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Após uma reunião em 22 de junho, em Viena, para negociar o controle de armas, o representante russo na
ONU afirmou que a situação é problemática e a tendência é que se agrave. Apesar disso, o ministro dos
Assuntos Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou em um encontro anual de diplomatas russos,
ocorrido em julho de 2020, que o país está aberto a negociações.
As autoridades russas avaliam que tanto a crise na estrutura internacional de controle de armas quanto a
militarização do Espaço são elementos de uma estratégia estadunidense para começar uma nova corrida
armamentista. Ela teria o objetivo de desgastar socioeconomicamente tanto Rússia quanto China, por
meio do aumento abrupto de gastos militares. Por isso, a Rússia se encontra na difícil situação de tentar
manter-se na vanguarda da tecnologia militar e, ao mesmo tempo, impedir que a disputa geoestratégica
acarrete gastos excessivos em Defesa, tornando-se um gargalo econômico, como foi no caso da União
Soviética.
Uma resposta russa para isso no curto prazo é o desenvolvimento do complexo de defesa aeroespacial S-
500 Prometey. Esse projeto deverá ser concluído nos próximos cinco anos, mas alguns de seus
componentes começaram a ser testados já em 2020. Apesar de ser um equipamento que usa tecnologia
de ponta e cujo desenvolvimento é custoso, o S-500 se apresenta como uma boa resposta por sua
versatilidade, já que poderá ser usado tanto contra as ameaças aéreas convencionais, quanto atuar nas
questões da militarização do Espaço e dissolução do controle de armas.
Além do maior alcance, as principais vantagens do S-500 sobre seu antecessor, o S-400, são justamente
suas capacidades não só para interceptar mísseis hipersônicos, mas atingí-los inclusive no Espaço. É
previsto também que o S-500 consiga abater satélites em órbita e mísseis balísticos intercontinentais
antes de realizarem a reentrada.
FONTE: Boletim Geocorrente