Primeiras escolas da Psicologia Científica Psicólogo Antônio Fernandes PARA RELEMBRAR... A PSICOLOGIA CIENTÍFICA
A Alemanha foi o berço da Psicologia Científica no final do século
XIX. Os expoentes foram Wundt, Weber e Fechner trabalhando Junto na Universidade de Leipzig.
O status de ciência é obtido à medida que se "Liberta" da Filosofia,
que marcou sua história até aqui, e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que, sob os novos padrões de produção de conhecimento, passam a: definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psiquica, a consciencia); delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de conhecimento, como a filosofia e fisiologia. formular métodos de estudo desse objeto; formular teorias como um corpo consistente de conhecimentos na área; As teorias devem obedecer a critérios básicos da metodologia científica, isto é, deve-se buscar a neutralidade do conhecimento científico, os dados devem ser passíveis de comprovação, e o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos e pesquisas na área. Nos Estados Unidos ela se aprimora devido ao grande crescimento econômico, resultado do avanço capitalista. Surgem então as primeiras Escolas/abordagem de Psicologia, as quais deram origem às inúmeras teorias que existem atualmente.
Surgem então três grandes escolas: o
Funcionalismo, de William James (1842-1910); o Estruturalismo, de Edward Titchener (1867-1927); e o Associacionismo, de Edward L. Torndike (1874- 1949). FUNCIONALISMO O Funcionalismo é considerado a primeira sistematização genuinamente americana de conhecimentos em Psicologia. Uma sociedade que exigia o pragmatismo para seu desenvolvimento econômico acaba por exigir dos cientistas americanos o mesmo espirito. Desse modo, para a escola funcionalista de William James, importa responder "o que fazem os homens" e "por que o fazem". Para responder a isso, James elegeu a consciência como o centro de suas preocupações e buscou a compreensão de seu funcionamento, na medida em que o homem usa sua consciencia para adaptar-se ao meio. Para James em seus estudos sobre a consciência, o detalhe mais importante a respeito, é o fato de ela não ser uma "coisa", mas, sim, um processo - é o que o cerebro faz para "controlar um sistema nervoso que se tornou complexo demais para se autorregular". Ela nos permite refletir sobre o passado, o presente e o futuro, adaptar-se às circunstâncias e, com isso, cumprir o que James considerava ser o proposito fundamental da consciência: sobreviver. TEORIA DOS DOZE HOMENS CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA
A + B = (A+B) A+B = C
A="São 9h" B="o trem sai 9h02"
Qual o resultado? CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA
A + B = (A+B) A+B = C
A="São 9h" B="o trem sai 9h02"
Qual o resultado? James postulava que, no decorrer da vida, estamos testando de modo contínuo "verdades", comparando-as entre sí, e nossas crenças conscientes continuam sendo alteradas, uma vez que as "velhas verdades" são modificadas e às vezes substituidas por "novas verdades". Essa teoria é relevante especialmente pela forma como toda pesquisa científica progride, as de psicologia inclusive. Para os autores dessa corrente, primeiro ocorre a percepção de um evento, o que resultará em uma reação corporal e, finalmente, a emoção será experimentada. Em termos de exemplo: se vemos um urso, para James, o processo que realizamos é: primeiro notamos a presença do, urso depois corremos e, finalmente, ficamos assustados. A psicologia funcionalista possuía diversos temas de interesse:
Se opôs ao que considerava a busca inútil de elementos da consciência.
Pretendem conhecer a função da mente em vez de proporcionar uma descrição estática dela. Consideram que os processos mentais têm como função ajudar o organismo a se adaptar ao ambiente. Consideram a psicologia uma ciência prática e procuram aplicar suas descobertas na melhoria da vida. Tem grande interesse na razão dos processos mentais. Pretendem conhecer como a vontade de um organismo age de maneira diferente no mesmo ambiente à medida que as necessidades do indivíduo mudam. Consideram a introspecção como uma das muitas ferramentas válidas de pesquisa. Valorizam as diferenças individuais: estão mais interessados no que diferencia os organismos do que no que eles têm em comum. Todos os funcionalistas são influenciados, em maior ou menor grau, por James, que por sua vez foi influenciado pela teoria da evolução de Darwin. ESTRUTURALISMO O estruturalismo está preocupado com a compreensão do mesmo fenomeno que o funcionalismo: a consciência. Mas, diferentemente de W. James, Titchener estudou seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso central. Essa escola foi inaugurada por Wundt, mas foi Titchener, seu seguidor, quem usou o termo Estruturalismo pela primeira vez com o intuito de diferenciá-la do funcionalismo. O método de observação de Titchener é o introspeccionismo, e os conhecimentos psicológicos produzidos são eminentemente experimentais, ou seja, produzidos em laboratório. Wundt dizia que havia dois tipos de observação: externa e interna. A observação externa ocupa-se do relato de eventos visiveis no mundo exterior e é útil para a compreensão de algumas relações como a causa e efeito em corpos fisicos. A observação interna ou também denominada de "introspecção", envolve o reconhecimento e registro de eventos internos, como pensamentos e sentimentos. É crucial para a pesquisa, pois fornece dados sobre o funcionamento da mente. Wundt interessava-se pela relação entre os mundos interno e externo, que não via como mutuamente excludentes, mas, sim, interativos, descrevendo-a como uma relação "física e psiquica". Toda consciência tem origem nas sensações, disse Wundt, mas essas não são internalizadas como informações sensoriais "puras"; em vez disso, são percebidas como algo já coletado ou como um composto de representações - por exemplo, um rato morto. Wundt definia isso como "imagens de um objeto ou de um processo no mundo externo". Dessa maneira, ao vermos, por exemplo, um rosto com determinadas feições - formato da boca, cor dos olhos, tamanho do nariz e daí por diante - podemos reconhece-lo como pertencentes a alguém conhecido. As sensações puras, declarou Wundt, têm três parâmetros: qualidade, intensidade e "modalidade de sentido". Por exemplo, determinado perfume pode ter um aroma doce (qualidade), nítido, porém leve (intensidade), e agradável ao olfato (modalidade do sentido) enquanto é provável que um rato morto exale um cheiro enjoativo (qualidade), forte (intensidade) e fedorento (modalidade do sentido). CATEGORIAS DE CONSCIÊNCIA
Wundt declarou que a consciência consiste em três
principais categorias de ação - representação, vontade e sentimento - que, juntas, dão a impressão de um fluxo unitário de eventos. CATEGORIAS DE CONSCIÊNCIA
As representações dividem-se em "percepções" e
"intuições", a primeira expressada pela representação de objetos percebidos no mundo exterior, a segunda expressada pela representação de atividades subjetivas (imaginação). CATEGORIAS DE CONSCIÊNCIA
A categoria das vontades da consciência caracteriza-se
pela maneira como intervém no mundo externo; ela expressa a nossa volição, ou "vontade", desde levantar um braço a escolher usar uma roupa vermelha. CATEGORIAS DE CONSCIÊNCIA
Wundt considerava possível quantificar a terceira
categoria de consciência, os sentimentos, por meio de relatos subjetivos dos participantes da experiência ou medindo níveis comportamentais, como tensão, relaxamento e excitação. PSICOLOGIA CULTURAL
Para Wundt, o desenvolvimento psicológico de uma pessoa é
determinado não só por sensações, mas também por complexas influências sociais e culturais que não podem ser replicadas ou controladas em condições experimentais. Entre essas influências, Wundt incluiu religião, linguagem, mitos, história, arte, leis, costumes, etc. PSICOLOGIA CULTURAL
Entre as contribuições da cultura para a consciência,
Wundt dava destaque especial para a linguagem. Qualquer forma de comunicação verbal tem origem numa "impressão geral" ou ideia unificada de algo que desejamos dizer. ASSOCIACIONISMO O principal representante do Associacionismo é Edward L. Torndike, importante por ter sido o formulador de uma primeira teoria de aprendizagem na psicologia. Sua produção de conhecimentos pautava-se por uma visão de utilidade desse conhecimento, muito mais do que por questões filosóficas que perpassam a Psicologia. O termo associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de ideias - das mais simples às mais complexas. Assim, precisaria primeiro aprender as ideias mais simples, que estariam associadas àquele conteúdo. LEI DO EFEITO Thorndike formulou a Lei do Efeito, que seria de grande utilidade para a Psicologia Comportamentalista. De acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato, etc.) tende a se repetir se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que ele emitir o comportamento. LEI DO EFEITO Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer se o organismo for castigado (efeito) após a sua ocorrência. E, pela Lei do Efeito, o organismo associará essas situações com outras semelhantes. Por exemplo, se ao apertarmos um dos botões do rádio formos "premiados" com música, em outras oportunidades apertaremos o mesmo botão, bem como generalizaremos essa aprendizagem para outros aparelhos, como gravadores, players digitais, etc.