Você está na página 1de 13

o meio ambiente os absorva, está provocando a degra-

dação do meio ambiente. No entanto, o meio ambiente


está dando sinais de degradação como esgotamento dos
recursos naturais, o meio ambiente está mostrando que
não consegue absorver os impactos ambientais. Este
assunto é longo e complexo.
Vamos, no entanto, relatar uma iniciativa que de-
monstra esta preocupação com o meio ambiente. A NR
25 - Resíduos Industriais determina que os resíduos
industriais são aqueles resultantes de processos indus-
triais, que sua geração deve ser diminuída e que este
deve ter destino previamente estabelecido para que não
seja lançado no ambiente de trabalho, pois pode com-
prometer a saúde do trabalhador. As exigências relativas
à destinação de resíduos devem ser cumpridas pelo em-
pregador, pois trata-se de efeito produzido pela ativida-
de ecnômica que este assume. Deste modo, a proteção
do meio ambiente contribuirá para a saúde do trabalha-
dor e os demais membros da comunidade.

4.5 Sistemas de prevenção e


combate a incêndio

O fogo é essencial para a vida desde os tempos


mais remotos. De fato, muitos acreditam que a evolu-
ção humana começou a partir da invenção da roda e
também a partir do momento em que o homem apren-
deu a “fazer” e controlar o “fogo” para se aquecer ou
preparar seus alimentos. O fogo, quando controlado,
125
é essencial em para atividade humana. Sem controle,
no entanto, denomina-se incêndio, gerando destruição,
perdas de vidas humanas, materiais e degradação do
meio ambiente.
A prevenção e extinção do fogo caracterizam-se
por medidas que devem ser previstas e implementadas,
compondo, assim, a prevenção contra incêndios.
Toda instalação que acomode atividades indus-
triais, comerciais e mesmo residenciais deve possuir
sistemas de combate a incêndios que atendam exigên-
cias de segurança contra incêndios. Estudos e projetos
devem ser desenvolvidos para a definição dos sistemas
de combate a incêndio, resultando num projeto técnico.
O referido projeto, treinamentos para os brigadistas e
o atendimento às demais exigências estabelecidas pelo
Corpo de Bombeiros possibilitarão a obtenção do Auto
de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), cuja vali-
dade é variável, conforme tipo de ocupação.
O objetivo do Planejamento para Emergência é
gerenciar as questões legais, comerciais e humanas as-
sociadas às situações de emergência. O objetivo priori-
tário é proteger funcionários e membros das comuni-
dades vizinhas de quaisquer efeitos adversos, prevenir
danos, inclusive às propriedades adjacentes e aos recur-
sos naturais. O planejamento para emergências pode
também ajudar a minimizar o impacto de um incidente
na Unidade ou na empresa, limitando, assim, possíveis
prejuízos a clientes. Tem também como objetivo ajudar
a minimizar pedidos de indenização contra a empresa,
e garantir o cumprimento de regulamentos em vigor e
126
diretrizes do Corpo de Bombeiros, Defesa Cívil, CE-
TESB, ANVISA, Ministério do Trabalho, entre outras.
As atividades de prevenção de incêndios incluem
procedimentos para minimizar ou eliminar possíveis
causas de incêndios.
Algumas causas são aqui apresentadas, como: a)
incêndios causados por instalações elétricasque podem
ocorrer em virtude da presença de gases ou vapores
inflamáveis, ligações elétricas em instalações e equipa-
mentos apresentando defeitos, baixa manutenção, solu-
ções inadequadas ou improvisadas, ligações temporárias
que acabam se perpetuando depois de instaladas, ausên-
cia de sistemas de aterramento; b) incêndios causados
por cigarros que podem ter como causa a possível falta
de sinalização ou de definição de local destinado aos
fumantes, possibilitando que estes realizem esta práti-
ca nos diferentes ambientes da empresa destinados à
produção, armazenagem ou próximo às áreas com utili-
zação dos mais variados produtos; c) calor presente em
chamas expostas em virtude de operações de soldagem,
corte e equipamentos de aquecimento, pois o calor é
um dos elementos do fogo, a presença deste em com-
binação com outros possíveis elementos que compõem
o fogo podem gerar um incêndio. As causas não se es-
gotam com estes exemplos, podendo ainda ser identi-
ficadas outras situações que se caracterizem como tal.
Quanto aos sistemas de proteção e combate a in-
cêndio, estes dependerão do tipo de ocupação, devendo
atender inclusive à legislação específica do ramo de ati-
vidade. Como exemplo, podemos mencionar: Código
127
de Obras para obtenção de alvarás e licenças de funcio-
namento, Normas do Corpo de Bombeiros, Ministério
do Exército, em caso de produtos controlados, Agência
Nacional de Vigilância Sanitária(ANVISA), Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e suas
correspondentes nos outros estados, entre outros.
No que diz respeito à proteção e combate a
incêndio, há os extintores portáteis que são aparelhos
que, sendo utilizados por uma única pessoa, contém em
seu interior substâncias químicas empregadas na extin-
ção de incêndio. Os agentes extintores existentes nos
extintores determinam sua nomenclatura e consequen-
te utilização ou aplicação.
As classes de incêndio são definidas pelo material
que se queima. Para classes de incêndio diferentes exis-
tem agentes específicos para seu combate.
Os extintores portáteis podem ser classificados
como A, B, C,e D. Os extintores para fogos de Classe
A destinam-se a combater o fogo em combustíveis só-
lidos, sendo identificado por um triângulo verde com
a letra A inserida na figura; os extintores para fogos de
Classe B, destinam-se ao combate do fogo em líqui-
dos inflamáveis, sendo identificado por um quadrado
vermelho com a letra B inserida na figura; os extin-
tores para fogos Classe C contém agentes destinados
ao combate do fogo em equipamentos elétricos e sua
identificação é feita por um círculo azul no qual a letra
C está inserida; e os extintores denominados classe D,
contém agentes para extinção de fogos em metais com-
bustíveis, tendo como rótulo uma estrela amarela com
128
a letra D em seu interior. A classificação dos extintores
no Brasil segue as exigências das normas estabelecidas
pela ABNT, sendo apresentada no quadro abaixo.

Os agentes extintores presentes nos extintores de


incêndio e sua aplicação são as seguintes: Os extintores
cujo agente extintor é água, destinam-se aos incêndio
de classe “A”, agindo por resfriamento, eliminando ou
reduzindo o calor. Os combustíveis sólidos são madei-
ra, papel, tecido, por exemplo; Os extintores de pó quí-
mico seco são indicados para os incêndios de classe “B”
e “C” atuando na extinção do fogo por abafamento; O
agente extintor gás carbônico destina ao combate dos
incêndios classe “B” e “C”, atuando por abafamento
no combate ao incêndio e a espuma mecânica também
utilizada como agente extintor. A espuma mecânica
atua por abafamento e por resfriamento, sendo indicada
para os incêndios classe “A” e “B”.
129
Os extintores devem ser inspecionados sendo
verificado se encontram-se carregados, com acessos de-
sobstruídos, no local previsto, apresentando-se como
recursos em condições de uso. Sendo identificadas irre-
gularidades, estas devem ser corrigidas imediatamente.
Deve-se também observar se a sinalização está visível,
instalada na posição correta e desobstruída, propician-
do a fácil localização dos extintores.
A sinalização é utilizada para identificar outros
itens do sistema de combate a incêndio, como hidran-
tes, indicação de rotas de fuga, saídas de emergência,
ponto de encontro e demais recursos necessários pre-
vistos no projeto técnico.
Outro item que compõe o sistema de combate a
incêndio são os hidrantes. Os hidrantes fornecem su-
primento de grande volume de água produzindo o res-
friamento do material presente no incêndio. São ins-
talados em rede hidráulica, funcionando sob pressão,
utilizando, portanto, tubulações metálicas, conduzindo
a água do reservatório até seus terminais, que podem
ser duplos ou simples. Deve ser composto por canaliza-
ção da água, abastecimento de água, dispositivos, como
registros e válvulas, mangueiras, esguichos reguláveis,
abrigo para guarda de mangueira, chave de união e de-
mais elementos. Além destes, o sistema possui a bomba
de recalque principal que recebe água de fora da rede
de incêndio, sob pressão, garantindo o fornecimento de
água em situações de incêndio e a bomba jockey, que
mantém a água na tubulação do sistema.
Existe também o sistema de chuveiros automáti-
130
cos, ou sprinklers, que é composto por encanamentos
ligados a uma linha principal de distribuição e destas
saem ramificações cujos diâmetros diminuem confor-
me se distanciam da linha principal. Nestas ramifica-
ções ficam instalados os chuveiros automáticos que dão
vazão à água, sendo que a quantidade destes e tipo va-
riam de acordo com o risco existente no ambiente onde
encontram-se instalados.
O funcionamento do sistema acontece por meio
de bombas que mantêm a água no encanamento sob
pressão e, dependendo da temperatura atingida no am-
biente, as saídas (chuveiros automáticos) são acionadas.
Os chuveiros são compostos por uma ampola com um
líquido que se expande quando exposto ao calor, cau-
sando a quebra do vidro e permitindo a saída da água
sob forma de ducha. O perfeito funcionamento dos
chuveiros automáticos exige que seus registros estejam
permanentemente abertos.
Veja na tabela abaixo a temperatura do rompimen-
to das ampolas dos chuveiros automáticos.
Tabela 1 – Código de cores das ampolas (cápsulas)
Temperatura de ruptura (°C) Cor
57 Laranja
68 Vermelha
79 Amarela
93 Verde
141 Azul
182 Roxa
204-260 Preta
(Fonte: Camilo Junior, 1999, p. 79)
131
4.6 Atividades de laboratório

O laboratório é um local de trabalho com po-


tenciais riscos de acidentes pela natureza da atividade
com a exposição do trabalhador a determinados agen-
tes como químicos e biológicos, pela manipulação de
substâncias com as mais variadas características, com
potencial de acidente, pois a manipulação incorreta
de substâncias, a falta ou não cumprimento de pro-
cedimentos, falta de manutenção em equipamentos e
instrumentos, entre outras situações, podem produzir
acidentes ou reações perigosas.
Além da atividade desenvolvida no laboratório,
cujos riscos são inerentes aos agentes com que se tra-
balha, os equipamentos e materiais empregados neste
tipo de ambiente podem se constituir em uma fonte
potencial de riscos. Contudo, para cada atividade, apa-
relho ou material manipulado existe um modo correto
de atuação. Tal informação deve compor a Ordem de
Serviço garantindo que o trabalhador está ciente dos
riscos a que se expõe, quais medidas de controle são
existentes para aquela atividade e quais as orientações a
respeito são definidas pelo empregador. Sob a ótica da
segurança, pode parecer que a preocupação permane-
ce no cumprimento da legislação para que sejam evita-
das as penalizações, no entanto, o reconhecimento do
risco, sua avaliação e a determinação das medidas de
controle têm o propósito de garantir a integridade do
trabalhador. Assim, uma das medidas de controle para
atividades em laboratório é o estabelecimento e cum-
132
primento de procedimentos que podem ser aplicados
às atividades de análise de agentes biológicos, no desen-
volvimento de novas substâncias químicas, manuseio
de novos equipamentos, armazenamento de substân-
cias, por exemplo.
Em laboratórios, há equipamentos denominados
capelas, que são câmaras com a frente envidraçada e
abertura frontal para que o analista possa manusear
substâncias e reagentes, por exemplo. Caracteriza-se
como um sistema composto por um exaustor, com
a função de retirar por exaustão mecânica vapores e
gases presentes em determinadas reações químicas,
protegendo o analista contra estes, por dutos de ar e
sistema de filtros. Embora o analista só exponha bra-
ços e mãos aos agentes no interior das capelas, deverá
utilizar os equipamentos de proteção individual indi-
cados à sua tarefa.
Outro equipamento encontrado em laborató-
rios são as cabines de segurança biológica. Também
identificadas pela sigla CBS, as cabines de segurança
biológicadestinam-se à proteção do trabalhador que
desenvolve atividades que o expõem a agentes bioló-
gicos com diferentes graus de periculosidade. Além do
trabalhador, o ambiente de trabalho, o meio ambiente
e as amostras utilizadas nas cabines são preservados
com este tipo de solução.
A classificação dos agentes patogênicos, em con-
formidade com a Diretiva 90/679 da Comunidade
Europeia (CEE), de 26/11/1990, é apresentada na
tabela abaixo.
133
Tabela 2. Classificação dos agentes patogênicos con-
forme Diretiva n.° 90/679 da CEE de 26/11/1990
Grau de risco
Característica do agente
1 2 3 4
É fácil provocar uma doença Não Sim Sim Sim
A doença se propaga facilmente Não Sim Sim
A doença se propaga facilmente e
Não Sim
não se conhece um tratamento eficaz

A clasificação dos agentes biológicos é apresen-


tada a seguir, de acordo com Anexo I da NR32 – Se-
gurança e saúde no Trabalho em Serviços de Saúde
(BRASIL, 2005):

Classe de risco 1: baixo risco individual para o tra-


balhador e para a coletividade, com baixa probabilidade
decausar doença ao ser humano.
Classe de risco 2: risco individual moderado para o
trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação
para a coletividade. Podem causar doenças ao ser hu-
mano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia
outratamento.
Classe de risco 3: risco individual elevado para o
trabalhador e com probabilidade de disseminação para
a coletividade. Podem causar doenças e infecções gra-
ves ao ser humano, para as quais nem sempre existem
meioseficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4: risco individual elevado para o
trabalhador e com probabilidade elevada de dissemi-
nação para a coletividade. Apresenta grande poder de
134
transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem cau-
sar doenças graves ao ser humano, para as quais não
existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Ainda com relação aos agentes biológicos, você


poderá consultar a tabela daqueles classificados nas
classes de risco 2, 3 e 4 no Anexo II da NR32 (BRA-
SIL, 2005) no endereço eletrônico:

http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A28
0000138812EAFCE19E1/NR-32%20%28atualizada%20
2011%29.pdf

Assim, a exposição a agentes biológicos, que apre-


sentam classificações variadas, exige medidas de con-
trole diferenciadas.
As cabines de segurança biológica apresentam
solução projetiva que possibilita a circulação do ar em
seu interior de uma determinada maneira que os agen-
tes infectantes ali permanecem. Em virtude disso, para
cada tipo de cabine a recepção do ar, sua exaustão, a
recirculação de ar, velocidade de captação do ar externo
e os filtros empregados são previstos para que a pro-
teção seja apropriada ao risco a que o trabalhador está
exposto. As cabines de segurança biológica dividem-se
em três classes.
De acordo com a classificação dos agentes biológi-
cos será determinada a classificação do laboratório. Se-
135
gundo Spinelli (2006), a classificação do laboratório é a
seguinte: Básico, no qual os agentes biológicos manipu-
lados são os de Grau de Risco I; para a manipulação de
agentes biológicos do Grupo de Risco II, o laboratório é
classificado como Básico, apresentando cabine de segu-
rança biológica, além de equipamentos de proteção in-
dividual e contenção física; os laboratórios classificados
como Contenção são aqueles que trabalham com agen-
tes biológicos do Grau de Risco III; e os laboratórios
classificados como Contenção máxima são aqueles que
trabalham com agentes biológicos do Grau de Risco IV.
Devem ser adotadas medidas de controle para
os laboratórios que trabalham com micro-organismos
que devem ser previstas na seguinte ordem: medidas
de controle na fonte, como substituição do micro-
-organismo ou modificação do processo, por exemplo;
medidas adotadas no percurso, como ventilação, desin-
fecção, entre outras; medidas de controle relativas ao
trabalhador como informações relativas aos riscos, trei-
namentos sobre os métodos de trabalho; acompanha-
mento médico, dentre outras possíveis. Para as medidas
a serem desenvolvidas e implementadas devem ainda
ser verificados riscos inerentes presentes, que devem
ser reconhecidos, avaliados e medidas de controle de-
correntes implementadas. Para ilustrar esta situação, a
esterilização efetuada por autoclaves, exige que a uti-
lização deste equipamento atenda o estabelecido na
NR13 – Caldeiras e Vasos de pressão, ou o emprego de
desinfetantes químicos para descontaminação de super-
fícies de trabalho destinadas a experimentos com agen-
136
tes biológicos. Os desinfetantes podem ser corrosivos,
inflamáveis, tóxicos ou carcinogênicos. Considerando
suas características, depois da seleção do desinfetante
mais bem indicado ao uso necessário, avaliar os riscos
envolvidos na utilização do desinfetante químico e ado-
tar medidas de controle.

4.7 Seleção, treinamento e


motivação pessoal

A captação de mão de obra é um desafio cons-


tante para as empresas. Por captação entenda-se en-
contrar no mercado de trabalho mão de obra especia-
lizada, com conhecimentos técnicos específicos para o
cargo a ser preenchido.
Outros aspectos importantes aliados à especializa-
ção são o grau de aceitação do trabalho em equipe, a
distinção da importância da disciplina e aplicação das
normas e diretrizes da empresa, comprometimento
com a segurança individual e do grupo e com o cresci-
mento da organização em geral.
As empresas bem estruturadas mantêm profissio-
nais de Recursos Humanos apoiados por políticas bem
definidas de contratação de mão de obra com salários
atraentes acrescidos de pacotes de benefícios atrativos.
Não basta, contudo,o profissional demonstrar talento
nas habilidades do seu campo de atuação, se não houver
desenvoltura e comprometimento com as políticas de
segurança, imagem da organização, políticas sociais e
meio ambiente.
137

Você também pode gostar