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Deve-se sempre lembrar que estamos nos relacionando com estimativas. O uso
correto dessas estimativas é apropriado para orientar decisões técnicas, para
O risco também é definido como uma medida de perda econômica, lesão humana ou
dano ambiental em termos de probabilidade e magnitude da perda, lesão corporal ou
dano. Neste estudo as medidas de risco serão as que estimam o risco de ocorrência
de dano e/ou fatalidade humana causada pelo impacto imediato de um acidente –
incêndio, explosão, liberação de material tóxico. Outros tipos de riscos que poderiam
resultar dos acidentes envolvendo substâncias químicas não foram discutidos neste
estudo, dentre eles:
Conceitualmente o Risco pode ser definido como mostrado na Figura 9.1 adiante.
Onde:
C1, C2, C3 ... Ck representam as conseqüências advindas dos danos
provocados por um acidente.
P1, P2, P3 ... Pk representam as freqüências de ocorrência das consequências
específicas advindas dos danos provocados por um acidente.
com nenhuma unidade específica, os quais somente possuem uma medida fora do
contexto da metodologia de cálculo do índice de risco. Outros índices de risco são
calculados a partir do risco individual ou social e representam uma condensação das
informações dos dados selecionados correspondentes. Os índices de risco são
fáceis de explicar, entretanto apresentam poucas informações comparadas a outras
medidas mais complexas.
Na literatura técnica são citados diversos Índices de Risco entre eles a Taxa de
Acidente Fatal – TAF (FAR em inglês), o Índice de Perigo Individual – IPI (IHI em
inglês), a Taxa Média de Morte, o Índice de Custo Social Equivalente, o Índice ou
Número de Mortalidade, o Índice Dow de Fogo e Explosão, o Índice Dow de
Exposição a Produto Químico e o Índice de Risco Econômico.
Tabela 9.1
Exemplos de TAF por atividade industrial.
Atividade TAF (UK 1987 – 1990) TAF (Brasil 1997)
Mineração de Carvão 7,30E00 2,13E+01
Construção Civil 5,00E00 1,27E+01
Indústria 4,00E00 7,90E00
Manufatura 5,00E-02 3,80E00
Fonte: LEAL, A.C. Análise de Riscos Industriais. Det Norske Veritas – DNVOfficeManager, Porto
Alegre.
Tabela 9.2
TAF para o Setor Elétrico Brasileiro
Ano TAF (FAR)
1999 8,23E+01
2000 8,16E+01
2001 7,43E+01
2002 6,83E+01
2003 7,41E+01
2004 7,15E+01
2005 7,37E+01
2006 6,37E+01
2007 6,54E+01
2008 6,35E+01
Fonte: http://www.funcoge.org.br/
Risco individual pode ser calculado para o indivíduo mais exposto, para grupos de
indivíduos em um local particular ou para a média de indivíduos presentes na zona
de efeito. Para um dado acidente ou local de acidente, essas medidas de risco
individual possuem valores diferentes.
Risco Individual Máximo – É o risco individual para toda pessoa exposta ao maior
risco numa dada população exposta. É geralmente o operador trabalhando, mas
poderia também ser uma pessoa da população em geral presente nos objetos
vulneráveis;
risco muito elevado, isso pode não aparecer quando calculado a média com uma
grande quantidade de pessoas em risco baixo.
Tabela 9.3
Exemplos de Risco Individual por atividade industrial
Atividade Rind (UK 1987 – 1990) Rind (Brasil 1997)
Mineração de Carvão 145E-06 425E-06
Construção Civil 100E-06 254E-06
Indústria 80E-06 159E-06
Manufatura 0,9E-06 76E-06
Fonte: LEAL, A.C. Análise de Riscos Industriais. Det Norske Veritas – DNVOffice
Manager, Porto Alegre.
A diferença entre o risco individual e social pode ser ilustrada no seguinte exemplo:
O escritório da Empresa de Transportes está localizado próximo da dutovia e nele
trabalham durante o expediente comercial 80 pessoas, e 1 guarda em outros
horários. Como a probabilidade de ocorrência de acidente na dutovia é constante
através do dia e este acidente possa causar uma fatalidade no escritório da
Transportadora, cada indivíduo naquele edifício estará sujeito a certo risco
individual. Esse risco individual é independente da quantidade de pessoas presentes
– é a mesma para cada uma das 80 pessoas que trabalham durante o expediente
comercial e para o único guarda nos outros horários. Todavia, o risco social é
significantemente maior durante as horas de expediente comercial, quando as 80
pessoas poderão ser afetadas, do que em outros horários quando uma única pessoa
poderá ser afetada. Esta é a diferença fundamental entre Risco Social e Risco
Individual.
Tabela 9.4
Exemplos de Risco Social por atividade industrial
Risco Social Risco Individual
Atividade
(Mortes) (/ano)
Afogamento 6.546 40/1.000.000
Queda 4.822 30/1.000.000
Envenen./intox. 379 2,3/1.000.000
Agressões 41.916 260/1.000.000
Fonte: LEAL, A.C. Análise de Riscos Industriais. Det Norske Veritas –
DNVOffice Manager, Porto Alegre.
RS = 3,00E-06/ano
Figura 9.4 – Curva f-N do Empreendimento como um todo. Limites estabelecidos pela CETESB.
Acima de 1,00E-03 o Risco Social é considerado INTOLERÁVEL. Abaixo de 1,00E-05 é considerado
NEGLIGENCIÁVEL.
Para a modelagem das curvas referentes ao Risco Individual (curvas f-X), utilizou-se
também o software RiskCuves da TNO, cujos resultados são apresentados nas
Figuras 9.5 a 9.9.
Figura 9.5 – Curva f-X (Risco Individual) referente a incêndio nas baterias e acumuladores.
Figura 9.6 – Curva f-X (Risco Individual) referente à explosão nas baterias e acumuladores.
Todas estas Figuras, com suas respectivas Curvas de Isoriscos, foram lançadas na
base cartográfica fornecida onde se localizam as LTs, na qual se pode visualizar
suas posições frente as comunidades existentes (objetos vulneráveis).
Para uma melhor compreensão do valor de risco obtido para uma instalação
industrial é comum a sua comparação com outros valores de riscos conhecidos.
Os valores de riscos tabelados podem ser divididos de acordo com o seu caráter
voluntário ou involuntário, sofrendo ainda influência das características locais.
Porém, para efeito comparativo, são apresentados na Tabela 9.5 os riscos
individuais para vários eventos acidentais.
Tabela 9.5
Riscos Voluntários e Involuntários – Quadro Internacional
VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS
RISCO RISCO
ATIVIDADE ATIVIDADE
(FATALIDADES/ANO) (FATALIDADES/ANO)
Pilotar motocicleta 2,00E-02 Tornados (EUA) 2,20E-06
Fumar 20
5,00E-03 Tempestades (EUA) 8,00E-07
cigarros/dia
Praticar corrida de Relâmpagos (Reino
1,20E-03 1,00E-07
carro Unido)
Dirigir carro 1,70E-04 Queda de aviões (EUA) 1,00E-07
Beber 1 garrafa de Queda de aviões (Reino
7,50E-05 2,00E-08
vinho/dia Unido)
Explosão em vaso de
Praticar alpinismo 4,00E-05 5,00E-08
pressão (EUA)
Vazamento numa usina
Praticar futebol 4,00E-05 de energia atômica 1,00E-07
(EUA)
Tomar pílulas Enchente nos diques
2,00E-05 1,00E-07
anticoncepcionais (Holanda)
Atropelamento Mordida de animais
5,00E-05 2,00E-07
(EUA) venenosos
Transporte de petróleo
Atropelamento
6,00E-05 e produtos químicos 5,00E-08
(Reino Unido)
(EUA)
Transporte de petróleo
Enchentes (EUA) 2,20E-06 e produtos químicos 2,00E-08
(Reino Unido)
Terremotos
1,70E-06 Leucemia 8,00E-05
(Califórnia)
Influenza 2,00E-04
Fonte: LEES, F. P. Loss prevention in the process industries. 1996.
Para o Brasil, conforme pode ser observado na Tabela 9.6, os riscos individuais
médios involuntários oscilam entre 5,2E-04 e 4,46E-10.
Tabela 9.6
Riscos Individuais Médios no Brasil
RISCO INDIVIDUAL
CAUSAS
(Fatalidades/ano)
Dirigir Carro 5,20E-04
Companhia Siderúrgica do Pecém* 8,62E-05
UTE-TermoNC – Complexo Portuário e Industrial de SUAPE * 8,42E-05
Atropelamento 7,30E-05
Afogamento 5,00E-05
ECOMP – Estação de Compressão de GN de Aracati – CE* 3,07E-05
UTE Macau* 2,91E-05
Terminal Aquaviário do Pecém – TECEM* 1,68E-05
UTE – MPX – PECEM* 1,30E-05
UTE – Termopernambuco* 7,20E-06
UTE – Termofortaleza – Pecém * 6,41E-06
Eletrocussão 6,41E-06
EOL MPX Paracuru* 1,80E-07
Gasoduto Ramal Termofortaleza+City Gate – Pecém* 1,56E-06
Gasoduto Ramal SUAPE – PE* 9,05E-07
Gasoduto Atalaia – Carmópolis* 6,95E-07
Gasoduto Jaboatão dos Guararapes/Vitória de Santo Antão – PE* 2,88E-07
Implantação da PETROQUÍMICASUAPE – PE* 6,88E-08
Gasoduto Vitória de Santo Antão/Caruaru – PE* 1,28E-08
UEE Beberibe Aeolis* 1,80E-07
CGE Taíba Águia* 4,48E-07
UEE Dunas de Paracuru* 1,92E-07
UTE – Termoceará* 4,46E-10
Complexo Maitaca 9,56E-08
LT* 6,00E-08
Fonte: IBGE
(*) EAR realizado pela AMPLA Engenharia