O "monde" do século XVIII era, em comparação com as relações sociais de hoje em
dia, uma formação social rígida e coerente. Por outro lado, era bem mais flexível em relação ao "monde" do século XVII, sobretudo em relação à boa sociedade da época de Luís XIV; Pois sob Luís XIV a corte não era apenas o centro essencial e determinante da sociedade. Como o rei não aprovava fragmentação do convívio social e a constituição de círculos fora da corte — embora fosse impossível evitá-los totalmente —, a vida social concentrava-se em grande medida na própria corte. Após sua morte, esses círculos se desagregam; Sob o reinado de Luís XV, o centro de gravidade deslocou-se de tais palácios para os hotéis^ as residências de aristocratas da corte que não eram príncipes. Mas isso de modo algum diminuiu a importância da corte como centro. Nela, todas as engrenagens da sociedade acabavam se juntando; A partir de então, a corte passou a dividir com os círculos aristocráticos apenas seu significado como centro do convívio social, como fonte de cultura; O convívio social e a cultura da alta sociedade estavam se descentralizando lentamente cultura de salão Com o frágil reinado de Luís XVI, e o aumento da riqueza nas mãos dos burgueses, a corte foi perdendo sua importância como centro social. Revolução Francesa; Sob o Império formou-se uma outra "boa sociedade", que tinha seu centro na corte de Napoleão o salão dos nobres e dos financistas do século XVIII descende do salão real da segunda metade do século XVII, de Luíz XIV, então o processo é concluído no século XVIII: os cavaleiros e os epígonos cortesãos da cavalaria tornam-se cortesãos, indivíduos cuja existência social depende de seu prestígio, de sua posição na corte e no seio da sociedade de corte; Descrição do palácio de versalhes e alguns costumes de corte; Esse caráter de fetiche de cada ato na etiqueta já estava claramente estabelecido na época de Luís XIV; Mais tarde, porém, essa relação se diluiu em muitos aspectos, e o caráter dos atos de etiqueta como fetíches de prestígio passou a se manifestar de modo totalmente explícito.; Nos últimos tempos de Luís XVI, a etiqueta se desenrolava no vazio; Sem dúvida o cerimonial era um grande fardo para todos os envolvidos, em grau maior ou menor;