Você está na página 1de 3

ATIVIDADE 4 FUNDAMENTAÇÃO - TAREFA (15 PONTOS)

Nomes do grupo:

Samir José Pereira Morais - DIT121 turma TD

Tainá Dutra Alencar - DIT121 Turma TOL4

Íngrid de Souza - DIT121

Alisson do Vales Teixeira - DIT121 turma TD

Diego Bomfim Almeida - DIT121

Raony Maurilio Salvador Alves- DIT121 turma TD

Resposta

Segundo a Carta Capital, em 2019, o Brasil ficou em quarto lugar no ranking dos países que
mais matam ativistas dos Direitos Humanos 1. Fazer parte dessa escalação e ocupar um lugar
tão perto do topo expõe a vulnerabilidade na qual o Estado se encontra. A violência frente
àqueles que lutam em prol de uma sociedade justa e igualitária nos mostra que é preciso uma
mudança na estrutura de como essas discussões se colocam na nação.

Acreditamos que a educação tem um papel transformador, entretanto, não é possível colocar
toda a responsabilidade nas mãos dos professores, enquanto aqueles que mediam o saber e as
informações a serem passadas aos alunos. É preciso que o Estado disponibilize ferramentas
para que todo o corpo administrativo, docente e discente da escola participe na construção de
um lugar mais dinâmico, com vistas à tolerância e de forma horizontal.

O Plano Nacional da Educação de 2014, afirmado pela lei 13.005, estabelece uma série de
metas para a educação. O Artigo 2º, da mesma lei, Inciso III, diz respeito à “superação das
desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas

1
Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/brasil-foi-o-4o-pais-que-mais-matou-ativistas-de-direitos-
humanos-em-2019/. Acesso Em 26 de Agosto de 2020.
as formas de descriminação” e o inciso V, versa sobre a “formação para o trabalho e para a
cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade”. As
diretrizes desses incisos mostram que existe um projeto nacional determinado por norma para
garantir a efetividade e garantia dos Direitos Humanos, visto que este é o fim da cidadania.

Para tanto, é de grande importância o ensino dos Direitos Humanos na educação básica. A
escola é um local convívio com as diferenças de saberes, costumes, crenças, valores. Por
ocupar esse lugar de convivência, cabe à educação trabalhar conceitos como respeito e
diálogo, com vistas a fomentar a prática da cidadania e a solidariedade entre os alunos.

Outra lei de que vale a pena destacar é a nº 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
firmada em 20 de dezembro de 1996. Sublinhamos os incisos IV e XII do artigo 3º, que
tratam, a saber, do “respeito à liberdade e apreço a tolerância” e da “consideração com a
diversidade étnico-racial” respectivamente. Ainda relativo à mesma norma, faz parte do
Capítulo II, que diz respeito às disposições gerais acerca da Educação Básica, o parágrafo 9
que enuncia a necessidade de “conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de
todas as formas de violência contra crianças e o adolescente serão incluídos, como temas
transversais, nos currículos escolares [...] tendo como diretriz a Lei 8.069 de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente)”. Tem-se em vista que a LDB foi criada de
modo a estabelecer os objetivos e metas de uma educação de equidade e universal e, dessa
forma, asseverar o ensino dos Direitos Humanos na educação básica é um importante marco
que carimba a indispensabilidade dessa instrução nas instituições.

Ao contrário do que muitos acreditam, a escola não deve ser um espaço isento de
posicionamento, e, portanto, deixar questões subjetivas para serem tratadas com a família,
pois a imparcialidade e neutralidade no ambiente educacional trás consigo o distanciamento
das realidades sociais e históricas. É fundamental que a escola tenha a proposta de ser um
ambiente libertário, de respeito à dignidade da pessoa humana eque promove a emancipação
de seus alunos.

Salientamos que sustentar uma posição positivista, de enxergar a educação como processo
progressivo e ordenado, leva à exclusão das diferenças, segregação, posições preconceituosas
e desemboca em uma atitude totalitária. O método educacional deve ser aquele que busca sua
constante reformulação, de maneira a manter abertos os espaços para que se possam rever os
posicionamentos dados como imperativos.
Para tanto, se faz necessário uma educação de qualidade, que proporcione um ensino coletivo
que aborde os Direitos Humanos de forma transversal, para que a temática seja abordada em
todas as matérias e passe a fazer parte do cotidiano escolar.

A relevância da educação em Direitos Humanos no ensino fundamental e médio gira em torno


dos seus debates em torno da igualdade de gênero, proteção e direitos das minorias, respeito
ao meio ambiente entre outras discussões que são fundamentais para construção de uma
sociedade com participação ativa na prática cidadã.

A instrução em Direitos Humanos deve abarcar tanto os aspectos subjetivos (relativo aos
sujeitos), quanto os aspectos objetivos (relativos às normas), para que o sujeito saiba onde,
quando e como buscar a validação de seus direitos. Dessa forma, é possível garantir
universalidade, pois não basta que os Direitos Humanos atinjam a todos, é imprescindível que
eles sejam conhecidos integralmente pela população, uma vez que sem o conhecimento de
que dispomos desses direitos, de nada adianta possuí-los.

Por meio do ensino reflexivo, deve-se legitimar a historicidade, universalidade,


inalienabilidade, unidade e todas as outras características dos Direitos Humanos e, com isso,
pretende-se atingir valores, crenças, princípios antes dados como certos, através de discussões
inquietantes, mas de grande importância para promoção e fomenta de uma cultura de
isonomia, onde todos são dignos e não haja injustiças.

Sendo assim, é indispensável o conhecimento em Direitos Humanos para consciência das


nossas garantias, proteções e deveres. Além disso, esse saber atua em paralelo contra as
injustiças, desigualdades, violências e opressões e auxiliam no combate dessas mazelas. A
educação deve trazer uma postura preventiva, de modo a evitar a violação dos nossos direitos.

Você também pode gostar