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CÁLCULO DO RISCO SOCIAL E INDIVIDUAL


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Na maioria das vezes o risco é definido como uma função da consequência e


probabilidade de um acidente ocorrer. Antes que o acidente ocorra, suas
consequências bem como a probabilidade de ocorrência são estimativas
mensuradas conforme mostradas nos capítulos anteriores. Entretanto não existe
uma maneira única para medir o risco ou apresentar sua estimativa. A medição do
risco deve ser determinada pela informação e recursos disponíveis e das audiências
pretendidas.

Antes de apresentar o nível de risco referente aos componentes previstos nas


Linhas de Transmissão é oportuno considerar as medidas de risco comumente
usadas e os formatos usados para apresentar suas estimativas bem como as que
foram adotadas neste estudo.

Deve-se sempre lembrar que estamos nos relacionando com estimativas. O uso
correto dessas estimativas é apropriado para orientar decisões técnicas, para

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desenvolver o gerenciamento de risco e para se comunicar com o público e o


governo.

9.1. MEDIDAS DE RISCO

O risco também é definido como uma medida de perda econômica, lesão humana ou
dano ambiental em termos de probabilidade e magnitude da perda, lesão corporal ou
dano. Neste estudo as medidas de risco serão as que estimam o risco de ocorrência
de dano e/ou fatalidade humana causada pelo impacto imediato de um acidente –
incêndio, explosão, liberação de material tóxico. Outros tipos de riscos que poderiam
resultar dos acidentes envolvendo substâncias químicas não foram discutidos neste
estudo, dentre eles:

 Os efeitos em longo prazo sobre a saúde causada por exposição de gás


tóxico, que não causa sérios ferimentos ou fatalidades imediatas;

 Os efeitos sobre a saúde devido à exposição contínua de vapores químicos


na atmosfera durante um longo período de tempo;

 Os efeitos sobre a saúde devido à exposição aguda ou contínua de produtos


químicos por várias rotas ambientais tais como água contaminada,
contaminação do ambiente, contaminação de suprimento alimentício e outros
mecanismos.

Conceitualmente o Risco pode ser definido como mostrado na Figura 9.1 adiante.

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Figura 9.1: Definição do Risco.


Fonte: Ampla Engenharia (adaptado)

Onde:
 C1, C2, C3 ... Ck representam as conseqüências advindas dos danos
provocados por um acidente.
 P1, P2, P3 ... Pk representam as freqüências de ocorrência das consequências
específicas advindas dos danos provocados por um acidente.

Algumas vezes o Risco é definido por:

Risco = C1P1 + C2P2 + C3P3 + ... + Cn Pn = CiPi

Existem três maneiras comumente usadas de combinar os dados de frequência e


consequência de um acidente capazes de produzir às estimativas de risco:

Índices de risco – São valores numéricos ou tabulações quantitativas que estão


correlacionados a magnitude do risco. Alguns índices de risco são valores relativos

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com nenhuma unidade específica, os quais somente possuem uma medida fora do
contexto da metodologia de cálculo do índice de risco. Outros índices de risco são
calculados a partir do risco individual ou social e representam uma condensação das
informações dos dados selecionados correspondentes. Os índices de risco são
fáceis de explicar, entretanto apresentam poucas informações comparadas a outras
medidas mais complexas.

Medidas de risco individual - Podem ser números simples, tabelas de números, ou


vários resumos gráficos contemplando vários indivíduos ou localizações geográficas.
Em geral, elas consideram o risco a um indivíduo que pode estar na zona de efeito
ou local do acidente. É importante observar que a dimensão do acidente, em termos
da quantidade de pessoas atingidas por um simples evento, não afeta o risco
individual.

Medidas de risco social – São medidas numéricas simples, tabelas numéricas, ou


resumos gráficos que estimam o risco a um grupo de pessoas localizadas na zona
de efeito de um acidente ou local do acidente. As estimativas de risco social incluem
uma medida de dimensão do acidente (por exemplo, em termos da quantidade de
pessoas atingidas pelo acidente ou local dos acidentes considerados). Algumas
medidas de risco social são projetadas para refletir a observação das pessoas que
tendem a se preocupar mais com os riscos de grandes proporções do que de
pequenos acidentes e podem exercer maior atenção sobre os primeiros.

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9.1.1. Índices de Risco

Na literatura técnica são citados diversos Índices de Risco entre eles a Taxa de
Acidente Fatal – TAF (FAR em inglês), o Índice de Perigo Individual – IPI (IHI em
inglês), a Taxa Média de Morte, o Índice de Custo Social Equivalente, o Índice ou
Número de Mortalidade, o Índice Dow de Fogo e Explosão, o Índice Dow de
Exposição a Produto Químico e o Índice de Risco Econômico.

Salvo recomendações específicas, a AMPLA Engenharia tem utilizado como Índice


de Risco a Taxa de Acidentes Fatais – TAF que traduz a quantidade estimada de
fatalidades por 108 horas de exposição (aproximadamente 1000 funcionários
trabalhando toda a vida). O TAF é um índice de número simples diretamente
proporcional ao risco individual médio. A única diferença numérica é o período de
tempo, que é 1 ano para o risco individual médio, portanto, para se obter a TAF
deve-se multiplicar o Risco Individual médio por um fator de 108/(24 x 365) = 1,14 x
104. Para este empreendimento a TAF foi de 6,84E-04.

Tabela 9.1
Exemplos de TAF por atividade industrial.
Atividade TAF (UK 1987 – 1990) TAF (Brasil 1997)
Mineração de Carvão 7,30E00 2,13E+01
Construção Civil 5,00E00 1,27E+01
Indústria 4,00E00 7,90E00
Manufatura 5,00E-02 3,80E00
Fonte: LEAL, A.C. Análise de Riscos Industriais. Det Norske Veritas – DNVOfficeManager, Porto
Alegre.
Tabela 9.2
TAF para o Setor Elétrico Brasileiro
Ano TAF (FAR)
1999 8,23E+01
2000 8,16E+01
2001 7,43E+01
2002 6,83E+01
2003 7,41E+01
2004 7,15E+01
2005 7,37E+01
2006 6,37E+01
2007 6,54E+01
2008 6,35E+01
Fonte: http://www.funcoge.org.br/

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9.1.2. Risco Individual

O Risco Individual é definido como o risco a uma pessoa presente na vizinhança de


um perigo. Isso inclui a natureza do dano ao indivíduo, a probabilidade do dano
ocorrer e o período de tempo sobre o qual o dano poderá ocorrer.

Risco individual pode ser calculado para o indivíduo mais exposto, para grupos de
indivíduos em um local particular ou para a média de indivíduos presentes na zona
de efeito. Para um dado acidente ou local de acidente, essas medidas de risco
individual possuem valores diferentes.

Neste estudo serão aplicadas as seguintes medidas de risco individual:

Gráfico de Contornos do Risco Individual – Mostram a distribuição geográfica do


risco individual. Os contornos do risco mostram também a frequência esperada de
um evento capaz de causar um nível especificado de dano sem levar em
consideração se há ou não qualquer pessoa presente naquele local para sofrer
aquele dano. Desse modo, os mapas de contorno de risco individual serão gerados
calculando o risco individual em todo o local geográfico, supondo que alguém poderá
estar presente e sujeito ao risco 100% do tempo.

Risco Individual Máximo – É o risco individual para toda pessoa exposta ao maior
risco numa dada população exposta. É geralmente o operador trabalhando, mas
poderia também ser uma pessoa da população em geral presente nos objetos
vulneráveis;

O Risco Individual Médio (População exposta) – É a média do risco individual


calculada sobre a população que está exposta ao risco da LT e aquelas pessoas
dentro da zona de efeito do maior acidente (objetos vulneráveis). Essa medida de
risco é útil apenas se o risco for considerado uniformemente distribuído sobre a
população, entretanto poderá ser extremamente equivocado se o risco não for
admitido como igualmente distribuído. Se alguns indivíduos estão expostos a um

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risco muito elevado, isso pode não aparecer quando calculado a média com uma
grande quantidade de pessoas em risco baixo.

Tabela 9.3
Exemplos de Risco Individual por atividade industrial
Atividade Rind (UK 1987 – 1990) Rind (Brasil 1997)
Mineração de Carvão 145E-06 425E-06
Construção Civil 100E-06 254E-06
Indústria 80E-06 159E-06
Manufatura 0,9E-06 76E-06
Fonte: LEAL, A.C. Análise de Riscos Industriais. Det Norske Veritas – DNVOffice
Manager, Porto Alegre.

9.1.3. Risco Social

Alguns incidentes importantes possuem o potencial para afetar muitas pessoas. O


risco social é uma medida de risco para um grupo de pessoas. É frequentemente
expresso em termos da distribuição de frequência de múltiplos eventos (a curva f-N).
Entretanto, o risco social pode ser também expresso em termos similares ao risco
individual. Por exemplo, a probabilidade de 10 fatalidades ocorrerem numa
localização específica x, y é um tipo de medida de risco social. O cálculo de risco
social requer a mesma informação de freqüência e conseqüência como o risco
individual. Adicionalmente, a estimativa do risco social requer a definição da
população em risco no entorno do empreendimento (presentes nos objetos
vulneráveis). Essa definição pode incluir o tipo da população (ex., escola,
residencial, industrial), a probabilidade das pessoas estarem presentes, ou fatores
de mitigação de presença.

Os riscos individuais e sociais são apresentações diferentes das mesmas


combinações de frequência e consequência do incidente. Ambas as medidas são
importantes na avaliação dos benefícios das medidas de redução de risco ou no
julgamento da aceitabilidade de um empreendimento em termos absolutos. Em
geral, é impossível derivar um do outro. As bases das informações da frequência e
consequência são as mesmas, mas as estimativas de risco individual e social
apenas podem ser calculadas diretamente dos dados básicos.

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A diferença entre o risco individual e social pode ser ilustrada no seguinte exemplo:
O escritório da Empresa de Transportes está localizado próximo da dutovia e nele
trabalham durante o expediente comercial 80 pessoas, e 1 guarda em outros
horários. Como a probabilidade de ocorrência de acidente na dutovia é constante
através do dia e este acidente possa causar uma fatalidade no escritório da
Transportadora, cada indivíduo naquele edifício estará sujeito a certo risco
individual. Esse risco individual é independente da quantidade de pessoas presentes
– é a mesma para cada uma das 80 pessoas que trabalham durante o expediente
comercial e para o único guarda nos outros horários. Todavia, o risco social é
significantemente maior durante as horas de expediente comercial, quando as 80
pessoas poderão ser afetadas, do que em outros horários quando uma única pessoa
poderá ser afetada. Esta é a diferença fundamental entre Risco Social e Risco
Individual.

Tabela 9.4
Exemplos de Risco Social por atividade industrial
Risco Social Risco Individual
Atividade
(Mortes) (/ano)
Afogamento 6.546 40/1.000.000
Queda 4.822 30/1.000.000
Envenen./intox. 379 2,3/1.000.000
Agressões 41.916 260/1.000.000
Fonte: LEAL, A.C. Análise de Riscos Industriais. Det Norske Veritas –
DNVOffice Manager, Porto Alegre.

9.1.4. Critérios de Aceitabilidade do Risco

O Risco Social calculado, fazendo uso do software RiskCurves 4.1 da TNO, é


expresso em termos de distribuição de freqüência de múltiplos, a curva f-N, a qual
relaciona a freqüência de ocorrer um acidente por ano com o número de fatalidades.

Utilizando-se uma Matriz de Tolerabilidade de Riscos incorporada à análise


podemos definir e apresentar as regiões nas quais este Risco Social se encontra,
sendo este classificado e ordenado por sua importância, freqüência e severidade e,
através de um exame dos resultados, pode-se então avaliar o risco que
empreendimento em questão oferece à sociedade.

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A Matriz de Tolerabilidade divide-se em três grandes regiões, tal como mostra a


Figura 9.2, sendo apresentadas da região de maior para a de menor risco:

 Região de Risco Intolerável;

 Região de ALARP (As Low As Reasonably Practicable) ou de Risco


Tolerável;

 Região de Risco Negligenciável.

Figura 9.2 - Matriz de Tolerabilidade


Fonte: Praktisk Enterprise Risk Management. Risikoevaluering. (Adaptado)
http://www.aktivrisikostyring.com/ERM-kjerneprosessen/Risikoevaluering/index.htm

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9.2. CÁLCULO DO RISCO

Este Capítulo trata fundamentalmente da Análise Quantitativa dos Riscos – AQR


consubstanciada através do Risco Individual e Social referentes as LTs.

Nos capítulos anteriores foram avaliadas as conseqüências, a vulnerabilidade e as


respectivas freqüências de ocorrências de falhas frente aos cenários acidentais
identificados. O Risco Individual e Social será uma associação dos resultados
obtidos anteriormente objetivando, através do uso do Software RiskCurves da TNO,
quantificar tais riscos.

9.2.1. Cálculo do Risco Individual

Para uma instalação industrial ou setor de um empreendimento qualquer, onde


possam ocorrer diversas hipóteses acidentais, o Risco Individual pode,
genericamente, ser expresso pela seguinte equação matemática:

Onde: r é o Risco Individual da instalação (tradicionalmente, expressa em


fatalidades por ano), fi e xi representam, respectivamente, a freqüência anual de
ocorrência de um dado acidente e o número de mortes resultantes do mesmo; N é o
número de pessoas expostas aos riscos, calculado com base na maior área atingida
por um acidente. O somatório é feito sobre o número de hipóteses acidentais num
dado local, chegando-se a um risco individual para uma dada instalação.

Para a definição da população diretamente envolvida, estimou-se o número de


pessoas intra muros, isto é, dentro dos próprios Sistemas definidos, bem como o
número de pessoas extra muros, com base nos Pontos Notáveis identificados em
campo. Com base no alcance do risco individual para cada cenário, definiu-se a
população diretamente afetada (N).

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9.2.2. Cálculo do Risco Social

Para uma instalação industrial ou setor de um empreendimento qualquer, onde


possam ocorrer diversas hipóteses acidentais, o Risco Social pode, genericamente,
ser expresso pela seguinte equação matemática:

Onde: R é o Risco Social médio do Empreendimento (ou Sistema em estudo)


tradicionalmente expresso em fatalidades por ano) e Fnm e Cnm representam,
respectivamente, a freqüência anual e o número de mortes da m-ésima seqüência
de acidente do n-ésimo evento iniciador.

9.3. APLICAÇÃO DO SOFTWARE RISKCURVES

Fazendo uso do software RISKCURVES da TNO calculou-se o Risco Individual


através da curva f-X, Risco Social Médio através da curva f-N, o e Risco Geográfico
ou Contorno do Risco através das curvas de isoriscos (Curva Contorno) para cada
subsistema das LTs.

Para a simulação foram considerados os períodos diurno e noturno e os Efeitos


Dominó que poderiam ocorrer.

Os Cenários Acidentais considerados são apresentados no capítulo 6, item 6.6, e as


condições e inputs nos modelos de simulação estão explicitados no Quadro 8.3 a
8.5.

Os cenários acidentais foram desenvolvidos conforme mostrado na Figura 9.3.

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Figura 9.3 – Cenários disponibilizados para o cálculo do Risco Social e individual.


Fonte: Ampla Engenharia e Riskcurves TNO.

9.4. RISCO SOCIAL – RESULTADOS

Segundo os critérios estabelecidos pela CETESB, o Risco Social máximo tolerável é


de 1,00E-05/ano e o negligenciável abaixo de 1,00E-06/ano.

Considerando o Empreendimento como um todo, isto é, operando com as Linhas de


Transmissão e a subestação, o estudo mostrou que o Risco Social (RS) foi de
3,00E-06/ano.

Conforme mostra a Figura 9.4, o Risco Social Médio do Empreendimento como um


todo se encontra na região de risco Negligenciável, segundo os critérios da
CETESB.

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Região do Risco Intolerável

RS = 3,00E-06/ano

Região do Risco Tolerável


(ALARP)

Região do Risco Negligenciável

Figura 9.4 – Curva f-N do Empreendimento como um todo. Limites estabelecidos pela CETESB.
Acima de 1,00E-03 o Risco Social é considerado INTOLERÁVEL. Abaixo de 1,00E-05 é considerado
NEGLIGENCIÁVEL.

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9.5. RISCO INDIVIDUAL – RESULTADOS

Para a modelagem das curvas referentes ao Risco Individual (curvas f-X), utilizou-se
também o software RiskCuves da TNO, cujos resultados são apresentados nas
Figuras 9.5 a 9.9.

Figura 9.5 – Curva f-X (Risco Individual) referente a incêndio nas baterias e acumuladores.

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Figura 9.6 – Curva f-X (Risco Individual) referente à explosão nas baterias e acumuladores.

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Figura 9.7 – Curva f-X (Risco Individual) referente a incêndio no transformador.

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Figura 9.8– Curva f-X (Risco Individual) referente à explosão no transformador.

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Figura 9.9 – Curva f-X (Risco Individual) referente à BLEVE no transformador.

9.6. CURVAS DE ISORRISCO

Para a elaboração das Curvas de Isoriscos ou Riscos Geográficos foram


considerados as subestações, conforme são mostrados nas Plantas apresentadas
no Anexo VIII.

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Todas estas Figuras, com suas respectivas Curvas de Isoriscos, foram lançadas na
base cartográfica fornecida onde se localizam as LTs, na qual se pode visualizar
suas posições frente as comunidades existentes (objetos vulneráveis).

Obviamente que a avaliação dos riscos impostos ao ser humano por um


empreendimento depende de uma série de variáveis, cujos resultados podem
apresentar um nível razoável de incerteza decorrente, principalmente, da escassez
de informações neste campo do conhecimento e, muitas vezes, da ausência de
detalhes do próprio projeto, estabelecendo a necessidade de revisões periódicas
deste estudo a cada informação adicional que venha surgindo.

A análise comparativa de riscos requer o estabelecimento de níveis de risco (limites),


a serem utilizados como referências que permitam comparar situações muitas vezes
diferenciadas.

O estabelecimento desses níveis envolve a discussão da tolerabilidade dos riscos,


que depende de um julgamento, por vezes subjetivo e pessoal, envolvendo temas
complexos como, por exemplo, a percepção dos riscos, que varia consideravelmente
de indivíduo para indivíduo.

Apesar dessas dificuldades, a definição de critérios de tolerabilidade de riscos é


importante na medida em que há a necessidade de se avaliar os empreendimentos
com potencial para causar danos à população interna e externa ao empreendimento,
e danos decorrentes de acidentes envolvendo estocagem e manuseio produtos
perigosos.

9.7. COMPARAÇÃO DOS RISCOS INDIVIDUAIS

Para uma melhor compreensão do valor de risco obtido para uma instalação
industrial é comum a sua comparação com outros valores de riscos conhecidos.

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Para se colocar em perspectiva os resultados quantitativos obtidos neste capítulo,


são apresentados alguns valores de riscos individuais voluntários e involuntários, no
Brasil e no exterior, relativos a várias atividades industriais e não industriais. A
apresentação destes dados se faz necessária para o perfeito entendimento dos
riscos aos quais as pessoas, trabalhando ou residindo no entorno das LTs, estarão
expostos em decorrência da presença deste empreendimento.

Os valores de riscos tabelados podem ser divididos de acordo com o seu caráter
voluntário ou involuntário, sofrendo ainda influência das características locais.
Porém, para efeito comparativo, são apresentados na Tabela 9.5 os riscos
individuais para vários eventos acidentais.

Tabela 9.5
Riscos Voluntários e Involuntários – Quadro Internacional
VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS
RISCO RISCO
ATIVIDADE ATIVIDADE
(FATALIDADES/ANO) (FATALIDADES/ANO)
Pilotar motocicleta 2,00E-02 Tornados (EUA) 2,20E-06
Fumar 20
5,00E-03 Tempestades (EUA) 8,00E-07
cigarros/dia
Praticar corrida de Relâmpagos (Reino
1,20E-03 1,00E-07
carro Unido)
Dirigir carro 1,70E-04 Queda de aviões (EUA) 1,00E-07
Beber 1 garrafa de Queda de aviões (Reino
7,50E-05 2,00E-08
vinho/dia Unido)
Explosão em vaso de
Praticar alpinismo 4,00E-05 5,00E-08
pressão (EUA)
Vazamento numa usina
Praticar futebol 4,00E-05 de energia atômica 1,00E-07
(EUA)
Tomar pílulas Enchente nos diques
2,00E-05 1,00E-07
anticoncepcionais (Holanda)
Atropelamento Mordida de animais
5,00E-05 2,00E-07
(EUA) venenosos
Transporte de petróleo
Atropelamento
6,00E-05 e produtos químicos 5,00E-08
(Reino Unido)
(EUA)
Transporte de petróleo
Enchentes (EUA) 2,20E-06 e produtos químicos 2,00E-08
(Reino Unido)
Terremotos
1,70E-06 Leucemia 8,00E-05
(Califórnia)
Influenza 2,00E-04
Fonte: LEES, F. P. Loss prevention in the process industries. 1996.

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Para o Brasil, conforme pode ser observado na Tabela 9.6, os riscos individuais
médios involuntários oscilam entre 5,2E-04 e 4,46E-10.
Tabela 9.6
Riscos Individuais Médios no Brasil
RISCO INDIVIDUAL
CAUSAS
(Fatalidades/ano)
Dirigir Carro 5,20E-04
Companhia Siderúrgica do Pecém* 8,62E-05
UTE-TermoNC – Complexo Portuário e Industrial de SUAPE * 8,42E-05
Atropelamento 7,30E-05
Afogamento 5,00E-05
ECOMP – Estação de Compressão de GN de Aracati – CE* 3,07E-05
UTE Macau* 2,91E-05
Terminal Aquaviário do Pecém – TECEM* 1,68E-05
UTE – MPX – PECEM* 1,30E-05
UTE – Termopernambuco* 7,20E-06
UTE – Termofortaleza – Pecém * 6,41E-06
Eletrocussão 6,41E-06
EOL MPX Paracuru* 1,80E-07
Gasoduto Ramal Termofortaleza+City Gate – Pecém* 1,56E-06
Gasoduto Ramal SUAPE – PE* 9,05E-07
Gasoduto Atalaia – Carmópolis* 6,95E-07
Gasoduto Jaboatão dos Guararapes/Vitória de Santo Antão – PE* 2,88E-07
Implantação da PETROQUÍMICASUAPE – PE* 6,88E-08
Gasoduto Vitória de Santo Antão/Caruaru – PE* 1,28E-08
UEE Beberibe Aeolis* 1,80E-07
CGE Taíba Águia* 4,48E-07
UEE Dunas de Paracuru* 1,92E-07
UTE – Termoceará* 4,46E-10
Complexo Maitaca 9,56E-08
LT* 6,00E-08
Fonte: IBGE
(*) EAR realizado pela AMPLA Engenharia

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