e passa a querer o resultado mais grave.24
Delito putativo, imaginário ou erroneamente suposto – o agente pensa que cometeu
um crime, mas, na verdade, realizou um irrelevante penal. Pode ser: delito putativo por erro
de tipo, que é o crime impossível pela impropriedade absoluta do objeto, como no caso da
mulher que ingere substância abortiva, pensando estar grávida; delito putativo por erro de
proibição, quando o agente pensa estar cometendo algo injusto, mas pratica uma conduta
perfeitamente normal, como é o caso do boxeador que, após nocautear seu oponente, pensa ter
cometido algo ilícito; e delito putativo por obra do agente provocador, conhecido também
como delito de ensaio, delito de experiência ou delito de flagrante preparado, no qual não
existe crime por parte do agente induzido, ante a ausência de espontaneidade.25

Crime falho é a denominação que se dá à tentativa perfeita ou acabada, em que o


sujeito faz tudo quanto está ao seu alcance para consumar o crime, mas o resultado não ocorre
por circunstancias alheias á sua vontade. Ex.: o sujeito, sabendo que seu inimigo não sabe
nadar, atira-o num rio, mas ele é salvo por terceiros.26

Crime unissubsistente é o que se realiza com apenas um ato, ou seja, a conduta é uma
e indivisível, com na injúria ou ameaça orais (arts. 140 e 147), o uso do documento falso (art.
304) etc. Tais crimes não permitem o fracionamento da conduta, e é inadmissível a tentativa
deles.

Crime plurissubsistente, é composto de vários atos, que integram a conduta, ou seja,


existem fases que podem ser separadas, fracionando-se o crime. Admitem, portando, a
tentativa, e constituem a maioria dos delitos: homicídio (art. 121), furto (art. 155), roubo (art.
157).27
A distinção entre esses dois tipos não se faz tendo em vista o crime abstrato, mas sim em face
do caso concreto.28

Crime de dupla subjetividade passiva é aquele que, obrigatoriamente, em razão do


tipo, tem pluralidade de sujeitos passivos. Exemplo: o crime de violação de correspondência,
previsto no artigo 151 do Código Penal (Violação de correspondência - Art. 151 - Devassar
indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena - detenção, de
um a seis meses, ou multa.), pois apresenta duas vítimas, quais sejam, o destinatário e o
23
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/945805/o-que-se-entende-por-crime-progressivo-luciano-vieiralves-
schiappacassa
24
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20080819091351539
25
CAPEZ, Fernando. Direito Penal, parte geral. vol. 1. São Paulo: saraiva, 2010. p. 289.
26
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, parte geral. vol.1.ed. 29. rev. e atual. São Paulo: saraiva, 2008. p. 202.
27
MIRABETE, Julio Fabbrini. FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal, parte geral. ed. 24. rev. e atual.
São Paulo: atlas, 2006. p. 123.
28
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, parte geral. vol.1.ed. 29. rev. e atual. São Paulo: saraiva, 2008. p. 202
remetente. Ainda, o crime previsto no artigo 125 (Provocar aborto, sem o consentimento da
gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos.) do referido diploma legal, abortamento provado
por terceiro, em que são vítimas a gestante e o feto.29

Crime mono-ofensivo ou pluriofenfsivo: É o crime que atinge apenas um bem


jurídico, por exemplo, no homicídio 30.

Crime exaurido: É aquele crime que após a consumação é que atinge suas últimas
conseqüências. Não caracterizando novo delito e sim mero desdobramento de uma conduta já
consumado. Ex.. O inocente é condenado em face do falso testemunho. Art.203 do CP 31.

Crime de concurso necessário ou plurissubjetivo: São os crimes que exigem mais


de um sujeito dividem-se:
Crime coletivo: São os que têm como elementar o concurso de várias pessoas para um
único fim como quadrilha de banco. Art.288 CP.
Crimes bilaterais ou de encontro: São os crimes que exigem o concurso de duas
pessoas, mesmo que uma não seja culpável, como a bigamia. Art.235 do CP.

Crime subsidiário: É aquele, cujo tipo penal tem aplicação subsidiária, a norma
principal exclui a aplicação da secundária. A subsidiária pode ser explícita ou implícita.
Existe a primeira quando a lei, após descrever um crime, diz que só tem aplicação se o fato
não configura delito mais grave. Ex.. Art.132 do CP. Há a subsidiariedade implícita quando a
aplicação de uma norma não resulta de comparação abstrata com outra, mais do juízo de valor
sobre o fato concreto em face dela. Ex.. Normas que definem os crimes de perigo individual.
São subsidiaria perante as que descrevem os crimes contra a vida 32.

Crimes vagos: São aqueles em que o sujeito passivo é uma coletividade destituída de
personalidade jurídica, como a família, amigos, grupos, platéia e etc. Ex. Perturbação de
cerimônia funerária. Art.209 do CP 33.

Crime de mera suspeita. Manzini foi quem pela primeira vez falou em crimes de
mera suspeita, em o autor do crime é punido pela mera suspeita despertada. Em nosso
ordenamento jurídico, só há uma forma que assemelha a esse crime que é a contravenção
penal prevista no art.25 LCP34.

Crime multitidinário. É o praticado por uma multidão de pessoas em tumulto


espontaneamente organizado no sentido de um comportamento comum contra pessoas ou
coisas. Ex: Art.65 do CP.(linchamento).

Crime de opinião: Consistem em abuso de liberdade do pensamento, seja pela


palavra seja pela a impressa ou qualquer meio de transmissão. Ex: Art.140 do CP (crime de
injúria).

29
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20091021154320737
30
CAPEZ, Fernando. Direito Penal, parte geral. vol. 1. São Paulo: saraiva, 2010. p.250.
31
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal, parte geral. vol.1.ed. 29. rev. e atual. São Paulo: saraiva, 2008. p.203.
32
Idem p. 204
33
Idem p. 205.
34
Idem p. 206.
Crime de ação múltipla ou conteúdo variado: É o crime que contém várias
modalidades de conduta, em vários verbos onde qualquer um deles caracteriza a prática de um
crime. Ex: Art.33, caput, da Lei n.11.343/2006.

Crime de forma livre. São os crimes que podem ser cometidos por meio de qualquer
comportamento que cause determinado resultado. Ex.. homicídio, cuja descrição típica não
cuida de qualquer conduta específica. Desde que o comportamento seja a causa do resultado
morte o fato se ajusta ao preceito primário na norma incriminadora.

Crime de forma vinculada: São aqueles que a lei descreve a atividade de modo
particularizado. Ex: Art.284 do CP. Nesse caso o legislador após definir de maneira genérica a
conduta específica a atividade.35

Crime habitual: É o crime que é composto pela reiteração de atos que revelam um
estilo de vida do agente. Ex: Rufianismo. Art.230 do CP, Exercício ilegal da medicina. Neste,
as ações que o compõem por si mesmas, constituem crimes. Ex. Furto com nexo de
continuidade, as várias condutas tomadas isoladamente constituem furtos. No crime habitual
ao contrário, as ações que o integram consideradas em separados, não são delitos.

Crime Profissional: É o crime habitual quando cometido com intuito de lucro. O


crime profissional é qualquer delito praticado por aquele que exerce uma profissão e utiliza-a
para atividade ilícita (ex.: aborto praticado por médicos).36

Crime ímpeto: É aquele em que a vontade delituosa é repentina, sem preceder


deliberação. Ex. Homicídio cometido sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provação da vítima. Art.121 do CP.

Crime funcional: São aqueles que só podem ser praticados por pessoas que exercem
funções públicas. São também denominadas delicta in offcio isto é delicta próprio dos que
participam da atividade estatal. Ex: Art.312 do CP.

Crime à distância, de espaço máximo ou de trânsito: Os crimes podem ser de


espaço mínimo ou de espaço máximo, segundo ocorram ou não no mesmo lugar, os atos
executórios e a consumação. Assim, é delito de espaço mínimo o homicídio com morte
instantânea.Suponha-se entretanto , que a conduta ocorra num país e o resultado em outro. Ex.
um cidadão, em Santana do livramento desfecha um tiro de fuzil contra outro, que se encontra
em Rivera, vem vitima a falecer. Neste caso, fala-se em crime a distância.

Crime plurilocal: É aquele que dentro de um mesmo país, tem conduta realizada num
local e a produção do resultado em outro. Ex.. uma vítima que é ferida em Jundiaí logo morra
em São Paulo.

Delito de intenção: É aquele em que o agente quer e persegue em resultado que não
necessita ser alcançado de fato para a consumação do crime. Ex. É o caso da extorsão
mediante seqüestro, que é um crime formal.

Delito mutilado de dois atos: É quando o agente visa uma finalidade separada do
delito, mas que só pode ser alcançado com a consumação do resultado deste. A diferença para
35
Idem p.205- 210.
36
http://www.carula.hpg.ig.com.br/penal5.html
o delito de intenção é que naquele a finalidade é essencial para a consumação do crime,
enquanto que no delito mutilado o fim não faz parte da estrutura típica do ato ilícito praticado.
Por exemplo: o sujeito comete uma falsidade, para com o objeto falsificado conseguir uma
vantagem posterior. Diferencia-se do delito de intenção, porque neste a finalidade especial
(intenção) é essencial para a consumação do crime, ao passo que no delito mutilado o fim
visado não integra a estrutura típica 37..

Delito de tendência: A existência do crime depende de uma vontade íntima do


agente. Exemplo: o que diferencia o atentado violento ao pudor de um exame ginecológico
regular é intuito libidinoso do sujeito, escondido nas profundezas de sua morte.
Delito de fato permanente: É o crime que produz vestígios. São todos aqueles em que
cabe o instituto do corpo de delito. Ex: Homicídio 38.
Delito de fato transeunte ou (“delicta facti transeuntis”): É a infração penal que não
deixa vestígio, por exemplo, os delitos cometidos verbalmente (calúnia, injúria, desacato).
Crime de ação violenta: É aquele em que o agente emprega força física ou
grave ameaça.

Crime de ação astuciosa: É o crime praticado pela inteligência e astúcia, como o


furto mediante fraude ou o estelionato.
Delito de circulação: Aquele praticado com o uso de automóvel.
Delito atentado ou de empreendimento: É o crime que o CP pune com a mesma
intensidade tanto a tentativa quanto a consumação. Ex: Votar ou tentar votar duas vezes.

Crime condicionado ou incondicionado: Crime condicionado ou


incondicionado: no primeiro a instauração l da persecução penal depende de uma condição
objetiva de punibilidade (p. ex., CP, art. 7º, II, § 2º, h). No segundo, que constitui a maioria
dos delitos, a instauração da persecução penal não depende de uma condição objetiva de
punibilidade39.

Crime internacional ou mundial: É o que, por tratado ou convenção, o Brasil


obrigou-se a reprimir, por exemplo, tráfico de mulheres (CP art. 231).

Crime militar: É todo o crime definido no Código Penal Militar. É classificado como
próprio quando só existe na esfera militar (como dormir em serviço) e impróprio quando
existe tanto militarmente quanto civilmente (como o homicídio).

Crime remetido: ocorre quando a sua definição se reporta a outros delitos, que
passam a intrigá-lo, por exemplo, art. 304 do CP: “Fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302”.

Crime de concurso eventual ou monossubjetivo: São aqueles que podem ser


cometidos por uma só pessoa. Ex. homicídio, furto, estelionato 40.

OUTRAS CLASSIFICAÇÕES:

37
http://www.unerj.br/ead/2006/direito/materiais
38
http://pt.wikipedia.org.
39
http://www.malufadv.com.br/noticias/CLASSIFICACAO%20DOS%20CRIMES.htm
40
http://pt.wikipedia.org/wiki.
Existem, ainda, outras classificações das infrações penais, quais sejam: crimes
continuados, crimes de ação pública e de ação privada, crimes dolosos, culposos,
preterdolosos ou preterintencionais, putativos, impossíveis, provocados, falhos,
multitudinários etc.41

41
http://www.carula.hpg.ig.com.br/penal5.html

Você também pode gostar