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Edição nº 09, Maio 2016 - ISSN 2447-2832

O Pibid Ufac na pesquisa acadêmica


Rosane Garcia
Adriane Corrêa da Silva

REITOR O Programa Institucional de Bolsa de relacionamos especificamente aquelas que


Dr. Minoru Martins Kinpara
Iniciação à Docência, no âmbito da Universi- demonstram a visão do bolsista/acadêmico
VICE-REITORA
Dra. Margarida de Aquino Cunha dade Federal do Acre, tem apresentado mui- quanto às práticas adotadas. De acordo com
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO tos resultados e fortalecido a relação entre a os informantes da pesquisa, as disciplinas
Dra. Aline Andréia Nicolli teoria e a prática por meio das atividades pedagógicas do curso foram mais produtivas
COORDENADOR INSTITUCIONAL
desenvolvidas nas escolas. após a participação dos alunos no Pibid
PIBID UFAC
Ms. Elder Gomes da Silva Nesse contexto, cria-se um ambiente pro- Ufac, no que tange ao vínculo com os conte-
pício para a prática de pesquisas acadêmicas údos estudados e a realidade praticada.
como forma de ampliação dos objetivos do Outro dado importante diz respeito à va-
Pibid. Assim, o Pibid Ufac, além de contri- lorização do profissional docente: o estudo
buir para a formação de docentes, tem gera- revelou que o Pibid Ufac Educação Física
do atividades de extensão, envolvendo a co- trouxe impactos no reforço da identidade
munidade acadêmica e a sociedade de um docente, descrito como um profissional dota-
modo geral, e, consequentemente, tem esti- do de razão, e cuja prática pedagógica é
mulado o desenvolvimento de pesquisas na construída no processo de aprender e conhe-
Expediente forma de trabalhos de conclusão de curso, tal cer fazendo. O resultado é uma formação
como o apresentado a seguir. “carregada de novos significados acerca do
Editores
Alexandre Melo de Sousa A pesquisa feita por Alexandre Melo Pe- cotidiano escolar e motivação para assumir a
Rosane Garcia Silva reira, sob a orientação da Profa. Adriane identidade profissional”. Ainda, de acordo
Tatiane Castro dos Santos
Corrêa da Silva – Coordenadora da área de com a pesquisa, o Pibid Educação Física, ao
Redação Educação Física –, por exemplo, partiu de desenvolver ações de ensino, pesquisa e ex-
Alexandre Melo de Sousa
Rosane Garcia Silva inquietações sobre as influências do Pibid no tensão, de maneira articulada, proporcionou
Tatiane Castro dos Santos dia a dia dos bolsistas durante o desenvolvi- aos bolsistas/acadêmicos a compreensão
Revisão mento das disciplinas que compõem a estru- abrangente sobre a prática do professor, en-
Tatiane Castro dos Santos tura curricular da Licenciatura em Educação volvendo questões de valores inclusivos e
Diagramação Física, sobretudo no que diz respeito às éticos.
Rosane Garcia Silva oportunidades e aos obstáculos encontrados A exemplo do estudo apresentado, exis-
Supervisão na prática pedagógica e que estão relaciona- tem vários outros que são desenvolvidos du-
Alexandre Melo de Souza das, diretamente, à realidade escolar. rante as atividades teóricas e práticas das
Edição online: www.ufac.br O estudo, cujo título é “O Pibid e a áreas de licenciatura envolvidas no Pibid
formação de professores no curso de licenci- Ufac e que deixaram seus registros nos Se-
atura em educação física/Ufac (biênio minários de Iniciação à Docência promovi-
Apoio
Assessoria de Eventos 2014/2015)”, possui caráter avaliativo e per- dos pela instituição. No I Seminário – Desa-
e Cerimonial mitiu evidenciar algumas características im- fios da Docência, em 2013, por exemplo,
Ascom - Assessoria de
Comunicação portantes do Pibid Ufac em relação às práti- foram apresentados 21 trabalhos em forma
cas da área de Educação Física. Dentre elas, de pôsteres e 10 comunicações orais. Já em
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2014, no II Seminário – Práticas e saberes da docên- adquirido pelos diversos profissionais atuantes no
cia: trajetórias e tendências –, foram expostos 130 programa. Como se vê, o papel do Pibid alcança um
pôsteres e 67 comunicações orais foram apresenta- raio de ação muito além do Ensino: consegue articu-
das. Em 2015, no III Seminário Pibid Ufac: Multile- lar, também, a Extensão e a Pesquisa – objetivo mai-
tramentos e Ensino, 102 pesquisas or do ensino superior, no caso específico, como pre-
foram relatadas em pôsteres e 72 paração dos futuros professores do país.
em comunicações orais.
O crescimento da pesquisa, propici-
ado pelo Pibid Ufac, evidencia a REFERÊNCIAS
CAPES. Portaria Nº 096, de 18 de Julho de 2013:
necessidade de um olhar para os
Regulamento do Programa Institucional de Bolsa de
problemas observados em sala de Iniciação à Docência. Brasília, 18 jul. 2013.
aula e principalmente para as solu- (Revogada). Disponível em: < http://
Profa. Rosane Garcia
ções e metodologias encontradas www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid/
(Coord. de Gestão) e
Profa. Adriane Corrêa da Silva documentos-pibid>. Acesso em: 28 maio 2016.
pelas diferentes áreas de conheci-
(Coord. de Educação Física) PEREIRA, Alexandre Melo. O Pibid e a formação
mento na resolução de tais proble- de professores no curso de licenciatura em educa-
mas. Mais do que um olhar, evidencia a necessidade ção física/Ufac (biênio 2014/2015). TCC - Curso de
de transformá-los em objetos de pesquisa acadêmica Licenciatura em Educação Física, Universidade Fe-
deral do Acre, Rio Branco, 2016.
contínua em prol da popularização do conhecimento

O aluno surdo na Educação Básica


Quando pensamos no objetivo maior do PIBID Vivian Gonçalves Louro Vargas
Alexandre Melo de Sousa
(Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência)
mento e aprendizado. Somado a isso, há que se considerar
– contribuir com a formação de docentes em nível superior
que a maioria dos professores que trabalha com surdos, não
para, futuramente, aturarem na Educação Básica – é neces-
possui fluência em língua de sinais, transferindo, algumas
sário levar em consideração a realidade atual no que diz res-
vezes, ao tradutor/intérprete a responsabilidade pela educa-
peito à presença de alunos surdos nas salas de aula. Com o
ção da criança surda presente em sua sala de aula.
advento, na década de 90, dos movimentos a favor da inclu-
Presume-se que a metodologia utilizada não esteja ade-
são escolar, a grande maioria dos surdos foi encaminhada às
quada e/ou o professor não esteja preparado para o exercício
escolas regulares para estudar junto com as outras crianças,
da docência com o aluno surdo, pois é necessário o conheci-
pois, de acordo com seus defensores, seria prejudicial que
mento da língua de sinais – uma vez que essa é primeira
ficassem isolados em escolas apenas para surdos. Porém, as
língua (L1) do surdo, portanto, sua língua de instrução e
escolas regulares que os iriam receber não tinham (como
formação. O surdo precisa ser bicultural para transitar entre
ainda hoje não têm) uma estrutura voltada para a cultura sur-
duas culturas: a sua própria, que é visual-espacial; e a ou-
da, ou seja, seus materiais e didática de ensino são prepara-
vinte, que é oral-auditiva. Só o conhecimento das duas cul-
dos, primordialmente, para os alunos ouvintes.
turas dará ao surdo condições de atuar socialmente. No en-
Na disciplina de Língua Portuguesa, por exemplo, é per-
tanto, isso deve acontecer num ambiente favorável à educa-
cebido grande prejuízo, pois, de acordo com Quadros e Schi-
ção a ao aprendizado, por meio de atitudes positivas de mo-
miedt (2006, p.23):
tivação e estratégias adequadas para a aquisição do portu-
[...] a aquisição do português escrito por crianças surdas guês escrito. Para isso, o ideal seria que o professor conhe-
ainda é baseada no ensino do português para crianças ouvintes cesse a língua de sinais, visto ser ela que dará ao surdo a
que adquirem essa língua na modalidade falada. A criança sur- base para aprender o português escrito.
da é colocada em contato com a escrita do português para ser
alfabetizada seguindo os mesmos passos e materiais utilizados Uma discussão muito recente, citada por Barreto (2015),
nas escolas com as crianças falantes de português. que vem sendo vista como benéfica e coerente para a educa-
ção dos surdos, é o ensino da escrita de sinais, pois é uma
A maneira como se é trabalhado o português com o sur- forma de representação específica desta língua, pois, por ser
do, nas escolas regulares, não favorece seu real desenvolvi- uma modalidade diferente, modalidade visual-espacial, a
língua portuguesa (oral-auditiva) escrita, não consegue recer uma educação de qualidade a todos, dando oportu-
representá-la fielmente, devido às suas especificidades. nidades diferentes aos que são diferentes. Incluir não é
Sabe-se que, de acordo com o Decreto 5.626/2005, a apenas agrupar. Incluir é dar condições de permanecer
Libras não pode substituir o português escrito, porém, o juntos, adequando as estratégias de ensino/aprendizagem
objetivo é que, a partir desta escrita, o surdo tenha mais de modo que todos os alunos, surdos ou ouvintes, consigam
facilidade para aprender a segunda língua (L2): exercer seus papéis como cidadãos atuantes na sociedade.

[...] o ensino da língua portuguesa, como segunda língua para


surdos, baseia-se no fato de que esses são cidadãos brasileiros, REFERÊNCIAS
têm o direito de utilizar e aprender esta língua oficial que é tão BRASIL, Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em:
importante para o exercício de sua cidadania. (RONICE et al, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/
2006, p.17) d5626.htm. Acesso em 26 de março de 2016.
BARRETO, Madson; BARRETO, Raquel. Escrita de sinais sem mis-
térios. Salvador , v.1: Libr as Escr ita, 2015.
Rever a metodologia é o caminho para que as institui- QUADROS, Ronice Muller de; SCHIMIEDT, Magali L. P. Ideias
ções de ensino cumpram, realmente, com seu papel: ofe- para ensinar português para alunos surdos. Br asília: MEC,
SEESP, 2006.

Alexandre Melo de Sousa


Rosane Garcia
Tatiane Castro dos Santos

Durante o mês de maio, de 04 a 24, a cer métodos de abordagem de adolescentes


“O objetivo é colocar os nossos equipe do Pibid Biologia, sob a coordena- usuários de drogas e de conscientização
bolsistas em contato com os
problemas enfrentados pelos
ção das professoras Margarida Lima Car- dos jovens que ainda não se encontram
professores na atuação valho e Francisca Estela Lima Freitas, co- dentro do problema. A capacitação, segun-
profissional. Ser professor não é
locou em ação uma série de atividades para do reportagem da Revista Veja, objetiva
apenas dar aulas. Ser professor é
viver a escola, a educação, o discutir a questão das drogas na escola en- orientar, também, “sobre como lidar com
sucesso, o fracasso e todos os volvendo, além da comunidade escolar, uma constatação crescente: o consumo e
problemas que rondam a escola.
O professor deve ser completo e órgãos públicos, religiosos e de associa- eventualmente até o tráfico de drogas se dá
deve ser capaz de lidar com os ções voltadas para o tratamento da depen- dentro dos muros da escola”.
desafios da educação. A
educação atual enfrenta o dência química. O projeto do Pibid Biologia,
problema das drogas Trata-se, segundo a equipe do projeto, “Aprendendo sobre as drogas”, portanto, se
diariamente. Isso não se pode
negar!” de uma maneira de mostrar que o problema soma a essas ações emergenciais de pre-
das drogas na escola, que tem se tornado venção e conscientização sobre os resulta-
(Margarida Lima Carvalho)
cada vez mais debatido, é uma realidade e dos da dependência química e, consequen-
que não se pode fechar os olhos e achar temente, do avanço da violência dentro das
que nada está acontecendo. O problema escolas. Mas diferente do alvo do Ministé-
avança a cada dia e se torna cada vez mais rio da Educação, o projeto do Pibid Biolo-
precoce. A impressão é que a solução está gia é direcionado, principalmente, para os
longe de ser encontrada. alunos.
Na Revista Veja, numa reportagem inti- A ação aconteceu nas escolas Heloísa
tulada “Drogas: o perigo ronda as escolas”, Mourão Marques, Mário de Oliveira e Rai-
Marina Dias fala sobre uma iniciativa do mundo Gomes. As palestras, as discussões
Ministério da Educa- e as apresentações teatrais foram desenvol-
ção, em parceria com vidas, também, no Auditório da Secretaria
a Universidade de de Educação do Estado do Acre e no Audi-
Brasília e a Secretaria tório da Biblioteca da Floresta, e contou
Nacional Antidrogas com a participação dos seguintes palestran-
(Senad), que oportuni- tes: Álex Augusto Ribeiro Brandão
za a muitos profissio- (Psicólogo), José Valcleir Carvalho
nais do ensino conhe- (padre), Pedro Henrique Rezende Teixeira
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lançadas pelos alunos das escolas participantes da ação.
Para a professora Estela, numa ação como essa, envol-
vendo os futuros professores de Biologia, “é possível contri-
buir muito mais do que com a transmissão do conhecimento
que constam nos livros. É a oportunidade de formar, de fato,
o cidadão, fazendo-o conhecer o inimigo para saber enfrentá
-lo”.
Participaram do projeto as alunas bolsistas do Pibid Bio-
Campos (Delegado da Polícia Civil), Leandro Ribeiro logia (Adrilelly Galvão, Katrícia Kerollayne, Caroline Cha-
(Delegado da Polícia Federal) e Antônio Balica Inácio ar, Carolina da Silva, Lucicleia Railene, Samilla Vanessa,
(Presidente da Associação de Parentes e Amigos dos Depen- Therezinha Souza e Maria Gabriela Brandão), e do Estágio
dentes Químicos – APADEQ). Supervisionado (Enayra da Silva, Janaína Alves, Marina
Como forma de ilustrar as formas de entrada no mundo Lisita, Lucinara de Andrade).
das drogas e suas consequências individuais, familiares e
sociais, a equipe do projeto convidou o grupo teatral da REFERÊNCIAS
APADEQ, formado por dependentes químicos (homens e DIAS, Marina. Drogas: o perigo ronda as escolas. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/educacao/drogas-o-perigo-ronda-as-
mulheres) em fase de recuperação que, além da apresentação escolas/
artística, deram depoimentos e responderam às perguntas

O Pibid Inglês, coordenado pela Profa. Maysa Cristina defendem a utilização de jogos co-
da Silva Dourado, desenvolve atividades que incluem pro- mo instrumento facilitador da am-
postas de ensino ativo de língua inglesa usando jogos como pliação dos conhecimentos linguís-
recursos didáticos. O projeto está em práti- ticos dos alunos, além de melhorar
ca nas escolas Heloísa Mourão Marques e a capacidade de trabalhar em grupo.
Clícia Gadelha e nasceu como forma de Por fim, os bolsistas decidiram
transformar uma situação atual muito co- trabalhar com jogos cooperativos, nos quais o aluno joga
mum quando se trata de ensino- com e não contra o outro, assim o nível de ansiedade é redu-
aprendizagem de língua estrangeira: alunos zido e todos aprendem com mais facilidade.
desinteressados, desmotivados e totalmente confusos em Os diversos jogos (Memory
meio a regras e traduções de tex- cards, Flag cards, Sentence
tos, muitas vezes de pouco ou race, Who am I?, Word hunt,
nenhum interesse dos alunos. Crosswords) que estão sendo
Antes da execução do projeto nas trabalhados, nas escolas foram
escolas, os bolsistas leram e dis- confeccionados pelos bolsis-
cutiram diversos teóricos que tas, a partir de material reciclado.

“"O Pibid tem grande importância na minha formação


acadêmica, como também na minha escolha de lecio-
nar. Sempre foi um sonho ser professor e o Pibid apro-
Com a palavra, os ximou isso antes mesmo da minha formação, me mos-
que fazem ID... trando a realidade, o comprometimento e o papel soci-
al do professor. Durante dois anos esse projeto só au-
mentou esse desejo de contribuir e fazer o que eu mais
gosto que é estar em sala, sou muito grato ao progra-
Claudiomar da Silva Farias ma e torço para que aconteça o mesmo com todos os
Bolsista Pibid Espanhol estudantes, que aproveitem ao máximo essa oportuni-
dade. Muito obrigado Pibid”.

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