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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E MECÂNICA


MEC 496 – MANUTENÇÃO MECÂNICA
PROF. PAULO CEZAR BUCHNER

RESUMO

MANUTENÇÃO - FUNÇÃO ESTRATÉGICA

Aluna: Layany Silva de Souza - 70290

Viçosa, MG
2017

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CAPÍTULO 1 – EVOLUÇÃO E INTERFACES

O crescente desenvolvimento da Manutenção deve-se ao fato do novo panorama industrial no


mundo. Isto deve-se a diversos fatores como: aumento nos padrões de qualidade e confiabilidade
tanto dos produtos finais quanto das instalações, aumento na complexidade dos projetos, nova visão
das organizações que visam reduzir perdas e adotar medidas estratégicas – onde a Manutenção passa
a ser uma destas -.
A história da Manutenção é marcada com o surgimento do termo no século XVI, em função
dos relógios e, é dividida em quatro partes – chamadas gerações – a partir de 1930. A Primeira
Geração é do período anterior à Segunda Guerra Mundial, suas características mais relevantes são:
superdimensionamento de máquinas, equipamentos simples e com baixa produtividade, o que
configurava uma manutenção corretiva. A Segunda Geração compreende o período da Segunda
Guerra Mundial até os anos 70. O fator “Guerra” aumentou a necessidade por produtos
simultaneamente à diminuição de mão de obra e recursos, o que levou ao desenvolvimento da
mecanização e produtividade. As máquinas passaram a receber manutenções periódicas e compor
uma parte maior dos custos e investimentos, pois quebras eram vistas como perdas, inicia-se então o
uso da manutenção preventiva. A Terceira Geração – a partir da década de 70 – foi fruto do
desenvolvimento exponencial dos sistemas produtivos no mundo todo. O uso de baixos estoques e
aumento da mecanização tornaram as indústrias mais sensíveis a quaisquer paradas por quebras.
Então, aplica-se a manutenção periódica que aumenta a vida útil dos equipamentos e, consequente,
implica em maiores custos e um planejamento para a manutenção. A Quarta Geração é marcada pelos
conceitos organizacionais da contemporaneidade: disponibilidade, confiabilidade e
manutenibilidade. Estes pilares justificam a existência da Engenharia de Manutenção, que foi
consolidada também nesta geração. As empresas visam reduzir as falhas prematuras, e, mais que isso,
prever tais eventos de modo a alinhar o planejamento e controle da produção às atividades de
manutenção; isto fez com que a manutenção compusesse a estratégia da empresa.
A implantação das linhas de produção de uma indústria é composta por cinco fases: projeto,
fabricação, instalação, operação e manutenção. A etapa de projeto é o levantamento das necessidades
da empresa e o início do processo, então impacta diretamente nas outras fases e no desempenho da
indústria como um todo. Alinhada ao projeto, está a escolha dos equipamentos. Esta atividade, deve
atender ao pré-requisitos de dimensionamento correto, capacidade exigida pelo sistema produtivo,
qualidade, manutenibilidade, coerência com os demais equipamentos da indústria e ter uma boa
relação custo-benefício. A fabricação deve ser monitorada e promover a confiabilidade nos
equipamentos, além de incorporar as necessidades da equipe da manutenção, necessidades estas que
são determinadas através de dados históricos e conhecimento técnico da própria equipe. A fase de
instalação é bastante minuciosa, pois é o ponto intermediário do processo e pode ocultar pontos chave
de suscetibilidade às falhas, impedindo atividades de manutenção preventiva e até mesmo, só
aparecendo quando o erro já ocorreu. As fases de manutenção e operação se alinham no objetivo
comum de garantir a função dos equipamentos, sistemas e instalações durante sua vida útil e a
manutenção do desempenho. Normalmente, nestas etapas é que aparecem as deficiências das fases
anteriores do processo, o que justifica claramente como tudo deve estar alinhado aos objetivos da
Manutenção, pois mesmo que esta equipe cumpra todo planejamento das atividades, os pontos falhos
reduzem a confiabilidade do processo no geral.

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CAPÍTULO 2 – GESTÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO
A nova era das indústrias é configurada pelos processos produtivos bem alinhados às metas e
estratégias de cada corporação, assim sendo, a Manutenção é fator fundamental para alcançar a
Excelência Empresarial. No novo panorama, os valores exigidos são: competência, criatividade,
flexibilidade, velocidade, cultura de mudança e trabalho em equipe; diante então deste cenário, as
gerências modernas buscam atender à satisfação dos seus clientes, internos e externos, através da
qualidade total dos seus processos, produtos e serviços. Assim sendo, toma-se a Manutenção como
um conjunto de atividades essencialmente planejadas e atreladas à produtividade da empresa, muito
além da visão corretiva do início de sua história. Observa-se então, que o nível – técnico e gerencial
- dos profissionais da área também está cada vez mais elevado. Vale ressaltar o fato de que é crescente
a terceirização destes serviços, estabelecendo relações de parceria, comprometimento e confiança
entre ambas as partes. Essa nova abordagem dos serviços – soluções - atende aos níveis de
qualificação exigidos dos profissionais, reduz custos, aumenta o faturamento e o lucro, aumenta a
segurança pessoal e das instalações, reduz a demanda de serviços, reduz lucros cessantes e auxilia na
preservação ambiental.
A Manutenção Estratégica é a palavra de ordem da área, e para que seja real, deve caminhar
sintonizada, através das metas, para a visão da empresa como um todo. A Nova Manutenção é mais
do que reparar equipamentos, ela oferece mais confiabilidades nos processos e reduz as chances de
paradas inesperadas. Em se tratando de metas, o uso do processo de benchmarking para determinar
os níveis onde a empresa quer chegar vem se tornando muito comum e eficaz; simultaneamente, o
benchmark, que são os indicadores do que é melhor para a empresa atender seu propósito. Deste novo
panorama, adota-se ferramentas de gestão fundamentais para alcançar a Visão do Futuro, ressalta-se
o Plano de Ação suportado pelas melhores práticas, pois não é apenas implementar, é gerir a
implementação com liderança e fazer isto acontecer rapidamente. Além de trabalhar pela melhora,
também é imprescindível que as empresas se atentem para as 3 principais causas de fracassos e perdas
– as chamadas doenças graves das organizações – são elas: perda de conhecimento, satisfação dos
colaboradores, visão crítica da comunidade. Estes pontos estão totalmente atrelados à
competitividade da empresa e à visão que a sociedade tem da mesma, portanto, devem ser bem
cuidados constantemente. Mesmo que a empresa esteja faturando bem hoje, a médio prazo pode se
tornar um problema. Os Paradigmas – velho e novo – da Manutenção ilustram bem como devem ser
estas atividades hoje em dia: não são aceitos mais reparos inesperados, as paradas dos equipamentos
devem ser planejadas e seguidas, caso contrário, a Manutenção foi falha. A competitividade é
consequência da produtividade da empresa em relação aos seus concorrentes, esta, por sua vez, é
medida pela razão entre o faturamento e os custos. A Manutenção entra no âmbito de aumentar a
confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos através da otimização dos tempos de paradas de
modo que estes interfiram minimamente na produção.
Os Produtos da Manutenção são operação, manutenção e engenharia, suportados por
atividades de base. E o produto final que a operação obtém da manutenção e engenharia é maior
disponibilidade confiável a ao menor custo, sendo este produto a própria relação de equilíbrio. Por
exemplo, o aumento da confiabilidade reduz a disponibilidade, portanto deve-se priorizar os pontos
principais para cada tipo de empresa. O contraponto desta relação é o aumento da demanda à medida
que se pretende melhorar o nível dos três parâmetros – disponibilidade, confiabilidade, custo -.
Partindo desta premissa, surge a necessidade de um grande processo de mudança, que exige uma
Gestão Estratégica alinhada e eficaz. Duas medidas eficazes e utilizadas pelas grandes empresas são:
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certificações ISO e a adoção da Gestão da Qualidade Total, que trouxe considerável melhoria de
resultados. A competitividade da empresa depende, em grande parte, da boa conexão entre os
subsistemas, de modo que a Manutenção seja o elo de ligação entre todos seus preceptores e a
operação, que é seu cliente final. Assim sendo, é fundamental que cada setor tenha a visão do todo e
sua importância para o bom funcionamento do mesmo.

CAPÍTUO 3 – TIPOS DE MANUTENÇÃO


Existem diversos tipos de manutenção bem como diferentes denominações, mas a
caracterização principal se dá pela metodologia com a qual a intervenção é feita. Além disso, existem
ainda as políticas de manutenção – cuja aplicação é o resultado de uma de uma definição gerencial –
e ferramentas que possibilitam a adoção dos seis principais tipos de manutenção. Tais ferramentas
são: manutenção produtiva total (TPM), manutenção centrada na confiabilidade (MCC), manutenção
baseada na confiabilidade (MBC).
Abaixo são listados os principais tipos de manutenção, bem como suas respectivas descrições:
- Manutenção Corretiva: é a atuação para correção da falha ou do desempenho menor que o esperado.
Caracteriza-se pela intervenção cujo objetivo é corrigir o erro ou desempenho inferior, então, não é
uma manutenção de emergência. A decisão deste tipo de intervenção baseia-se em dois fatores:
desempenho deficiente apontado pelo acompanhamento das variáveis operacionais e ∕ ou ocorrência
da falha. Pode ser dividida em planejada (correção planejada, custos médios ou baixos) e não
planejada (correção da falha de maneira aleatória, altos custos).
- Manutenção Preventiva: é o tipo de manutenção que visa evitar ou reduzir a ocorrência das falhas e
∕ ou quedas de desempenho; é definida por um planejamento que estabelece intervalos de tempo para
as atividades de intervenção. Apesar de os fabricantes fornecerem as especificações dos componentes,
fatores ambientais e de uso influenciam diretamente na durabilidade, desempenho e confiabilidade
dos mesmos, então, para cada setor ∕ indústria, a manutenção preventiva deve ser especificada para
atender suas necessidades de segurança.
- Manutenção Preditiva: é a atuação realizada com base na modificação de parâmetros de condição
ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. Através de técnicas preditivas é
feito o monitoramento da condição e a ação de correção, quando necessária, é realizada através de
uma manutenção corretiva planejada. Seu objetivo é prevenir falhas através do monitoramento de
parâmetros pré-estabelecidos, de modo que o equipamento se mantenha operante pelo maior tempo
possível. Seu fator ganhador é a Disponibilidade, visto que não promove a intervenção direta.
- Manutenção Detectiva: surgiu na literatura na década de 90 e é caracterizada pela atuação em
sistemas de proteção, comando e controle, que buscam falhas ocultas ou imperceptíveis às equipes
de operação e manutenção. É claramente ilustrada por lâmpadas de sinalização e alarmes em paineis.
A identificação de falhas ocultas é primordial para garantir a confiabilidade. Nos sistemas complexos
e minuciosos, este tipo de atividade só deve ser gerenciado e efetuado por colaboradores altamente
treinados das equipes de manutenção e operação.
- Engenharia de Manutenção: as indústrias que utilizam deste tipo de intervenção, mostram-se mais
desenvolvidas estrategicamente e são abertas às mudanças culturais. A Engenharia de Manutenção
baseia-se na investigação cautelosa das causas das falhas – e de desempenhos insatisfatórios – ao
invés de apenas realizar reparos; então, esta metodologia proporciona um ambiente sem problemas
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crônicos, pois isto não é aceitável, melhora padrões, desenvolve a manutenibilidade de forma
estratégica, tem suas atividades alinhadas desde a fase de Projeto, usa benchmarks e demais
ferramentas de gestão.
Diante desta gama de tipos de manutenção, é notável a discrepância entre elas bem como a diferença
de maturidade organizacional que existe entre uma empresa que pratica Manutenção Corretiva Não
Planejada e a que usa Engenharia de Manutenção. E o maior obstáculo a ser vencido são os
paradigmas que sedimentados nas pessoas.

CAPÍTULO 4 – PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO


Até pouco tempo, a organização da Manutenção era conceituada como planejamento e administração
de recursos para adequação à carga de trabalho esperada. Hoje em dia, esta definição ainda compõe
a organização da Manutenção, porém, esta se tornou mais ampla de modo que a empresa deve estar
voltada para a gerência, sendo mais competitiva no mercado. Diante deste cenário, verifica-se uma
transformação no perfil estrutural da empresa – agora as organizações buscam distribuir melhor seus
custos com manutenção. A tendência geral é que as equipes se tornem cada vez mais enxutas e
capacitadas. Em se tratando de custos, o principal indicador é o custo de manutenção perante o
faturamento, e, este divide-se em três tipos: custos diretos – aqueles necessários para manter os
equipamentos em operação -, custos de perda de produção – aqueles derivados de falhas nos
componentes que ocasionaram paradas na linha – e, custos indiretos – atrelados à estrutura gerencial
e apoio administrativo-.

CAPÍTULO 5 – MÉTODOS E FERRAMENTAS PARA AUMENTO DA CONFIABILIDADE


Confiabilidade, Disponibilidade e Manutenibilidade, são os três pilares da Manutenção
Mecânica. Das respectivas definições, tem-se: capacidade de um item desempenhar uma função
requerida durante um intervalo de tempo (medida numérica – probabilidade); capacidade de um item
estar em condições de executar certa função num certo tempo t, considerando os outros fatores em
questão; característica de certo equipamento ou componente permitir um maior ou menor grau de
facilidade na execução dos serviços de manutenção. Durante todo o capítulo, explicita-se ferramentas
numéricas – ou indicadores – que permitem a medição e avaliação destes três fatores supracitado e, a
partir destas avaliações embasadas, apresenta as melhores práticas de manutenção. Ainda há a
aplicação do FMEA – ferramenta de gerenciamento de risco – neste contexto da manutenção.

CAPÍTULO 6 – QUALIDADE NA MANUTENÇÃO


A Gestão da Qualidade Total surgiu na explosão da indústria japonesa na década de 50 e,
popularizou-se no Ocidente por volta dos anos 80. É uma ferramenta eficaz para se obter a satisfação
do cliente e alcançar a competitividade empresarial. Sua metodologia de ação, tem como objetivo
potencializar – ao máximo – a performance operacional dos componentes, equipamentos, instalações
e processos; outra vertente é a de redução dos desperdícios e perdas operacionais. Além disso, prepara
e desenvolve colaboradores e organizações capazes de gerenciar fábricas automatizadas. É uma
ferramenta que busca a excelência, mas exige um perfil à altura das pessoas envolvidas - pode ser

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alcançado através de treinamentos – e, esta exigência é a condição para iniciar as mudanças
operacionais que promovem a melhoria global dos resultados finais.

CAPÍTULO 7 – PRÁTICS BÁSICAS DA MANUTENÇÃO


As práticas bases de suporte de um sistema de manutenção efetivo são: 5S – base da qualidade
-, TPM – ampliação do conceito da Manutenção – e, Polivalência – especialização dos colaboradores
da manutenção -. Ao longo do capítulo, são definidos conceitos e metodologias de implementação
nos sistemas de manutenção destas práticas fundamentais.

CAPÍTULO 8 – TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS NA MANUTENÇÃO


Pode ser entendida como uma ferramenta estratégica de serviços, que é a tendência mundial
e, não diferente, no Brasil. É uma das relações empresariais mais discutidas e aplicadas deste século,
mas nem por isto é simplória, pelo contrário, pode ser fonte de problemas, pois envolve aspectos
legais, de qualidade, segurança e custos. Para que seja uma prática de sucesso, deve-se atentar para
as dificuldades que a terceirização de quaisquer atividades pode implicar. Deve-se ter em vista
também que pode representar um benefício enorme para ambas as partes e, como contrapeso, um
prejuízo arrasador.

CAPÍTULO 9 – TÉCNICAS PREDITIVAS


Sabe-se que a Manutenção Preditiva é o primeiro sinal de avanço dos sistemas de manutenção
para o lado estratégico, e, tal abordagem ainda é de pouca representatividade no Brasil – cerca de
18% dos recursos aplicado -. A Manutenção Preditiva é a intervenção com base no estado do
equipamento, acerca disto, considere a possibilidade de um componente falhar em operação. Muitas
vezes e dependendo de qual equipamento se trata, pode não apresentar sinais claros de falhas, então,
existe a necessidade do uso de ferramentas apropriadas para a detecção deste tipo de evento. Tais
ferramentas oferecem um diagnóstico da situação, um prognóstico com relação ao desempenho futuro
do componente em questão – o que possibilita agendar uma manutenção corretiva programada, esta
não apresenta os impactos negativos na produção como a não planejada, além de permitir
planejamento de custos recursos.

10 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
KARDEC , A. ; NASCIF, J. Manutenção: Função Estratégica. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2009.

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