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Enquadramento Teórico

Investimento em capital humano

é o conjunto de conhecimentos e habilidades que os trabalhadores adquirem por meio de


educação, treinamento e experiência (Mankiw 2005). E estas habilidades provenientes da
educação geram um certo estoque de capital produtivo. (Smith et al 2012)

Os economistas neoclássicos consideram o nível de escolaridade como uma das


características mais importantes que determinam a produtividade e, portanto, o salário que
um trabalhador pode obter no mercado de trabalho.

Por outro lado para a teoria do capital humano, a aquisição de conhecimento é considerada
um investimento que gera renda futura (Woltermann 2004). Como qualquer outro
investimento, um investimento em capital humano acarreta custos que são suportados no
curto prazo com a expectativa de que os mesmos gerem beneficios futuros que recompensem
o investimento feito (Smith e tal 2012). De um modo geral, podemos dividir os custos de
investimento em capital humano em três categorias:
I. Despesas diretas ou do próprio bolso, incluindo custos, despesas com mensalidades,
livros e outros suprimentos.
II. Ganhos perdidos que surgem porque, durante o período de investimento, é
geralmente impossível trabalhar, pelo menos não em tempo integral.
III. Perdas psíquicas que ocorrem porque o aprendizado é frequentemente difícil e
tedioso.

No caso de investimentos em educação, os retornos esperados estão na forma de maiores


ganhos futuros, maior satisfação no trabalho ao longo da vida e maior valorização das
atividades e interesses não relacionados ao mercado.

Modelos para Decisão de Investimento em Capital Humano

Quando uma decisão de investimento é tomada, o investidor se compromete com um gasto


actual de despesas em troca de um fluxo de benefícios futuros esperados. Os retornos do
investimento estão claramente sujeitos a um elemento de risco (porque ninguém pode prever
o futuro com certeza), mas também são atrasados no sentido de que normalmente fluem ao
longo de um período muito longo. Desta feita como forma de prever e minimizar os riscos os
indivíduos recorrem aos seguintes modelos:
Valor Presente Liquido

Nosso modelo de investimento em capital humano pressupõe que as pessoas sejam


maximizadoras da utilidade e tenham uma perspectiva vitalícia ao fazer escolhas sobre
educação e treinamento. Portanto, supõe-se que eles comparem os custos de investimento de
curto prazo (C) com o valor presente dos benefícios futuros ( Bt ¿ esperados:

B1 B2 B3 Bt
+ + +…+ >C
1+ r (1+r )2 (1+ r)3 (1+r )t

 Se o Valor Presente dos benefícios marginais excede os custos marginais de


investimento (mensalidades, suprimentos, ganhos perdidos e custos psíquicos de um
ano adicional de escolaridade), o investimento em educação será atraente;
 Se o Valor Presente dos benefícios marginais for menor que os custos marginais de
investimento (mensalidades, suprimentos, ganhos perdidos e custos psíquicos de um
ano adicional de escolaridade), os individuos vão adquirir menos o capital humano
porque os custos marginais são elevados.

Como alternativa, podemos adoptar o método da taxa interna de retorno, como forma de
avaliar se o investimento em educação será ou não lucrativo.

Taxa Interna de Retorno (TIR)

Calculamos a taxa interna de retorno, definindo o valor presente dos benefícios igual aos
custos, resolvendo para r e comparando r à taxa de retorno de outros investimentos.

B1 B2 B3 Bt
+ 2
+ 3
+…+ t
=C
1+ r (1+r ) (1+ r) (1+r )

Se os benefícios são tão grandes que mesmo uma taxa de desconto muito alta tornaria o
investimento lucrativo, o projeto valeria a pena.
As implicações acima podem ser ilustradas graficamente na figura abaixo:

CM ,BM (a)

CM’

CM

BM

Kh’ Kh

Custos marginais (CM) e benefícios marginais (BM). Presume-se que os custos marginais
(CM) de cada unidade adicional de capital humano (mensalidades, suprimentos, ganhos
perdidos e custos psíquicos de um ano adicional de escolaridade) sejam constantes. O valor
presente dos benefícios marginais (MB) é mostrado como declinante, porque cada ano
adicional de escolaridade significa menos anos nos quais os benefícios podem ser colectados.

Segunda previsão é que Indivíduos com maior CM adquirirão níveis mais baixos de capital
humano (linha preta). Da mesma forma, aqueles que esperam benefícios futuros menores com
investimentos adicionais em capital humano (a linha azul) adquirirão menos capital humano.
Pesando os custos e benefícios da faculdade claramente, as pessoas frequentam a faculdade
quando acreditam que estarão melhor assim.

A terceira previsão é que investimentos em capital humano são mais prováveis quando os
custos são mais baixos. Os principais custos monetários da frequência da faculdade são
ganhos perdidos e os custos directos de mensalidades, livros e taxas. (A alimentação e a
hospedagem nem sempre são os custos de oportunidade de ir para a faculdade, porque alguns
desses custos teriam que ser incorridos em qualquer caso.) Assim, se os ganhos perdidos ou
os custos com mensalidades caírem, mantendo o resto constante, esperaríamos um aumento
nas matrículas na faculdade.

A quarta previsão da teoria do capital humano é que a demanda por educação está
positivamente relacionada aos aumentos nos ganhos esperados da vida permitidos pela
educação universitária; no entanto, os benefícios esperados para qualquer indivíduo são
bastante incertos.
Mudanças no mercado

Os retornos à frequência da faculdade são determinados pelas forças da demanda do


empregador e da oferta dos funcionários. Se mais estudantes do ensino médio decidirem
frequentar a faculdade quando apresentarem retornos mais altos para esse investimento, serão
colocadas em prática forças de mercado que tenderão a diminuir esses retornos no futuro. O
aumento do número de formandos pressiona os salários observados no mercado de trabalho
para esses graduados.

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