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Ensaios de Dureza

Disciplina: Ensaios dos Materiais


Professores: Dr. Cleber Santiago Alves
Marcelo José Alba
Introdução
• A palavra dureza pode ter vários significados:
– Na Metalurgia considera-se dureza como a resistência à
deformação plástica permanente;
– Na Mecânica é a resistência à penetração de um material
duro no outro.

– A dureza define-se como sendo a resistência que um


material oferece a sofrer uma deformação plástica na sua
superfície.
Introdução

Interesse do conhecimento da dureza:

1.Conhecimento da resistência ao desgaste;

2.Conhecimento aproximado da resistência mecânica


através do uso de tabelas de correlação;

3.Controle de qualidade de tratamentos térmicos;

4.Controle de qualidade em processos de conformação


plástica e em processos de ligação.
Introdução

1 –Vantagens:
– Rapidez de execução;
– Baixo custo dos equipamentos envolvidos.

2 –Métodos de medição:
– Risco (escala de dureza de MOHS);
– Ressalto (método SHORE);
– Penetração (BRINNEL, VICKERS, ROCKWELL).
Introdução
Dureza Mohs
Dureza por Rebote – Shore
Definição:
É uma medida da capacidade que o material
apresenta em absorver a energia cinética de um
corpo que se choca com a superfície.

Domínio de aplicação:

• Cobre toda a gama de dureza dos metais;

Limitações:

• Deve ser executado com o tubo perfeitamente


vertical;
• Muito sensível ao acabamento superficial;
• Medições em peças pouco espessas são
sensíveis ao tipo de apoio;
• Peças pouco espessas ou de baixa rigidez
podem entrar em vibração com o impacto.
Dureza por Penetração
Cuidados importantes:

•Perpendicularidade entre a força e a superfície da peça;


•Aplicação lenta da carga;
•Preparação correta da superfície;
•Tempo de espera após aplicação da carga antes da descarga (fenômeno de fluência
transitória).
Dureza por Penetração - Brinell
MÉTODO BRINELL (ANO 1900)

• Penetrador esférico – esfera de aço, CW

A geometria do penetrador só garante


proporcionalidade entre os incrementos de
carga e os incrementos de área da calota.

Verifica-se que é válida a relação (fator de


carga):
Dureza por Penetração - Brinell
(1900, J. A. Brinell). Existe uma relação entre os valores obtidos no ensaio e os resultados de
resistência à tração.

“Consiste em comprimir lentamente uma esfera de aço


temperado, de diâmetro D, sobre uma superfície plana,
polida e limpa de um metal, por meio de uma carga F,
durante um tempo t, produzindo uma calota esférica de
diâmetro d.
P = prof. de impressão (da colota)

A dureza Brinell (HB) é a relação entre a carga aplicada (F) e a área da calota esférica impressa
no material ensaiado (Ac).

Ac = π.D. p

Muito pequeno, difícil medição


Dureza por Penetraçã - Brinell
EXEMPLO: Uma amostra foi submetida a um ensaio de dureza Brinell no qual se usou uma
esfera de 2,5 mm de diâmetro e aplicou-se uma carga de 187,5 kgf. As medidas dos
diâmetros de impressão foram de 1 mm. Qual a dureza do material ensaiado?

Os cálculos anteriores são dispensáveis, se você dispuser de uma tabela apropriada.


Dureza por Penetração - Brinell
Vantagens:

•Econômico;
•Baixo tempo de preparação das superfícies;
•Único possível para materiais pouco
homogêneos.

Desvantagens:

•Não linearidade carga -impressão


•Dureza máxima admissível baixa.

Apresentação do resultado da medição:


O número de dureza Brinell deve ser seguido pelo símbolo HB, sem qualquer sufixo,
sempre que se tratar do ensaio padronizado, com aplicação da carga durante 15
segundos. Exemplo 90 HB.
Ensaio em outras condições: 120 HB /5/250/30
dureza Brinell de 120 HB; o diâmetro da esfera de 5 mm; a carga aplicada de 250 kgf
e duração do ensaio de 30 segundos
Dureza por Penetração - Brinell
Correlação entre a dureza Brinell e o limite de resistência à tração

Distâncias mínimas
Dureza por Penetração - Brinell
O ensaio padronizado, proposto por Brinell, é realizado com carga de 3.000 kgf e esfera de 10
mm de diâmetro, de aço temperado. Porém, usando cargas e esferas diferentes, é possível
chegar ao mesmo valor de dureza, desde que se observem algumas condições:

F (CARGA) → 0,25.D < d < 0,5.D , ideal d = 0,375.D

Para obter o diâmetro de impressão dentro do intervalo anterior, deve-se manter constante a
relação entre a carga (F) e o diâmetro ao quadrado da esfera do penetrador (D2 ), ou seja, a
relação

Fator de carga

Para padronizar o ensaio, fatores de carga foram fixados. O quadro a seguir mostra os
principais fatores de carga utilizados e as respectivas faixas de dureza e indicações do
material.
Dureza por Penetração - Brinell
Fatores de carga padronizados de acordo com a faixa de dureza e o tipo de material.

O diâmetro da esfera é determinado em função da espessura do corpo de prova ensaiado. No


caso da norma brasileira, a espessura mínima do material ensaiado deve ser 17 vezes a
profundidade da calota.
O quadro a seguir mostra os diâmetros de esfera mais usados e os valores de carga para cada
caso, em função do fator de carga escolhido.
Dureza por Penetração - Brinell
Uma empresa comprou um lote de chapas de aço carbono com a seguinte especificação:
espessura: 4 mm, dureza Brinell (HB): 180. Essas chapas devem ser submetidas ao ensaio de
dureza Brinell para confirmar se estão de acordo com as especificações.

Essas chapas podem ser ensaiadas com a esfera de 10 mm?

A espessura do material ensaiado (no mínimo) = 17.p


Calculando o valor de p.
De acordo com a tabela F/D2 = 30 (aço-carbono) → F = 3000 kgf

→ 180 = 3000 / π.10.p → p = 0,53 mm

Espessura mínima = 17 . 0,53 = 9,01 mm

Resposta:As chapas de 4 mm não podem ser ensaiadas com esfera de 10 mm.


Dureza por Penetração - Brinell
• A esfera de 10 mm produz grandes calotas na peça. Por isso é a mais adequada para medir
materiais heterogêneos, que têm a estrutura formada por duas ou mais fases de dureza muito
discrepantes (ferros fundidos, bronzes etc);
• Esferas de diâmetros menores produziriam calotas menores e, no caso de materiais
heterogêneos, poderia ocorrer de se estar medindo a dureza de apenas uma das fases. Com
isso, o valor de dureza seria diferente do esperado para o material.

Representação dos resultados obtidos

O número de dureza Brinell deve ser seguido pelo símbolo HB, sem qualquer sufixo, sempre que
se tratar do ensaio padronizado, com aplicação da carga durante 15 segundos. Exemplo 90 HB.

Ensaio em outras condições: 120 HB /5/250/30


dureza Brinell de 120 HB; o diâmetro da esfera de 5 mm; a carga aplicada de 250 kgf e duração
do ensaio de 30 segundos
Dureza por Penetração - Vickers
MÉTODO VICKERS (ANO 1929)

Características:
•Utiliza um penetrador de diamante, o que
torna o ensaio aplicável a todos os tipos de
materiais;
•A área da impressão é proporcional à força
aplicada, o que torna o ensaio insensível à
força aplicada.
Dureza por Penetração - Vickers
Forças aplicáveis:

•De 1 até 120kgf em macradurezas


•De 10 a 1000g em microdurezas

Baixas forças aplicadas

Diminuem o risco de danificação do penetrador

Exigem instrumentação de leitura mais correta e melhor preparação da amostra


Dureza por Penetração - Vickers
Vantagens:

• Escala contínua;
• Grande precisão de medida (deformação nula do penetrador);
• Possibilidade de fazer impressões muito pequenas;
• Possibilidade de medir durezas em todos os materiais.

Desvantagens:

• Regulação de velocidade mais crítica (mais moroso);


• Superfície muito mais cuidada (maiores ampliações);
• Ensaio globalmente menos econômico.

Apresentação do resultado da medição:

Exemplo:
540 HV 20/20
Dureza por Penetração - Rockwell
MÉTODO ROCKWELL (ANO 1924)

ENSAIO ROCKWELL NORMAL


•Baseia-se no princípio da impressão;
•A variável de medida é a penetração;
•Não existe sistema óptico, mas sim um comparador.
Dureza por Penetração - Rockwell
Dureza por Penetração - Microdurezas
Microdurezas

A microdureza utiliza forças de ensaio bastante


baixas, geralmente, inferiores a 1kgf.

Interesse:

•Medição da dureza de microconstituintes;


•Dureza em peças de dimensões muito pequenas.

Knoop Vickers
Dureza por Penetração - Microdurezas

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