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INTERNET PROTOCOL: DO TCP/IP AO IPV6

EaD


CAPÍTULOS
1. Introdução.............................................................................................. 4

2. O Modelo de Referência OSI e a Arquitetura TCP/IP...................................... 6

3. A escassez do IPv4 e a situação atual de endereços no Brasil........................ 8

4. Comparativo entre o IPv4 e o IPv6........................................................... 10

5. A migração do protocolo IPv4 para o IPv6................................................. 12

6. Desafios para a migração........................................................................ 21

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FIGURAS
Figura 1 - Modelo OSI.................................................................................. 7

Figura 2 - Arquitetura TCP/IP......................................................................... 7

Figura 3 - Cenário R6-I4............................................................................ 14

Figura 4 - Cenário I4-R6............................................................................ 14

Figura 5 - Cenário I6-R4............................................................................ 15

Figura 6 - Cenário R4-I6............................................................................ 15

Figura 7 - Cenário R6-R4........................................................................... 16

Figura 8 - Cenário R4-R6........................................................................... 16

Figura 9 - Cenário I6-I4.............................................................................. 17

Figura 10 - Cenário I4-I6............................................................................ 17

Figura 11 - Cenário R6-I4-R6..................................................................... 17

Figura 12 - Cenário I4-R6-I4...................................................................... 18

Figura 13 - Técnica Pilha Dupla................................................................... 19

Figura 14 - Rede se comunicando via Tunelamento........................................ 20

Figura 15 - Rede se comunicando via Tradução de Endereços IPv4/IPv6.......... 20

TA B E L A S
Tabela 1 - Comparação entre o IPv4 e o IPv6............................................... 11

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1. INTRODUÇÃO

Quando se fala em Redes de Dados, é bom relembrar a história da Internet, a Rede


Mundial de Computadores que se tornou indispensável na vida das pessoas.

Tudo começou quando o Departamento de Defesa (DoD - Department of Defense)


americano iniciou em 1966, juntamente à sua Agência de Pesquisas e de Projetos
Avançados (ARPA – Advanced Research Projects Agency), um projeto para a inter-
ligação de computadores em centros militares e de pesquisa. Seu principal objetivo
era formar uma arquitetura de rede sólida e robusta que pudesse, mesmo com a
queda de alguma estação, trabalhar com os computadores e demais conexões.

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Introdução

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Em 1969, algumas universidades e instituições liga- Devido a este fato, em 1991 a IETF (Internet Engine-
das à ARPA tiveram permissão para se conectar à ering Task Force) formou um grupo de trabalho cha-
rede ARPANET, e assim formaram o primeiro backbo- mado ROAD (Routing and Addressing) com o objetivo
ne de rede. Em 1975, já existiam aproximadamente de encontrar uma solução para a exaustão do espaço
100 sites e até o dia 1º de janeiro do ano de 1983, a de endereçamento IPv4. Desde então, ideias de im-
Internet já possuía 562 hosts. plementação para o IPv6 – o sucessor do IPv4 - co-
meçaram a ser desenvolvidas.
Por conta desse crescimento, a ARPANET adotou
um protocolo que suportasse toda essa nova estru- Antes de falar sobre o IPv6, é importante entender o
tura de conexão, chamado TCP/IP (Transfer Control que é exatamente uma Rede de Computadores, tam-
Protocol/Internet Protocol). Ele permitia o crescimento bém conhecida como Rede IP, assim como a estrutu-
contínuo da rede, além de oferecer fácil implementa- ra que permite a comunicação em qualquer canto do
ção em uma boa variedade de plataformas de har- mundo através de uma arquitetura padrão.
dware. O crescimento e a popularização da internet
desencadeou a necessidade de utilizar um número Uma Rede IP pode ser definida como sendo um con-
de endereços IP (Internet Protocol) maior do que o junto de equipamentos (nós de comunicação) capaz
máximo oferecido pela IANA (Internet Assigned Num- de trocar informações e compartilhar recursos, interli-
bers Authority) e pela ICANN (Internet Corporation for gados por um sistema de comunicação, que constitui
Assigned Names and Numbers) na época. Estas or- um arranjo topológico interligando os nós de comuni-
ganizações são responsáveis por distribuir as faixas cação através de enlaces (meios de transmissão) e de
de endereços IP e por estabelecer regras do uso da um conjunto de regras a fim de organizar e gerenciar
Internet, respectivamente. a troca de mensagens durante a comunicação.

O endereço IPv4 deve ser único, e o seu formato A comunicação entre dois usuários só é estabeleci-
é uma sequência de 32 bits, distribuídos em quatro da graças a um padrão mundial chamado Modelo de
conjuntos de 8 bits. Com essa quantidade de bits, foi Referência OSI (Open Systems Interconect) ou Arqui-
possível obter 4.294.967.296 de endereços IP para tetura TCP/IP. Enquanto o Modelo OSI é o conceito
uso pessoal e comercial. Na época, este número pa- teórico de como as redes devem se comunicar, a Ar-
receu ser suficiente e não pensaram no dia em que quitetura TCP/IP é a aplicação prática de tudo o que
ele pudesse acabar, afinal, é um número finito. Com o se conhece em termos de equipamentos, conexões e
passar dos anos, as aplicações disponibilizadas pelas hardware em geral.
Redes IP foram tomando enormes proporções e logo
perceberam que o IPv4 estava com os dias contados.

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2. O MODELO DE
REFERÊNCIA OSI
E A ARQUITETURA
TCP/IP

Para facilitar a interconexão entre sistemas de fabricantes diferentes, no início dos


anos 80, a Organização Internacional de Normalização (ISO - International Standar-
ds Organization) aprovou um modelo de arquitetura para sistemas abertos com o
objetivo de facilitar o processo de padronização das arquiteturas de redes e obter
interconectividade entre equipamentos de diferentes fabricantes. Assim surgiu o Mo-
delo OSI!

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O Modelo de Referência OSI e a Arquitetura TCP/IP

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O modelo OSI é definido como uma estrutura em ca-
madas e cada uma delas tem uma função específica A P L I C A Ç Ã O
no tratamento da mensagem a ser enviada pelas re-
des de dados. A Figura 1 mostra as sete camadas TRANSP O RTE
definidas pelo modelo OSI:
I N T E R - R E D E

7 A PLICAÇÃO I NTERFACE DE REDE

6 A PRES E NTAÇÃO
I NTRA-REDE

5 SE SSÃO
Figura 2 - Arquitetura TCP/IP

4 T RANSP O RT E
Já a Arquitetura TCP/IP, é organizada em quatro ca-

3 REDE madas conceituais construídas sobre uma quinta ca-

2
mada física (que não faz parte do modelo). Estas
E N LACE camadas são equivalentes às do Modelo OSI. A

1
Figura 2 ilustra a arquitetura TCP/IP.
FÍ SI CA
É fácil compreender que, as três camadas
mais altas do Modelo OSI são equivalentes a uma úni-
ca camada no TCP/IP – a camada de Aplicação, e as
Figura 1 - Modelo OSI demais são exatamente iguais nos dois modelos em
questão de funcionalidade.
O processo de envio de uma mensagem começa
sempre da camada mais alta em direção a mais baixa,
ou seja, inicia-se na camada de Aplicação (aquela que
está mais próxima do usuário) em direção a camada
mais baixa, a camada Física (aquela que representa o
meio de transmissão em si).

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3. A ESCASSEZ
DO IPV4 E A
SITUAÇÃO ATUAL
DE ENDEREÇOS
NO BRASIL

Não é novidade que o protocolo IPv4 está com os dias contados. Isso aconteceu
devido ao grande desperdício de IPs no início da expansão da Internet. Além disso,
as próprias características e o formato do IPv4 não contribuíram para atender às
novas demandas e aplicações que surgiam a cada dia. E assim ficou decidido que
um sucessor deveria ser desenvolvido antes que os estoques IPv4 fossem zerados.

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A escassez do IPv4 e a situação atual de endereços no Brasil

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Em 2014, o Núcleo de Informação e Coordenação do o IPv6. Sendo assim, começou uma corrida contra
Ponto BR (NIC.br), entidade responsável pelo registro o tempo e a migração para o IPv6 era mais do que
de endereços IP no Brasil, anunciou que o estoque iminente.
de endereços IPv4 para a região da América Latina e
Caribe chegou ao fim. De acordo com o NIC. Br, no Brasil, mais de 70%
das organizações já alocaram seus blocos IPv6, mas
A partir daí,as organizações no Brasil passaram a re- ainda será necessário substituir os equipamentos dos
ceber, no máximo, 1.024 endereços IPv4 alocáveis clientes, como modems e roteadores, por exemplo. A
somente a cada seis meses. São esses endereços ideia é que a transição entre os protocolos seja gradu-
que tem sido usados para ajudar na transição para al e neste exato momento já está acontecendo.

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4. COMPARATIVO
ENTRE O IPV4
E O IPV6

O protocolo IPv6 tem como principal característica e justificativa para seu desen-
volvimento o aumento no espaço para endereçamento. Enquanto o endereço IPv4
possui 32 bits de comprimento total, o IPv6 é formado por 128 bits (4 vezes maior)
expressos na notação hexadecimal. Esses endereços são escritos em oito grupos
de quatro dígitos hexadecimais, por exemplo: 2001:0db8:85a3:08d3:1319:8a
2e:0370:7344. Só para se ter uma ideia, este valor representa aproximadamente
79 octilhões (7,9×10^28) de vezes a quantidade de endereços IPv4. No total, a
disponibilidade de endereços IPv6 será de 340 undecilhões!

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Comparativo entre o IPv4e o IPv6

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Além disso, ele possui diversas funcionalidades que o IPv4 não tem e o seu desempenho em termos de rote-
amento supera os algoritmos utilizados pelas redes IP atuais.

Abaixo, uma tabela com uma comparação entre ambos os protocolos.

IPV4 IPV6

Endereço de 32 bits Endereço de 128 bits

Suporte opcional de IPSec Suporte opcional de IPSec

Nenhuma referência a capacidade de QoS (Quality Introduz capacidades de QoS utilizando para isso o
of Service) campo Flow Label

A fragmentação deixa de ser realizada pelos routers


Processo de fragmentação realizada pelo router
e passa a ser processada pelos hosts emissores

Todos os campos de opção foram mudados para


O cabeçalho inclui os campos de opção
dentro do campo extension header

O Adress Resolution Protocol (ARP), utiliza O ARP foi abandonado, sendo substituídos pelas
requisitos do tipo Broadcast mensagens Neibhbor Discovery

Internet Resolution Management Protocol (IGMP) é O IGMP fio substituído por mensagens Multicast
utilizado para gerir relações locais de sub-redes Listner Discovery

Os Endereços de Broadcast são utilizados para Deixa de existir o endereço de Broadcast, para
enviar tráfego para todos os host de uma rede utilizar endereços multicast

O endereço tem de ser configurado manualmente Adição de funcionalidades de autoconfiguração

Suporta pacores de 576 bytes, passiveis de serem


Suporta pacores de 1280 bytes, sem fragmentação
fragmentados

Tabela 1 - Comparação entre o IPv4 e o IPv6

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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5. A MIGRAÇÃO
DO PROTOCOLO
IPV4 PARA O IPV6

De forma geral, pode-se dizer que o início de muitos processos de implantação


de novas tecnologias não teve tanta preocupação com os aspectos relacionados à
segurança. Muitos dispositivos eram lançados ao mercado logo após passarem pela
simples fase de demonstração ou testes.

Por isso, quando se ouve falar em implantação do novo protocolo IP, deseja-se que
todas as etapas sejam realizadas criteriosamente, de modo planejado e organizado,
preocupando-se sempre com a segurança em primeiro lugar.

Para que a implantação do IPv6 seja possível, deve-se levar em consideração inú-
meros aspectos. Estes aspectos são importantíssimos antes de tomar qualquer deci-
são quanto à compra de novos dispositivos de rede que atendam ao IPv6.

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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Abaixo, uma lista com os principais conceitos e refle- • Analisar alternativas de solução para a implantação
xões a serem levados em consideração por quaisquer do protocolo IPv6 nestas redes, sem a necessidade
de troca imediata dos equipamentos;
tipos de usuários, sejam eles corporativos, residen-
ciais, ou mesmo os próprios servidores desse serviço. • Definir uma estratégia de migração do protocolo
IPv4 destas redes;
• A implantação do IPv6 é necessária e inevitável; • Definição do plano de endereçamento da rede
com o novo protocolo;
• O esgotamento dos endereços IPv4 não fará a • Capacitação do corpo técnico para que possa
Internet acabar, nem mesmo que ela deixe de especificar, definir e implantar o novo protocolo;
funcionar;
• O conteúdo da internet deve migrar rápido para
• Deve haver uma diminuição na taxa de o IPv6, com os sites e-Gov, e-commerce e
crescimento da rede e dificuldades no principalmente os corporativos;
desenvolvimento de novas aplicações IPv4;
• Usuários domésticos e redes corporativas
• A migração do IPv4 para IPv6 acontecerá devem realizar a migração de forma planejada,
de forma gradual, com o IPv4 ainda em começando tão logo quanto possível.
funcionamento, que é o que ocorre hoje;

• Levantar a capacidade dos equipamentos


existentes em sua empresa ou servidor Internet
para se comunicar através do protocolo IPv6;

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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5.1 CENÁRIOS DE COEXISTÊNCIA ENTRE O IPV4 E O IPV6
Neste capítulo, serão vistos alguns cenários da migração. Em primeiro lugar, a escolha da técnica de transição
se dará com base na individualidade de cada cenário existente nos provedores, operadoras, empresas e suas
centenas de milhares de usuários.

Cenário 1 - Rede IPv6 para a Internet IPv4: Esse cenário não é complexo e possui fácil solução, sendo
suportado tanto por mecanismos stateless quanto statefull. A Figura 3 representa o cenário 1.

Rede IPv6 Internet IPv4

Sentido de início da comunicação

Figura 3 - Cenário R6-I4

Cenário 2 - Internet IPv4 para Rede IPv6: Esse cenário é o inverso do que ocorre no cenário 1. Porém,
a origem da comunicação torna-o mais complexo, visto que há a necessidade de receber conexões da Internet
IPv4, para o caso de haver servidores IPv6 na rede. A Figura 4 representa o cenário 2.

Internet IPv4 Rede IPv6

Sentido de início da comunicação

Figura 4 - Cenário I4-R6

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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Cenário 3 - Internet IPv6 para Rede IPv4: Esse é um típico cenário em que uma rede legada, a qual não
é possível implementar a atualização para o IPv6, necessita continuar em uso e responder às requisições da Internet
IPv6. A Figura 5 representa o cenário 3.

Internet IPv6 Rede IPv4

Sentido de início da comunicação

Figura 5 - Cenário I6-R4

Cenário 4 - Rede IPv4 para Internet IPv6: Esse cenário só será encontrado em estágios bem avança-
dos de implementação do IPv6, quando a maior parte dos serviços na Internet já tiver migrado para o novo
protocolo, ou seja, daqui alguns anos pode ser que seja bem comum vê-lo. A Figura 6 representa o cenário 4.

Rede IPv4 Internet IPv6

Sentido de início da comunicação

Figura 6 - Cenário R4-I6

Cenário 5 - Rede IPv6 para Rede IPv4: Esse cenário é bem parecido com o cenário 1 e os mesmos tipos
de técnicas aplicadas a ele podem ser aplicadas também a este. A Figura 7 representa o cenário 5.

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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Rede IPv4 Internet IPv6

Sentido de início da comunicação

Figura 7 - Cenário R6-R4

Cenário 6 – Rede IPv4 para Rede IPv6: Neste cenário, tem-se uma situação semelhante ao cenário 2.
Os endereços IPv6 e IPv4 podem ser públicos e válidos na Internet ou privados e válidos somente dentro da
organização. Os mesmos tipos de técnicas aplicados ao cenário 2 podem ser aplicados a este. A Figura 8
representa o cenário 6.

Rede IPv4 Internet IPv6

Sentido de início da comunicação

Figura 8 - Cenário R4-R6

Cenário 7 – Internet IPv6 para Internet IPv4: Neste cenário, qualquer dispositivo na Internet IPv6 pode
iniciar uma conexão com um dispositivo na Internet IPv4, necessitando apenas da técnica de transição adequa-
da para tal. Essa “técnica ideal” também seria capaz de resolver todos os cenários anteriores, mas infelizmente
ela não existe. A Figura 9 representa o cenário 7.

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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Internet IPv6 Internet IPv4

Sentido de início da comunicação

Figura 9 - Cenário I6-I4

Cenário 8 - Internet IPv4 para Internet IPv6: Similar ao cenário 7 e com a mesma dificuldade com
relação à técnica de implementação. A Figura 10 ilustra o cenário 8.

Internet IPv4 Internet IPv6

Sentido de início da comunicação

Figura 10 - Cenário I4-I6

Cenário 9 - Rede IPv6 para Rede IPv6 em sentido bidirecional via Internet IPv4: Este cenário
apresenta uma comunicação entre duas redes que utilizam o IPv6 e para isso é necessário utilizar a Internet
IPv4 ou uma Rede IPv4. A Figura 11 representa o cenário 9.

Rede IPv6 Internet IPv4 Rede IPv6

Figura 11 - Cenário R6-I4-R6

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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Cenário 10: Rede IPv4 para Rede IPv4 em sentido bidirecional via Internet IPv6: Este cenário
apresenta uma comunicação entre duas redes que utilizam o IPv4 e para isto é necessário utilizar a Internet IPv6
ou uma Rede IPv6. A Figura 12 representa o cenário 10.

Internet IPv4 Rede IPv6 Internet IPv4

Figura 12 - Cenário I4-R6-I4

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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5.2 TÉCNICAS DE TRANSIÇÃO Pilha Dupla: Subentende-se pelo seu próprio nome
que as duas pilhas de protocolos (IPv4 e IPv6) pos-
No período em que as redes de dados se encontram, sam conviver compartilhando os mesmos dispositivos
há a necessidade de realizar essa transição através de simultaneamente e de forma nativa. Essa técnica foi
técnicas auxiliares. escolhida como a técnica padrão para a migração de
protocolos. A figura 13 ilustra a Arquitetura TCP/IP
Pode-se dizer que a primeira técnica desenvolvi- operando em Pilha Dupla.
da buscava uma solução de como conectar duas
ou mais redes IPv6, por meio de dispositivos ou
de uma rede que só suportasse endereços IPv4. Camada de Aplicação
A partir desta ideia, surgiram diversos tipos de tú-
neis IPv6 sobre IPv4. Em seguida, foram criadas TCP/UDP
técnicas capazes de comunicar redes IPv6 e IPv4
de forma que elas interoperassem por meio da tra-
dução dos pacotes transmitidos. IPv6 IPv4

Embora essas técnicas tenham tido todo o apoio e Camada de Enlace


investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o
maior problema a ser desvendado pelas técnicas de
Pacote IPv6 Pacote IPv6 Pacote IPv4
transição passou a ser a implantação do IPv6 em um encapsulado em IPv4
ambiente em que o IPv4 não exista, mas ainda é ne-
cessário para os usuários da internet. Dessa forma, Figura 13 - Técnica Pilha Dupla
diversos tipos de túneis IPv4 sobre IPv6 são desen-
volvidos atualmente com o intuito de se tornarem os
principais aliados às técnicas de tradução conhecidas.

A seguir, algumas técnicas mais populares para a tran-


sição entre os protocolos:

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A migração do protocolo IPv4 para o IPv6

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Túneis: Permite que redes IPv6 comuniquem-se através de redes IPv4 e vice-versa. A figura 14 ilustra uma
rede operando através de um Túnel.
Pacote IPv6
encapsulado em IPv4

Rede IPv6 Rede IPv4 Rede IPv6


Host IPv6 Roteador Roteador Host IPv6
IPv6/IPv4 IPv6/IPv4

Figura 14 - Rede se comunicando via Tunelamento

Tradução: Permite que dispositivos IPv6 comuniquem-se com dispositivos IPv4 por meio da conversão de
formatos dos pacotes. A figura 15 ilustra uma rede realizando a tradução de um endereço IPv4 em IPv6.

DNS64

Servidor IPv4
200.0.115.5

NAT64
Rede IPv6

R1
Internet IPv4
Cliente IPv6
2001:db8::cdef

Figura 15 - Rede se comunicando via Tradução de Endereços IPv4/IPv6

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6. DESAFIOS
PARA A
MIGRAÇÃO

Pode-se concluir que o IPv6 traz uma série de melhorias em relação ao seu suces-
sor, principalmente por atender a demanda de serviços VoIP e streaming de vídeo
em tempo real. Além disso, visa aumentar o nível de segurança do ambiente de rede,
evitando assim, ataques externos de pessoas mal intencionadas. Tecnicamente, é um
grande avanço na tecnologia e na segurança da Internet, e pelo lado financeiro, hoje
já existem formas atrativas de adequar as redes com o protocolo sem a necessidade
de enormes investimentos.

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Desafios para a migração

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Logo, depois de convencer as grandes empresas a Em outras palavras, essa migração é um grande pro-
implantarem o IPv6 o quanto antes, quais etapas de- jeto que envolve enormes riscos e requer um plane-
verão ser seguidas? Essa pergunta pode ser respon- jamento detalhado para evitar quaisquer tipos de im-
dida através de um passo a passo que envolve cada pactos nos negócios.
uma destas fases no processo de transição do IPv4
para o IPv6: Se tudo sair dentro do planejado e não houver ne-
nhum dano significativo, provavelmente, ninguém no-
1. Reunir uma equipe especializada para o projeto tará a diferença entre utilizar um ou outro protocolo.
inicial. Essa equipe deve contar com profissionais Mas, se houver algum problema durante o planeja-
altamente qualificados, que conheçam a fundo a
tecnologia. mento ou a execução, o setor de TI será totalmente
responsabilizado, acarretando as medidas cabíveis
2. Mapear todas as aplicações que fazem o uso do aos responsáveis.
endereçamento IPv4.
3. Saber exatamente todos os equipamentos Fique de olho nos sites do CGI.Br, NIC.Br e IPv6.Br
(hardware) que a empresa possui. e acompanhe todas as novidades de adoção desse
4. Desenvolver uma estratégia de migração e protocolo que promete revolucionar as Redes IP e
preparar um plano detalhado para tal. também diversos outros segmentos das Telecomu-
5. Planejar inúmeros testes para garantir uma nicações.
migração com o menor número possível de
falhas e problemas.

6. Envolver toda a organização para os testes de


rede.
7. Realizar e executar a migração total da rede.

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Desafios para a migração

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