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Capítulo1

INTRODUÇÃO

A comunicação entre um conjunto de equipamentos, taiscomo computadores,


interligados entre si, é conhecida comorede de comunicação. A interconexão dessas
redes é chamadade Internet (Interconnected Networks).Numa visão simplificada, a
internet pode ser dividida em 3momentos: aInternet dos computadores, Mainframes,
edemais dispositivos finais conectados; a Internet das pessoas,
em que pessoas acessam a Internet através de seusdispositivos; e a Internet das Coisas,
em que os mais variadosdispositivos (lâmpadas, TVs, geladeiras, carros, etc.)
irãoacessar a Internet para a troca de informações.

Cada dispositivo deve ter seu endereço IPv4 unívoco paraque possa se
comunicar com outro dispositivo. A quantidadedesses dispositivos está crescendo a uma
grande velocidadefazendo com que o número de endereços IPv4 utilizados
estejapróximo de seu limite, cuja capacidade é de pouco mais de 4bilhões de endereços
(2^32 = 4.294.967.296 endereços).De acordo com a IANA (Internet Assigned Numbers
Authority), que é o órgão de atribuição de números da internet,em conjunto com seus
órgãos de registro regional da internet,RIR (Regional Internet Registry), mostram que
somente oAFRINIC (região da África) ainda possui um bloco IPv4/8disponível. Já o
APNIC (região da Ásia e Pacífico),

O ARIN(Canadá, Estados Unidos e algumas ilhas do Caribe), RIPENCC


(Europa, Oriente Médio e Ásia Central) e o LACNIC(América Latina e algumas ilhas
do Caribe) já não possuemblocos /8 disponíveis.

1.1 - JUSTIFICATIVA

Com o esgotamento de endereços do IPv4 urge a necessidade e a importância de


se fazer uma trasição de IP, a criaçãode uma nova versão do IP, e está nova versão foi
batizada como “IPv6”, que permitiu satistazer as necessidades que noutro hora o IPv4
não seria capaz de fazer.

1.2- OBJECTIVOS GERAIS:

Saber o motivo da criação da nova versão IP(IPv6);

Saber as principais diferenças entre o IPv4 e o IPv6.

1.4- METODOS

Explicativo;

Elaboração conjunta e trabalho independente.

5
Capítulo 2

2- Conceitos
prevendo esse esgotamento, diferentes métodos paliativos foram criados visando
retardar a extinção dos endereços IPv4, dentre as quais destacam-se [1][2]:

 CIDR (Classless Inter-Domain Routing) – definido pela RFC1519, tem por


objetivo segmentar as classes de endereços A (/8), B (/16) e C (/24) utilizando o
VLSM(Variable Lenght Subnet Masks), que é o uso de máscara.de comprimento
variável, otimizando assim o uso de endereços de acordo com o tamanho de cada
rede.

 NAT (Network Address Translation) – definido pela RFC3022, foi criado para
fazer a tradução de endereços privados para um único endereço público, ou um
conjunto de endereços públicos, quebrando assim o modelamento de
comunicação fim-a-fim.

 DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol) – definido pelas RFCs 2131 e


2132, permite a configuração automática dos dispositivos de uma rede IP.
Apesar dessas soluções, visando uma sobrevida ao IPv4, uma nova solução
começou a ser discutida, dando origem ao atual IPv6, antes denominado IPng
(IP next generation). Porém, um problema levantado, e já previsto nessas
discussões: como fazer a transição e a coexistência entre essas
duas versões do IP.

Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre
o assunto. Na seção II são apresentadas algumas características do IPv6 (cabeçalho e
endereçamento), onde se percebe uma diferença bastante significativa com o IPv4. Na
seção III, foco principal desse trabalho, em suas diferentes subseções, apresentam-se as
características principais das principais técnicas de coexistência e transição propostas, e
na seção seguinte, seção IV, apresentam-se as conclusões desse trabalho.

Versão (Version) – 4 bits – Versão do protocolo utilizado. Para o IPv6 o campo é


preenchido com o valor 6.

 Classe de tráfego (Traffic class) – 8 bits – Identificador de pacotes baseados


em classes de serviços ou prioridade.

 Identificador de fluxo (Flow label) – 20 bits – Identifica


pacotes de mesmo fluxo de comunicação, para mesmotratamento pela rede.

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 Tamanho dos dados (Payload lenght) – 16 bits – Tamanho dos dados, em
bytes, onde também são somados os cabeçalhos de extensão.

 Próximo cabeçalho (Next header) – 8 bits – Identifica oabeçalho de extensão


que vem após o cabeçalho atual. o O cabeçalho de extensão foi criado em
substituição ao campo Opções do IPv4, não sendo necessário sua análise
pelos roteadores intermediários, otimizando assim o desempenho da rede.
Algumas de suas funções sãofragmentação, autenticação e
criptografia,mobilidade, roteamento, etc.

 Limite de encaminhamento (Hop Limit) – 8 bits – Campo


que identifica o número máximo de saltos que o pacote pode passar antes de
ser descartado.

 Endereço de origem (Source Address) – 128 bits –Identifica o endereço de


origem do pacote.

 Endereço de destino (Destination Address) – 128 bits –Identifica o endereço


de destino do pacote.

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3- Endereçamento IPV6

O rápido crescimento da inter net e esgotamento de endereços, provocado pelo


desperdício decorrente do esquema de endereçamento hiarquíco adoptado no IPV4
(Nota-se, por exemplo , que se uma rede com 30 máquina usar uma espaço de
endereçamento correspondente a uma rede/24-uma antiga classse C – haverá um
desperdício de 224 endereços), então, precisamente, na base de desenvolvimento de
uma nova versão do procolo IP-o procolo IPv6.

O IPV é o especificado no RFC2460 e caracteriza-se por um espaço de


endereçamentos alargado, por uma simplificação do cabeçalho dos pacotes, por um
suporte de extensão e opções melhorado, pela capacidade de identificação de fluxos de
pacote e pelo suporte de mecanisno de autentificação e privacidade. A figura 3.21
apresenta formato do cabeçalho dos pacote IPV6, sendo patente a sua simlificação ( ver
também a Figura 3.9).

Nesta versão do procolo IP. Os endereços passam a ter 128 bites , em vez dos 32
IPv4 o que corresponte a um espaço de endereçamento que é 2^96 vezes o do IPv4.
Mesmo considerando os desperdícios inerentes a uma política hierarquíca de
endereçamento, estíma-se que , no pior caso, o espaço de endereçamento do IPv6 possa
acomodar 10^18 endereços,o que corresponde a mais de 1500 endereços por cada metro
quadrados dxa superfície terrestre. O RFC4291 define a arquictetura de endereçamento
do IPv6.

Versão Classe de tráfego Flow label

Comprimento do campo de daos Próximo cabeçalho Limite de saltos

Endereçamento IP de origem(128 bites)

Endereçamento IP de destino(128 bites)

Figura3.21-formato de cabeçalho dos pacotes IPv6

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4- PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO AO IPv4
Para além da já referida dimensão don espaço de endereçamento, decorrente da
utilização de endereços de 128 bits, o IPv6 apresenta um conjunto de outros aspectos
que o tornam bastante apelativo quando comparado com o IPv4. De facto, pode afirmar-
se que, a propósito da resolução da questão do esgotamento do espaço de
endereçamento IPv4, se aproveitou a oportunidade para resolver vários dos problemas
que afectavam oprotocolo IP, praticamente desde o seu nascimento, e impedir que
alguns dos que apareceram posteriormente se tornassem demasiado graves.

Uma das questões alvo de especial atenção foi a da configuração automática e


dinâmica dos equipamentos que se ligam à rede. Com aproliveração do tipo de
equipamento com necessidade de comunicação, que fixos quer móveis, a
autoconfiguração assume um papel fundemental. No caso do IPv6, a autoconfiguração
pode ser feita de duas formas:

 Sem registo de estados (stateless configuraction);


 Com registo de estados(stateful configuraction).

A primeira possibilidade que um equipamento IPv6, “construa” um conjunto de


endereços únicos e válidos para à internet, sem necidades de contactar qualquer
servidor.A segunda recorre ao serviço DHCPv6, que é semelhante ao serviço
equivalente IPv4.

Em IPv6 não existe brodcast , tendo este conceito sido constituído pelo multcast. Os
endereços de multcast têm em vista suportar a comunicação de 1 para N de forma
eficiente, simplificando, por exemplo o acesso a serviço bem conhecidos . Criou-se,
ainda o conceito de anycast, que não tem paralelo no IPv4, com ceito este que será
explicado na secção seguite.

As questões de segurança assum um papel crucial na concepção da nova versão do


protocolo IP. Assim, o recurso ao IP Sec a ser um startand integrado no IPv6, o que
permite soluções de comunicação mais seguras , logo apartir das camadas mais baixas
da arquictetura TCP/IP.

A nível das unidades protocolares de dados optou-se por simplificar o formato do


cabecalho ( Ver Figura 3.21), de modo a reduzir o tempo de processamento necessário
para analisar e reencaminhar os pacote, assim, muitos campos do cabeçalho IPv4 foram
suprimidos ou tornados opcionais.

No IPv6, imperativos que todos os troços (links) na internet suportam, no mínimo


um MTU(Maximum Trasmission Unite) 1280 octetos sendo , contudo, recomendado o
suporte de um MTU de 1500 octetos ou suporior,para comodar possíveis
encapsulamentos, sem que haja fragmentação de pacotes . De igusl modo, é de todo
aconselhável que os nós IPv6 implentem o mecanísmo Path MTU Discovery ( RFC
1981). De a descobrir e tirar partido de MTUs superiores a 1280 octetos.

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Para além dos aspectos acima referidos, é de salientar , ainda, o suporte de
mecanísmos de qualidades de serviços ( Quality of Service QoS ), a través do campo
“flow label”, contido no cabeçalho dos pacotes IPv6, bem como o suporte de
mobilidade IPv6, tando a nível de nós (host mobily) como de redes inteiras (network
mobily).

5- TIPOS E REPRESENTAÇÃO DE IPv6


O RFC 4291 define 3 tipos de endereços:

 Unicast;
 Anicast;
 Musticast.

Não existe endereço de brodcast , dado com as suas funções podem ser
desempenhadas pelos endereços multicast.

Os endereços unicast identificam uma única interface de uma máquina . Um pacote


enviado para um endereço unicast será entregue à iternet identificada pelo
endereço.Existem várias formas de endereço unicast:

Endereço unicast globais agregáveis, que permitem agregação de endereços com


bases em, máscara de bits, de forma semelhante ao que se passa no CIDR com os
endereços IPv4;

Endereços “site-local”, originalmente usados para endereçamento dentro de um


“site”, e isso é endereços sem prefixos globais e, portanto, utilizáveis apenas numa dada
zona ( equivalente aos endereços de uso privado do IPv4) e nunca encaminhado para
fora das zona pelos routers;

Presentemente, este tipo de endereçamento que lhes estava reservado(prefixo”1111


111 0 11”) como espaço de endereçamentos unicast global;

As implementações já existentes podem continuar a utilizar estes prefixos;

Endereços” links-loca”; Usados para endereçamentos dentro de um dado”link”


para efeitos de autoconfiguração , descoberta de nós vizinhos ou quando não há routers
presentes; Nunca são encaminhados para outros”links” pelos routers; O prefixo
correspondente a este tipo de endereço é 1111 111 0 10;

Endereço IPv6 contendo endereços IPv4 embutido, usados para mpear ou


representar endereços IPv4 com ambites IPv6; Foram definidos como forma de facilitar
a transição de IPv4 para IPv6;

Neste tipo de enderenço, o endereço IPv4 é colocado no 32 bits menos


significativo de endereço IPv6;

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Existe 2 formas possível deste tipo de endereços IPv4 –compatible(já
descontínuada) e IPv4 mapped.

Os endereços anycast identificam um conjunto de interface tipicamente


pertencentes diferentes nós . Os pacotes enviados para enderenços anycast são entregues
a uma das interface indentificadas pelo endereço. A interface escolhida é a qui se
encontrar ,mais “próximo”de acordo com a métrica utilizadas pelos procolos de
encaminhamentos em vigor.

Os endereços anycast utilizam o mesmo espaço de endereçamento que os


endereços unicast, sendo assim sintaticamente indistinguíveis destes. O que torna o
endereço unicast num enderenço anicast é o facto de ele ser atribuído a mais do que
uma interface. Por sua vez, os nós têm interface com endereços anycast têm que ser
explícitamente configurados para saber que estes são endereços anycast e não unicast.

Os endereços anycast podem serv utilizados, por exemplo, para indentificar um


conjunto de routers pertencentes a uma dada organização ou ligados a uma dada sub-
rede. Dada uma pouca esperiência na utilizão destes endereços, as especificações do
IPv6 estabelecem que eles não devem, por enquanto, ser utilizados como endereços de
qualquer pacote, sendo apenas atribuíveis a routers IPv6.

Os endereços multcast( prefixos “1111 1111”) indentificam um conjunto de


interface, tipicamente pertencentes a diferentes nós.

Um pacote enviado para um endereço multcast é entregue a todas interfaces


identificadas pelo endereço.

O RFC 4291 define endereços multicast permantes ( isto é, atribuídos pela


autoridade global de numeração da internet,vide secção 3.3.3.3) é transitório, cada um
com o seu espaço de endereçamento próprio são também pré-definidos vários endereços
multcast, cujo utilização é reservada.

Tabela 3.4 apresenta adistribuição actual de espaço de endereçamentos do IPv6.

Tipos de endereço Prefixo

Não especificado 00..00(128 bits)

Loopback 00..01(128 bits)

Multcast 11111111(128 bits)

Link-local unicast 1111111010

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Global unicast Restantes prefixos

Tabela 3.4-Distribuição actual do espaço de endereçamento IPv6( RFC4291)

De notar que os endereços especiais “unspecicified address”(todos os bits a


zero), “loopback address” (todos os bits azero excepto o bit menos significativo) e os
endereços ipv6 com endereço ipv4 embutidos são atribuídos no espaço com o
prefíxo”0000 0000”.

Existem três convenções para a representação de endereços IPv6 em forma


textual: a forma preferida (endereço IPv6 completo em formato hexadecimal), a forma
comprimida(substituição de sequências de zeros) e a forma mista(adequada para
ambiente mistos IPv4-IPv6)

A forma preferida é x:x:x:x:x:x:x:x, onde x são os valores hexadecimais dos


oitos blocos de 16 bits que compoem o endereço IPv6. Alguns exemplos são:

FEA0:2B5F:709C:216:AEBC:97:3154:3D12

1030:2A 9C:0:0:0:500:200C:3A 4

A forma comprimida pode ser utilizada para facilitar a escrita de endereços com
logas cadeias de zeros. A sequências”::” indica múltilos grupos de 16 bits a zeros. Esta
sequência só pode a parecer uma única vez num endereço. Por exemplo:

FF08:0:0:0:0:0:209 A:61↔ FF08::209 A:61

1030:2 A9C: :0:0:0:500:200C:3A 4 ↔ 1030:2 A9C::500:200C:3 A4

0:0:0:0:0:0:0:1 ↔ ::1(Endereço de loopback)

0:0:0:0:0:0:0:0 ↔ ::(Endereço unspecified)

Em ambiente mistos, isto é, ambientes com nós IPv4 e IPv6, poderá ser coveniente
autilização de forma mista de representação. Nesta forma os endereços saão expressos
como x:x:x:x:x:x:d:d:d:d, na qual “x” são os valore s em hexadecimal dos sei blocos de
16 bits mais significativosque compõemo endereço IPv6 e os “d” são os valores
decimais dos 4 prupos de 8 bits menos significativos do endereço, representados
utilizando a dotted decimal notation do IPv4. Estes endereços são endereçod IPv6 com
IPv4 embutidos .

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6- OBTENÇÃO DE ENDEREÇOS IP
Até 1998, a atribuiçao de endereços IP globais, isto é, endereços IP únicos em
todo oespaço de endereçamento da internet, era feita sob coordenação geral da
IANA(Internet ASIgned Numbers Authrity, http://www.iana.org).

Em 1998, foi formada a ICANN(Internet Corporation for Assigned Names and


Numbers, http://www.icann.org) com o objectivo de admistrar a política de atribuição
de nomes e endereços de toda a internet, tarefa essa que anteriormente
desempenhadapela INA.No que diz respeito, especificamente , à política de
endereçamento IP, a ICANN delega essa responsabilidade na ASO (Addres Suppoting
Organization) , formada em 1999 por conceso da comunidade Internet. Por sua vez a
ASO delega a responsabilidade de coordenação da atribuição de endereços em entidade
de registo regional(Regional Internet Registries, RIR).

Os RIR são, basicamentes, associações de fornecedores de serviços


Iternet(Internet Service Providers,ISP)fornecendo endereços IP aos seus membros, que
por sua vez, agem como entidades de registo local(Local Internet Rigistries, LIR).

Os principais objectivos da RIR são a utilização eficiente do espaço de


endereçamento, a agregação de rotas por recurso a CIDR, e o fornecimentode
serviços de registo de endereço IP.

As RIR operam em áreas geopolíticas vastas, como por exemp,lo, continentes.


Presentemente, são reconhecidas 5 RIR:

 A APNIC para a região da Ásia e Pacífico;


 A ARIN para a América, caraíbas e países Africanos a sul do equador;
 O RIPE-NCC para a Europa ,Médio Oriente, Ásia central e países Africanos a
norte do equador;
 AfRINIC para Ámerica Latina e caraíba.

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7- ENCAMINHAMENTO
Tal como o endeereçamento , o encaminhamento(routing) é uma das funções de
primordial importância na comunicação entre sistemas permitindo, a determinanação do
caminho a seguir pelos pacotes de dados, determinação esta que no caso do protocolo
IP, é feita salto a salto na maior parte das vezes.

As funções do encaminhamento podem assumir complexidade considerável,


dado este pode ter que ter em consideração o estado da rede( por exemplo a
inoperacionalidade, de certas zonas de rede, os custos de determinados caminhos, a
qualiadade de serviços de determinadas ligações) num dado momento o que obrigará a
uma determinada troca de informações entre sistemas.

As opções tomadas em termos de arquictetura e tipos de endereçamento a


utilizar em uma dada rede ou um conjunto de rede- genericamente designadas por
política de encaminhamento-são fundamental para a garantia da conectividade, pelo que
devem ser alvo de especial atenção por parte de um administrador de sistemas e redes.
A presente secção tem como objectivo fornecer uma visão abrangente das principais
questões e opções associadas com o encaminhamento em redes IP.

7.1-PRINCÍPIOS ENCAMINHAMENTO
Havendo o caso para os quais o encaminhamento é bastante simples, numa boa
parte dos casos o encaminhamento assume uma complezidade considerável, já que
envolve a definição de política, a utilização de protocolo para a troca de informação de
encaminhamento, o cálculo de caminho com base na informação trocada pelos
protocolos e, por fim, a construção e mannunteção de tabela de encaminhamento os
reflictam os caminhos anteriormente calculados. A Figura 3.22 ilustra arelação entre os
elementos organizacionais de enaminhamento agora referidos.

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política de
encaminhamento

informação de
encaminhamento

cálculo de
caminhos

tabela de
encaminhamento

8-TÉCNICAS DE TRANSIÇÃO

O IPv6 não é diretamente compatível com a versão 4 do IP pois o mesmo não foi
desenvolvido para ser complemento ou atributo do IPv4, mas sim um substituto com o
intuito desolucionar de vez um dos problemas graves do IPv4, a escassez de endereços
públicos na Internet. Tendo em vista a utilização do IPv4 no mundo todo, foram criadas
técnicas de coexistência e transição do IPv4 para o IPv6 de modo a não causar grandes
impactos durante esse processo, principalmente sabendo-se que essa transição poderia
durar um tempo relativamente grande.Essas técnicas de transição são divididas em três
categorias:
Pilha dupla, Tradução e Tunelamento, as quais serão

discutidas nas subseções a seguir

A. Pilha Dupla
A técnica de pilha dupla faz com que os equipamentos trabalhem com os
protocolos IPv4 e IPv6 simultaneamente. Os equipamentos que trabalham com
a pilha dupla tem seu
processamento mais exigido, se comparados com equipamentos que trabalham
somente com um dos protocolos. Ainda, com os dois protocolos trabalhando
simultaneamente na rede, isso resulta em uma maior complexidade, exigindo
maiores conhecimentos junto aos administradores da rede
1) Carrier Grade NAT (CGN)
Definida pela RFC6264, a CGN possibilita fazer o NAT (Network Address
Translation) em larga escala,

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principalmente em grandes operadoras de telecomunicações que não
possuam mais endereços IPv4 públicos. Essa técnica é dividida em duas
partes, sendo elas descritas nas RFC 1918 e • RFC1918: também conhecida
como NAT44, é a técnica que se utiliza de endereços privados 10.0.0.0/8,
172.16.0.0/12 e 192.168.0.0/16. • RFC6598 conhecido como NAT444, é a
técnica que se utiliza de endereços reservados 100.64.0.0/10 não sendo
roteado pelos roteadores e de uso exclusivo das
operadoras.
2) Tradução
Aqui, diferentes técnicas são utilizadas para que dispositivos IPv4 e IPv6
possam se comunicarem através da conversão dos endereços IPv4 em IPv6 e
vice-versa. A seguir
são exemplificadas duas dessas técnicas: CGN (Carrier GradeNAT) e AFT
(Address Family Translation).
O funcionamento da técnica CGNAT se dá a partir das duas RFCs
citadas, descrevendo as seguintes etapas:
1. Os pacotes dos usuários que possuem endereços
privados 10/8, 172.16/12 e 192.168/16 chegam ao
CPE (Customer Premises Equipment) da operadora
com endereço de destino IPv4.2. O CPE faz o primeiro NAT trocando o
endereço de origem privado para um endereço de origem
reservado (100.64/10). Mantendo o registro do endereço de origem em sua
tabela (stateful) para quepossa ser feita a comunicação no sentido inverso.
3. O pacote endereçado com destino a um servidor IPv4chega ao roteador de
borda do provedor e faz osegundo NAT para um endereço de origem
IPv4público mantendo em sua tabela (stateful) o endereçode origem que
solicitou a comunicação com oservidor IPv4, para que possa ser realizada
acomunicação inversa.
4. O servidor IPv4 na internet responde a solicitação doendereço IPv4 público e
esse pacote retorna aoroteador de borda IPv4 da operadora.
5. Assim que o pacote é recebido pelo roteador, é feita averificação em sua
tabela (stateful), através da portade comunicação e do endereço de destino, qual
foi oendereço que solicitou tal comunicação. Sendo assim,o roteador troca o
endereço de origem para oendereço que solicitou anteriormente.
6. Esse pacote, ao chegar no CPE do cliente, também éverificado em sua tabela
(stateful), através do endereço de destino e porta de comunicação, qual foio
endereço privado que solicitou a comunicação.
Sendo assim, o CPE troca o endereço de destino, anteriormente 100.64/10, para
um endereço privado.
2) AFT (Address Family Translation)
A técnica AFT faz referência ao processo de mudança de endereços de uma
família para outra, de IPv6 para IPv4 (NAT64) ou de IPv4 para IPv6 (NAT46).
Essa técnica utiliza como técnica auxiliar o DNS64 (Domain Name System 64) e
o DNS46 (Domain Name System 46)

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8.1Tunelamento

As técnicas de tunelamento provêm a possibilidade de comunicação entre redes


IPv4 sobre uma rede IPv6, ou redes IPv6 se comunicando através de uma rede IPv4, Na
sequência são descritas as principais características de alguns dos serviços de
tunelamento disponíveis: Broker, 6over4, 6to4, 6rd, Teredo, ISATAP e GRE (Generic
Routing Encapsulation)

O cliente IPv6 com IP 2001:db8::abcd quer se comunicar com o servidor


domínio.com.br (IPv4).
Num primeiro momento, o cliente envia uma solicitação de consulta ao nome
domínio.com.br ao
servidor DNS64.

2. O servidor DNS64, sabendo que o nome consultado refere-se a um servidor IPv4,


insere o IP 200.0.113.1 convertido em hexadecimal no prefixo 64:ff9b::/96, que é
reservado para o DNS64. O endereço fica 64:ff9b::c800:7101 e então é respondido ao
cliente.

3. O cliente, após ter recebido a resposta do DNS, envia o pacote ao endereço de destino
64:ff9b::c800:7101 que acredita ser um dispositivo na rede IPv6.

4. O roteador, ao receber esse pacote com o prefixo 64:ff9b::/96, reconhece que há um


AFT em
funcionamento na rede. O roteador, por possuir o NAT64, faz a tradução do endereço de
origem para
um endereço IPv4 público disponível e traduz o endereço IPv6 64:ff9b::c800:7101 para
o endereço
IPv4 200.0.113.1.

5. Nesse ponto, o roteador transmite o pacote ao servidor


domínio.com.br através da Internet IPv4.

6. O servidor responde a solicitação ao endereço públicoescolhido pelo roteador na fase


do NAT64.

7. No pacote recebido pelo roteador é feita a traduçãoinversa. Isso só é possível pois o


NAT gerencia ascomunicações mantendo tabelas com informações desessões
estabelecidas (stateful), informações deendereços de origem e portas de comunicação.

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8. Nesse momento já é possível que a resposta àrequisição seja enviada ao cliente pois o
endereço deorigem retornou para 64:ff9b::c633:6401 e o destinoé o endereço do cliente
2001:db8:ca

Serviço de Tunnel Broker

Definido pela RFC 3053, possibilita que hosts IPv6/IPv4 isolados em uma rede
IPv4, ou redes inteiras IPv4, acessem redes IPv6 Para a utilização do túnel broker é
necessário o cadastro em um provedor túnel broker. Feito o cadastro, é necessário fazer
o download do software ou script de configuração para que seja possível conectar-se ao
túnel, autenticando-se, recebendo as configurações necessárias para seu
estabelecimento. Os principais elementos necessários nessa técnica são:

 Tunnel Broker: Recebe as requisições de túnel dos clientes autenticando-os,


além de trocar endereços IPv6 e IPv4 entre o Tunnel Server e o Broker Client, a
fim do estabelecimento do túnel.

Tunnel Server: Responsável pelo estabelecimento do túnelcom o Broker Client,


separando a Internet IPv6 daInternet IPv4, que encapsula os pacotes IPv6.

 Broker Client: É o usuário do Broker, quem faz assolicitações de túnel para


acesso à Internet IPv6.
Servidor Broker cadastra o usuário no servidor de
túnel.

3. Servidor Broker informa ao cliente os parâmetros para


a criação do túnel.

4. Túnel é estabelecido
2) Túnel 6over4

Definido pela RFC4213, o túnel 6over4 se estabelece através de configuração


manual dos equipamentos que farão a fronteira entre as redes IPv6 e IPv4. Quando o
cabeçalho IPv4 é preenchido com o tipo 41, no campo tipo de protocolo, o destinatário
sabe que se trata de um pacote com encapsulamento 6in4, podendo ser utilizado em
túneis manuais ou automáticos. Assim, duas redes IPv6 separadas, com endereços
global unicast ou unique local, podem se comunicar através de uma rede baseada em
IPv4 com endereços IP públicos, uma vez que o pacote IPv6 é colocado dentro do
pacote IPv4. encapsulamento/desencapsulamento do IPv6 no pacote IPv4.interconectar
6to4 com domínios IPv6 nativos através de um roteador relay. Nesse outro método é
possível a comunicação de um domínio 6to4 com um domínio IPv6 nativo, sendo
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necessário autilização de um roteador de retransmissão (relay), que é um roteador de
pilha dupla padrão usando endereçamento 6to4 e IPv6 nativo. O roteador de
retransmissão (relay) tem comofunção conectar à rede IPv4, a rede IPv6 nativa e a rede
desites IPv6 6to4. Um exemplo de relay público é o IPv4192.88.99.1, equivalente ao
IPv6 2002:C058:6301::, endereçoeste de natureza anycast.

3) Túnel 6to4
Definido pela RFC3056, o túnel 6to4 é estabelecido de forma automática,
podendo ser implementado de duas maneiras:

4) Interconectar domínios 6to4


Nesse método é possível interconectar vários sites IPv6, endo atribuído
apenas um endereço Ipv6 na interface externa roteador. Quando o host local
de uma empresa deseja se comunicar com o site IPv6, um pacote é enviado
para a interface do seu respectivo gateway, o que dá origem à primeira etapa
em que o roteador utiliza o túnel 6to4 para chegar ao destino. Assim, o
pacote IPv6 é encapsulado dentro de um pacote IPv4 (protocolo 41). Na
segunda etapa, o pacote
é enviado até o site de destino com o prefixo 2002:C0A8:0A0A::/64
(192.168.10.10) na origem. Na terceira etapa, o site de destino retorna o
pacote para o site de origem com o IPv4 implícito no prefixo
2002:C0A8:0A0A::/64 para criar o pacote encapsulado (protocolo 41)
destinado a
192.168.10.10, ou seja, a interface de trânsito do roteador da empresa e IPv6
de origem 2002:C0A8:100A:: equivalente ao
IPv4 192.168.6.10

Na primeira etapa, um pacote IPv6 é enviado do cliente IPv6 para a interface do


seu gateway, onde o roteador utiliza o túnel 6to4 para chegar a um relay público. Isso
quer dizer que o pacote IPv6 é
encapsulado dentro de um pacote IPv4 (protocolo 41) e assim, encaminhado a um relay
mais próximo
(destino 192.88.99.1). 2. Na etapa dois, o relay encaminha o pacote até o destino com o
prefixo 2002:C0A8:0A0A::/64 e o endereço 192.168.10.10 na origem.

3. Na etapa três, o servidor retorna o pacote para o relay mais próximo, podendo ser o
mesmo utilizado natransmissão, pois o prefixo 2002::/16 indica um túnel 6to4.

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4. Na etapa quatro, o relay utiliza o IPv4 que está dentro do prefixo
2002:C0A8:0A0A::/64 para criar o pacote (protocolo 41) destinado a 192.168.10.10,
que é a interface do roteador daempresa.

4) Túnel 6rd

Definido pela RFC 5569, e estabelecido de formaautomática, o túnel 6rd (6 rapid


deployment) foi desenvolvidopor um ISP (Internet Server Provider) francês para prover
acesso IPv6 aos seus clientes. O nome (6rd) se deu pelo fatoda técnica ter sido
desenvolvida em apenas 5 semanas, no ano
de 2007 O túnel consiste na utilização de endereços IPv4 públicospara cada cliente e na
utilização de gateways dentro daoperadora, substituindo o papel do relay público na
Internet.Esses gateways 6rd são na realidade relays 6to4 atualizadospara a realidade da
operadora, tornando essa solução mais
segura, uma vez que o gateway fica sob o controle da própriaoperadora.É utilizado aqui
o IPv6 com prefixo /32, sendo completadocom os 32 bits do IPv4 público de cada
cliente. Isso acaba
gerando dois inconvenientes:

 O requisito mínimo para que cada cliente tenha umendereço IPv4 público devido
à escassez de endere
 Por se tornar um IPv6 prefixo /64, os clientes não têm a6) Túnel ISATAP
Definido pela RFC 5214, o ISATAP (Intra-Site Automatic Tunnel Addressing
Protocol) também possibilita o estabelecido do túnel de forma automática. O
nome Intra-site se dá pelo fato de ser utilizado somente em redes locais
(internas), sendo que não há necessidade de um relay mas sim a necessidade de
um roteador de borda, conectado na Internet IPv6 e na rede interna IPv4 com
endereçamento público ouprivado.

Túnel ISATAP

Definido pela RFC 5214, o ISATAP (Intra-Site Automatic Tunnel Addressing


Protocol) também possibilita o estabelecido do túnel de forma automática. O nome
Intra-site se dá pelo fato de ser utilizado somente em redes locais (internas), sendo que
não há necessidade de um relay mas sim a necessidade de um roteador de borda,
conectado na Internet IPv6 e na rede interna IPv4 com endereçamento público ou
privado.

Os campos de endereços do ISATAP são os seguintes:


• Prefixo Unicast (64 bits): Prefixo unicast IPv6 válido, podendo ser link-local ou
global.

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• ID IPv4 público ou privado (16 bits): Com endereço IPv4 público, esse campo tem o
valor 200; com endereço privado, esse campo tem o valor 0.

• ID ISATAP (16 bits): Por ser o identificador do túnel, sempre terá o valor 5EFE.

• Endereço IPv4 (32 bits): Campo identificador do endereço do cliente ou roteador no


formato IPv4. A seguir são descritas as formas de estabelecimento do túnel ISATAP,
ilustradas nas figuras 16 a 18, considerando-se três situações: clientes na mesma sub-
rede, clientes em subredes diferentes e clientes IPv6 com servidores puramente IPv6.

• Clientes ISATAP na mesma sub-rede.

8.2Túnel Teredo

Desenvolvido pela Microsoft e definido pela RFC 4380, o tunelamento é feito de


forma automática, provendo acesso aos usuários de seu sistema operacional à internet
IPv6 através da internet IPv4. Possui prefixo reservado (2001:0000::/32), funcionando
com servidores públicos na internet IPv4. Para estabelecer o túnel é necessário a
negociação prévia com servidores Teredo. Após esta fase, o tráfego é encaminhado para
relays públicos que trabalham com pilha dupla, possuindo
acesso à internet IPv6.

O diferencial de se utilizar o túnel Teredo é que seu funcionamento também é


possível através do NAT, pois o sistema operacional se comunica com servidores
Teredo na
Internet por meio da porta UDP 3544.
Os servidores públicos Teredo e os relays Teredo são dispositivos distintos. Devido a
isso, o desempenho do Teredo é considerado ruim pelo tempo de estabelecimento do
túnel, além de poder também ser bastante complexo, pelo fato da utilização do NAT.

Clientes ISATAP 1 e 2 solicitam resolução de nomes ao servidor DNS.2.


Clientes ISATAP 1 e 2 recebem resposta do servidorDNS contendo o endereço IPv4 do
roteador ISATAP.3. Clientes ISATAP 1 e 2 enviam solicitação IPv4 deRouter
Solicitation (RS) ao roteador ISATAP. 4. Roteador responde a solicitação com
informações quepossibilitam os clientes ISATAP 1 e 2 configurareminterfaces virtuais
endereçadas com ISATAP/IPv6.

5. Clientes ISATAP 1 e 2 se comunicam com pacotes IPv6, encaminhando aos


seus endereços IPv4 de
destino respectivos, encapsulado-os em IPv4(utilizando o protocolo 41).

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9-Conclusão

Com a realidade de esgotamento do protocolo IPv4, foi possível evidenciar a


importância do protocolo IPv6 pela suacapacidade de acréscimo de endereços quase que
infinitamente, além da otimização de diversas funcionalidades através de seu cabeçalho.
Porém, com a utilização do IPv4 em praticamente todos os ambientes, um grande
dilema surgiu: como fazer a substituição dessa versão do protocolo por uma nova, no
caso o IPv6?

Assim, diferentes formas de possibilitar não só a substituição, mas


principalmente a coexistência entre essas duas versões do IP, têm sido apresentadas;
coexistência sim, pois essa fase de transição não tem uma data limite. Comparando-se
as características dessas diferentes técnicas, verifica-se que a técnica de pilha dupla
apresenta maior simplicidade de implementação, sendo por isso a mais utilizada.

Com relação às técnicas de tunelamento, apresentando menor complexidade, e


às técnicas de tradução, já com maior complexidade, sob o ponto de vista de
infraestrutura da rede, demandam maiores recursos dos dispositivos da rede, tais como
roteadores, gateways, servidores, e até mesmo clientes finais.Observa-se assim que,
ambas as técnicas apresentam vantagens e desvantagens, quando comparadas, e novas
técnicas podem ainda ser apresentadas. Assim, quando necessária a escolha de uma ou
mais dessas técnicas, deve aos administradores das redes fazer uma análise bastante
criteriosa da relação custo/benefício de cada uma delas quando aplicadas às suas
necessidades, tendo em vista não só a otimização dos custos em suas infraestruturas de
rede, mas principalmente a melhoria no desempenho de suas redes e, mais importante, a
satisfação de seus clientes.

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10-REFERÊNCIAS

 ENGENHARIA DE REDES INFORMÁTICA/10ª EDIÇÃO ACTUALIZADA


E AUMENTADA
 BOAVIDA EDUARDO, MONTEIRO EDMUNDO
 FCA-EDITORA DE INFORMÁTICA
 CISCCO.CISCO SBA BORDELLES NETWORK:IPV6 ADDRESSING
GUIDE JOSÉ: CISCO SISTEMS ,INC.2012.

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