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O PROTOCOLO IPv6

Introdução

A Internet que conhecemos hoje funciona basicamente com a interligação de redes de


computadores em todo o mundo. Embora possua pontos vitais, como os servidores DNS, ela não
possui um ponto central, algo que se parar de funcionar comprometa toda a Internet.

Entre os vários protocolos que hoje mantêm a Internet, está o protocolo IP (Internet Protocol). Ele
sem dúvida é o protocolo mais importante, pois é o responsável por identificar cada computador
ou aparelho conectado que compõe toda a rede mundial de computadores. Esse número é único,
ou seja, dois computadores não podem ter o mesmo IP.

Mas como fazer o controle para que um computador no Brasil não tenha, por exemplo, um mesmo
IP de um computador na China ? Para que seja possível esse controle, foi necessário criar uma
estrutura hierárquica de forma que cada local tenha reservado um conjunto de endereços IP que
não será utilizada em outros lugares do mundo.

O órgão responsável por todos os endereços IP's do mundo e pela sua distribuição é o IANA
(Internet Assigned Numbers Authority). Abaixo do IANA, existem órgãos regionais que delegam os
IP's reservados para cada região. No Brasil quem cumpre essa função é o NIC.br

Hierarquia dos órgãos responsáveis

Tudo muito organizado até então, certo ? Mais ou menos. A verdade é que a mais de 20 anos
atrás era impossível imaginar que algo chamado Internet ganharia as dimensões que possui hoje,
com tantos computadores, notebooks, netbooks, celulares e todo tipo de equipamento conectado
ao mesmo tempo. E para cada equipamento é necessário um endereço IP. Haja IP !!!

O protocolo IP em sua versão 4 (a mais utilizada até então) é capaz de armazenar 4.294.967.296
endereços IP. Isso porque um número IPv4 nada mais é que um binário de 32 bits.

Exemplo de um número IPv4: 187.16.23.140


Esses mais de 4 bilhões de números IP foram divididos em 3 classes:

Classe A: armazena 128 blocos de IP's com aproximadamente 16 milhões de endereços.


Classe B: armazena 16 mil blocos de IP's com aproximadamente 65 mil endereços.
Classe C: armazena aproximadamente 2 milhões de blocos de IP's com 256 endereços cada um.

O nascimento do IPv6

Quando já era notório que a quantidade de IP's disponíveis não iria mais atender a demanda de
aparelhos conectados na Internet, algumas medidas paliativas foram tomadas antes da criação do
IPv6, tais como:

− A criação dos endereços privados (RFC 1918) para uso em redes corporativas;
− A tecnologia NAT, que permitia que um único IP válido fosse entregue para uma rede
composta de vários computadores com IP's privados;
− O protocolo DHCP, que permite a alocação dinâmica de endereços IP.

Todas as tecnologias citadas acima ajudaram a retardar o esgotamento dos endereços IP. Mas a
demanda continua aumentando, graças a novos aparelhos que hoje possuem a capacidade de se
conectar a Internet, o acesso a Internet pela população mais carente sendo facilitado e as novas
maneiras de se conectar, como as redes 3G. Ou seja, não há como fugir de uma mudança mais
profunda e definitiva.

O que muda no IPv6

Basicamente, o IPv6 é um binário de 128 bits (e não 32, como no IPv4) e permitirá endereçar
muito mais computadores que o IPv4. O número exato é
340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 de endereços. Pra ficar mais fácil de
entender, é como se cada ser humano tivesse 5,6 x1028 endereços IP.

Além da vantagem clara de mais endereços IP's pra distribuir, o IPv6 vai permitir que crie-se
novas estruturas hierárquicas de IP's onde, por exemplo, cada aparelho conectado a Internet
tenha um endereço IP válido, eliminando a necessidade do uso da tecnologia NAT. Isso facilita,
entre outras coisas, o direcionamento mais inteligente dos pacotes de dados.

Exemplo de um IPv6: 2001:bce4:0:0:0016:f2ff:fffe:34e1

Outro ponto importante do IPv6 é a segurança. Nele, é obrigatório o uso do protocolo IPSec, o que
torna toda a rede mais segura. O IPSec é um protocolo de segurança que permite o uso de
criptografia e autenticação no envio e recebimento de pacotes, aumentando a confidencialidade
dos dados.

Vale lembrar que, para que o IPv6 passe a ser utilizado totalmente no lugar do IPv4, algumas
mudanças são fundamentais. Roteadores, Switches, Firewalls e sistemas operacionais serão
alguns dos principais afetados, portanto, a mudança deverá ser, de certa forma, lenta e gradual.

Como é o endereçamento do IPv6

Exemplo de um endereço IPv4: 192.168.100.152


Exemplo de um endereço IPv6: 2001:0DB8:AD1F:25E2:DFA1:F0C4:5311:84C1

Enquanto o IPv4 é dividido em 4 octetos de 8 bits, o IPv6 é dividido em 8 grupos de 16 bits.


Embora seja um conjunto de caracteres gigantescos, o IPv6 possui algumas regras de
abreviação. Você pode, por exemplo, omitir os zeros à esquerda e representar zeros contínuos
apenas por “::”

Exemplo: 2002:0000:0000:0015:0015:0000:0000:0000:0001
Utilizando as regras de abreviação: 2002::15:0:0:0:1

Concluindo …

O IPv6 é uma evolução natural do principal protocolo que sustenta a Internet. Tecnicamente
algumas mudanças serão consideráveis, como o funcionamento de roteadores e firewalls. Ah, e
chega de querer decorar aquele IP e gateway da sua rede doméstica ou do serviço. A não ser que
você tenha memória de elefante para decorar um endereço como
2001:0DB8:AD1F:25E2:DFA1:F0C4:5311:84C1 …. ;-)

Brincadeiras a parte, as dificuldades que o IPv6 possa trazer no início devem ser encaradas pelos
profissionais da área como um mal necessário. É fato que daqui alguns anos poderíamos ver a
escassez de endereços IP válidos. Isso não pararia o funcionamento da Internet mas sem dúvida
impediria o seu crescimento exponencial como vemos hoje.

Conteúdo parcialmente extraído do site CEPTRO.


(http://www.ceptro.br/CEPTRO/ElearningIPv6)

Agradecimentos a NIC.br pela liberação do conteúdo.

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